Meio Ambiente

Por Keven Souza

Pertencer à área urbana é estar suscetível, a todo tempo, a constantes mudanças e transformações que como em qualquer outro lugar há sempre adeptos e críticos com o ritmo acelerado. Porventura, iniciar um estilo de vida saudável com o objetivo de diminuir o sedentarismo causado pela rotina agitada, não só garante o bem-estar, como também torna popular a integração branda da natureza nos centros urbanos. 

Pensando nesses hábitos salutares, o Laboratório Ecossistêmico Interdisciplinar de Aprendizagem (LEIA) foi um projeto de extensão sediado pelo Centro Universitário Una, que reteve o objetivo de inserir o “verde” da natureza em ambientes constituídos majoritariamente por concretos. A iniciativa focada na agricultura coletiva e em contraposição a áreas ociosas, promoveu saúde alimentar e qualidade de vida por meio de hortas urbanas sustentáveis desenvolvidas como um modelo funcional e compacto em espaços do cotidiano que, em suma, não possuíssem utilidade.     

O projeto LEIA se propôs a engajar na saúde da comunidade através da gestão coletiva de técnicas agroecológicas e inovadoras ao lado de parceiros e alunos, se tornou um projeto de sucesso que reverbera, até hoje, além da instituição com ações que não só obedecem aos cuidados de preservação do meio ambiente, como também fomenta o contato com a natureza. 

 

O início

O laboratório nasceu a partir de uma pesquisa de mestrado sobre sustentabilidade gastronômica, via projeto de extensão, liderada pela professora de gastronomia da Una, Rosilene de Lima Campolina, também idealizadora da mostra acadêmica “GastroUna”, como fruto de estudos científicos e desenvolvimento local. 

Desde sua estreia em 2016, foi pensado como um grande “guarda-chuva” de saberes plurais que abrangesse tanto um laboratório social, quanto um espaço experimental com foco educativo e ecológico. O LEIA foi o primeiro projeto a implementar uma horta urbana sustentável em Belo Horizonte, sendo idealizado pelas educadoras Rosilene Campolina, Luíza Franco, Edimeia Ribeiro e Gabriela Schott

Como público-alvo integrou alunos e funcionários da Una, e de forma brilhante chegou a conquistar a comunidade local, além de estudantes de outras universidades, que com atuação mútua, totalizaram cerca de trezentos participantes ativos no projeto situados na Cidade Universitária, no terraço da Una campus João Pinheiro II. 

Canteiros do LEIA no terraço do JP II a partir do reaproveitamento de caixas e embalagens de bacalhau.

O laboratório partia da premissa de não se restringir somente ao ambiente acadêmico. As oficinas e ações giravam em torno dos pilares da educação – ensino, pesquisa e extensão. Nesta perspectiva, um dos objetivo era orientar a comunidade sobre práticas sustentáveis por meio da gestão de resíduos orgânicos e inorgânicos com eixo na educação alimentar e no combate ao desperdício, oferecendo técnicas e métodos sobre cultivo, construção e manutenção de canteiros e plantas através das hortas implantadas.

Dentre as principais atividades desenvolvidas, as oficinas “mãos na massa” com construção de canteiros e o “mãos na terra” com a manutenção do espaço LEIA da Una, duravam há cerca de uma e meia com ensino sobre conceitos de arquitetura urbana, agroecologia, compostagem, agricultura familiar, soberania alimentar, aspectos nutricionais dos alimentos e dicas para elaboração de receitas culinárias. Além disso, cada participante possuía seu próprio vaso de tempero, legume ou hortaliça disponibilizados para as atividades. 

Na visão de Rosilene Campolina, que é mestra em Sustentabilidade Gastronômica e foi capitã do projeto, a proposta de usar espaços ociosos em locais otimizados pela sustentabilidade é excepcional para o estudo e desenvolvimento de novas tecnologias que viabilizem reduzir o lançamento de resíduos inorgânicos no meio ambiente. “O Projeto de extensão demonstra o potencial de se tornar um modelo de sustentabilidade para a educação e a integração, o que permite ser exemplo para comunidade por meio do incentivo social”, explica. 

