Literatura

Pré-venda começou em 11 de outubro e se termina neste dia 10 de novembro

Por Keven Souza

Termina nesta quinta-feira (10) a pré-venda do livro de poemas, “O que eu tinha de mais bonito”, da estudante de Publicidade e Propaganda da Una e mineira de Belo Horizonte, Larissa Medeiros. Amantes de poema poderão adquirir antecipadamente a versão física da obra que apresenta temas como amor, perda, sexo e cura, e retrata sentimentos que envolvem as grandes paixões. O livro está disponível na Editora Letramento e você pode adquirir o seu no link. 

Com 84 páginas, o livro, que é a estreia literária de Larissa, é recheado de emoções, encantamentos, dores e erotismo em forma de diferentes poemas. É o que explica a mais nova autora. “Se você já se apaixonou, já viu alguém ir embora da sua vida ou se sentiu completamente só dentro de si, eu garanto que você deveria dar uma chance para o que meus poemas têm a compartilhar com você”, diz. 

Em conversa com nossa equipe do Contramão, ela conta como foi a construção da obra. “É uma coletânea de textos que escrevi ao longo de vários anos, eles são sobre diferentes fases e sentimentos. Nunca tinha pensado nos meus poemas como um livro, mas quando reuni o que

Larissa Medeiros, publicitária e agora escritora. ( Arquivo Pessoal )

eu tinha de mais bonito para enviar para a editora, vi que eles tinham temas em comum e que conversavam entre si”, pontua. Medeiros comenta, ainda, que está realizada com seu recente trabalho. Poder dizer que sou autora, que este agora também é meu trabalho, é sem dúvida a minha maior realização”, conclui. 

A expectativa começar o envio das versões físicas após o encerramento da pré-venda e para o “O que eu tinha de mais bonito” cair no gosto popular é a melhor possível, de acordo com Larissa. O que mais quero viver é essa troca, esse momento de sentar e conversar sobre os trechos preferidos dos leitores, de compartilhar ideias, sentimentos e dividir o peso de já ter passado por aquilo. A minha expectativa é de que os leitores possam encontrar companhia e um pouquinho de si mesmos”, ressalta. 

Apoie novos escritores

Sinta-se imerso no universo literário! Compre, compartilhe e divulgue o mais novo trabalho de Larissa Medeiros.O livro está disponível na Editora Letramento e você pode adquirir seu no link.

Larissa Medeiros, publicitária e agora escritora. ( Arquivo Pessoal )

 

A partir de 11 de novembro será possível encontrar tanto a versão física, quanto a versão on-line – com início previsto para fevereiro –, por meio das principais livrarias e plataformas. Como Amazon, Kobo, Leitura, Travessa, Google Play, Ibooks, Livraria da Vila, entre outros.  

Por Keven Souza

Hoje (18) se comemora o Dia Nacional do Livro Infantil. A data é uma referência ao nascimento, em 1882, de Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira. O escritor é a personificação erudita do gênero literário com obras clássicas ligadas a linguagem da criançada, como Sítio do Pica-Pau Amarelo, O Saci, Fábulas de Narizinho, Caçadas de Hans Staden e Viagem ao Céu.

São realizadas neste dia diversas ações, projetos e campanhas para celebrar a leitura infantil em toda a sua essência e universo lúdico que se faz singular. Acima de tudo, 18 de abril é também um momento de reflexão sobre uma iminente conscientização dos adultos e das instituições responsáveis pela formação das crianças acerca do incentivo à leitura desde a fase pequena. 

Seja na sala de aula, campo aberto ou até mesmo em casa, o ato de ler contribui para o desenvolvimento de capacidades que fundamentam a base de um ser pensante que está em construção. Mas em tempos de uso de tantas telas, e agora com o ensino remoto ou híbrido, os livros infantis ainda têm espaço na rotina das crianças? Será que a leitura possui ainda valor e magia? 

É a partir dessas nuances que muitos professores e escritores têm feito um trabalho genuíno, pensado em conservar o hábito da leitura e disseminar a importância do livro físico. E nesse mar de heróis literários, temos a jornalista, escritora e heroína mineira, Paula Fernandes, que procura voltar seus esforços e conhecimentos à atividades e ações transformadoras no mundo pueril. 

