Praça da Liberdade

Devido às chuvas, a decoração natalina teve sua estréia adiada para a próxima segunda, 12.

Quem estava se preparando para visitar a decoração de natal da Praça da Liberdade em sua estreia nesta terça-feira, 06, terá de reagendar os planos. Conforme informou a assessoria de imprensa da CEMIG, as chuvas que marcaram a capital nos últimos dias acabou danificando parte do circuito da iluminação. Boatos que circulavam pelas redes sociais de que o adiamento estava ligado à manifestações, foram desmentidos.

A nova data divulgada pelo órgão é dia 12 de novembro, coincidindo com o aniversário de Belo Horizonte. Além da decoração, quem visitar a Praça e seu entorno no período de 12/12 à 06/01 poderá desfrutar da extensa programação gratuita de natal preparada pelo Iepha-MG/Circuito Liberdade.  

A grande atração deste ano, além da Casa do Papai Noel, será o circuito de presépios e Lapinhas de Minas Gerais, que integra as ações do Iepha de salva-guarda das Folias de Minas Gerais. Além disso, apresentações de corais e bandas, espetáculos e oficinas completam a festa.

Veja a programação completa AQUI e acompanhe a página do Jornal Contramão para mais informações.

Decoração da praça da Liberdade em 2014.

Finalzinho de novembro, o ano de 2016 já vai acabando e, como nos outros, ele voou. Agora nos pegamos pensando em uma pequena retrospectiva do que mudou no ano, do que cumprimos das metas -aquelas mesmas estipuladas nas festas da virada, e o que vamos fazer para o próximo ano. Mas as metas para 2017 podem esperar até decidirmos onde passar o réveillon e o que vamos fazer para o natal.

Ih! Já é natal! Pensamos tanto onde passar a festa de fim de ano, que esquecemos completamente do natal. Amigo oculto, festas dos trabalhos, cestas, chocolates, presentes e enfeites. Vixi! Os enfeites! Nem montamos a nossa decoração ainda e já começamos a ver as luzinhas dos pisca-piscas surgindo nas casas quando começa a escurecer. Até lojas e praças já estão sendo enfeitadas.

Falando nisso, a Praça da Liberdade já começou a instalação da tradicional decoração de natal, que ocorre todos os anos, desde 1987. Em 2015, a praça recebeu 400 mil microlâmpadas, 530 enfeites, globos, holofotes e mil lâmpadas strobos. A montagem das luzes para este ano começou na terça, 22, com organização da Casa Futuro Decorações. A inauguração está prevista para o dia 03 de dezembro, sábado, a partir das 19h30.

Visitantes podem conferir a decoração natalina até o dia 06 de janeiro de 2017, e até lá, todos os dias a partir das 19h30 já será possível contemplar as famosas luzes de natal. Outros lugares como a Av Barbacena e o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região também recebem uma decoração especial de natal.

Caso você ainda não tenha começado a sua decoração, aproveite e veja como fazer uma guirlanda natalina que nós aqui da redação ensinamos: 

Cine belas Artes, na rua Gonçalves Dias, próximo à Praça da Liberdade. Um dos últimos remanescentes dos cinemas urbanos de Belo Horizonte.

O prédio, com arquitetura típica dos anos de 1950, teve sua primeira utilização pelos alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O que antes era a sede do Diretório Central dos Estudantes, símbolo da resistência estudantil durante a ditadura militar, no ano de 1992, se tornou o Centro de Cultura e Referência Cinematográfica da cidade de Belo Horizonte: o cinema urbano, Cine Belas Artes.

Localizado no coração do bairro de Lourdes, região centro-sul da capital, o discreto edifício ainda mantém viva a cultura da nostálgica combinação de filmes e carrinhos de pipoca. A um quarteirão da Praça da Liberdade, ele recebe seus convidados e oferece, além dos filmes, cafés e livros para aqueles que não dispensam um ponto de encontro para uma conversa casual. Com suas portas abertas à rua Gonçalves Dias, número 1581, o Belas Artes se tornou um símbolo concreto da resistência cinematográfica da cidade.

Cinema possui três salas para as exibições dos filmes. Ao longo da semana, a programação é integrada por oito diferentes títulos que se alternam durante a programação.

