Pontuando
Artigos sobre as questões éticas e sociais envolvidas na cobertura midiática

Autorretrato da fotógrafa Vivian Maier - Fotografia - Isis Medeiros

As produtoras de imagem de todo o Brasil estão reunidas e promovem um encontro simultâneo nesta semana. A primeira convocatória será realizada para discutir a criação da Associação Brasileira das Mulheres da Imagem que abrangerá 13 cidades do país, entre elas, Belo Horizonte. Por aqui, o encontro ocorre na sede do Sindicato dos Jornalistas (SJPMG), a partir das 19h30 na sexta-feira, 13.

Aberto às mulheres que utilizam a imagem como ferramenta de criação, seja amadora ou profissional, a proposta é reunir e criar uma interação entre elas – que trabalham com fotografia, produção de vídeos, designers e outras abordagens imagéticas. De acordo com os organizadores do evento, a proposta é criar um espaço aberto para discussões que possa englobar as demandas e ideias comuns e que consiga proporcionar um modelo de associação para atendê-las.

Para uma das idealizadoras da associação, a fotógrafa Marizilda Cruppe, ainda não existe estatísticas sobre quantas mulheres estão dedicadas a este trabalho. “Não sabemos por quais cantos deste imenso país estamos com os pés fincados. Muitas vezes, somos invisíveis até para nós mesmas”, explica Cruppe que destaca ainda, a importância de combater as inúmeras dificuldades enfrentadas pelas mulheres “São tantas as formas de crime, agressão, assédio e intimidação que atingem as mulheres de todas as categorias profissionais e classes sociais, seja no mercado de trabalho ou na própria família, que não vemos outro caminho a não ser nos unirmos para criarmos uma grande teia”, ressalta.

Mulheres da Imagem fora do eixo

Além das tradicionais cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, os encontros também serão realizados em outras 10 cidades, dentre elas São Luís (MA). Por lá, a jovem Julyane Galvão de 26, representa uma das “mulheres da imagem” espalhadas pelo país.

Trabalhando há seis anos com a fotografia, Galvão conta que tudo começou quando comprou sua primeira câmera compacta. “Por gostar de ser fotografada, logo senti a necessidade de ficar por trás das câmeras”, conta.

Bumba-Meu-Boi de Eliezio. São João do Maranhão, 2016. Fotografia: Julyane Galvão.

Ato Contra o Aumento de Passagem no Transporte Público Ludovicense, 2015. Fotografia: Julyane Galvão.

Ao longo desses anos, ela e outros fotógrafos da região desenvolvem ações e trabalhos voltados à valorização da cultura e do povo Maranhense. Agora, uma nova oportunidade surgiu para o alcance das lentes da jovem, que demonstra a capacidade das mulheres no ofício fotográfico. “A oportunidade de nos unirmos é o principal motivo para esta soma. Poder compartilhar informações e aprender com pessoas com mais experiência me deixam ainda mais motivada”, ressalta.

Para ela, poder mostrar o seu trabalho e participar dessa iniciativa é superar a barreira territorial e dos preconceitos que ainda existem. “Acredito que abrirão portas para que acreditem que não só as mulheres, mas sim todo mundo pode fazer acontecer e ocupar locais com diversas artes que cada um de nós carrega dentro de si. Aos poucos, mostramos o potencial que carregamos nos braços, no espaço e principalmente no olhar”, conclui.

Belo Horizonte

Em BH, o encontro “Mulheres da Imagem” será realizado com o intuito de aproximar o maior número de mulheres que possam dialogar sobre questões relativas a área de atuação na cidade e no estado mineiro. A programação conta com rodas de conversa, varal de trocas de fotografias e uma projeção de imagens.

Uma das organizadoras do evento na Capital das Gerais é a fotógrafa Isis Medeiros, 27, que explica um dos motivadores da iniciativa. “É porque sentimos cotidianamente que nós não temos o mesmo reconhecimento e valorização nas nossas profissões. Comparando com os homens, ainda não temos os mesmos espaços nas galerias, museus e nem nas redações dos grandes jornais, revistas e TV. Sem contar assédios e violências que sofremos em diversas situações”, desabafa.