Natural de Belo Horizonte, Paula é amante da escrita infantojuvenil e sua paixão pela área vem desde cedo. “Sempre gostei de crianças e de literatura. Acho um universo lúdico e repleto de possibilidades. Por volta dos meus 18 anos, eu era catequista e achava a linguagem da Bíblia complexa para crianças menores de 9 anos. Fiz o resumo do Novo Testamento e imprimi, por minha conta, alguns livretos e conversava com meus catequizandos sobre o tema. Essa foi minha primeira experiência com o público infantojuvenil”, diz Paula.

Ela conta que mais tarde, como jornalista, a vontade de escrever para a criançada se tornou ainda maior após perceber um gap de assuntos destinados ao público infantil. “Ao fazer matérias jornalísticas sobre educação e saúde, percebi um gargalo de alguns temas, por exemplo, sobre inclusão e política, e queria retratar algumas realidades de forma que não subestimassem a inteligência das crianças, aliás, elas são extremamente inteligentes”, explica. 

Com olhar disruptivo e voltado ao universo infantil, em 2016, Paula uniu literatura, inclusão e diversidade em seu primeiro livro, “O que Beca tem de diferente?”. Já no ano de 2018, lançou “Aprendendo sobre Honestidade com Lili”, levando a criançada a pensar, refletir e aprender um pouco sobre honestidade e política. 

Em 2019, a escritora escreveu o livro “Turminha Adownrável”. Na obra, a autora abre espaço para a discussão sobre o tema síndrome de Down, de modo simples e lúdico. Trabalho que entretém, informa e emociona, e que, de certo modo, traz orgulho aos leitores mineiros. 

Incentivo à leitura 

Ao adentrar nas páginas de um livro, aprendemos não só novas palavras e frases, mas também outras culturas e o que se mais tem rico na mente humana: a imaginação. 

O poder de imaginar é uma excelente experimentação, e é ainda mais forte quando se é menor. As crianças podem adquirir novas habilidades e diferentes conhecimentos através do imaginário que a leitura permite. Hoje, é mais do que comprovado que por meio dela o leitor mirim aprofunda o conhecimento, constrói relacionamentos interpessoais e desenvolve a empatia, além da cognição.   

Para Paula, o livro é um instrumento poderoso na fase pueril. “Certa vez, eu li que ‘os livros são portas para o conhecimento’. Acredito que o gosto pela leitura deve ser desenvolvido já na primeira infância, pois estimula a criatividade, a imaginação, o raciocínio, a criticidade, a reflexão, desenvolvimento cognitivo, ampliação de vocabulário e muito mais”, afirma. 

Segundo ela, escrever um livro voltado ao público infantojuvenil, bem como estimular o hábito de ler, não é uma tarefa fácil. Requer seriedade além de técnicas que ajudam a reter a atenção dos pequenos. “É imprescindível ter responsabilidade com o que você está escrevendo, sobretudo, com o público infantojuvenil. Todos os meus livros passaram por uma revisão cuidadosa de profissionais das áreas da educação e da saúde, além de especialistas nos assuntos que escrevo para os menores”, ressalta. 

Entre as estratégias para se fazer um bom livro infantil citadas por ela, estão a criação de tema, enredo e vocabulário adequados para a faixa etária; a utilização de título de fácil memorização; uso de muitas cores e ilustrações chamativas; uso correto da tipografia e animais nas histórias. 

A escritora ressalta ainda que é interessante fazer uso de nomes de personagens na qual a criançada se identifique. Os sujeitos de suas estórias, por exemplo, foram desenvolvidos por influência de seus amigos e familiares. “Todos os meus livros são baseados em fatos e as minhas personagens são inspiradas em crianças reais, ora por meio de alguma matéria que escrevi, noticiário ou até filhos de colegas. Os nomes são em homenagem às crianças da minha família”, pontua. 

