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Por Bianca Morais 

Hoje faz um mês que deixei meu primeiro emprego como jornalista formada, e se você tiver alguns minutos do seu dia, peço que leia o motivo de ter sido tão difícil me desprender dele.

Dei meus primeiros passos no Centro Universitário Una, em 2016, quando ingressei no curso de Jornalismo. Desde o início me deslumbrava com o Jornal Contramão, ele era para muitos o primeiro estágio dentro do curso. 

Na época, trabalhava em meu primeiro emprego como telemarketing, ali conquistei a liberdade de não depender totalmente do dinheiro dos meus pais, e por mais que quisesse um estágio, o salário mínimo oferecido me encantava.

Depois de dois anos no telemarketing, resolvi que era hora de deixar o mínimo e procurar um estágio, iria receber menos mas ganharia algo que nenhuma carteira assinada e benefícios me dariam naquele momento, o aprendizado. 

Na busca por estágio me deparei com dois. Pela minha nota do curso fui chamada para estagiar no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), e depois de um processo acirrado (contém humor), passei para trabalhar no NUC – Núcleo de Conteúdo da Una, onde se hospedava o famoso Jornal Contramão. 

E agora? O que escolher? E por que não os dois? 

Já estava no meu sexto período da faculdade, por isso queria aprender o máximo que eu conseguisse, então resolvi abraçar os dois estágios, saia de casa às 6 da manhã e voltava às 23 da noite. Não foi um período de descanso, mas sem dúvidas, de muito conhecimento.

No TRE-MG ganhei experiência com comunicação interna e assessoria de imprensa, e na Una além de fazer o que eu mais amo, escrever, tive experiência com cobertura de eventos, produção de eventos, e o mais importante, construir uma família.

Quando entrei como estagiária, entraram mais quatro, época de ouro, em que o jornalismo era super valorizado e tínhamos uma mega equipe. Eram eles: Joyce, Jessica e Italo. Muito importante mencionar nomes, porque eles fizeram toda a diferença em minha trajetória. Claro, ali no laboratório já existia o estagiário mais antigo, quase uma relíquia ali no Contramão, o Moisés.

Nós éramos a maioria ali, e, juntos, dominamos o Laboratório de Economia Criativa da Una, que além do núcleo de jornalismo, tinha também publicidade, audiovisual, moda e arquitetura.

Nesse meio tempo, entrou uma pessoa decisiva para minha trajetória na Una ter sido tão duradoura e proveitosa. Dani Reis, minha eterna chefe Dani. A big boss. Dani entrou depois de uns seis meses em que eu já estagiava no núcleo, entrou como nova líder, e como eu sempre deixei claro para ela, se um dia eu for 1% da jornalista que Dani é, eu já estarei realizada. 

Com ela aprendi a escrever melhor, a revisar, a ter uma postura de profissional, a como agir em frente às câmeras, a como ser líder. 

Dani foi muito além de uma chefe, virou minha amiga. E foi com muita tristeza que me despedi de sua liderança quando me formei, afinal, não podia mais ser estagiária ali. Mas como nossa história ainda não estava terminada, meses depois ela me chamou para voltar a Una, agora como sua técnica de laboratório.

Agora além de escrever para o Contramão, eu ajudava os estagiários, fazia release, corrigia textos, apoiava os alunos do curso, dava oficinas..

E falando em estagiário, nesse momento, outra figura entra nessa história. Talvez um pouco antes. O nome dele é Keven Souza, e anotem esse nome, porque esse garoto ainda vai fazer sucesso e me dar muito orgulho. Conheci Keven ainda como estagiária, quando Jessica, Joyce e eu íamos em feiras de escolas mostrar como era o curso de Jornalismo da Una e convencer aquelas belas mentes brilhantes a ingressarem lá.

Pois bem, em uma dessas feiras conheci o Keven. Ele era um jovem estudante do ensino médio, do Instituto de Educação, e, logo de início, já vi talento nele. A desenvoltura em frente às câmeras era perfeita. Falei que ele precisava ir para a Una e pronto, ali se encerrou nosso primeiro encontro.

