sustentabilidade

A Praça da Liberdade é conhecida como um espaço que oferece aconchego aos visitantes. Nela, jovens e adultos namoram, crianças jogam futebol, noivas posam para fotos e um artista plástico, em horário de almoço, recolhe pregos e arames que ficaram pelo chão depois da desmontagem do palco onde ocorreu o Encontro de bandas do SESC se apresentou no último final de semana. Hermes Perdigão, 48, fazia sua habitual caminhada no centro da praça e foi coletando do chão restos de materiais metálicos que lhe deram a inspiração para uma escultura. Ele se sentou na calçada do corredor das noivas e deu inicio a uma nova criação.

“Encontrado não é roubado, mas tudo pode ser transformado”, explica Perdigão que trabalha no Pampulha Iate Club, cuja sede administrativa fica nas imediações da Praça da Liberdade. “Eu gosto mesmo é de trabalhar com material reciclado e com teatro de bonecos também criados a partir da reciclagem”, garante. “Com esse material que recolhi aqui pensei em fazer uma escultura como se fosse uma cerca de arame farpado, só que uma cerca de arame de pregos”, revela.

Para Hermes Perdigão, a Praça da Liberdade é um espaço de inspiração para muitos artistas. “A praça é muito inspiradora, às vezes, tem gente ensaiando música aqui como violino, saxofone, flauta, como eu trabalho ali há 25 anos, eu vejo de tudo”. O artista plástico já esteve com suas criações, por outras vezes, na praça, ao lado de outros colegas de trabalho. Perdigão chegou, inclusive a gravar um vídeo intitulado Menor Guitarrista , que é um boneco, feito a partir de cartões telefônicos, tocando música no meio da praça, reciclados, mas com a mudança nos termos e regras do YouTube, em 2011, o vídeo acabou por ser bloqueado por usar uma música pertencente à gravadora britânica EMI. O artista plástico disse que pretende voltar à praça com sua obra finalizada para tirar uma foto dela no local de onde foi retirado seus materiais.

Por Juliana Costa

Foto Juliana Costa

Com uma frota de um milhão e meio de veículos a chegada das chuvas a situação no trânsito de Belo Horizonte tende a se agravar. De acordo com José Aparecido Ribeiro consultor em Assuntos Urbanos e Mobilidade, Presidente fundador da ONG SOS Mobilidade Urbana, o quadro fica mais complicado com a entrada do veículos vindos da região metropolitana, contribuindo com aproximadamente quinhentos mil veículos. Sendo assim BH chega a uma frota de quase dois milhões de veículos automotores, “Nós estamos à beira de um final de ano que vai ser catastrófico para o trânsito, o que era ruim pode ficar pior e não se vê um plano de emergência.”, aponta o consultor.

Os engarrafamentos constantes tem dado muita dor de cabeça à população, que passa horas nas retenções que parecem não ter fim. Haveria uma solução possível? “Nós só ouvimos desculpas, nós não ouvimos alternativas. Deveria ser criada uma comissão de engenharia de tráfego focado em gestão.”, afirma Ribeiro.

De acordo com o especialista, falta para a cidade um melhor gestão para o trânsito da capital. “Quem deveria resolver o problema é quem mais complica, é ausente e quando aparece não resolve, não tem diagnóstico para a situação da cidade, quem gerencia não consegue apresenta-lo.”, ratifica Ribeiro.

Belo Horizonte precisa de obras bem planejadas para que o problema seja resolvido, “Belo Horizonte tem cento e cinquenta gargalos que fazem o trânsito travar. Eles precisam de obras, não de puxadinhos. Viadutos, túneis, trincheiras, elevados obras ousadas que realmente deem fluidez ao transito.”, explica o especialista.

O excesso de semáforos é apontado por ele como um dos grandes vilões do trânsito de corredores como Antônio Carlos e Amazonas. “A Antônio Carlos tem 38 no conjunto entre ela e a Pedro I, é inadmissível que uma via de dezesseis quilômetros tenha essa quantidade de sinais. A Amazonas tem 35 sinais entre a Praça da Estação e o Anel Rodoviário lá na cidade industrial. Belo Horizonte tem uma Via Expressa que não é expressa de fato, porque tem 8 que poderiam ser eliminados facilmente com elevados e passarelas”, explica.

