palácio das artes

My name is now, Elza Soares dirigido pela mineira Elizabete Martins Campos
O Tesouro, filme do diretor Corneliu Porumboiu
O Tesouro, filme do diretor Corneliu Porumboiu

O INDIE Festival criado em 2001, comemora seus 15 anos neste ano. O evento que retorna a Belo Horizonte apresenta 65 filmes, produzidos em 21 países diferentes. Do dia 3 ao dia 9 de setembro, o Cine Humberto Mauro, Sesc Palladium e o Belas Artes Cinema, abrem suas portas para a comemoração do Festival Internacional, que ocorre em inúmeros países, e no Brasil nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte.

Para a comemoração de 15 anos do INDIE, além dos filmes recém-exibidos em festivais como Cannes e Berlim, serão transmitidas, longas vindos de países com pouca tradição cinematográfica feitos na Estônia, Lituânia, Geórgia, Azerbaijão e muitos outros. O Brasil também será representado pelas produções: “A loucura entre nós”, de Fernanda Vareille, “Asco” de Ale Paschoalini, “My name is now Elza Soares”, de Elizabete Martins Campos, “O signo das Tetas”, de Frederico Machado, “Sermão dos Peixes”, de Cristiano Burlan e “Trago seu amor”, de Dellani Lima.

My name is now, Elza Soares dirigido pela mineira Elizabete Martins Campos
My name is now, Elza Soares dirigido pela mineira Elizabete Martins Campos

“Como a escolha dos filmes é muito criteriosa o resultado é uma programação mais plural, mais representativa, uma imagem do cinema independente mundial. Ao longo desses 15 anos dá para perceber que o INDIE se consolidou, construiu uma personalidade própria, com uma curadoria definida, exibindo o não óbvio, o inesperado.”, afirma Eduardo Garretto Cerqueira da produtora Zeta Filmes, organizadora do Festival este ano em Belo Horizonte.

Segundo Cerqueira, o INDIE Festival, além de somar para a agenda cultural de Belo Horizonte, também é importante para formar um público do cinema independente, além de ajudar com a visibilidade dos diretores que não teriam uma distribuição comercial de seus projetos no país.

Para mais informações acesse o site do INDIE Festival.

Assista a entrevista realizada pelo Contramão com Elizabete Martins Campos, diretora do filme “My name is now Elza Soares”.

Por Julia Guimarães

Foto: Marina Rezende

O fim de semana chegou! Programe-se:

1 º Circuito Gastronômico Fleming

A avenida mais boêmia da cidade recebe o 1 º Circuito Gastronômico Avenida Fleming,  no bairro Ouro Preto. Ao todo, 20 estabelecimentos estão participando, sendo eles: Camarote Music Bar, Bar e Boi, Barolio, Barril 211, Belga Brigaderia, Bistrô Vila Rica, Burgueria, Casarão, Don Carlo La Pizzeria, Dona Breja, Esbetos Espetaria Gourmet, Espeto Beer, Feijuada, Filé, Massas, Nostra Casa, Ochi Sushi, Seu Jorge, Siri, Surubim e Sushi House.

Baixo Centro Cultural

Baixo apresenta Charlie e os Marretas

Com um repertório inspirado na dualidade estética representada pela nova e pela antiga escola do funk, as composições da banda Charlie e os Marretas revelam influências de ícones da velha guarda do gênero, como James Brown, Parliament e The Meters, além de Afrika Bambaataa e DJ Premier. No trabalho desenvolvido pela banda paulista, essas influências convivem com o tempero das novas gerações do jazz-funk e do hip-hop, representadas por RH Factor, Madlib e J Dilla, além de ritmos dançantes contemporâneos como o reggeaton e o dubstep.

Data: 14 de agosto, sexta-feira

Horário: 22h

Ingressos: R$ 15 (promocional) – https://bit.ly/1OAx8Xf

Classificação: 18 anos

Local: BAIXO Centro Cultural – Rua Aarão Reis, 554, Centro

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Eu Não Presto Mas Eu Te Amo

Como sempre, a tradicional Eu Não Presto Mas Eu Te Amo apresenta altas doses de brega sincero, dor de cotovelo honesta e love songs. Musica pra maltratar os corações apaixonados. Os DJs Capitão Ingrato, Hambúrguer Leviano, Lobo Solitário, Kemille Lorraine, Ingrid Gabrielle envolvem a pista de dança com as canções mais inspiradas já feitas sobre amores e desamores e, claro, as inesquecíveis baladas bregas nacionais e internacionais que não saem da nossa cabeça.