Para minha surpresa, nem tanto, alguns meses depois, na recepção de calouros, lá estava ele, se tornando universitário. Agora eu precisava convencê-lo a entrar no Contramão, porque ele precisava viver tudo aquilo que eu vivi.

Já como técnica, me despedia agora de um grande amigo, o Ítalo que foi traçar sua trajetória no jornalismo e deixava uma vaga de estagiário aberta no Contramão.

Adivinhe quem assumiu? Ele, o Keven.

Keven foi o melhor estagiário que eu pude ter, sempre disposto a aprender, ensinei a ele tudo que sei e sou, sim até a minha personalidade. Mas além de ensinar eu aprendi, e conquistei um amigo para vida inteira.

Ok rede, não sei se vocês estavam esperando por esse textão, ou se chegaram até aqui. Mas eu precisava disso, eu precisava me despedir da Una, e acho que pelo textão vocês entenderam porque foi tão difícil. É porque não deixei para trás apenas um emprego, deixei uma família. Um lugar que por muitos anos foi minha segunda casa 

Nessa história, se eu contasse metade de quem passou por ela esse texto ia ficar enorme. Opa, muito maior do que já ficou até aqui. Agradeço a todo mundo, tem a Karol da arquitetura, o Rapha do audiovisual, a Lets da moda. Tem o Chitão, o Igor e a Gabi do NSI. Tem a estrela do Contramão que sempre respondia minhas entrevistas, Raphael Paulino. Tem o Fernando e o Felipe da portaria. Tem os duzentos estagiários, tem a Jess, tem a Isadora, a Ashley, a Dani, o Gabriel, tem o Mateus, o Gladison, a Ariadne, tem o Terra, o Pedrinho e a Dani Pérez.

Tem a Tia Lari também, ela saiu antes de mim e deixou uma saudade.

Enfim, obrigada de verdade gente, por tudo. Obrigada Una, hoje deixo vocês para conquistar meu lugar no mundo mas para voltar como reitora, se lembram?

 

OBS: o textão ficou gigante porque esqueci que não estou mais escrevendo para o Contramão.

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Por Keven Souza 

Ontem, dia 30, uma das personalidades mais influentes da América Latina completou seus 29 anos de idade. Talvez você não seja o maior fã ou nem acompanhou a trajetória dela até esta data, mas é nítido, e certamente indiscutível, que se tem alguém na música brasileira que está se tornando cada vez mais um fenômeno, essa pessoa é: Anitta. 

A artista, registrada como Larissa de Macedo Machado, nascida em 1993, é a prova viva de que é preciso ter cuidado com o que sonha, porque há um sério risco de se tornar realidade, visto seus recordes quebrados atualmente. E hoje, o nosso TBT é sobre ela, que o Brasil tanto segue e comenta todos os passos da vida! 

Infância

Fonte: internet/Pinterest

Anitta é sinal de empoderamento, sucesso e talento. Ela é cantora, compositora, atriz, apresentadora e embora seja tão bem sucedida, de alta relevância no cenário pop mundial hoje em dia, essa nem sempre foi a sua realidade.

A cantora passou a infância em uma casa simples e humilde, no subúrbio do Rio de Janeiro, em Honório Gurgel. Lá cresceu ao lado de sua mãe Miriam Macedo, de seu pai Mauro Machado e seu irmão Renan Machado.

Casa da Anitta em Honório Gurgel | Fonte: internet

Desde pequena, por ser muito desinibida, acalentava o sonho de seguir a carreira musical. Começou a cantar aos 8 anos de idade por intervenção de seus avós maternos no coral da Igreja Santa Luzia, na comunidade em que vivia. E já naquela época, era possível observar traços de uma menina sonhadora que dava indícios de que seria cantora.  