A missão de implementar as hortas era exclusivamente para qualificar a comunidade em relação à manutenção e autogestão de hábitos sustentáveis. O incentivo da criação de feiras de orgânicos e espaços verdes de convivência, gerou transformação social e auxiliou na saúde alimentar de inúmeras pessoas por meio da arquitetura familiar com foco no Slow Food e na produção coletiva. “Foram muitas conexões que, até hoje, reverberam pela cidade em ações que ‘beberam’ na fonte do laboratório. Uma ação incrível que propôs a sistematização sustentável em áreas disponíveis no contexto urbano, tais como os terraços, quintais, parques, jardins públicos, entre outros” ressalta Rosilene, sobre a importância das ações.  

Em seu escopo, a interdisciplinaridade é um dos pilares pensados para desenvolver atividades educativas que estimulavam a participação de diferentes cursos da academia no mesmo propósito – a otimização de espaços ociosos em processo da biodiversidade – que por meio de oficinas e workshops sobre tecnologia sustentável, construtiva e inovadora funcionava com colaboração de alunos dos cursos de gastronomia, arquitetura, nutrição, comunicação, moda e biologia.

Gabriel Benzaquen Magalhães, que está no décimo período de arquitetura e urbanismo e envolveu-se na extensão no ano de 2017, diz que sua participação ativa e engajada, há cerca de um ano na extensão foi imprescindível para ampliar seus conhecimentos sobre a ecoarquitetura. Uma ciência que procura fortalecer cada vez mais projetos arquitetônicos que minimizem o impacto ambiental e prospectam a sustentabilidade. Participar e aprender foi bastante enriquecedor, foi fundamental para entender o que funciona e às vezes não, é ter uma noção real do quão importante é a construção dos mobiliários de forma ecológica. De fato, fica a lição de que, com um pouco de dedicação e pesquisa, é possível se fazer muita coisa de forma sustentável e econômica”, afirma ele. 

Suas ações eram destinadas a desenvolver projetos e layouts que fossem práticos para quem frequentava o espaço do LEIA. O processo era estudar e desenhar os projetos a serem construídos, planejar os insumos e materiais a serem utilizados ou reutilizados, arrecadar materiais em uma articulação voltada à gestão de resíduos, mapear as espécies a serem cultivadas, aleḿ de pensar nas formas de replicar os projetos em outras áreas. Porventura, sua equipe ficou encarregada de elaborar um móvel para o armazenamento de mochilas com materiais recicláveis para a execução. 

Ele explica que, observa a colaboração coletiva como um instrumento poderoso que transforma os meios e as diferentes realidades sociais que existem na área urbana. “Quando várias pessoas se unem em prol de um mesmo objetivo, tudo se torna mais possível de se realizar. E esse é o legado do projeto para mim. É saber que existem iniciativas que vão além da sala de aula e minha trajetória foi ótima, pude fazer amizades, aprender coisas diferentes, ajudar pessoas e construir uma visão mais ampla de tudo que a arquitetura e o trabalho em equipe podem construir”, ressalta Gabriel.

Aula de Ecogastronomia com os alunos colhendo ora-pro-nóbis nas hortas do LEIA no terraço Una JP II para aula de Cozinha Brasileira.

A ascensão da sustentabilidade nos espaços urbanos se tornou um modelo viável para atrair atenção dos jovens a espaços verdes e como resultado positivo, por causa do LEIA, existe a contínua conexão entre todos que acreditam na transformação do meio em que se vive por meio de uma postura ambientalmente sustentável. Para Hemanuel S. De Carvalho e Tomás, gastrônomo formado pela Una e mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local, o projeto, no ano de 2016, foi objeto de estudo para sua pesquisa que tinha o propósito de compreender a capacidade dos discentes em despertar e potencializar ações sustentáveis nos meios produtivos agrícolas, o que significa que observou o desenvolvimento profissional dos estudantes de gastronomia através do LEIA.

