Musica

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Por Daniela Reis 

 

Elis Regina foi um ícone, um estouro! Mulher de personalidade forte e à frente do seu tempo, foi a primeira a dar voz à mistura de estilos que ficou conhecida como Música Popular Brasileira em 1965, quando tinha apenas 20 anos de idade. A cantora nasceu em 1945, no dia 17 de março, na cidade de Porto Alegre (RS). Sua morte precoce a transformou em mito. Diversas canções foram eternizadas na sua voz, entre elas: Águas de Março, Casa no Campo e Como Nossos Pais.

 

Trajetória de sucesso 

A artista começou a cantar ainda menina, aos 11 anos, no programa “No Clube do Guri”, na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego. Em 1960, foi contratada pela Rádio Gaúcha. Nesse mesmo ano foi eleita a “Melhor Cantora do Rádio”. Em 1961, com 16 anos, viajou para o Rio de Janeiro onde lançou seu primeiro disco, “Viva a Brotolândia”.

Em 1964, já se apresentava no eixo Rio-São Paulo. Assinou contrato com a TV Rio, para se apresentar no programa “Noite de Gala”. Sob a direção de Luís Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli.

Nessa época, Elis criou os gestos que se tornaram sua marca registrada. Quando cantava, levantava os braços e girava-os. Também se apresentava no “Beco das Garrafas”, reduto da Bossa Nova.

Ainda em 1964, Elis muda-se para São Paulo. Em 1965, fez a sua estreia no festival da Record com a música “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes.

Elis recebeu o Prêmio Berimbau de Ouro e o Troféu Roquette Pinto. Foi eleita a melhor cantora do ano.

Entre 1965 e 1967, ao lado de Jair Rodrigues e do Zimbo Trio, Elis apresentou o programa “O Fino da Bossa”, na TV Record em São Paulo.

O programa gerou três discos Dois na Bossa I, II e III. O primeiro “Dois na Bossa” vendeu um milhão de cópias.

Ultrapassando fronteiras

Em 1968, Elis embarcou em uma promissora carreira internacional. No Olympia de Paris, foi ovacionada e voltou ao palco seis vezes depois do final do show.

Artista eclética

Era uma artista eclética, interpretava canções de vários estilos, como MPB, jazz, rock, bossa nova e samba. Levou à fama, cantores importantes como Milton Nascimento, João Bosco e Ivan Lins. Fez dueto com Tom Jobim, Jair Rodrigues, entre outros.

Entre os seus álbuns destacam-se: Ela (1971), Elis e Tom (1974), Falso Brilhante (1976), Essa Mulher (1979), Saudade do Brasil (1980) e Elis (1980).

Grandes sucessos 

Em menos de 20 anos de carreira, Elis gravou 31 discos, onde imortalizou diversas canções da música popular brasileira, entre elas:

  • Águas de Março
  • Como Nossos Pais
  • O Bêbado e a Equilibrista
  • Fascinação
  • Madalena
  • Aprendendo a Jogar
  • Casa no Campo
  • Alô, Alô, Marciano
  • Romaria
  • Upa Neguinho
  • Se Eu Quiser Falar Com Deus.

A mulher

Elis Regina foi casada com o produtor musical Ronaldo Bôscoli entre 1967 e 1972. Juntos protagonizaram brigas homéricas, geralmente em público. Dessa união nasceu João Marcelo Bôscoli (1970).

Entre 1973 e 1981 Elis viveu com o pianista e arranjador musical Cesar Camargo Mariano. Juntos tiveram dois filhos: Pedro Camargo Mariano (1975) e Maria Rita (1977).

O adeus

Elis Regina foi encontrada no chão de seu quarto do seu apartamento no bairro dos Jardins, por seu namorado Samuel MacDowell, que arrombou a porta e tentou socorrê-la, mas ela já chegou sem vida ao hospital.

Elis Regina faleceu com apenas 36 anos, em São Paulo, no dia 19 de janeiro de 1982. Sua morte foi decorrente do consumo de cocaína e o uso exagerado da bebida alcoólica.

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Por Daniela Reis 

Vander Lee ficou conhecido por fazer versos que falava do amor cotidiano e por brincar com as palavras nos seus versos musiciais. Mineiro, nasceu no dia 03 de março de 1966, em Belo Horizonte. Filho do meio entre os sete irmãos, foi criado no bairro Olhos D’água, que fica situado próximo ao encontro da BR 262 com 040.  Cursou primário na escola da Mannesmman, ginasial na Escola Estadual Paula Frassinetti (Sion) e segundo grau (inconcluso) no colégio Padre Machado, situado na região da Savassi.

O cantor e compositor começou a trabalhar ainda criança, aos 12 anos, como gandula de jogos de tênis, ali permaneceu por três anos. Também atuou como faxineiro, office-boy, entregador, auxiliar de jardinagem, almoxarife e vendedor ambulante. A paixão pela música começou em casa, pois o pai tocava violão e tinha o instrumento como seu companheiro de lazer nas horas vagas de trabalho, Vander Lee, acompanhava atento o som saindo das cordas e se encantou.