Falando em família, a sua é o seu pilar! Os Macedos, parte materna na qual a cantora é mais íntima, passou por muitas dificuldades financeiras até que Larissa se tornasse, de fato, em Anitta. Muito focada, a jovem aos 16 anos terminou um curso técnico de Administração, que garantiu um ano depois uma vaga de estágio na mineradora Vale do Rio Doce. Seu salário era destinado ao sustento da família. 

Anitta e família em sua mansão na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro | Fonte: internet

No mesmo período, Larissa começou a investir no desejo de ser cantora. Saiu da mineradora para tentar ser artista independente no funk. A decisão causou turbulências entre a família, seu pai não a apoiava a tentar uma carreira musical e sua mãe estava aberta a dar o devido suporte. E mesmo assim, com todos percalços, a menina sonhadora seguiu sua intuição e foi atrás do seu sonho. 

Reconhecimento nacional

A carreira começou no funk, logo após compartilhar nas suas redes sociais um de seus vídeos fazendo covers de outras cantoras. Em 2010, a produtora Furacão 2000, a principal do segmento daquele época, viu o seu material e resolveu a chamar para um teste. Nessa audição os produtores se encantaram com tamanha simpatia e talento que a jovem demonstrou em frente às câmeras. 

A partir dali, Larissa entrou para o time Furacão. Seu primeiro passo, enquanto funkeira, foi escolher seu nome artístico, e surpreendendo a todos na época, foi adotado o nome baseado na minissérie, “Presença de Anita”, da TV Globo, onde aproveitou o apelido da protagonista e dobrou a letra “T” para seu nome artístico – MC Anitta. 

Anitta na produtora Furacão 2000 | Fonte: internet

Aos poucos sua carreira foi criando forma, ganhando reconhecimento, mas ainda assim, não possuía um planejamento estratégico adequado para fazer sucesso em todo o país. Foi então que, em 2012, a cantora decidiu sair da produtora e se agenciar com a empresária Kamilla Fialho. 

Sem uma gravadora, mas com a assessoria de Kamilla, Anitta gravou o clipe de “Meiga e Abusada” com uma super produção. A música virou um hit e chamou a atenção da gravadora Warner Music, que no ano de 2013 fechou contrato com a poderosa. E essa foi a melhor escolha que ela poderia ter feito. 

Os anos se passaram e Anitta tomou conta das rádios e programas brasileiros com várias músicas de sucesso: Show das poderosas, Na Batida, Bang e Essa Mina é Louca, são algumas delas. O ano de 2017 foi a época em que sua carreira mais alavancou, Anitta se tornou a primeira artista brasileira na lista Top 50 Global do Spotify. 

Anitta no ‘Bloco das Poderosas’ em 2017 no RJ | Fonte: internet

Ela se manteve diversas vezes nessa lista com sucessos como “Paradinha”, “Downtown” e “Vai Malandra”, por exemplo, através de suas próprias ideias de marketing que fizeram e fazem sucesso até nos dias de hoje. E como Anitta é uma artista disruptiva e que não se contenta com pouco, o desejo de alçar novos voos e ultrapassar barreiras veio novamente. Dessa vez para seguir carreira internacional! 

De Honório para o mundo

Depois de se tornar um ícone nacional, Anitta deu mais um passo na carreira: investir fora do Brasil. Ainda no ano de 2017, a empresária começou a fazer diversas parcerias internacionais pensando em conquistar novos públicos. 

Seu primeiro sucesso com proporções mundiais foi um feat com a cantora Iggy Azalea, chamado Switch. Como fruto dessa parceria, Anitta fez algumas aparições em programas americanos como o The Tonight Show, comandado por Jimmy Fallon, e foi ali a primeira vez que o mundo via a brasileira. 

Neste mesmo ano, fez parceria com Major Lazer e Pabllo Vittar, lançando mais um super hit de visibilidade mundial: Sua Cara. A música é hoje uma das faixas com mais streaming da carreira de Anitta, soma mais de 540 milhões de visualizações e 4,9 milhões de curtidas somente na plataforma do Youtube. Um verdadeiro sucesso!