“O projeto foi o instrumento pelo qual pude compreender que a alimentação não é o ato de comer. Através dele entendi que alimentação é um ciclo, que começa no campo, e que não termina na mesa do comensal, uma fase produtiva de caráter agrícola que é o início, para que possamos nos tornar cidadãos conscientes e acima de tudo questionadores. Visto que a alimentação é um dos mais importantes traços culturais de todos os seres”, explica. 

Segundo ele, ingressar como extensionista trouxe momentos marcantes, um específico aconteceu na oficina de “mãos na terra”, em que pôde participar ao lado de uma senhora de idade, também extensionista, que por um acaso lhe ensinou muito sobre as plantas que têm potencial alimentícias não convencionais (PANCs), afinal desconhecia esse cultivo de desenvolvimento espontâneo. E a partir deste episódio compreendeu o projeto como um lugar feito de conexões e totalmente transversal. “Naquele momento percebi que o LEIA proporcionava um ensino horizontal, aprendemos uns com os outros, trocamos saberes e construímos conhecimentos coletivos baseados em nossas realidades, valorizando uma pedagogia freiriana”, desabafa Hemanuel.

 

Parcerias e ações externas

As parcerias do LEIA intituladas como “marketing verde”, foram sediadas em colaboração com empresas e entidades que, assim como o projeto, possuíssem uma preocupação inerente ao futuro em relação à sustentabilidade nas próximas gerações. As ações em conjunto vieram com o intuito de desvincular o atual modelo planetário de desenvolvimento que compromete a manutenção das diversas formas de vida. Neste contexto, a Una através do curso de gastronomia projectava e ansiava contribuir para o bem-estar social ao lado da sociedade, por isso vieram a acontecer inúmeras colaborações voltadas a ações sustentáveis.

Ao longo dos anos houveram diversas parcerias marcantes que foram benéficas a todos envolvidos na extensão, como a parceria com EMATER, SENAC, ABRASEL, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Fazenda Engenho D’água, Frente da Gastronomia Mineira (FGM), Eja do Colégio Imaculada, Circuito Aproxima, grupo Skank com o fornecimento do Bioneem do Henrique Portugal e dentre outras, que ajudaram não só nas oficinas, mas em diferentes atividades externas desempenhadas pelo projeto. 

Uma das parcerias significativas ocorreu a partir da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), através da professora Rosângela Míriam Lemos Oliveira Mendonça, que é pesquisadora e coordenadora do curso de design gráfico da presente universidade mineira. 

No ano de 2016, Rosilene Campolina e a professora de design gráfico, fizeram o primeiro contato para pleitear ações interdisciplinares que prezavam a sustentabilidade econômica, social e ambiental por meio de hortas e jardins urbanos. A partir disso, após as atividades e ações promovidas pelo LEIA, a parceria surgiu com o propósito de atuar com mutirões para ampliação e a manutenção da horta no terraço JP II, através dos recursos didáticos baseados em design sistêmico.  

Rosângela afirma que atuou em parceria com o projeto para fortalecer o potencial das hortas urbanas, comunitárias e agroecológicas, sendo significativo para que unisse forças no projeto. Explica também que a partir das ações desempenhadas, houve-se a motivação para atuarem juntas e que por meio dos valores pessoais e profissionais que ambas possuem, tornaram-se amigas para além do projeto. 

“Nossa parceria é a prática coerente dos nossos valores. Visamos a importância de relacionamentos duradouros com apoio mútuo para o crescimento conjunto, e para contribuir para a melhoria da qualidade de vida da nossa sociedade”, define Rosângela, sobre a parceria com o LEIA através de Rosilene Campolina.  