Como escolher um bom livro na era digital 

Embora as telas sejam grandes concorrentes do livro, temos que desprender a imagem de serem competidores e usar ambas a favor da aprendizagem àvida. 

O livro físico tem seu valor e não pode ser deixado totalmente para trás, isso é fato! Agora, é preciso unir forças com a tecnologia para que juntas possam atrair a atenção do leitor mirim e fomentar a leitura em toda sua totalidade. “Independentemente da era digital, o importante é estimular a leitura da criançada e os pais e professores devem ser grandes aliados”, comenta Fernandes. 

Dito isso, é preciso ter cautela na hora de escolher a leitura do seu pequeno. A autora do livro “Turminha Adownrável”, deslumbra que, de maneira bem objetiva e subjetiva, as dicas mais importantes na hora de buscar por um livro infantil é estar atento a faixa etária e a mensagem que aquele livro possui.

Outro ponto a ser destacado é usar a leitura atrelada aos interesses da criança, como fazer roda de leitura em parques e bibliotecas; diversificar os livros com personagens que estimulam a imaginação; bem como optar pelas obras clássicas do universo da criançada.

Paula e o cartunista e escritor Maurício de Sousa

Neste dia de celebração do livro infantil, leia para uma criança! Permita ela experienciar o poder da imaginação que se forma quando se entra em contato com o mundo da fantasia. A magia é real e precisa ser cultivada em toda sua instância e constância. 

Recado para marcar a data

Ler para uma criança é um portal para um universo repleto de conhecimento e possibilidades, além dela desenvolver habilidades que serão imprescindíveis para sua vida. Uma criança que lê será um adulto leitor, com mais criticidade, que brinca com vocabulário, que permite conhecer outros universos e com sede de conhecimento, porque sabe que será um eterno aprendiz”, diz Paula. 

Se você se identifica com o trabalho da Paula e quer mais sobre sua trajetória, siga ela no instagram e leia suas obras em seu site: Livrolândia

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A escritora Juliana James conversou com o Contramão e contou sobre a campanha e sua trajetória na literatura infantojuvenil

*Por Filipe Bedendo

Pessoa inquieta, produtora cultural, professora de teatro, pedagoga e escritora. É assim que a mineira Juliana James se define. Para ela, o caminho no mundo das artes surgiu bem cedo, apenas com 6 anos, quando começou as aulas aulas de teatro. Mas foi em 2013 que ela se lançou como escritora com o  livro “Qual a cor da sua vida?”. Desde então, não parou mais de escrever, já são 10 títulos publicados com temas variados que incluem diversidade familiar, inclusão de pessoas com deficiência, empoderamento feminino, e claro, fantasia.

Em março de 2020, Juliana lançou duas novas obras  e  começaria a divulgação dos títulos nas escolas, mas, assim como muitas pessoas, foi pega de surpresa pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). Sem poder dar aulas de teatro e ao olhar as caixas de livros paradas em casa, a escritora decidiu criar uma campanha na internet a fim de arrecadar fundos e fazer uma boa ação nas instituições públicas de Juiz de Fora e região.

O Contramão conversou com a escritora, que falou mais sobre a campanha e sobre o seu trabalho.

Como surgiu a ideia da campanha? 

No dia 14 de março, lancei dois livros novos na Biblioteca Municipal Murilo Mendes: “Entrei pra família”, que fala de adoção e diversidade familiar, e “A Lua e o Riacho”, que é um livro extremamente poético, cheio de figuras de linguagem. No dia 16 de março tudo parou e  fiquei com esses exemplares em casa. Iria começar um trabalho de ir nas escolas, como eu sempre faço. Mas, com os livros em casa,  sabia que seria difícil vender. Sou professora de  teatro, meus trabalhos pararam e eu precisava encontrar uma forma de sobreviver nesse meio tempo, porque não dá pra ficar dependendo do governo. Foi aí que decidi lançar a campanha. Os livros custavam R$30,00 e R$35,00, eu coloquei todos a R$20,00. E a cada R$20,00 arrecadado, um livro é doado para uma escola pública de Juiz de Fora e região. Vários amigos contribuíram. Divulguei nas redes sociais e no Whatsapp. Já até entreguei no Caic Rocha Pombo, na Zona Norte, no Caic Núbia Pereira e na AMA. Meu objetivo é tentar juntar pelo menos 20 livros para cada escola. 