Mais tarde, colaborou com os colombianos Maluma e J Balvin, além das latinas Greici, Becky G e Natti Natasha, e em seguida, deu passos ainda maiores, estabelecendo um feat com ninguém menos que Madonna. “Faz Gostoso” é a faixa que faz parte do álbum da Rainha do Pop, onde Anitta canta com a americana um pop funk que é a “cara” do Brasil. 

Já no ano de 2019, a cantora lançou seu primeiro álbum de estúdio voltado para o cenário internacional: o Kisses.  Na empreitada, a poderosa cantou em inglês, espanhol e português em músicas que demonstram sua versatilidade enquanto artista e a coloca à frente de muitas cantoras. O álbum fez tanto sucesso que foi indicado ao Grammy Latin de 2019, na categoria de Melhor Álbum de Música Urbana. 

Anitta no lançamento de seu álbum ‘Kisses’ em 2019 | Fonte: Warner Music

Ao longo dos anos ela foi apresentadora de TV com o programa “Música Boa” e o “Anitta Entrou no Grupo” do canal Multishow e jurada do “The Voice México”. E soma em sua carreira mais de 162 prêmios vencidos, que foram eles os principais: 

– 3x o Latin Music Italian Awards

– 4x o Melhores do Ano 

– 6x o MTV Europe Music Awards

– 8x o MTV Millennial Awards Brasil

– 9x o Latin Music Italian Awards

– 15x o Prêmio Multishow de Música Brasileira

Em 2020, Anitta não teve do que reclamar, lançou “Me Gusta” ao lado da cantora Cardi B e alcançou, pela primeira vez, a Hot 100 da Billboard contabilizando mais de um bilhão de streams no Spotify. Naquele ano, a plataforma havia também divulgado os artistas mais ouvidos do aplicativo, a carioca estava presente na lista com mais de 1,1 bilhão de streams e 75,5 milhões de ouvintes em 92 países. 

Fonte: Spotify

Anitta é tão versátil que conquistou espaços e atividades muito diferentes. Possui hoje documentário na Netflix, o “Vai Anitta” e o “Anitta: Made in Honório”, que mostram momentos bem específicos de sua carreira pelos bastidores e também da vida pessoal. 

Além disso, participa ativamente de campanhas publicitárias de marcas multinacionais. Hoje, a cantora é diretora criativa da empresa Skol Beats (marca da Ambev), integra o conselho administrativo do banco digital Nubank e é proprietária interina do Grupo Rodamoinho, na qual fundou em 2014, juntamente com a sua família. 

Anitta no topo

Agora, mais do que nunca, podemos dizer que a Anitta é grande no Brasil e em todo o mundo. A cantora vem fazendo história ao estar, ao mesmo tempo, em três mercados musicais diferentes (brasileiro, latino e americano) cantando em mais de cinco idiomas, frequentando espaços que antes eram fechados ao Brasil e construindo uma imagem de diva pop internacional.

Hoje, com mais de 10 anos de carreira, ela é a artista brasileira mais seguida do Instagram – com mais de 60 milhões de seguidores, do Twitter – com mais de 16 milhões, e também do Spotify – com mais de 25 milhões de ouvintes mensais. Números que são resultados de um trabalho árduo, regado a dedicação e foco para ser não só mais uma a fazer do mesmo, mas a primeira a construir uma carreira consolidada fora do país.

Neste 2022, não se fala em outra coisa a não ser o tão aguardado novo álbum dela: “Girl From Rio”, seu primeiro trabalho focado 100% no público internacional com músicas feitas para o streaming e com parcerias estrangeiras de peso.  

Anitta em divulgação do seu novo álbum | Fonte: Internet

O álbum é aguardado pelos fãs desde 2020. Recentemente os Anitters, como são carinhosamente chamados seus fãs, tiveram acesso a algumas faixas-títulos lançadas pela cantora com expectativa de estarem presentes no álbum. Por ora, “Envolver”, “Faking Love”, “Girl From Rio” e “Boy’s Don’t Cry” são elas. 