 

Visibilidade e alcance social 

Em sua trajetória, o laboratório veio a conquistar relevância social para se tornar um dos projetos de maior destaque dentre outros da intuição com uma grande visibilidade mútua, sua história de desafios e lutas, mas de sucesso, trouxe reconhecimentos nacionais e diversas premiações eminentes. Atualmente, o LEIA faz parte Relatório de Sustentabilidade (RS) do Grupo Ânima, criado para estimular e parabenizar projetos de desenvolvimento social/sustentável de inovação nos modelos de ensino-aprendizagem; além de ter tido reconhecimento internacional com participação em pesquisa na Universidade de Hamburgo na Alemanha, como um grande instrumento para cooperação na implantação e difusão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para Agenda 2030.

Indicado ao Relatório de Sustentabilidade do Grupo Ânima
Indicação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para Agenda 2030.

Recebeu ainda certificados da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (EMATER-MG) como parceiro pelas metas favoráveis aos Objetivos do Milênio (ODM) que se referem a um conjunto de ações a serem alcançadas até 2030 para a redução da fome e da pobreza, por meio da soberania alimentar e da proteção ao meio ambiente.

Por definição, é um projeto de sucesso, vigoroso e totalmente complexo. Realizado através do esforço e engajamento dos envolvidos que acreditam na sustentabilidade como uma filosofia de vida. O LEIA, em síntese, tem como legado a proliferação de hortas urbanas e periurbanas na sequência de habituar práticas saudáveis no cotidiano das pessoas, e é uma extensão que repercute nos dias atuais para além do espaço da Una. Sendo capaz de ecoar luz a temáticas importantes e ajudar aqueles que procuram por novos modelos de vida, mais próximos da natureza e mais engajados com as causas sociais. 

 

Depoimentos dos participantes 

“O LEIA concretizou, na prática, a interdisciplinaridade das disciplinas na grade curricular da graduação de Arquitetura. Além do olhar social urbano, os alunos tiraram, literalmente, do papel os projetos que orientava em sala e em outras disciplinas. Participamos de ações fora da universidade, levando-os para as comunidades como a Vila Estrela na Barragem Santa Lúcia. Estas ações geraram muitas trocas e contribuições de saberes, necessidades e desafios reais para desenvolvimento de tecnologias para a sustentabilidade urbana, incluindo métodos alternativos de agricultura urbana e gestão de resíduos entre comunidade acadêmica e sociedade civil”, diz Luiza Carvalho Franco, que é Especialista em Sustentabilidade e foi uma das idealizadoras do projeto, sobre sua participação como coordenadora na parte de Arquitetura. 

“Fui criada em uma cidade do interior que desde muito nova já sabia de cultivo, manejo e manutenção de hortas e o LEIA, só me fez aumentar meu prazer pelas plantas. Carrego até hoje as lembranças do início do projeto, passamos pelo processo de implantação, onde participei desde a escolha do nome e foram várias reuniões. Formamos tudo e começamos a plantar as primeiras sementes e mudas, a partir daí várias pessoas e equipes começaram a se formar. Lembro também das primeiras flores comestíveis que a professora Rosilene Campolina colheu e enfeitou um prato com hortaliças e temperos colhidas pela horta do projeto e no terraço comemos eu, ela e outros colegas”, relembra Maria Galdina da Conceição de Menezes, formada em Gastronomia pela Una e ex-extensionista da extensão.

“O LEIA me fez valorizar muito mais o alimento, me ensinou a utilizar os insumos de todas as formas possíveis e a dar devida importância aos produtores. Um projeto que não se resumiu apenas a uma universidade, pois ele sempre envolveu todas as camadas da sociedade e todas as áreas de estudo. Nunca foi direcionado apenas aos alunos, seu propósito era estimular o consumo consciente dos alimentos e sempre esteve de portas abertas para aqueles que estivessem dispostos a trabalhar para a disseminação desse conhecimento sobre hortas”, diz Maria José Avelino Victória, professora de gastronomia da Una.

 

Edição: Daniela Reis

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Por Ana Paula Tinoco

Em meio ao surto de Febre Amarela, o Governo de Minas Gerais decretou calamidade em 162 cidades do Estado nesta semana, colocando como prioridade a vacinação em postos de saúde e campanhas de conscientização da população alertando quanto ao perigo da doença, a falta de informação ou a e procura pela mesma, vem causando outro grave risco, o assassinato de macacos. Os animais vêm sofrendo retaliações quando o real transmissor da doença, o mosquito, segue em paz.