O transporte público não atende a população, isso também agrava a situação. O sistema baseado em locomoção por ônibus. De acordo com seria necessário investir e monotrilho e metrô. Ele ainda diz da desvantagem do BRT que seria a ocupação de uma grande faixa da via o que pode vir a complicar mais ainda o trânsito.

 

Por Hemerson Morais

Foto: Hemerson Morais

Ciência, tradições rurais e sustentabilidade são as temáticas abordadas na Semana da Ciência e Tecnologia promovida pelo Espaço TIM UFMG do Conhecimento. Entre os dias 16 e 19 de outubro serão exibidos vídeos que mostram como a ciência pode ajudar na produção rural. “Os vídeos abordam muito bem os temas sustentabilidade, economia verde e erradicação da pobreza, com animações e narrações que tratam da ciência em cada caso”, explica o professor de química e um dos organizadores da mostra, Alfredo Luís.

Produzidos pelo Pontociência, projeto desenvolvido por alunos e professores da UFMG, o material está sendo apresentado na mostra Ciência na Roça, que, ainda de acordo com o professor “ tem como objetivo abordar a questão da sustentabilidade pensando nos modos de produção tradicionais e locais, que preservam a cultura e as tradições da região”.

Além das exibições haverá sessões comentadas e mesa redonda com a presença de especialistas nos assuntos-tema da Semana. Os filmes são exibidos até o dia 19 das 14h às 17h no segundo andar do Espaço TIM UFMG do Conhecimento localizado no Circuito Cultural Praça da Liberdade. Entrada gratuita.

Por Ana Carolina Vitorino e Marcelo Fraga

Foto: Marcelo Fraga

No dia 26 de setembro, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti completou 115 anos de fundação.  Na última quinta-feira, uma assembléia pública foi realizada para debater as ações de reestruturação do parque, criando, inclusive, uma área para promoção de eventos. Esta era uma das pautas que a equipe do CONTRAMÃO iria executar, na tarde de sexta-feira, além da montagem de uma galeria de fotos.

Próximo à entrada da Avenida dos Andradas, a equipe foi abordada por um dos seguranças do parque que questionou a razão das fotografias e solicitou para que se apresentasse a autorização da administração. Depois de ter sido abordado, o repórter foi, então, conduzido à administração sendo recebido por uma mulher que se identificou como Maria Lúcia, funcionária do setor.

No momento em que o repórter se identificou, a funcionária se retirou da sala por alguns instantes e voltou alegando que não seria possível autorizar a realização das imagens sem que fosse deixada uma “contribuiçãozinha”, como ela definiu. A alegação dada foi que todas as pessoas que tiram fotos no parque – como debutantes e noivas – deixam algum tipo de material para o parque, como produtos de limpeza, por exemplo.

Mesmo sendo informada de que se tratava de uma matéria jornalística, a funcionária foi enfática, afirmando que esse tipo de divulgação não interessaria para a administração do parque municipal. Como critério para escolha das pessoas que deixam a “contribuiçãozinha”, Maria Lúcia – que se identificou também como responsável por recolher o que é deixado para o parque por fotógrafos e fotografados – explicou, ainda, que somente aquelas que portam máquinas fotográficas “mais potentes” são abordadas.

Por volta das 15h, a equipe na redação entrou em contato, novamente, com a Maria Lúcia para se certificar do pagamento da contribuição e, assim, realizar a matéria sobre os 115 anos do Parque Municipal e a galeria de fotos em homenagem. A resposta dada pela funcionária foi que havia a necessidade de deixar com ela oito rolos de papel higiênico de 60 metros. Em momento algum a funcionária Maria Lúcia informou que a contribuição era espontânea.

Fundação de Parques reconhece a existência da “contribuição espontânea”

Por telefone, o presidente interino da Fundação de Parques, Homero Brasil, empossado na última semana ao cargo, informa que, de fato, as fotografias para fins de reportagem devem ser previamente, autorizadas. “Não pode tirar foto sem autorização. Porque nós temos que ter um controle das fotos que saem”, declara. De acordo com Brasil, essa autorização não está condicionada à “contribuição espontânea”, mas reconhece a existência dessa prática. “O que acontece é a gente pedir um cartucho ou um papel higiênico, porém, esta contribuição tem que ser espontânea”, explica o Homero Brasil.