A quarentena mudou muito a sua rotina de trabalho? Como foi a adaptação?

Sim. 

É muito difícil dar aula de teatro online. Eu trabalho  com crianças, adolescentes e jovens, então, foi um desafio muito grande. Tenho mantido contato com os alunos, a gente tem feito alguns encontros digitais, mas o teatro é uma arte  que precisa do contato, precisa do afeto, de estar junto, ainda mais com crianças. 

Alguns dos seus livros são inspirados em pessoas reais, com problemas reais. Como é o processo de transformar esses assuntos em histórias lúdicas?

Para mim, o processo de escrita acontece de forma bem natural. Escrevo sobre coisas que eu quero defender, coisas que acredito e sobre pessoas que me inspiram. No caso de “Malu”, por exemplo, foi o último livro que escrevi inspirado em uma pessoa real, a Malu tinha um grave problema de saúde. Quando a conheci, a mãe dela me contou sua história  e a ideia veio na minha mente. Acho que cada escritor tem uma linha, cada pessoa escreve de um jeito. É claro que os livros são todos de ficção, alguns são inspirados em pessoas reais mas, mesmo assim, são livros de ficção. Acho que toda pessoa que escreve se inspira em alguém real. Alguma história do passado ou alguém que marcou muito a vida.

“Entrei para a Família” é um livro que abordamos diferentes tipos de família, incluindo casais homoafetivos e filhos adotados. Além deste, outros livros falam sobre deficiências e o papel da mulher na sociedade. Qual é importância de tratar esses temas com as crianças?

“Entrei pra família” é um livro muito bacana. Ele tem um cachorrinho como narrador e ele conta a história de uma garotinha que o adotou, esse é o gancho que faz ele explicar para as crianças o que é adoção. Ele explica que adotar é um ato de amor. Ensina o que está escrito no dicionário mas ele acaba explicando de um jeito mais simples e direto. E ele fala que a famílias são de todas as cores, que têm famílias de várias formações: tem a mãe com o filho, tem o pai com filho, tem família com dois pais, família que têm duas mães e tem família que a criança é criada pela avó, pelo tio ou por um irmão. O importante é o afeto que une as pessoas. Eu acho importante tratar desse tema. 

Tenho alguns amigos que adotaram. Tenho um casal de amigos que têm menininha e um casal de amigas que também têm um garotinho, então, esses amigos acabavam me pedindo para falar sobre isso. Nas minhas andanças de contação de histórias, outras pessoas que conheci me pediram isso. Fiquei com essa ideia na cabeça e então escrevi esse  livro. Coloquei o nome do personagem principal de Anny Eliza, que é o nome de uma garotinha que conheço e foi adotada. É um livro de ficção mas, como sempre, inspirado em pessoas reais que conheço.

Já recebeu alguma mensagem de pais que tiveram resistência aos livros por conta dos assuntos abordados?

Não, nunca. 

Na época que lancei “Céu de Outono”, que fala de empoderamento feminino, tive uma certa resistência por parte das escolas. É um livro que fala de gênero e é bem bacana, com ilustrações lindas. Mas, na época estava uma loucura essa coisa de “Escola Sem Partido” e de não poder falar sobre gênero nas escolas. Então, os diretores estavam com medo de me deixar contar essa história e as crianças entenderem ou levarem para casa de um jeito e alguns pais não aprovarem. Eu vivi isso, um certo temor por parte das instituições em falar sobre o assunto por receio de pais mais conservadores. Mas diretamente nunca me foi encaminhado.

Qual a principal mensagem que você deseja levar passar com os seus livros?

Não tem uma mensagem específica. Eu penso que preciso ajudar de alguma forma. Minha vontade é essa: contribuir para que as crianças se tornem cidadãos críticos e para que não sejam pessoas preconceituosas. Essa é a minha preocupação. Acho que são vários assuntos, vários temas e várias mensagens.