Representação de Tuira Kayapo. Projeto “Mulheres Cabulosas da História”. Fotografia: Isis Medeiros.

Após perceber a necessidade de ver algo acontecendo entre as mulheres que trabalham na área, ao lado de outras pessoas surgiu a proposta de criar uma situação mais organizada. “Quando eu vi que nacionalmente outras também estavam se juntando com o mesmo objetivo, eu me senti ainda mais fortalecida para seguir em frente com a ideia que já não era só minha, mas de um levante convencidas da necessidade de nos unirmos por um bem comum”, finaliza.

Reportagem: Lucas D’Ambrosio

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Imagem: Revista AzMina

“Não é uma tristeza que, em pleno século 21, a gente ainda tenha que ensinar marmanjo como brinca de conquistar?” Com este slogan a revista AzMina lançou a campanha #CarnavalSemAssedio onde foi veiculado o Guia prático e didático da diferença entre Paquera X Assédio – Para você não ser um canalha neste carnaval”.

Para a editora-executiva e fundadora da revista, Nana Queiroz, “A campanha é uma parceria entre várias mulheres incríveis de vários grupos e coletivos que cansaram de ter que passar raiva e medo durante o Carnaval e decidiram agir. Nós não queremos mais dançar olhando pros lados para ver se alguém vai pegar na nossa bunda sem permissão”, desabafa.

Segundo Queiroz, é revoltante ainda ter que explicar para os marmanjos crescidos como é que se brinca de paquerar, “Essa é a maneira mais eficiente que encontramos de mudar esse quadro. E é pra levantar debates que a Revista AzMina Existe. É reconfortante ver, a cada dia, como muitas mulheres nos escrevem dizendo que suas vidas foram transformadas ao quebrar o silêncio sobre o estupro que sofreram ou por terem entendido que o que o chefe fazia era assédio, por exemplo”, conclui.

Dentre as instruções encontradas no guia, destaca-se: “Paquera: rola uma troca de olhares, um sorriso assanhado e um sinal claro do interesse das duas partes. Vem o beijo.” “Assédio: o cara puxa pelo cabelo, agarra o braço, machuca e manda um ‘cala a boca’ em forma de beijo.” A fim de saber a opinião popular sobre o assunto, e confirmar a necessidade de abordar temas como este, o Jornal Contramão lançou a questão em um grupo de debates no Facebook. O resultado foi este:

 

 

Na contramão de grande parte dos comentários, o advogado Pedro Munhoz explica: “Assédio é quando a pessoa insiste em ter intercurso sexual ou romântico com alguém diante da negativa da outra parte. É insistir, de forma indesejada, inconveniente, na paquera”. E adverte: “Se, no entanto, o sujeito agarra a mulher e rouba um beijo, passou de assédio e, juridicamente, pode até ser considerado estupro.”

Por: Bruna Dias

Devido a um impasse na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que cria o Marco Civil da Internet, até então tido como principal pauta em tramitação na casa, teve sua votação, que teria acontecido no ultimo dia 29, adiada. Os princípios e garantias de uso da Internet: essa é a síntese de um assunto que interessa aos milhões de usuários no Brasil.

O Marco Civil da Internet foi lançado em 2009, e sua construção foi toda feita de forma colaborativa, através de uma consulta publica. Esse conjunto de normas garante ao internauta que todos os seus dados continuarão circulando na rede e devem ser tratados de forma neutra, mantendo assim o principio chamado de neutralidade.

A privacidade do usuário também é um ponto importante do Marco Civil. Esse ponto defende que o usuário tem o direito de ter sua navegação guardada sob sigilo, sendo assim os provedores de internet não poderiam fornecer dados, por exemplo. O usuário só poderia ter seus dados vazados através de uma ordem judicial. O mesmo vale para dados pessoais que o identifique, além de ter o direito a excluir definitivamente todos os seu histórico de navegação na Internet.

A liberdade de expressão na rede é outro ponto importante. Hoje no Brasil, os provedores tem o papel de “juízes” do mundo virtual, isso porque estes administradores tem o poder de retirar qualquer dado da rede, sem nada que regulamente esta ação. Neste caso, o Marco Civil propõe que qualquer material posto na rede só deve ser retirado sob ordem judicial.