 Biólogos e coordenadores da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica de Minas Gerais, Nadja Simbera (Gerente de educação ambiental) e Sérgio Augusto Domingues (Presidente da Fundação) atentam para o fato de que em tempos de epidemia, os macacos são nossos amigos, pois são eles que servem para alertar para o início de um possível foco da doença, ou seja, eles servem como bioindicadores, “A morte de um macaco por febre amarela indica que a doença chegou à região e que as medidas para seu combate e prevenção devem ser redobradas”.

 Vale ressaltar que somente os mosquitos infectados são capazes de transmitir o vírus da febre amarela, são eles, exclusivamente, os vetores da doença, já que a contaminação se dá pela picada do Aedes aegypti (em áreas urbanas) e pelo Haemagogus (em áreas silvestres). Ainda segundo os biólogos, nenhum primata contamina diretamente o outro e categorizam, “Vale lembrar que o homem é também um primata e está no ciclo da doença, mas não transmite diretamente para outra pessoa. Assim também ocorre com micos, saguis, guigós, sauás, bugios, barrigudos, barbados e tantos primatas não-humanos nativos das florestas brasileiras.”.

 E advertem que apesar de o mosquito se contaminar ao picar o símio doente, eles (os macacos) não são transmissores e assim como homens e mulheres, os mesmos adoecem somente quando são picados.

 O mito

 Sobre o nascimento do mito de que macacos transmitem a Febre Amarela, os biólogos atentam para a desinformação passada pelo famoso “boca-a-boca” e o pouco esclarecimento da população e partem do pressuposto de que a morte dos animais é prejudicial aos humanos, “Algumas pessoas não entendem o fato de a morte de primatas não-humanos por febre amarela servir apenas como alerta para a chegada da doença na região. ”, enfatizam.

 Ainda de acordo com os profissionais, este equívoco é muito sério e chamam atenção para o fato de que o real inimigo é o mosquito e apenas ele deve ser combatido ao tomarmos precauções com relação à proliferação dos focos em ambientes de risco como água limpa parada. E chamam atenção para o fato de que maltratar animais é crime previsto em lei, com o agravante neste caso de se tratar de animais silvestres. E para isso, o poder público conta com a ajuda e apoio de veículos de comunicação no esclarecimento das formas de transmissão e assim como as ações de prevenção, sendo a vacinação a mais eficaz.

 Precauções a serem tomadas:

 Sendo transmitida através de dois tipos de ciclos, o silvestre e urbano, sendo que o primeiro acontece quando o mosquito do gênero Haemagogus e Sabethes picam macacos ou outros animais silvestres infectados é necessário que pessoas que estiveram em locais de risco se vacinem, pois, são elas que levam a doença para as cidades e a transmitem ao serem picadas pelo Aedes Aegypti.

 Outra forma de evitar a proliferação é ter cuidado com caixas d’agua, entulho acumulado, pratinhos de planta e garrafas viradas para cima, assim como pneus. Mas, não se esqueça que a vacinação ainda é o melhor caminho para evitar contrair a doença e assim interromper o ciclo que pode levar à epidemia da doença. Algo que não ocorre desde a década de 1940 no Brasil.

 

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Por: Henrique Faria Marques

Dois anos após o rompimento da Barragem de Fundão, na cidade de Mariana, no interior de Minas, cerca de 30 famílias ainda lutam para serem reconhecidas, pela a empresa Samarco, como atingidas. O rompimento da barragem resultou no maior desastre ambiental já ocorrido no País, ocasionando um grande rastro de lama por todos os distritos situados em volta do Rio Doce, como Bento Rodrigues, Paracatu de Cima e Paracatu de Baixo.

