Futebol

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Foto: Divulgação/ Portal da Copa

O estádio Governador Magalhães Pinto, conhecido popularmente por “Mineirão”, completa nesse mês, cinquenta anos de tradição e história. Considerado um dos maiores do Brasil, o espaço passou por uma reforma recentemente já sediou diversos jogos, como a Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo de 2014, além de shows nacionais e internacionais.

O gigante da Pampulha, construído em 1965, recebeu o nome de “Estádio Minas Gerais”, ao longo de seu meio século de existência, foi palco de grandes acontecimentos na história do futebol brasileiro que marcam presença na memória afetiva dos mineiros.

Foto: Divulgação/ Portal da Copa
Foto: Divulgação/ Portal da Copa

Em homenagem aos 50 anos do Mineirão, o governo de Minas, em parceria com os Correios, lançou um selo, um cartão postal e um carimbo, que estarão disponíveis a partir do dia 10 de setembro.

Carimbo e selo comemorativos

Também em comemoração ao aniversário do estádio, o projeto #OMineirãoÉNosso  – que lançou o livro “Mineirão – 50 anos de Histórias” para contar histórias marcantes do maior palco do futebol em Minas Gerais  reúne histórias de pessoas que tem com o estádio  uma relação de amor.  A ideia surgiu com o objetivo de criar um grande acervo de memórias dos torcedores mineiros. Os relatos, fotos e vídeos estão sendo recolhidos desde Junho deste ano no portal mineirao50anos.com.br.

Museu Brasileiro de Futebol

Hoje, após as reformas da Copa do Mundo, o Mineirão recebeu mais uma atração: o Museu Brasileiro de Futebol. No local o público tem a oportunidade de realizar visitas e resgatar a memória do estádio. O funcionamento é de Terça a sexta, das 09h às 17h, com permanência até às 18h. Sábado e domingo, das 09h às 13h, com permanência até às 14h, em dias de jogos, eventos e feriados não há expediente.

Por Marina Rezende e Raphael Duarte

Na manhã desta quarta-feira, 15 torcedores atleticanos compareceram na Igreja N. S. da Boa Viagem, região centro-sul, para Missa de Ação de Graças pelos 107 anos do Clube Atlético Mineiro (CAM) e foram surpreendidas cancelamento da celebração. Segundo a assessoria de comunicação do Galo a diretoria do clube não foi responsável por agendar a missa e desconhece o motivo do cancelamento. Já a secretaria paroquial da igreja pronunciou que o cancelamento foi realizado pela diretoria do clube, mas não sabe informar quem encomendou a missa.

Um dos presentes para a celebração de hoje foi o narrador esportivo da radio Itatiaia Mário Henrique “Caixa” lamentou que a notícia do cancelamento não tinha chegado a todos os torcedores do Galo. Sobre as expectativas para 2015, Caixa afirmou que o presente que o time poderia dar para a “massa” seria o bicampeonato da Copa do Brasil e, também, o da Libertadores da América.

A dona de casa Marliza Castro que, há muitos anos, acompanha o time de coração, segurando um terço e ela garante que todos os anos comparece às celebrações de aniversário do Galo.

Nas redes sociais os atleticanos se manifestaram parabenizando o clube pelos seus 107 anos desde sua criação.

História

Fundado em 25 de março de 1908  por estudantes da capital mineira, o Clube Atlético Mineiro é um clube tradicional e possuí uma torcida que apóia o time até nos momentos de fraqueza.

 

por: Guilherme Souza, Leandro Castro e Pedro Ribeiro. Alunos do Curso de Jornalismo Multimídia do Centro Universitário UNA

Fotos: Pedro Ribeiro.

Ouça a entrevista do Mário Henrique Caixa

Na última quarta-feira, 26, as ruas de Belo Horizonte ficaram coloridas de azul, preto e branco. O jogo da final da Copa do Brasil era inédito, uma vez que era o maior clássico entre Atlético e Cruzeiro de todos os tempos.

Com dois gols de vantagem para o Atlético, dificilmente o time celeste conseguiria vencer, e realmente, não conseguiu. Nem precisava de gol pra vencer, mas mesmo assim, o time alvinegro insistiu e marcou 1×0 sobre o Cruzeiro. Os foguetes não paravam as buzinas já estava virando rotina e os gritos de “GAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAALO” não cessavam mais.