Os singles já estão abrindo caminhos para Anitta. Na última semana, ela entrou para o Top 50 Global do Spotify atingindo o primeiro lugar do chart com “Envolver” depois de viralizar nas redes sociais um passo seu dançando a música no TikTok. A canção somou mais de 100 milhões de reproduções na plataforma, ouvida por usuários em todo o mundo e dentre as mais tocadas em muitos países. E no Youtube, o videoclipe já soma mais de 94 milhões de visualizações. 

Fonte: Spotify

Esta é primeira vez na história do Brasil que uma artista nacional consegue estrear na 1º posição da lista, bem como também a primeira vez que uma cantora latina alcança tal feito com uma música solo.

Podemos apostar que logo mais teremos outros recordes quebrados pela brasileira, porque, como disse em sua música “Não Para”, ela veio para ficar! E isso é a Anitta, mulher batalhadora, guerreira e destemida. Aquela que não se compara, que voa e voa alto, sem medo de errar! 

Daqui alguns anos, quando não tivermos mais esse fenômeno chamado Anitta, devemos nos lembrar que é graças a ela que hoje a cultura brasileira está sendo ovacionada nos quatro cantos do mundo. E o sentimento que permanece é o de orgulho, orgulho pelo seu legado que está sendo trilhado e certamente não será apagado nem da história e nem do coração de quem a admira. This is Anitta!

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Por Daniela Reis 

No dia 24 de março de 2015 o voo Germanwings 9525 caiu nos Alpes franceses matando todas as 150 pessoas a bordo. O que no início foi considerado um acidente, na realidade se tratava de um ato humano. O copiloto, Andreas Lubitz, então com 27 anos, trancou-se no cockpit e derrubou o avião matando os passageiros e tripulantes. Mais tarde, foi revelado que ele sofria de tendências suicidas e que procurara ajuda profissional várias vezes.

 

Para os pilotos, a viagem de duas horas era uma rotina. O comandante Patrick Sondenheimer, casado, pai de dois filhos, tinha mais de 6 mil horas de voo. O copiloto Andreas Lubitz, tinha 630 horas de experiência. Ainda não podia executar operações como pousos e decolagens. Estava autorizado a assumir o comando em situações de menor risco, em voo de cruzeiro, quando a aeronave seguia em piloto automático. É o momento mais tranquilo da viagem, onde as aeromoças servem a refeição a bordo e se apagam os avisos de atar cintos. Nessa condição, com a aeronave estável a 11.600 metros de altitude, Sondenheimer aproveitou para descansar. Às 10h28, saiu da cabine de comando e fechou a porta. Deixou Lubitz sozinho. Cerca de oito minutos depois, todos estavam mortos.

Último voo

Há sete anos, o voo 525 viajava de Barcelona, na Espanha, para a cidade de Duesseldorf, na Alemanha. Meia hora depois da decolagem, o piloto Patrick Sondenheimer entregou o controle do avião para Lubitz. Quando ele voltou, Sondenheimer encontrou a cabine trancada por dentro. Lubitz, ao que parece, tinha desativado o código de segurança, que teria permitido o piloto abrir a porta. Pouco depois, o Airbus A320 caiu perto da aldeia francesa de Le Vernet.

Os investigadores analisaram os registros de vários médicos consultados por Andreas Lubitz nos meses anteriores à tragédia e concluíram que o copiloto sofria de “episódio psicótico depressivo”. Nos meses que antecederam a tragédia, Lubitz visitou 41 médicos, principalmente especialistas oftalmológicos. Nenhum alertou que ele não poderia voar. Nem a companhia aérea, nem Andreas Lubitz sabia que os seus médicos tinham feito este diagnóstico.

Segundo Remi Jouty, diretor da agência de investigação aérea francesa, Lubitz estava tomando antidepressivos na época do incidente e que ele tinha sido previamente tratado por causa de depressão e tendências suicidas. Ainda assim, o copiloto renovou o seu certificado para voar em novembro de 2014.