O jovem buscou aprender música, começou pela flauta doce, depois a tocar escondido o violão do pai. A MPB veio a partir daí, através do FM, das revistas com cifras e das visitas que ele fazia aos amigos que tinham uma discoteca variada. Se encantou pela música de Minas, o Clube da Esquina, da geração que vinha do Vale do Jequitinhonha, a Black Music brasileira de Tim Maia Cassiano, o samba popular do Bezerra da Silva, Beth Carvalho e Alcione nesse período.

Foi aí que resolveu montar uma “banda de final de semana” que se chamava Natural, que tocava covers do 14 Bis e outros sucessos do rock nacional, como Lulu Santos, Cazuza, Renato Russo, Paralamas, Lobão, passando pela MPB de Djavan, Caetano, Gil, Milton, Beto Guedes, Luiz Melodia. A primeira apresentação foi no auditório do Lar dos Meninos São Vicente de Paula e foi um sucesso. Eles não tinham bons instrumentos, mas aos poucos, Vander Lee comprou sua primeira guitarra. A banda se desfez quando ele serviu a o Serviço Militar.

Em 1986, quando saiu do exército, seus ex-companheiros já haviam formado outra banda e ele não se adaptou na nova formação. Começou aí, a investida na carreira solo, ele e seu violão (amigos inseparáveis) compunham as primeiras notas e letras de canções que seriam sucesso.

Primeiros passos

Passou a se apresentar em outros bares da noite belo-horizontina saiu da casa dos pais, o emprego e a escola para viver da música, no início, contando com o grande apoio de Tizumba.

Em 1987, participou do projeto Segunda Musical, no Teatro Francisco Nunes e fez a primeira apresentação baseada em composições próprias. No mesmo ano, participou do festival de música “Canta Minas” e ficou em segundo lugar com a música Gente não é cor. A premiação impulsionou Vander Lee a gravar o primeiro disco independente.

Nesta época, a assinatura do cantor ainda era Vanderly, mas o engano de um locutor de rádio, que o chamou de Vanderley, o fez repensar o nome artístico.

Em novembro de 1998, Vander Lee soube do lançamento de um livro de Elza Soares, no Cozinha de Minas. O mineiro superou a timidez e levou o disco até a cantora. Duas semanas depois, Elza o ligou e pediu para incluir a música Subindo a Ladeira nos shows dela. Vander Lee dividiu o palco com ela em uma apresentação, em BH e logo depois em vários espetáculos em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A partir daí viu seu nome projetado para todo o país.

Em 1999, o produtor Mário Aratanha ouviu músicas inéditas de Vander Lee e o convidou a gravar um CD pelo selo Kuarup. No balanço do balaio rendeu boas críticas e teve participações do gaitista e produtor Rildo Hora e de alguns companheiros mineiros como Maurício Tizumba, Tambolelê, Raquel Coutinho e do pai, José Delfino.

Vander Lee foi chamado para fazer vários shows, quando foi morar na capital carioca e conheceu o poeta Sérgio Natureza. O escritor fez a ponte até Luiz Melodia, que apadrinhou o projeto Novo Canto, naquele ano, com apresentações em Copacabana, São João do Meriti, e, pouco depois, outras performances conjuntas em BH e São Paulo.

Em 2003, Vander Lee conquistou o terceiro lugar no 6º Prêmio Visa, entre três mil concorrentes. A premiação deu fôlego para o primeiro disco ao vivo, que trouxe participações especiais de Elza Soares e Rogério Delayon.

A gravadora Indie Records distribuiu o disco e, em 2004, viabilizou o lançamento do álbum Naquele Verbo Agora, que trouxe os hits Brêu, Meu Jardim e Iluminado. As faixas do disco foram muito executadas nas rádios e o fizeram finalista do Prêmio Tim de Música, nas categorias “Melhor Disco” e “Melhor Cantor” da Canção Popular.

Em 2006, gravou o CD e DVD Pensei que fosse o céu, mostrando versatilidade entre a MPB, o samba e o funk. Com o registro, conquistou o Prêmio TIM na categoria “Melhor Disco de Canção Popular”.

Fez shows internacionais, se apresentando em Turim, na Itália, em 2008, além do Festival SXSW, nos Estados Unidos e do Festival Romerias de Mayo, em Cuba, ambos em 2009. Em 2010, votlou ao SXSW e em 2013 se apresentou em Lisboa, na programação do “Ano do Brasil em Portugal”.

Em 2009, Vande Lee lançou o disco Faro, com dez canções novas e duas regravações, Obscuridade, de Cartola e Ninguém vai tirar você de mim, de Edson Ribeiro e Helio Justo que virou sucesso na voz de Roberto Carlos.

O trabalho seguinte foi Loa, em 2014, disco romântico de MPB com arranjos delicados de piano, violões, sax e flauta. Em, Vander Lee lançou seu nono disco, com 12 faixas, todas assinadas por ele, exceto Idos janeiros, feita com Flávio Venturini. Confira matéria do Estado de Minas sobre o disco.

Em julho de 2016 Vander Lee esteve no Rio de Janeiro, e gravou um DVD no Teatro Tom Jobim, um mês antes de sua partida.