Recentemente, o Ministério Público identificou 25 casos de auxílio financeiro, quatro ressarcimentos de aluguel, cinco de antecipação de indenização e cinco de moradia adequada, que não havia sido identificado pela mineradora na época. Em agosto deste ano, o MP ajuizou o segundo cumprimento de sentença homologatória que reconhece a obrigação de pagar o que é de direito, das famílias ainda não reconhecidas.

Os demais atingidos pelo rompimento, já reconhecidos pela empresa como vítimas também não se mostram satisfeitos com o andamento do processo. O projeto sofreu uma recusa preliminar da Câmara Técnica de Infraestrutura, por não atender uma condição de parcelamento dos lotes. No distrito de Paracatu, os impactados ainda aguardam a compra total dos lotes, sendo assim, em nenhum dos casos a Fundação possui o registro dos mesmos, o que barra o início das obras.

De acordo com a Assessora Técnica das vítimas de Mariana, Ana Paula Alves, na época do rompimento, as mídias tradicionais não deram voz aos atingidos como foi apurado nas mídias alternativas. Para ela, as mídias independentes têm uma leitura crítica sobre os fatos e também conhece o papel de cada um no território.

 

Atingidos e o olhar da mídia

 

Na época, as mídias tradicionais e as mídias independentes foram até a cidade e realizaram várias coberturas, porém, é nítido que as mídias alternativas apoiaram e deram mais voz aos atingidos, conforme entrevista com Ana Paula (Assessoria Técnica), ela diz que “sendo assim, é de se deduzir que as mídias tradicionais, não atribuiu voz a quem atingido pela barragem e continuam a revelar apenas um lado da história. Sendo assim, é de se deduzir que as mídias tradicionais, não atribuiu voz há quem foi atingido pela barragem e continuam a revelar apenas um lado da história.

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foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press

A crise hídrica que assolou Belo Horizonte em 2015, pode se tornar um medo do passado, é o que garante em entrevista o diretor de Operação Metropolitana da Copasa, Rômulo Thomaz Perilli. A obra para captação de água no Rio Paraopeba em Brumadinha, Região Metropolitana e que foi inaugurado em dezembro do último ano pode vir a ser a solução para que não seja necessário o racionamento ano que vem.

Em entrevista à Rádio Itatiaia, Perilli assegurou que as chuvas deste período devem garantir uma melhora significativa do abastecimento para os próximos 20 anos: “Estas chuvas que estão chegando agora permitem a gente dizer o seguinte: que muito antes do que era possível pensar, nós vamos ter os reservatórios extravasando. Então, nós estamos confirmando com essas chuvas agora que não teremos mais racionamento nos próximos 20 anos”.

Ainda segundo informações de Perilli, a captação do Paraopeba assegurou o aumento da água que já estava em abastecimento nos reservatórios que abastecem a região metropolitana de Belo Horizonte. E apesar do volume das chuvas ser menor que a média histórica os números continuam subindo: “Porque nós estamos hoje com 90 milhões de metros cúbicos a mais nos nossos reservatórios do que nós tínhamos no mesmo dia do ano passado. Mesmo se vierem secas, a não ser que sejam secas extraordinárias”, conta Perilli.

O rio hoje está com aproximadamente 80 mil litros por segundo e parte dessa água era direcionada para o mar. Com o sistema de captação é possível garantir 5 mil litros por segundo, o que contribuí para o aumento do volume de água nos reservatórios. O que, também, pode vir a calhar no que diz respeito aos valores nas contas: “Com essa obra já resolvida, nós não temos mais que buscar água com grandes investimentos. Isso vai impactar positivamente a tarifa. E, reduzindo a inadimplência também, todos pagando, o aumento será menor”, explica Perilli.

Por Ana Paula Tinoco/ Fonte: Estado de Minas

O Laboratório Ecossistêmico Interdisciplinar de Aprendizagem, conhecido como LEIA, inaugurou seu primeiro espaço comunitário na cidade de Belo Horizonte. Durante a tarde do dia 29, alunos, professores e idealizadores do projeto abriram as portas para apresentá-lo à comunidade. O local, o terraço de um prédio, está localizado na avenida João Pinheiro, nº 580, região centro-sul da capital.