Você tem algum livro que marcou sua infância e te fez querer escrever?

Tenho contato com a leitura e com os livros desde muito cedo. Comecei a fazer teatro com 6 anos e fui apresentada a muitos autores. Tenho enorme gratidão ao teatro, então sou suspeita para falar. “A bruxinha que era boa” e “O Patinho Feio”, me marcaram muito, porque foram as primeiras peças que eu fiz e os primeiros textos que eu decorei. A “Maria Minhoca”, que é um texto incrível da Maria Clara Machado, “Crime Atrás da Porta” e os livros do Pedro Bandeira também. São vários livros que me marcaram, eu poderia fazer uma lista infinita.

O que você considera mais gratificante no trabalho e escritora e contadora de histórias?

Acho que o mais importante para mim e o que me deixa feliz, é que eu sou uma pessoa adulta e trabalho com algo que sou apaixonada desde a minha infância. Eu trabalho com que eu gosto, trabalho com arte, trabalho com teatro e com literatura. E isso me deixa imensamente feliz, apesar de ainda ser muito difícil trabalhar com arte.

 

 

*A entrevista foi produzida sob a supervisão da jornalista Daniela Reis e Italo Charles

Por Tiago Jamarino – start – Parceiros Contramão Hub 

Vingadores: Guerra Infinita é o apogeu de 10 anos da Marvel nos cinemas, entregando um “épico” com drama, mesmo dentro de sua caixinha

 

Vingadores: Guerra Infinita é a culminação de 10 anos do Universo Cinematográfico Marvel, desde 2008 com o Homem de Ferro inaugurando a era da Marvel nos cinemas, o MCU tem construído um lindo universo e legado diante o mundo dos super-heróis. Muito se discute se esses longos anos com a temática tenha saturado aos seus espectadores, mas ao ver a este filme tenho plena certeza que está era está apenas começando. Guerra Infinita veio com a árdua missão de ser o apogeu de tudo que foi construído até então, incontáveis heróis, em vários grupos e uma gama de possibilidades, nada melhor que a casa das ideias para ter um leque nas mãos, após tanto tempo, é hora de soltar o clímax. O filme é satisfatório em vários sentidos, tanto em suas cenas de ações, em um drama dosado, suas piadas, mas é muito inchado e não tem uma história digna do hype. Os irmãos Russos tiveram um grande supletivo com Capitão América: Guerra Civil, aprenderam a trabalhar com vários personagens, com diversas locações e dosar os pontos certos, tanto que este filme a momentos grandiosos e de tensão. Mas no fritar dos ovos, nem só de bons momentos vive um filme de super-herói, é preciso mais, uma história e acabar com paradigmas que filme do gênero não precisa de um roteiro eficaz. O que vemos em Guerra Infinita é um filme bom, que tem um forte legado com 10 anos de aprendizado, mesmo contendo erros é um filme que conseguiu ser diferente em vários quesitos, mesmo tendo a nítida sensação de ser mais um filme dentro da caixinha.

Guerra Infinita se inicia logo na cena pós-créditos de Thor Ragnarok, onde a nave de Thanos se encontra com a nave dos refugiados Asgardianos, logo já temos a consolidação do Titã Louco como o grande vilão do MCU, digno de todo o hype criado. O desenrolar destas cenas já é o cartão de visita para sentir a grande ameaça que o vilão será ao longo do filme. Acabando com a curiosidade geral da nação sobre o vilão, direi já, afirmo com todas as letras, Thanos é o maior vilão de todo o MCU e se não dos filmes de heróis. Thanos é imponente, sagas, poderoso, vilanesco sem frases canastronas de sou mal, sua ameaça é sentida por todos. O grande detalhe em seu tratamento é fenomenal, a Marvel aprendeu com erros passados, o texto na mão de Josh Brolin é algo espetacular, assim como o dialogo visto até no trailer, “A diversão não é um fator quando se tentar equilibrar o universo. Mas isto, põe-me um sorriso no rosto.” As motivações de Thanos são aceitáveis, pode parecer rasas em um certo ponto de vista, mas não diferentes de vários ditadores que se levantaram pelo mundo. Os personagens do Universo cinematográfico da Marvel são especiais, estão nas nossas vidas há uma década, é fácil se identificar com todos eles, mesmo não sendo tão significativo o crescimento de cada personagem, ao longo dos anos eles evoluíram, este filme mostra onde esse crescimento os levou.