Morte precoce

O músico morreu em 5 de agosto de 2016, após um processo cirúrgico proveniente de um Infarto, na tarde do dia anterior, enquanto fazia hidroginástica. O cantor morreu as 8h da manhã na UTI do Hospital Madre Tereza, em Belo Horizonte, após a cirurgia para a correção do infarto, sofrendo arritmia cardíaca e parada cardiaca. Vander Lee deu entrada com o quadro clínico de dissecção aguda da aorta com ruptura de coronária direita, válvula aórtica e aorta descendente.

Ele completaria 30 anos de carreira no ano de 2017.

Foto : ( Capricho)

 


Música

“Que tiro foi esse”. A autora da música mais falada do mês desembarca em BH nesta sexta-feira (19), para participar de um evento que ocorrerá no Parque Municipal, a partir das 19h. A cantora é convidada do Bloco “Já é sensação”.

No sábado (20) a partir das 18h30, a banda BaianaSystem irá reunir com os blocos Chama o Sindico e Pena de Pavão de Krishna, também no parque. O evento tem como objetivo, estimular a reflexão sobre a sustentabilidade em BH, dando ênfase no respeito e na liberdade de expressão.

Valor:  R$ 15 o lote extra /  BLOCO DO PIMPÃO – JOJO TODYNHO

Endereço:  Parque Municipal. Avenida Afonso Pena, 1.377, Centro

 

 

Artes Visuais

O Centro Cultural Banco do Brasil reúne 120 obras do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE) na exposição “Disruptiva”. A mostra começa nesta sexta-feira (19) e vai até dia 19 de março. A entrada é gratuita e a classificação é livre. 

Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, (Praça da Liberdade)

 

Saúde

A Prefeitura de Belo Horizonte vai reforçar a vacinação contra febre amarela neste final de semana. Os 152 centros de saúde vão funcionar neste sábado, dia 20 de janeiro, para vacinação. O horário de funcionamento será das 08 às 17 horas. Saiba mais no link.

 

 

 

Por Hellen Santos 

 

O Brasil é um dos países mais ricos culturalmente, de norte a sul encontramos diversas formas de demonstração de cultura, movimentos como a Bossa Nova e a Música Popular Brasileira (MPB).  No repertório de nomes consagrados como, Roberto Carlos, Carmem Miranda e Ana Carolina, trazem experiências nas notas musicais e grandes melodias. O compositor visa o casamento entre a melodia e a letra, com o auxílio da sensibilidade e criatividade nos acordes, trazendo a emoção. Muitos artistas já nascem com o dom de compor: Vinícius de Moraes, Gilberto Gil, Cartola, dentre outros grandes nomes da música brasileira.

Em Minas Gerais, o compositor de sambas e microempresário Edson Cruz, de 58 anos, coloca em suas letras fatos do cotidiano e também um pouco de mensagens positivas e de esperança para quem vai ouvir suas melodias. Cruz descobriu seu interesse pela música nos anos 1970, quando aprendeu a tocar violão. Nessa mesma época, juntamente com seus amigos, participou de festivais o que fez o interesse pela música crescer, e foi aos 17 anos que sua primeira composição nasceu.

Ao relembrar da infância o sambista ressalta:  “Meu pai tocava violão e alguns tios, como minha avó materna gostava de cantar, sua casa tinha reuniões quase semanais. Com isto, tomei gosto pela música desde que me entendo por gente”, conta o compositor aos risos, que ainda completa destacando o que gostava de ouvir:  “As canções que faziam sucesso nas rádios e nos programas de auditório, praticamente: MPB”.

Edson Cruz destaca que no Brasil tem músicos de renome, porém, para não citar os inúmeros compositores que admira, ele resume em um: Luiz Melodia, autor de grandes músicas que o sensibilizou com suas letras.

Para Cruz, suas composições influenciam positivamente a sociedade, pois, segundo ele, esse é o lema principal na hora da criação. Sobre as políticas públicas, voltadas para a cultura, o compositor ressalta a importância de ter políticos ligados a música. “Como os políticos são um extrato da sociedade, e a cultura, incluindo a música, é importante para todos, seria interessante que tivéssemos candidatos com propostas específicas para o apoio à cultura”, afirma Edson. Ele acredita ainda que mesmo que a cultura musical brasileira esteja num momento industrial voltado para sucessos em letras pornográficas, ainda existem ouvintes que são fieis as músicas raízes.

 

Edson Cruz ( Arquivo Pessoal)

 

Não muito diferente de Edson, o porteiro e rapper Lucas Frade, 31 anos, vem pouco a pouco ganhando espaço com sua música. Segundo o jovem, tudo começou após um sonho onde Deus lhe dizia que sua missão na terra era cantar. Frade escreveu a sua primeira letra há sete anos e de lá para cá já foram mais de cinco discos lançados. Assista ao bate-papo com Lucas em especial para o Dia do Compositor, comemorado nesta última segunda-feira, 15.

 

 

Matéria: Hellen Santos 

Filmagem e edição: Ana Luísa Arrunátegui