Integrando quatro cursos do Centro Universitário UNA, o LEIA foi criado para o desenvolvimento de hortas urbanas e a reinvenção dos espaços da cidade. Os alunos da Arquitetura foram os responsáveis em elaborar os projetos das hortas. O principal objetivo foi a criação de um modelo funcional e compacto, que seja viável e sustentável para a sua implementação em espaços do cotidiano.

Fotografia: Lucas D’Ambrosio.
Fotografia: Lucas D’Ambrosio.

Membros dos cursos de Biologia e Nutrição dedicaram os trabalhos para desenvolver técnicas de plantio e cultivo das espécies utilizadas nas hortas. Além disso, participaram com a indicação de métodos de manutenção da compostagem adequada para o plantio. Por fim, o curso da Gastronomia ofereceu os seus alunos para auxiliar no plantio, na colheita e na utilização dos alimentos produzidos pelas hortas urbanas do projeto, na elaboração de pratos e receitas.

Interação de disciplinas: a gênese do LEIA

A professora do curso de Arquitetura e Urbanismo, Luiza Franco é uma das coordenadoras do projeto. Ela explica que uma das razões que a motivou foi levar, para fora da sala de aula, os alunos de Arquitetura. “Eles fazem muitos projetos, mas a gente não coloca na prática, literalmente não coloca a mão na massa e a arquitetura é um meio de construir”, explica.

Para ela, a interação com outros cursos foi fundamental, “A UNA tinha um projeto de hortas urbanas, mas de fazer o mapeamento delas, pela cidade. Houve o convite para a Gastronomia, e eles sentiram que outras disciplinas também poderiam agregar. É preciso conhecimento amplo, a horta em si, necessita do conhecimento em diferentes áreas. Como convidada da Arquitetura, eu topei na hora”, ressalta.

A professora Luiza Franco destaca a importância da integração entre diferentes disciplinas que formam o projeto LEIA. Na foto, ela mostra o trabalho realizado pelos alunos do curso de Moda. Fotografia: Lucas D’Ambrosio.

Rosilene Campolina, professora do curso de Gastronomia, é também uma das idealizadoras e coordenadoras do projeto. Compolina destaca que o espaço é aberto à comunidade, “É extremamente importante fixar isso. É um projeto de extensão que nós queremos disseminar essas práticas, aprendidas aqui e que a gente possa levar e externalizar esse conceito para atrair a comunidade. Que isso possa se tornar prática nas escolas, no seu condomínio, na sua casa, na sua empresa, no seu escritório, onde quer que você esteja”, finaliza.

Rosilene Campolina, professora e coordenadora do projeto LEIA. Fotografia: Lucas D’Ambrosio.

Projetos, histórias e oportunidades

Durante o evento, os alunos do curso de Gastronomia participaram de uma feira apresentando e comercializando pratos que foram elaborados ao longo do semestre. Além da feira culinária, as hortas que foram desenvolvidas pelos alunos de Arquitetura também estavam expostas para o público visitante. Além de conhecer o projeto de cada um dos grupos, quem visitava a feira poderia participar de um concurso para eleger o melhor prato e o melhor projeto de horta.

Fotografia: Lucas D’Ambrosio.
Fotografia: Lucas D’Ambrosio.

O aluno da Arquitetura, Samuel Morais, 22 anos, era um dos expositores do evento e defende que a cidade pode trazer elementos que pertencem ao campo. Acredita que o cultivo pode ser algo renovável e possibilita na criação e produção pela população, do seu próprio alimento. “O desenvolvimento do LEIA é isso: criar hortas urbanas que possam ser utilizadas no meio urbano. Hortas que possam estar em apartamentos, casas e até mesmo com a interação da família, inseridas em escolas”, ressalta.