Data: 15 de agosto, sábado

Horário: 22h

Ingressos: R$ 15 (promocional) – https://bit.ly/1IXR5sf

Classificação: 18 anos

Local: BAIXO Centro Cultural – Rua Aarão Reis, 554, Centro

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Horário de Funcionamento:

Quinta: das 20h às 2h | Sexta: das 22h às 5h | Sábado: das 22h às 5h

Aniversário CCBB

O cinema também tem espaço na programação de aniversário do CCBB, de 20 a 30 de agosto, acontece a 10ª Mostra Mundo Árabe de Cinema que vai apresentar um panorama social, cultural e político dos países árabes e da região do Oriente Médio e traz, ainda, importantes personalidades do cinema árabe contemporâneo. E de 13 a 16 de agosto será exibido o documentário de Carlos Nader, A Paixão de JL, que contará com a presença do Diretor para um bate-papo com público após a sessão do dia 16. A entrada é gratuita.

Data: 05/08 a 30/08

Diversas atividades envolvendo artes visuais, debates, cinema, teatro, música e ações educativas

Mais Informações  

Por Raphael Duarte

 

Para conhecer um pouco desse mercado que cresce cada vez mais na capital mineira, conversamos com Cristiano de Souza Reis, diretor da Companhia de Dança do Palácio das Artes, e também com os bailarinos Fernando Cordeiro, 46, e Lucas Raphael Medeiros, 24, que nos contaram um pouco das suas experiências com a dança e os principais desafios que enfrentaram no decorrer dessa jornada.

Lucas Medeiros começou sua carreira na dança, há seis anos, em uma igreja, aos poucos descobriu que ela poderia virar uma profissão e resolveu investir nela: “Fiz dois anos de aula de ballet e participei de alguns grupos amadores durante esse período, até que eu entrei no Palácio das Artes como estagiário, acompanhando os processos criativos da companhia e fazendo aulas de dança. Logo em seguida, ocorreu outro processo seletivo dentro da companhia e eu entrei como bailarino profissional”.

O bailarino Fernando Cordeiro passou por percurso semelhante. Cordeiro sempre praticou atividades físicas e ingressou na dança, aos 22 anos, em pequenas Companhias, até que participou de uma audição pública na Companhia de Dança do Palácio das Artes, da qual faz parte desde então. “A dança é um desafio constante. Há um horário a ser cumprido, esclarece. “Sabemos que a dança, atualmente, é uma manifestação artística, e o meu maior medo é o que eu poderia fazer quando parasse de dançar”. Ele ainda acrescenta : “O mercado tem mudado bastante com relação à dança e que hoje algumas Companhias têm bailarinos de até sessenta anos, que a relação do mercado da dança é muito aberta e que existem companhias de dança que aceitam pessoas mais velhas, com certos tipos de deficiência, e até mesmo pessoas mais maduras, coisas que há 20 anos atrás ainda não encontrávamos nas Companhias de dança.”

O diretor da Companhia de Dança do Palácio das Artes, Cristiano de Souza Reis começou sua carreira com 15 anos de idade, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde praticava a ginástica olímpica, até que um dia recebeu um convite da diretora do SESC para poder entrar na dança, mas tinha um pouco de receio no princípio, talvez por não conhecê-la bem ou por causa das roupas muito justas. Hoje, com 38 anos de idade, ele afirma que não se arrependeu da escolha de trilhar sua carreira na dança, mesmo abrindo mão de fazer uma faculdade aos 18 anos, como todos os jovens na época faziam.

No ano de 2000, Reis começou a jornada na Companhia de Dança do Palácio das Artes, que foi quando ele se mudou para Belo Horizonte. Nesse mesmo período, resolveu retomar os seus estudos, se graduou e fez mestrado pela Universidade Federal de Minas Gerais. Ele comenta que sempre acompanhou os processos artísticos da companhia e se tornou o primeiro diretor homem dos últimos vinte e cinco anos.