Quando o Atlético ganhou a Libertadores, a massa atleticana desceu para a Praça Sete e foi uma festa que só. Ontem, não foi diferente. Beirava 1h da manhã e só descia mais gente e a felicidade era contagiante, até para quem não era torcedor. Durante a madrugada, quem é morador do centro com certeza teve dificuldades para dormir. Era bomba, foguete e muito, muito, muito grito e cantoria do hino do time.

O jovem Wagner Ribeiro, 21, explica que a paixão pelo time alvinegro praticamente nasceu com ele. “Meu pai sempre que tinha a oportunidade, me levava pro campo, desde que eu era novinho ainda. O amor foi crescendo sabe? Quando você se dá conta, já ta gritando e chorando pelo time”, explica.

O estudante de administração Lucas Vasconcelos, 19, afirma que ganhar uma Copa do Brasil já é maravilhoso, mas ganhar do maior rival dá um gosto ainda melhor. “Foi um sentimento inexplicável, de alívio, porque é um título tão sonhado pela massa atleticana e em cima do maior rival e no maior clássico da história. Um sentimento de vingança, já que o Cruzeiro ganhou o brasileirão esse ano, mas não conseguiu ganhar do maior rival, então, só lamento”, esclarece.

A massa atleticana sempre foi conhecida por ser muito apaixonada e fiel ao time, e agora, com o Atlético Mineiro ganhando cada vez mais campeonatos, a torcida vai agraciar ainda mais os craques que jogam no time.

Texto: Luna Pontone

Foto: Marcelo Fraga

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O termo “torcida organizada” pode ser definido como um conjunto de pessoas que acompanham seus times frequentemente nos estádios  para motivar os jogadores e incentivar o restante da torcida. Durante algum tempo, no início do século passado, esse foi realmente o papel exercido por esse grupo de torcedores, mas nos últimos anos muito tem se relacionado o nome das organizadas com crimes violentos e atos de vandalismo. Porém, como não é bom generalizar, fica a pergunta: ainda há torcidas organizadas que focam no seu principal objetivo?

O eletricista cruzeirense participante da organizada Máfia Azul, Felipe Viana, 22, diz que as principais regras para participar de um grupo como esse é “não promover brigas, tumultos em nome da torcida e lutar pelo ideal de apoiar sempre seu time”. Questionado sobre as últimas punições aplicadas à organizada cruzeirense, Viana diz que “a Máfia azul está punida por seis meses de entrar em qualquer estádio com uniformes, baterias, faixas, bandeiras, nada da torcida, mas isso não impede de os integrantes irem com outra roupa”.

Mesmo tendo com preferência o rival, o estudante atleticano Pedro Souza, 24, frequentador assíduo dos jogos, concorda com o pensamento de Viana. Sendo membro da organizada Fúria Alvinegra, ele destaca que “a real função das organizadas seria se reunirem para ir aos jogos, fazer a festa e apoiar o time” e completa, “como já se tornaram grupos organizados fora do estádio, deveriam também usar isso para promover mais ações de âmbitos sociais, o que acontece pouco para quem consegue mover tanta gente”.

A recente divisão de torcidas nos últimos clássicos tem causado indignação por parte dos torcedores, já que agora, a maior parte dos ingressos, ou seja, 90% ficará com o time mandante da partida, e apenas uma pequena quantidade de ingressos se destinará ao time visitante (10%).

Hoje no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, apenas a torcida do Atlético assistirá ao jogo no Independência, palco da partida, já que a diretoria celeste abriu mão da parte destinada aos seus torcedores.

“Na historia do Futebol Mineiro sempre teve, por que hoje que a segurança é mais equipada e mais preparada não pode ter? Sonhamos com esse dia, só precisa de um pouco mais de força de vontade das autoridades”, argumentou Souza.

A opinião do cruzeirense é bem semelhante ao de outros torcedores, “acho que poderia voltar sim. Por que antigamente tinha e agora não pode mais? A polícia não consegue manter a segurança? Acho que se modernizou tudo deveria mudar isso também, porque espetáculo mesmo é as duas torcidas no mesmo campo”, concluiu  Viana.