No entanto, Jouty destacou que os médicos tinham a informação necessária para que a Germanwings e as autoridades de aviação proibissem Lubitz de voar, mas que por causa da proteção do segredo médico – principal fator de confiança dos pacientes – nada foi revelado. Em seguida, o investigador defendeu a importância de “encontrar um equilíbrio entre a confidencialidade e a segurança pública”. “É uma questão global que precisa ser discutida”, disse ele.

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Por Daniela Reis 

 

Elis Regina foi um ícone, um estouro! Mulher de personalidade forte e à frente do seu tempo, foi a primeira a dar voz à mistura de estilos que ficou conhecida como Música Popular Brasileira em 1965, quando tinha apenas 20 anos de idade. A cantora nasceu em 1945, no dia 17 de março, na cidade de Porto Alegre (RS). Sua morte precoce a transformou em mito. Diversas canções foram eternizadas na sua voz, entre elas: Águas de Março, Casa no Campo e Como Nossos Pais.

 

Trajetória de sucesso 

A artista começou a cantar ainda menina, aos 11 anos, no programa “No Clube do Guri”, na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego. Em 1960, foi contratada pela Rádio Gaúcha. Nesse mesmo ano foi eleita a “Melhor Cantora do Rádio”. Em 1961, com 16 anos, viajou para o Rio de Janeiro onde lançou seu primeiro disco, “Viva a Brotolândia”.

Em 1964, já se apresentava no eixo Rio-São Paulo. Assinou contrato com a TV Rio, para se apresentar no programa “Noite de Gala”. Sob a direção de Luís Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli.

Nessa época, Elis criou os gestos que se tornaram sua marca registrada. Quando cantava, levantava os braços e girava-os. Também se apresentava no “Beco das Garrafas”, reduto da Bossa Nova.

Ainda em 1964, Elis muda-se para São Paulo. Em 1965, fez a sua estreia no festival da Record com a música “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes.

Elis recebeu o Prêmio Berimbau de Ouro e o Troféu Roquette Pinto. Foi eleita a melhor cantora do ano.

Entre 1965 e 1967, ao lado de Jair Rodrigues e do Zimbo Trio, Elis apresentou o programa “O Fino da Bossa”, na TV Record em São Paulo.

O programa gerou três discos Dois na Bossa I, II e III. O primeiro “Dois na Bossa” vendeu um milhão de cópias.

Ultrapassando fronteiras

Em 1968, Elis embarcou em uma promissora carreira internacional. No Olympia de Paris, foi ovacionada e voltou ao palco seis vezes depois do final do show.

Artista eclética

Era uma artista eclética, interpretava canções de vários estilos, como MPB, jazz, rock, bossa nova e samba. Levou à fama, cantores importantes como Milton Nascimento, João Bosco e Ivan Lins. Fez dueto com Tom Jobim, Jair Rodrigues, entre outros.

Entre os seus álbuns destacam-se: Ela (1971), Elis e Tom (1974), Falso Brilhante (1976), Essa Mulher (1979), Saudade do Brasil (1980) e Elis (1980).

Grandes sucessos 

Em menos de 20 anos de carreira, Elis gravou 31 discos, onde imortalizou diversas canções da música popular brasileira, entre elas:

  • Águas de Março
  • Como Nossos Pais
  • O Bêbado e a Equilibrista
  • Fascinação
  • Madalena
  • Aprendendo a Jogar
  • Casa no Campo
  • Alô, Alô, Marciano
  • Romaria
  • Upa Neguinho
  • Se Eu Quiser Falar Com Deus.

A mulher

Elis Regina foi casada com o produtor musical Ronaldo Bôscoli entre 1967 e 1972. Juntos protagonizaram brigas homéricas, geralmente em público. Dessa união nasceu João Marcelo Bôscoli (1970).

Entre 1973 e 1981 Elis viveu com o pianista e arranjador musical Cesar Camargo Mariano. Juntos tiveram dois filhos: Pedro Camargo Mariano (1975) e Maria Rita (1977).

O adeus

Elis Regina foi encontrada no chão de seu quarto do seu apartamento no bairro dos Jardins, por seu namorado Samuel MacDowell, que arrombou a porta e tentou socorrê-la, mas ela já chegou sem vida ao hospital.