A Companhia de Dança do Palácio das Artes começou as suas atividades no ano de 1971 e pertence à Fundação Clóvis Salgado. As apresentações já foram vistas por diversas pessoas de várias cidades de Minas Gerais e por vários países, como Cuba, França, Itália, Palestina, Jordânia, Líbano e Portugal.

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Por: Raphael Duarte

Começou nessa sexta-feira, 27, e vai até o dia 19 do próximo mês, no Cine Humberto Mauro a mostra Cinema e Rock ‘n Roll, que traz filmes sobre o universo musical do rock em suas várias gerações. Vários ícones e épocas desse estilo musical foram lembrados na escolha dos filmes, como Jimi Hendrix e Neil Young, que surgiram na década de 1960, e o movimento hippie, no longa adaptado do musical de mesmo nome, Hair, de 1979.

A mostra, que já está na terceira edição, tem se tornado tradicional no cinema. De acordo com o gerente do cinema e curador da mostra, Philipe Ratton, “a ideia da mostra é trazer a relação da música, em especial o rock and roll, com o cinema”.  O diferencial dessas exibições em relações às outras, é que nessa edição serão lembrados estilos musicais que ainda não haviam sido retratados.  “O blues, o soul e o glam rock”, cita o coordenador e também curador da mostra, Bruno Hilário.

A junção de música com cinema é comum, e atrai publicados variados.  Segundo Ratton, as duas primeiras edições lotavam a sala do cinema. Ele explica que “o rock é um movimento cultural, até pela sua própria origem de contestação e do desejo de se mudar antigos valores, e essa é a relação primordial com o cinema, que também busca conseguir isso”. O coordenador ainda acrescenta que um dos momentos em que podemos ver esse fenômeno bem explícito é quando o conhecido como rei do rock, Elvis Presley, começa a gravar seus filmes. “Um auge interessante é nos filmes do Elvis, quando o cinema pega as músicas desses camaradas e começa a acompanhar a indústria fonográfica e fazer ela movimentar. Os filmes do Elvis funcionavam como uma grande propaganda para os seus discos”, esclarece Hilário.

O estudante João Brandão, que esperava com a namorada a sessão começar conta que um dos motivos de vir ao evento são as variadas histórias que se conta dos bastidores do estilo. “Sempre têm muitas histórias e lendas, e elas são muito legais e interessantes, e é ótimo quando trazem isso pra gente”, conta Brandão.

De acordo com os curadores, o sucesso é tanto que já se planeja uma quarta edição. Ainda sem uma data estabelecida o projeto já está em mente. “A mostra vai ter uma continuidade, e sem dúvidas teremos uma parte quatro”, esclarece Ratton.

Por: Ítalo Lopes

Imagem: Cena do filme Hair, de Milos Forman

Bailarinos fizeram na tarde de hoje, um ato público na Praça da Liberdade, em defesa da permanência do Ballet Jovem Palácio das Artes, que no dia 4 deste mês, recebeu a notícia do fim do projeto. A manifestação que tomou conta das redes sociais, tem o objetivo de mostrar o interesse dos bailarinos pela continuação do programa, além de chamar a população da cidade para participar da ação em apoio à cultura.

O projeto, que funcionava por meio das leis de incentivo à cultura, foi encerrado abruptamente, com o argumento de não haver mais verba. Desde então, os membros estão se mobilizando nas redes sociais em busca de assinaturas para uma petição a ser entregue ao Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais, Angelo Oswaldo.

Segundo a Bailarina Bárbara Maia, 21 anos, o secretário pediu um prazo de dez dias para dar algum retorno sobre uma possível solução. “Pedimos o apoio da população. Estamos fazendo aula, na porta do Palácio das Artes, de 09hs as 10hrs e 30, a procura de assinaturas para petição online que fizemos. Queremos que as pessoas tomem conhecimento do que está acontecendo e se unam a nós. O Ballet Jovem não é apenas para esses 32 bailarinos, mas para os que ainda virão, os que desejam ter uma formação profissional para se inserir no mercado, e para o público que nos assistia e que gostaria de continuar assistindo. Que a gente leve, no dia 23, a conhecimento do secretário o apoio dessas pessoas que estão conosco.”, ressalta.