Por: Heberth Zschaber

Foto: Reprodução da Internet

Esse ano a marcha das vadias de Belo Horizonte superou as expectativa  de todos inclusive das articuladoras como relata em seu site Adriana Torres, ativista do Movimento Nossa BH e uma das participantes da Marcha, “foi de encher os olhinhos d’água ver mais de mil pessoas – jovens, nem tão jovens, cis, trans, mono, hétero, crianças, unidos com alegria e irreverência na defesa da liberdade e contra a violência”.

 A concentração que começou na Praça Rio Branco,as 13 horas em frente à rodoviária da Capital Mineira, passou pela Praça da Estação, Rua da Bahia, Praça da Liberdade, Savassi. o evento esse ano cresceu, conquistou, e trouxe as ruas o encanto do afeto humano em prol de um só ideal. E agora pressiona, e convida a ir além. A formar uma base de um mundo diferente para nós e para os próximos habitantes desse globo de poucos, loucos, por um intelecto em comum.

As políticas públicas relacionadas à violência contra a mulher está mais focada no “pós-violência”. “Temos poucas ações para conscientização, prevenção e conhecimento de que o machismo, a cultura patriarcal, é um dos principais fatores dessa violência”, afirma Adriana torres.

Vejo que essa reflexão deve começar dentro de nós, transformando em atitudes não machistas, não homofóbicas e não racistas no nosso dia a dia. É fácil admitir isso, não é fácil é olhar para nosso espelho interior e assumir uma postura mais humana, olhando para os outros e menos para nosso próprio umbigo.

No ultimo sábado (25), As ativistas usaram roupas curtas e algumas deixaram os seios a mostra e  o próprio corpo usado como meio de vincular o protesto para contestar o machismo. Com palavras pintadas pelo corpo, cartazes nas mãos e uma grande mistura entre muitos  homens,Crianças , mulheres e afins defendendo que é preciso aprender a respeitar não só as mulheres mas todos os seres que o merecem.

A Marcha das Vadias teve início em 2011 na cidade de Toronto, no Canadá, organizada por estudantes da universidade local. Após uma declaração de um policial na instituição que disse que se as mulheres se vestissem como “vadias” poderiam estimular o estupro.

Como explica o site.

O manifesto pacífico e bem humorado  também foi marcado em São Paulo,Recife e Curitiba, e já teve diferentes versões em diversos países. Assim a marcha chama a atenção da população, para que o preconceito seja banido dos pensamentos controversos dessa sociedade imperfeita.

A nossa conduta não deveria ser alvo de julgamentos, principalmente, porque o defini o caracter de um ser, não é constituída por “fora”, pela “casca” e sim pela essência da integridade sentimental que compartilhamos. Para se juntar a marcha não é preciso se despir, bastar estar confortável, todos são bem vindos desde que venha com alma e coração aberto a liberdade de expressão.

Por: Aline Viana

Foto: Aline Viana

Jornada Mundial da Juventude (JMJ)

O Papa Francisco I acabou de ser eleito e já tem compromissos agendados. Um desses compromissos é a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada pela primeira vez no Brasil, nos dias 23 a 28 de julho. O evento reúne milhares de pessoas do mundo inteiro, principalmente jovens com o objetivo de celebrar e aprender sobre a fé católica, construir pontes de amizade e esperança entre continentes, povos e culturas.

A JMJ iniciou com o Papa João Paulo II, em Roma em 1986, a partir deste ano as jornadas passaram a ser celebrada anualmente e em intervalos entre dois e três anos, uma cidade é escolhida para celebrar a grande Jornada internacional. Na ocasião foi entregue aos jovens uma cruz que se tornou um dos principais símbolos da JMJ, mais conhecida como a Cruz da Jornada. Durante a JMJ acontecem outros eventos como catequeses, adorações, missas, momentos de oração, palestras e shows. Tudo celebrado em diversas línguas.

O Contramão entrevistou o coordenador da juventude Arquidiocese de Belo Horizonte, Wendel José dos Santos, para saber como estão os preparativos para esse evento aqui na capital.