Ingressos

Outro fator que tem incomodado a maioria dos seguidores dos times é o preço salgado dos ingressos. O estudante Ravel Pimenta, 16, que foi no jogo do Atlético contra o Palmeiras pelas oitavas de final da Copa da Brasil contou que pagou cerca de trinta reais para entrar no estadio. Ontem na fila para adquirir o ingresso do clássico, o jovem acreditava que ”muita gente não iria, pela elitização”. De acordo com o estudante, essa “elitização” tem dificultado alguns torcedores a se manterem presentes nos campos, “principalmente porque as torcida organizadas geralmente são formadas de pessoas de classes mais baixas. Com a modernização do futebol dificultou bastante”, finalizou.

A esperança é que o futebol agrade dentro de campo, já que os dois clubes vivem uma boa fase, e são unanimidade em elogios no cenário nacional nas duas últimas temporadas. Contudo o antigo modelo do futebol vai fazer falta ao torcedor e o “Padrão FIFA” ainda incomoda. “Nós esperávamos festa lindas, Mineirão e Independência lotados. Isso até sair o valor das entradas. No primeiro jogo no Horto, por exemplo, o ingresso do setor onde fica as torcidas organizadas está R$800,00. Parece que os ingressos também estão bem salgados para o jogo da volta no Mineirão. Quem perde são os clubes, pois sabem da força das arquibancadas. Espero mesmo dois jogos de luta, e briga pela bola, dentro de campo. A rivalidade é lá, aqui fora não tem rivais, apenas adversários”, concluiu Pedro.

Texto: Ítalo Lopes

Capa: Centim Vicentim e Felipe Viana

Galeria: Arquivo pessoal dos entrevistados

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“O europeu é viril, mas leal; ao passo que o brasileiro é bruto e desleal”. A frase que Nelson Rodrigues usou para compor o sua crônica “Tristíssimo Brasil”, do livro “A Pátria de Chuteira (2013)”, mesmo antiga, retrata o atual cenário do futebol e das torcidas no mundo. Uma Europa que registra cada vez menos casos policiais em relação ao futebol e um Brasil que enfrenta dificuldades em lidar com suas torcidas.

Com a proximidade de dois clássicos entre os maiores times de Minas Gerais, volta à tona os questionamentos: Será que é possível ter paz entre as torcidas? Poderá voltar às duas torcidas dividindo um estádio?

O casal Igor Dumont, empresário, e Izabela Rodrigues, estudante, 26 e 23, dizem que o fato de ele ser cruzeirense e ela atleticana nunca atrapalhou o relacionamento. “Não sou do tipo de atleticana que odeia o Cruzeiro. O Igor é mais fanático, às vezes me irrito com alguma piada, mas logo passa (risos). Não é nada que atrapalhe nosso relacionamento”, declara Izabela. Igor concorda com o pensamento da namorada e ressalta que o limite para as brincadeiras envolvendo o futebol está no respeito, “não são adversários, são parentes, amigos e pessoas”.

O casal ainda provou que é possível juntar as duas torcidas quando ela assistiu ao jogo entre os dois times na torcida do Cruzeiro.  “Eu nunca tinha ido ao Mineirão depois da reforma. O Igor é sócio torcedor e vai a todos os jogos, ele me chamou para ir ao clássico e fui na torcida do Cruzeiro, vestida com a camisa da Argentina (risos). Foi ótima a experiência, não me incomodei em assistir o jogo com os cruzeirenses. O difícil foi segurar o grito de comemoração, pois o Galo ganhou de 3×2”, declarou Izabela.

O também torcedor do Cruzeiro, Bianchi Costa, 36, operador industrial de logística, casado com a atleticana Liliam de Oliveira, 36, costuma assistir aos jogos junto com a esposa. Para Costa, apesar de serem torcedores de times opostos, a relação entre o casal é ótima, mas desabafa “dia de clássico é tenso, haja coração, é tanta coisa, fecha o olho quando o adversário ataca, fica mexendo os pés, vai na cozinha, no banheiro, olha a rua, enfim, cada um tem um jeito de torcer e aliviar a tensão”. Para a esposa Liliam, assistir os jogos juntos é tranquilo e para não brigar eles tem a receita: “nós não brincamos, só comentamos”.

O primeiro jogo que decide a Copa do Brasil vai ao ar nesta quarta-feira, 12, às 22 horas, e terá a participação apenas da torcida do Atlético, deixando alguns torcedores indignados, tanto pela forma de divisão das torcidas quanto pelo preço dos ingressos, “acho que tinha que ser meio a meio e o preço está altíssimo, pior que Champions League” afirmou o empresário Bruno Gomes, 32.

Texto e foto: Ítalo Lopes

Capa: Umberto Nunes