Histórias conterrâneas que se cruzam nos corredores do cinema

Em pé, ao lado da entrada principal e próximas à entrada da livraria que existe no salão principal do Belas Artes, duas senhoras mantinham uma longa conversa. Leda Paiva, 83, professora universitária se alegrava com a coincidência do casual encontro em que vivenciava. Suas mãos, firmes e certeiras, seguravam as da educadora popular, Rosa Perdigão, 72.

Os 11 anos de diferença não foram suficientes para separar a história de um inédito (re)encontro, dignos de roteiros de Mario Puzo ou Woody Allen. Leda, mora em Brasília/DF. Rosa, mora na capital mineira. Os 700 e muitos quilômetros que separam as duas cidades, também não impediram o acaso, em uma tarde de terça-feira, naquele lugar.

Rosa Perdição e Leda Paiva. Um encontro de histórias e coincidências no Cine Belas Artes. Fotografia: Lucas D'Ambrosio/Jornal Contramão
Rosa Perdição e Leda Paiva. Um encontro de histórias e coincidências no Cine Belas Artes. Fotografia: Lucas D’Ambrosio/Jornal Contramão

Com brilhos em seus grandes olhos azuis, cobertos pelas lentes de seus óculos, a neta de italianos explicou toda a coincidência com um largo sorriso em seu rosto, “a Rosa veio me perguntar sobre um dos filmes que está em cartaz. Paramos para conversar e descobrimos vários pontos em comum. Sou nascida na cidade de Itabira e ela também é de lá”, revelando que tudo começou com a troca de olhares e pela conversa desinteressada.

Futuro incerto envolve o Belas Artes

Histórias como essa é que tornam o cinema de rua, único para a cidade de Belo Horizonte. Tradicionais na cidade, em certo tempo existiam mais de 40 espalhados pelas ruas de BH. Ao longo dos anos, o costume, tradição e envolvimento da população com essa forma de entretenimento deixaram de ser prioridade para as horas vagas belorizontinas.

Fotografia: Lucas D’Ambrosio/Jornal Contramão

Hoje, o que restou, foram os discursos. Na prática, os investimentos não existem mais. De acordo com fontes que não quiseram se identificar, o cine Belas Artes é outro espaço que está fadado em se tornar uma lembrança para os belorizontinos.

Livraria e cafeteria completam o ambiente formado pelas três salas de cinema do Cine Belas Artes. Fotografia: Lucas D'Ambrosio/Jornal Contramão
Livraria e cafeteria completam o ambiente formado pelas três salas de cinema do Cine Belas Artes. Fotografia: Lucas D’Ambrosio/Jornal Contramão

Apesar do esforço e projetos que existem para revitalizar o espaço e aumentar o conforto para os usuários, a falta de interesse e a dificuldade de encontrar patrocínio é algo que dificulta ainda mais as pretensões para o espaço. O espaço, conta com três salas de cinema o que não se torna suficiente para a automanutenção do espaço que, por enquanto, ainda se sustenta por meio de um esforço que mantém as “telas acesas”.

Fotografias e Reportagem: Lucas D’Ambrosio

 

Depois de passar por São Paulo e Rio de Janeiro, a exposição ComCiência, da artista australiana Patricia Piccinini chegou a BH na última quarta-feira,12. Com apenas uma semana de exposição, a obra, que une traços do realismo e surrealismo, tem encantado os mineiros. No evento da mostra no Facebook,  uma internauta avaliou: “Fantástico!”, e outra publicou: “Adorei, indico a todos que tem sensibilidade”.

A enfermeira Bruna Pinheiro, 25, já tinha ouvido falar da exposição, e quando viu a divulgação na página do CCBB BH, anotou a data da estréia para não esquecer de ir e levar a filha, Ana Júlia, a Juju, de 8 anos. Bruna conta que logo no início da mostra a pequena soltou um comentário que fez toda a diferença sobre sua percepção da obra: “repara no olhar dela mãe, é igualzinho de gente”.  

A enfermeira observou que muitos adultos tinham uma certa repulsa às esculturas de Piccinini, devida estranheza das formas, porém, o comentário de Juju a fez ter outra reação: “as obras ganharam vida própria e só despertaram bons sentimentos em mim, sobre o amor, sobre sermos verdadeiramente livres quando nos libertamos de todo preconceito”.