Guerra Infinita é o ponto de jornada de um vilão, em um certo ponto de vista, o filme mostrará a jornada de Thanos em um grande desafio cósmico de juntar todas as joias megapoderosas. O público já sabe onde estão todas essas joias, exceto uma, a joia da alma. A joia da alma está presente, mas o que mais é interessante o modo como ela é procurada ou meio que digamos sem spoilers, “achada”. A ordem Negra de Thanos é apresentada com esses ganchos, mas é o ponto mais fraco do filme, a tropa de elite de Thanos não é tão bem-dita e sentida sua ameaça assim, vai ver é culpa do grande vilão que os ofusca. O longa não depende de você ser um fã de uma década da casa das ideias, mas para se ter a total experiência é necessário ter acompanhado tudo de perto, isso é explicado na dramaturgia como uma forma de se conectar e importar com o personagem, dentro desta premissa, o tempo todo o filme te passará uma sensação de perigo. O que acontece ao longo do filme é uma verdadeira montanha-russa de sentimentos, alegria, euforia, medo e tristeza somados a uma carga dramática que não estava presente em Guerra Civil, em Guerra Infinita apresentam esse peso e pela primeira vez uma consequência de verdade.

A direção mais uma vez fica a cargo dos irmãos Russos, que já trabalharam na casa, com o excelente Capitão América: O Soldado Invernal (2015) e encare como queira, Vingadores 2.5 ou Capitão América: Guerra Civil (2016). A dupla de direção é bastante competente, eles sabem o que estão fazendo, o grande mérito é trabalhar com uma escala maior, mesmo a história sendo ausente. As cenas de ações são formidáveis, vamos explicar por partes, como o elenco é dividido em vários núcleos, temos o planeta Terra e o Espaço. Dito isso, a ação no espaço conta com um CGI esplendoroso, é o auge da Marvel em criação de mundos, cada planeta e em batalhas especiais, os poderes apresentados em tela, é lindo, dignos de uma space-opera. A ação na terra exatamente em Wakanda é mais prejudicada, a geografia do lugar e os planos usados causam um pouco de estranheza, se no espaço os diferentes poderes foram bem usados, na terra a uma variação esquisita e vários deslizes, mas não é nada que totalmente penaliza o conjunto da obra.

A estética do filme é diretamente a culminação de uma década, a Marvel está no auge, o vilão Thanos é feito por captura de movimento, por trás do CGI existe um ator, Josh Brolin, a ILM ( Industrial Light & Magic)responsável por esses efeitos fizeram um trabalho primordial, deixando a vista todas as expressões de Brolin e fazendo a magia acontecer de forma crível. Diferente de Lobo da Estepe em Liga da Justiça, Thanos é crível e sua presença não causa estranheza perto dos demais personagens que estão na mesma cena com ele. O filme dispõe de uma gama de vários personagens, o CGI compões tudo com bastante esmero, mas tudo isso não seria possível graças a montagem. A montagem, em contrapartida, é perfeita, conciliando todos os pontos e interligando diferentes atos e diferentes núcleos, a algumas quebras de ritmos, mas o trabalho da edição fecha com chave de ouro. As paletas de cores são cores vivas e reagem as diferentes facetas do filme, quando o drama é presente, ela fica mais escura, tudo é interligado com o que ocorre em tela. A trilha sonora ainda não é memorável como tantas da cultura pop, mas a musiquinha dos Avengers estão ali.