Lei

Segundo o advogado e membro da Comissão Especial da Advocacia Pública Municipal, Henrique Carvalhais, “pode haver cobrança de taxa para a utilização de bens públicos desde que seja instituída por lei”. Carvalhais, no entanto, afirma desconhecer qualquer lei neste sentido em Belo Horizonte. A equipe de CONTRAMÃO verificou ainda que, nem mesmo na Lei Orgânica do Município, há alguma cláusula que justifique ou corrobore esta prática.

Por:  Hemerson Morais, João Vítor Fernandes e Marcelo Fraga

Foto: João Vitor Fernandes

Ilustrção: Diego Gurgel

O Orçamento Participativo (OP) foi implantado em Belo Horizonte em 1993, trata-se de um modelo de consulta popular para eleger as obras prioritárias nas diferentes regionais. “Acho que a proposta do programa é muito interessante. Uma vez que a população paga seus impostos regularmente, ela tem direito de escolher onde seu dinheiro será investido”, comenta a estudante de Jornalismo Ana Carolina Vitorino.

Há quem critique a execução do programa como é o caso da estudante de Jornalismo Paloma Rodrigues. “No meu bairro, teve uma obra que ganhou para ser feita. Tem um ano isso, eles começaram a quebrar as casas, mas abandoaram as obras sem conclusão”, comenta Paloma Rodrigues, moradora do bairro Esplanada.

Obras na Avenida João Pinheiro – Belo Horizonte

On line

A partir de 2008, a prefeitura de Belo Horizonte disponibilizou o acesso a votação dos projetos do OP pela internet e a população pode escolher entre quatro obras pré-aprovadas pela prefeitura.  A vendedora Ana Cecília Faria comenta que é importante a participar. “Eu acho que é válido. Tudo que estimula a participação da população em algo político e que vai trazer retorno é importante”, ressalta. Por outro lado, Ana Carolina Vitorino diz que, muitas vezes, as pessoas não têm interesse em participar. “Não tenho acompanhado bem o resultado das votações e se as obras escolhidas estão, realmente, acontecendo. É algo que devemos algo que devemos procurar saber mais”, conclui.

Por João Vitor Fernandes e Rute de Santa

Foto: João Vitor Fernandes

Os automóveis surgiram para facilitar a locomoção do ser humano, essa grande invenção tem causado grandes transtornos nos grandes centros, onde a concentração de veículos motorizados beira o caos. Em Belo Horizonte são mais de 1,4 milhão de veículos motorizados, causando engarrafamentos, emitindo gases poluentes e gerando poluição sonora. Tudo isso influi diretamente na qualidade de vida dos cidadãos da capital mineira.

A Mobilidade Urbana Sustentável vai de encontro as necessidades ambientais, se oferecendo como uma possível saída para o trânsito de BH. A Mobilidade Urbana Sustentável, tem o foco nas formas não poluentes de transporte, tais como, Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), metrô e bicicletas.

 

O ciclista Tiago Batista Cerqueira, de 21 anos, comenta, “Acho que tá faltando muita coisa ainda. Mobilidade urbana sustentável não se resume apenas na construção de vias e por outro lado aumentar o número de carros na rua, pois aumenta a via e ainda continua o congestionamento. Falta incentivar o transporte coletivo, a construção de ciclovias, para esvaziamento do trânsito.”.

O taxista Ricardo Tosatti,  de 36 anos, fala da complicação no trânsito, e dá um exemplo pra diminuir a poluição. “O trânsito fica mais difícil a cada dia. Com a facilidade das pessoas comprarem carros, cresceu muito o trânsito em BH, nos horários de pico, principalmente nas quintas e sextas, que o pessoal vai de carro pra voltar mais rápido. Lá em São Paulo as pessoas dão carona, tem uma pista exclusiva pra isso, é muito bom, para redução da emissão da poluição, menos carros na via é igual a menos veículos queimando combustível.” Comenta.

A pedestre Larissa Lauar,  de 19 anos fala um pouco sobre a mobilidade na região central e sobre sustentabilidade. “Eu ando fácil, mas ali no centro podiam dar uma recauchutada em quase todas as calçadas, né? Tá terrível, tudo desnivelado e sujo. Sou a favor do transporte público pra diminuir a quantidade de carros nas ruas pra fazer o trânsito fluir e emitir menos gases poluentes, com as pessoas andando de ônibus e bicicleta e metrô, carros menos poluentes e essas coisas.” Afirma.

Por: Hemerson Morais e Heberth Zschaber.

Fotos: Hemerson Morais.