Marcelo Dantas, curador da obra, ressalta exatamente a capacidade da obra de, a partir de figuras tão estranhas, provocar bons sentimentos: “Se em um primeiro momento nossa reação é de repulsa ou de estranhamento diante dessas esquisitas criaturas, em um segundo instante a artista consegue fazer aflorar um sentimento de empatia ao nos colocar diante do olhar profundo de cada um desses seres, promovendo, de maneira surpreendente, um encontro entre algo tão estranho e nossos melhores sentimentos”, observa.

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Bruna Pinheiro e Ana Júlia no CCBB.

Mãe e filha indicam a exposição, “ vão com o coração aberto, dêem duas voltas na exposição, porque na segunda fica mais legal!”, Garantem.

ComCiência

ComCiencia é a primeira exposição individual de Piccinini no Brasil, e faz um amplo apanhado da produção da artista, reunindo alguns de seus principais trabalhos: Big Mother (uma figura agigantada, que se assemelha a uma macaca e amamenta um bebê); The Conforter  (uma menina toda coberta de pelos acalenta um pequeno ser, de pele macia e pés fofos como um bebê humano, mas que tem uma boca agigantada e sem olhos) e The Observer (2010), um curioso menino que observa o mundo de um ponto de vista privilegiado e perigoso, o alto de uma pilha inclinada de cadeiras.

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Big Mother, instalado no CCBB BH. Foto: Bruna Pinheiro

O trabalho da artista é realizado com grande variedade de materiais e linguagens: esculturas feitas de silicone e fibra de vidro, fotografia e vídeo, desenhos e pinturas.

A mostra dialoga tanto com o surrealismo como com o hiper-realismo, e questiona nossa semelhança e vínculo com os seres criados por ela. Leia mais!

O prédio do CCBB está tomado pelas obras (esculturas, relevos e desenhos) da artista. Segundo o curador, Marcello Dantas, a proposta é transformar as salas do centro cultural  como sendo o local onde esses seres vivem, comem e dorme.

SERVIÇO

A mostra estará em Belo Horizonte de 12/10/2016 a 09/01/2017, no CCBB Belo Horizonte. A entrada é franca e as visitas podem ser feitas de quarta a segunda, das 09h às 21h.

Por: Bruna Dias

 

O resultado das eleições municipais de 2016 surpreendeu a população belorizontina. No domingo, 02, os eleitores da capital mineira foram às urnas para elegerem o novo prefeito da cidade, bem como, os vereadores que irão compor a Câmara Municipal.

Com a apuração total das urnas, dos onze candidatos ao posto máximo do Poder Executivo de BH, dois deles irão disputar o segundo turno das eleições, Alexandre Kalil (PHS) e João Leite (PSDB).

Na Câmara Municipal de Vereadores, uma mudança significativa irá ocorrer a partir do ano de 2017. Até então, apenas uma mulher ocupava uma das 41 cadeiras na casa legislativa de BH, Elaine Matozinhos (PTB). Agora, serão 4 mulheres representando a população: Áurea Carolina (PSOL), Cida Falabella (PSOL), Nely do Valdivino (PMN) e Marilda Portela (PRB).

Além disso, houve uma renovação de 56% dos vereadores que irão conduzir os rumos legislativos da cidade. Dos 41 que ocupavam a casa, 38 deles tentaram a reeleição. Deste número, somente 18 conseguiram o feito.  

Crise política reflete nas urnas

Após um período de instabilidade política no país, o recente pleito eleitoral apresentou números que representam a desconfiança dos eleitores com os atuais políticos que já cumprem mandatos eletivos como também, àqueles que irão disputar suas cadeiras nas casas legislativas e executivas municipais.

Em Belo Horizonte, a soma das abstenções, votos nulos e brancos ultrapassaram os números totais recebidos pelos dois principais candidatos à prefeitura (710.797), contabilizando 741.915. Desses, 417.537 foram de abstenções, 215.633 votos nulos e 108.745 em brancos.

Nas ruas da cidade, as pessoas demonstram o descontentamento com o quadro que se apresentou nas eleições da cidade. Camile de Oliveira, 21, é estudante e comentou sobre o assunto, “Realmente esse ano as eleições me surpreenderam. Eu vi que o número de votos nulos e brancos superaram os votos tanto de João Leite quanto de Kalil o que é uma vergonha, mas também mostra que a população está sendo mais criteriosa.“.