O roteiro é o ponto que será mais discutido ao longo do tempo, escrito pela dupla Christopher Markus e Stephen McFeely. O texto apresentado faz um bom trabalho, mediante aos vários personagens que são apresentados, temos o vilão e sua jornada com sua trupe e do outro lado, as dezenas de super-heróis que estão no longa. A história é bem simples de se entender, não espere nada complexo como os (quadrinhos) base, O Desafio do Infinito e Saga do Infinito, a história é a mais previsível possível, o que não quer dizer que o filme é ruim, mas carece de algo que poderia dar a ele um lugar ao sol. Os diálogos e as interações de vários núcleos poderiam se manter o filme todo que pagaria o meu ingresso, é divertido ver essas tão esperadas interações, felizmente, todas funcionam. A tão criticada fórmula Marvel está presente, á piadas, nós personagens que levam o humor no cerne, assim como um momento de grande drama que é quebrado por um alívio cômico, ainda está presente, mas no que diz respeito aos filmes anteriores, em Guerra Infinita, a sensação do perigo e o clima fúnebre é algo nunca visto antes.

O elenco é impossível falar de um por um, falarei bem superficialmente sem dar detalhes que possam estragar a experiência. Thor de Chris Hemsworth é meu favorito do filme, depois de Thanos, claro, o deus do trovão encontrou o ponto de equilíbrio certo entre a comédia e a piração de uma divindade. O texto não esquece do Ragnarok, tão pouco das consequências do seu primeiro ato, o Odinson carrega um peso de seus atos e sua interação com os Guardiões da Galáxia é a melhor coisa que vemos neste filme. O núcleo dos Guardiões teve seu texto escrito por James Gunn, o nível dos personagens está como dos filmes anteriores. Gamora (Zoe Saldana)Nebulosa (Karen Gillan), Quill (Chris Pratt) que junto com Tony Stark (Robert Downey Jr.), Homem-Aranha (Tom Holland), Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) tem uma interação incrível e inesperada. O núcleo da terra Pantera Negra (Chadwick Boseman) e sua turma de Wakanda, assim como Steve (Chris Evans) e sua trupe, .Scarlett Johansson, Mark Ruffalo,Don Cheadle, Sebastian Stan, Anthony Mackie, Paul Bettany e Elizabeth Olsen. Robert Downey Jr ainda encanta, mesmo sendo a sua mesma performa de sempre, ainda sim o ator consegue entregar sempre o melhor. Pela primeira vez, Chris Evans, consegue ser o símbolo de inspiração que deveria ser em vários filmes passados, mas ficava só como escada para um humor de Tony, desta vez o Capitão bota para quebrar. Peter Dinklage, de Game of Thrones, também está no filme, com um personagem ainda mantido em segredo, mas sua participação se torna memorável, apesar do pouco tempo de tela.

Vingadores: Guerra Infinita é o filme da Marvel que você está esperando há dez anos. Tudo o que aconteceu nos leva a esse evento climático. Thanos é uma força da natureza e o vilão mais mortal da Marvel Studios que já existiu. Ele facilmente leva a coroa de Michael B. Jordan’s Killmonger. O filme sofre com umas piadinhas fora de contexto, não da tempo de tela necessário a alguns personagens, por motivos óbvios é claro, a trama é bem rasa e a história não é digna de um grande épico. Dizer que o filme é o Imperio Contra-Ataca da Marvel depende do ponto de vista, por seu tom, pelo seu desfecho, dizer isso, só o tempo dirá. Mas para quem está a uma década acompanhando e amando todos esses personagens este filme é um deleite, é um filme que vai agradar tanto críticos mais conservadores como o povão, em geral.

FICHA TÉCNICA

DIREÇÃO
Anthony Russo, Joe Russo

EQUIPE TÉCNICA
Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely
Produção: Kevin Feige
Fotografia: Trent Opaloch
Trilha Sonora: Alan Silvestri
Estúdio: Marvel Studios
Montador: Jeffrey Ford, Matthew Schmidt
Distribuidora: Walt Disney Pictures