Davi Lopes, também bailarino, 20 anos, vê como um descaso, o fato de não terem recebido nenhum tipo de aviso prévio. “Terminamos sem ao menos uma notificação ou aviso prévio. Eu acho que seria menos ‘brutal’ se tivessem colocado no nosso mural: “O projeto acaba daqui uma semana, ajeitem suas coisas e vão embora”. Fomos cortados pela cabeça mesmo. Saímos sem saber para onde iriamos. A população de Belo Horizonte acaba perdendo com o fim desse projeto”, desabafa.

O Ballet Jovem

O Ballet Jovem Palácio das Artes é um projeto de extensão do Centro de Formação Artística do Palácio das Artes – CEFAR, que existe desde agosto de 2007, com o objetivo de preencher a lacuna que existia entre a formação do bailarino e a sua inserção no mercado de trabalho. O Ballet contava com um corpo de dança formado por 32 dançarinos, muitos saíram de centros de formação de outros estados e vinham completar sua formação na capital mineira.

Texto e foto: Victor Barboza

Frases épicas como “Toto, eu tenho a impressão de que não estamos mais no Kansas”, da Dorothy, no filme O mágico de Oz, de Victor Fleming, e cenas como a que personagem Scarlett O’Hara (Vivien Leigh) do filme …E o vento levou volta para a fazenda da sua família e a vê destruída podem ser revistas, agora, na tela grande. A Mostra 1939, cartaz do Cine Umberto Mauro, termina no dia 5 de fevereiro com a reexibição de clássicos da chamada Era de Ouro de Hollywood (1930-1940).

O assistente de programação da mostra, Bruno Hilário, 29, explica que vários fatores influenciaram para esse ano ter sido tão marcante para o cinema. “Cada produtora tinha seu próprio elenco e diretores inventivos e audaciosos, como é o caso do Victor Fleming. Eles fizeram esses filmes que se tornarem grandes clássicos e entraram no imaginário do homem”, esclarece. O programador ainda complementa dizendo que o público que visita o evento é bem diversificado. “Jovens, adultos e idosos, dos mais saudosistas até os que querem conhecer sobre esse cenário do cinema”.

Veja a Programação completa:

Conversas de saguão

Quando eu saí da redação para ir conversar com o público da mostra, por volta das 16h30, acreditei que iria encontrar um ambiente vazio e de saudosistas. O tempo abafado e os sinais da chuva me faziam acreditar na previsão. Minha surpresa foi grande ao encontrar a fila dando voltas no espaço. Pessoas chateadas por não ter conseguido ingresso, e maior ainda ao ver crianças acompanhando seus responsáveis. O filme a ser exibido era O Morro dos ventos uivantes. “Quero saber como era naquela época, então vou ver esses filmes mais antigos para saber. E não é ruim, é bem legal”, declarou a estudante Lua Clara, 12.

A secretária executiva aposentada Giselda Prazeres já havia assistido ao filme e não hesitou em rever Merle Oberone e Merle Oberon em cena. “Os atores contracenavam melhor e eram talentosos. Não existia essas tecnologias de efeitos especiais. Hoje em dia, os filmes são todos projetados em computador”, explicou. Para a aposentada os atores, em 1939, eram mais versáteis. “Os atores eram re-al-men-te [disse enfatizando cada sílaba] talentosos, dançavam, cantavam e eram muitos mais bonitos [risos]. Meus bonitões preferidos eram o Clark Gable e o Cary Grant.

Pouco antes de a sessão começar mais pessoas chegavam a procura de ingressos, mas sessão estava esgotados. Enquanto aguardava o próximo filme, a jornalista Barbara Profeta, 25, destacava a importância de rever os clássicos na Mostra. “É ótimo porque nem todo mundo tem acesso a esse conteúdo. Quem tem apenas TV aberta não vai assistir, a não ser que corra atrás. Uma mostra dessa e no Palácio das Artes é um atrativo a mais”.

Por: Ítalo Lopes

Imagem:  Warner Bros. Home Entertainment Group