Otávio Viggiano, 65, professor e jornalista acredita que a cidade poderá ganhar com a eleição do novo prefeito. “Conheço o Kalil e o João Leite há mais tempo, porque meu irmão trabalhava no Atlético. Conheci (os candidatos) fora da política e pelo o que eles faziam dentro do Atlético e, com a boa vontade que tinham para manter um bom time, vão poder usar isso para a política. Vai ser uma maravilha.”, relembrando os tempos em que os candidatos estavam envolvidos com um time de futebol.

O segundo turno das eleições municipais de Belo Horizonte será realizado no dia 30 de outubro. Até lá, os candidatos João Leite e Alexandre Kalil irão tentar costurar novas alianças e estratégias para conseguir atrair os votos, principalmente, daqueles eleitores que não votaram no primeiro turno.

“Não tenho grandes expectativas para o segundo turno mas espero que vença o que realmente vai fazer mais pela nossa cidade, que vai trabalhar de verdade, pensando que está ali fazendo um trabalho pela população e não por ele próprio.”, afirmou a professora e eleitora Jussara Borges.

Fotografia: Lucas D’Ambrosio

Reportagem: Gabriella Germana e Lucas D’Ambrosio

Caetano Souza, português, encontrou no Tuk Tuk uma opção para driblar a crise e reconstruir sua vida no Brasil.

O Tuk Tuk, também conhecido como “triciclo coberto para transporte de passageiros urbanos”, se tornou uma das alternativas para a locomoção na cidade de Belo Horizonte. Apesar de ter sua destinação exclusiva para a contratação de passeios turísticos, qualquer pessoa, sendo turista ou não, pode usufruir do serviço. Comumente utilizado em países como Índia e Tailândia, o “pequeno notável” do trânsito asiático se tornou comum em países da Europa e agora está conseguindo se firmar como modelo de negócio pelas ruas de Minas Gerais.

A empresa luso-brasileira Tuk Tour Turismo é a principal representante do segmento em BH. Atualmente, a frota possui quatro veículos que circulam pelas principais regiões turísticas da capital: Pampulha, Centro e região Sul. Outros dois veículos também circulam pelo interior do estado, na cidade de Ouro Preto. Além de ser uma alternativa para a locomoção, ele proporciona uma nova experiência para os usuários que o utilizam para conhecer pontos famosos da cidade ou, simplesmente, redescobrir lugares que antes não eram percebidos.

Caetano Souza, 49, é português e há três anos mora em Belo Horizonte. Mudou-se para o Uruguai na tentativa de reconstruir sua vida financeira após o colapso econômico que atingiu países europeus nos últimos anos como, Espanha, Portugal e Grécia. Em uma visita ao Brasil conheceu BH e coincidentemente, descobriu a empresa – que também é de origem portuguesa – se tornando um dos seus atuais colaboradores.

Falando dos benefícios de se utilizar o Tuk Tuk, Souza é enfático, “É excelente, pois é uma forma de passear pela cidade e de andarmos por ela tranquilamente. Sempre andamos na velocidade máxima de 40Km por hora. Como o veiculo não possui janelas e nem vidros, a pessoa possui uma visão da cidade diferente daquela que está acostumada. Tem maior tranquilidade para ver aquilo que, no dia a dia, não conseguem ver”, completa.

Motocicleta ou Triciclo?

Sobre o veículo, Caetano Souza explica sobre as modificações realizadas em uma motocicleta para criar o formato típico do veículo. “No documento consta como triciclo. Basicamente é uma moto com duas rodas traseiras, adaptada para dois passageiros. O motor é de moto com algumas modificações na transmissão para torná-lo mais forte e suportar o peso maior”, explica. A legislação atual de trânsito não exige a utilização de capacetes para andar no veículo por ele possuir cobertura, além disso, possui cinto de segurança para dois passageiros e para o motorista.

Para desfrutar do passeio com o Tuk Tuk, o turista ou morador de BH terá que desembolsar o valor de 30 reais por pessoa, pela hora. Nos finais de semana e feriados, o valor da hora é 35 reais, por pessoa. Souza enfatiza que o serviço não é o modelo tradicional de táxi, como em outros países, mas uma opção de passeio turístico. “As pessoas estão no fluxo da correria e da pressa do dia a dia no trânsito. Nós que estamos no Tuk Tuk, não. Estamos desfrutando do passeio. No verdadeiro passeio não é preciso olhar para o relógio e ficar preocupado com a hora.”, finaliza.

Fotografias e Reportagem: Lucas D’Ambrosio