ELENCO
Angela Bassett, Annie Pisapia, Anthony Mackie, Benedict Cumberbatch, Benedict Wong, Benicio Del Toro, Blair Jasin, Bradley Cooper, Callan Mulvey, Chadwick Boseman, Chris Evans, Chris Hemsworth, Chris Pratt, Danai Gurira, Dave Bautista, Don Cheadle, Elizabeth Olsen, Ethan Dizon, Florence Kasumba, Floyd Anthony Johns Jr., Gwyneth Paltrow, Hye Jin Jang, Idris Elba, Isabella Amara, Jeremy Renner, Jon Favreau, Josh Brolin, Karen Gillan, Kerry Condon, Letitia Wright, Linda Cardellini, Mark Ruffalo, Matthew Zuk, Michael Pierino Miller, Paul Bettany, Paul Rudd, Perla Middleton, Peter Dinklage, Pom Klementieff, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Sean Gunn, Sebastian Stan, Terry Notary, Tiffany Espensen, Tom Hiddleston, Tom Holland, Tom Vaughan-Lawlor, Vin Diesel, Winston Duke, Zoe Saldana

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Por Débora Gomes – as cores dela – Parceira Contramão Hub

minha querida Alice,

quisera eu saber o que dizer pra confortar teu coração. sou também feita de imperfeições, minha querida. tenho minha carga de dores passadas e que contam muito sobre o que este meu coração cansado se tornou. em palavras, só sei dizer sobre misturas de chás, receitas para bolos, melhores biscoitos de nata para acompanhar cafés da manhã, qual janela abrir para o sol entrar durante as tardes de outono. de resto, minha pequena, não sei remédio algum que possa curar-te do amor.

sim, amor sim, Alice. afinal, que outra palavra darias pra tamanha espera? que outra palavra escolherias pra nomear teu frio no estômago e tuas lembranças que nunca evaporam? bem tentei, por vezes, alertá-la sobre ele, querida. mas preferiste não ouvir e, cá dentro de mim, fico feliz que não tenhas mesmo me dado ouvidos. penso que se fosse você a ir embora antes que o sentimento fizesse morada em teu peito, talvez nunca virias a conhecer tamanha grandeza.

eu sei que dói, minha pequena. e, se pudesse, transformaria todos os desejos do teu coração em realidades bem docinhas, pra acompanharem teu caminho. mas já que não posso, peço apenas que se lembre: não há dor que dure para sempre, nem desencontro que não possa ser remediado com manjericão e alecrim.

acalma teu coração… é dele que virão todas as tuas respostas.

com carinho,
Bisa.

ps.: ferva, por dois minutos, quatro mãos de folhas de manjericão e duas de alecrim,
em dois litros de água. tampe a infusão, deixe esfriar um pouco e coe tudo.
assim que atingir a temperatura ambiente, derrame o “chá” do pescoço para baixo,
depois de tomar banho.
pense coisas boas e tenha fé de que elas virão para você…

ps2.: manjericão e alecrim afastam energias negativas. não vão curar teu coração,
mas vão deixar tua alma mais levinha…

 

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Por Jean Lescano – Poligrafias – Parceiros Contramão Hub

Careço de você. Isso aí, tô carecendo. Carecer é urgência, é te sentir bem perto e entrar em pane por minutos. É entender que não tem escapatória, que meu calmante é teu abraço. Não dá pra empurrar mais ninguém. Tem que ser da sua maneira, essa que resolve tudo – só não resolve nós dois. Mas é com você, você topa? Você quem sabe, eu nem me incomodaria se meu braço começasse a formigar durante uma tarde no sofá. Nem ligaria se você começasse o cafuné, “Tá bom assim?”, ô se tá. É que tu sabe quando ir embora, só não sabe voltar. Por isso eu vim avisar, tô carecendo de você.

Mas me chama de algo novo, não vem com essa de “amor”. Tem que ter um novo, amor não rola. Paixão? É bem menos pesado e não carrega obrigação. Por que sentimento tem que ter nome? Eu aprendi assim, desculpa. Bora criar algo novo? Esconder de outro casal. Um nome tão besta e engraçado, igualzinho você no meu abraço. Sem esse lance de medir, que tal “Frieden?” Carrega um significado gostoso de ver, tão gostoso quanto seu sorriso que se mistura ao céu azul e imenso. Mas quer saber? Sem pressa, a gente encontra algo. Quando vierem com a pergunta do que eu sinto, vou dizer, “Ainda não tem nome, mas o sorriso é lindão”.