 Como está os preparativos para o evento aqui em BH?


Nossa amada Arquidiocese de Belo horizonte se prepara carinhosamente para receber os peregrinos estrangeiros aqui na capital, para viver a Pré-Jornada – Semana Missionária e depois todos juntos irmos ao Rio de Janeiro para a JMJ, estamos organizando as famílias para acolher os jovens, grande momentos celebrativos, caminhada, shows e muitas outras atividades missionárias, religiosas e culturais para que seja marcante a passagem deles por Belo Horizonte e que aqui também fique um legado para os nossos jovens.

Em sua opinião o que altera para a instituição católica em BH? Isso possibilita uma visibilidade maior para a Igreja, agrega mais fiel?


A Arquidiocese de Belo horizonte a Semana Missionária – Pré- Jornada e a JMJ viverá uma experiência muito marcante, altera o vigor da nossa Igreja local, afinal um evento dessa proporção não acontece sem deixar profundas marcas na vida da nossa Igreja isso é perceptível até mesmo Madri depois da última JMJ teve um retorno da juventude para a Igreja. No caso particular de Belo Horizonte, teremos sim uma visibilidade maior e nossos jovens estarão com o coração repleto de alegria em receber aqui tantos jovens de diferentes nacionalidades e culturas.

Qual a expectativa dos organizadores sobre a visita do Papa, para a Jornada Mundial da Juventude, sabendo que esse é o primeiro compromisso oficial do novo eleito?


As nossas expectativas são as melhores, isso com certeza aumentará também o número de jovens a participar da JMJ, uma vez que é grande a alegria do coração do jovem católico encontrar com o Santo padre o Papa, sobretudo sendo agora um novo Papa e todos nós desejamos que Ele continue o Legado de João Paulo II e Bento XVI pela opção preferencial pela juventude.

Esse evento passa pelo Brasil pela 1ª vez, em sua opinião o país está preparado para os possíveis desafios, assim como alojar fiéis do exterior, entre outros?


O Brasil está preparado sim, afinal uma das nossas maiores habilidades é ser acolhedor, então não será diferente com os jovens peregrinos da JMJ porque temos todo o mesmo desejo que é a Construção da Nova Civilização do Amor e também o encontro com o Santo padre e com o Cristo na escuta de sua Palavra e também na Eucaristia; teremos alguns desafios de ordem prática como transporte, trânsito, mas isso todas as grandes cidades enfrentam.

O lema escolhido para a JMJ em 2013 foi “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”!(Mt28:19), você poderia nos explicar sobre o lema e o motivo pelo qual ele foi escolhido?

É um pedido de Jesus para que possamos ser discípulos missionários dele e claro espalhar a boa nova para que todas as nações também o sejam. O lema é sempre escolhido pelo Santo padre o Papa e é sempre levada em consideração a realidade da Igreja.

Por: Rafaela Acar e Rute de Santa

Foto: Wendel José

Para dar início às apresentações do Vitrine 2012/02  que reúnem uma serie de eventos e palestras, na última noite, 26 , às 19h na sala 24 a turma de Relações Públicas do Centro Universitário UNA apresentou, o TIDIR (Trabalho Interdisciplinar Dirigido) desenvolvido ao longo do semestre.

A turma de Relações Públicas  teve como o tema Planejamento Estratégico de Comunicação. A partir desse tema eles tiveram que desenvolver um plano de comunicação para alguma empresa que já existisse. “O diferencial desse TIDIR foi o maior contato com o dia a dia da profissão, a gente atendeu um cliente real, isso foi muito importante dessa forma a podemos atuar de uma forma mais profissional, como estudante sem estar em um estágio”, declara o estudante de Relações Públicas, Esdras Henrique Pereira Gomes.

 Os alunos, além de planejar o plano de comunicação de uma empresa, tiveram que estudar primeiro as suas necessidades e carências. “A empresa que nós escolhemos foi uma empresa de Pilates, ela estava um pouco carente nessa parte de plano de comunicação então nós desenvolvemos todo o plano para ela”, conta o estudante de Relações Públicas Jonathan Felipe Mendes.

Por: Ana Carolina Nazareno

Foto: Ana Carolina Vitorino