O projeto desenvolvido pelo grupo do estudante se chama “Horta Bambulê”. Ela foi criada e pensada para ser utilizada em ambientes escolares. Para Morais, é algo que pode despertar o interesse dos alunos, desde o ensino fundamental até o ensino médio. Ele destaca, também, a utilização de materiais sustentáveis, como o bambu e latas de alumínio. “É muito fácil de ser encontrado e a utilização de latas de qualquer tipo, no caso, para a plantação, incentiva a reciclagem dentro de casa”, destaca.

O aluno do curso de Arquitetura, Samuel Morais, apresenta o projeto de horta “Bambulê”.

Além de recepcionar os projetos acadêmicos, o espaço também abriga campanhas de conscientização ambiental e sustentável. Sentado em uma mesa coberta com latas de refrigerante e ferramentas, Damião Moisés, também estava presente no evento. O artesão de 42 anos representa a conhecida “criatividade do povo brasileiro”. Convidado para participar da inauguração do espaço LEIA o senhor, de mãos firmes e olhar atento, se concentrava na criação de suas peças.

Cortando e moldando as latas de alumínio, ele conta sobre o seu ofício. “O que faço é aproveitar as latinhas. A maioria delas a gente pega nas ruas. Eu vim da ASMARE (Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Materiais Reaproveitáveis de Belo Horizonte) e há dez anos eu trabalho com a reutilização de materiais que possam ser reciclados”, conta.

Fotografia: Lucas D’Ambrosio.
O artesão Damião Josué trabalha na coleta de materiais recicláveis para a realização de seus trabalhos artesanais. Fotografia: Lucas D’Ambrosio.

No final de todo o processo, Moisés mostra o resultado final do seu esforço: depois de trinta minutos produzindo uma peça, a latinha que seria destinada para o lixo se transforma em uma coleção de peças decorativas. Conforme a criatividade do mestre artesão, as latas se moldam em panelas de pressão, bules de café e regadores de hortas e jardins, que são comercializados individualmente ou por meio de kits.

Reportagem produzida pelos alunos do curso de jornalismo do Centro Universitário UNA: Isabela Carvalho, Ingrid Oliveira, Gabriella Germana, Lucas D’Ambrosio e Thainá Hoehne. 

 

 

 

Foto Divulgação/ Retirada da Internet

Na Mitologia Maia, ela é considerada um animal sagrado. Também chamada de Jaguar, nome que tem sua origem na Mitologia Guarani, pode chegar a 2,10 metros de comprimento, pesando em média 150Kg e 90 cm de altura e vive entre 10 a 20 anos. Sendo um bicho solitário, ela procura um par em época de acasalamento, sua gestação dura cerca de 100 dias e pode ter até quatro filhotes. Seu habitat? As margens dos rios ou ambientes campestres, onde conquista aproximadamente 80 quilômetros quadrados de território para caça. Excelente nadadora e com a mandíbula mais poderosa entre os felinos, ela fica em segundo lugar entre os carnívoros.

Essa descrição é de um dos mais belos espécimes da fauna sul-americana e podemos nos atrever a dizer que é, também, do mundo. É a bela Onça pintada. Mas segundo reportagem da revista Scientific Reports, ela está ameaçada de extinção. No estudo divulgado pelo veículo, são menos de 300 onças espalhadas pela América Latina, divididas em pequenos grupos entre Brasil, Argentina e Paraguai.

Ainda segundo a publicação, o fato das regiões que abrigam as sobreviventes estarem sendo desmatadas, quase 90% das áreas originais, restando apenas 7% de matas em bom estado de conservação que possuam alimento e tamanho suficientes para abriga-las, elas ainda são perseguidas e mortas por caçadores e fazendeiros. Se esse fluxo se seguir, a Mata Atlântica se tornará a primeira floresta do mundo a ter o seu maior predador extinto e nos restará apenas a lembrança, do belo Jaguar ou Onça Pintada, ao nos depararmos com uma nota de R$ 50 reais.

Por Ana Paula Tinoco

 

Fontes: InfoEscolaCatraca Livre, Scientific Reports