Elis Regina faleceu com apenas 36 anos, em São Paulo, no dia 19 de janeiro de 1982. Sua morte foi decorrente do consumo de cocaína e o uso exagerado da bebida alcoólica.

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Na última semana provavelmente você viu alguém postando um story no Instagram com uma música do Charlie Brown Jr. É que no dia 6 de março de 2013, há nove anos, morria o ídolo de uma geração, Alexandre Magno Abrão, o famoso Chorão. Aos 42 anos de idade o cantor da eterna banda Charlie Brown Jr foi encontrado morto em seu apartamento, vítima de uma overdose de cocaína.  

O ídolo do rock brasileiro deixou uma legião de fãs e hoje o Contramão relembra a sua história. 

O apelido de Chorão veio de pequeno, quando ainda não sabia andar de skate e chorava por isso, mas tal situação não durou muito tempo, pois aos 11 anos, com a separação dos pais, Chorão passou a maior parte do tempo na rua e foi ali que se aperfeiçoou no esporte.  

“Skate por toda vida”, dizia a tatuagem que levava no braço. 

Chorão estava em um estágio que talvez nem a internação ajudasse”, diz fonte próxima à família | CLAUDIA

Aos 17 anos se mudou para Santos, cidade que o abraçou e onde foi fundado, em 1992, o grupo Charlie Brown Jr, uma das bandas mais importantes do cenário musical brasileiro. Skatista profissional, Chorão criou o grupo para tocar nos campeonatos de skate e se popularizou entre os jovens, pois dava voz a eles. 

Um eterno jovem inquieto, o artista cantava desde rock pesado até canções de amor dedicadas à sua amada mulher, Graziela Gonçalves.  Sucessos que iam desde “O coro vai comer” até “Só os loucos sabem”.  

A companheira Grazi esteve com Chorão durante oito anos. O rapaz com cara de malvado, ao lado dela se derretia. Grazi era também a única capaz de fazer o músico “largar”, mesmo que por um curto tempo, um de seus maiores vícios, a cocaína. 

A mulher tentou por anos ajudar o marido superar às drogas, mas não conseguiu e em 2011 o relacionamento chegou ao fim, vencido pela dependência. Chorão não queria que a mulher o visse fazendo uso da droga, saia de casa para usar, voltava transtornado e Grazi já não sabia mais como lidar. Tentou por vezes interná-lo para salvar sua vida, dizia que preferia que ele a odiasse para sempre do que vê-lo naquela situação. 

Depois do término, o cantor piorou, vivia da mistura absurda de remédios controlados, álcool e cocaína. O estereótipo de drogas and rock n’ roll, um vício muito maior do que tudo e que o levou ao seu fim. 

A droga, no entanto, nunca interferiu em seu lado letrista, um verdadeiro poeta e rockstar, viveu a vida inspirando muitos, sendo idolatrado por milhares. Quem nunca cantou a abertura de Malhação? “Te levar yeah, te levar daqui. Ou reclamou dos dias de luta e dias de glória? Transformou o escritório na praia? Fez a previsão com eu não sou senhor do tempo, mas eu sei que vai chover? Postou uma foto tão natural quanto a luz do dia? Se declarou com senão eu quem vai fazer você feliz?”.   

Nove anos sem Chorão, mas nenhum dia sem sentir sua presença através das músicas. 

“Livre pra poder sorrir sim, livre pra poder buscar o meu lugar ao sol. Um dia espero te reencontrar numa bem melhor, cada um tem seu caminho, eu sei foi até melhor, irmãos do mesmo Cristo, eu quero e não desisto. Caro pai, como é bom ter por que se orgulhar, a vida pode passar, não estou sozinho, eu sei se eu tiver fé eu volto até a sonhar” – Lugar ao sol. 

 

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Por Daniela Reis 

Vander Lee ficou conhecido por fazer versos que falava do amor cotidiano e por brincar com as palavras nos seus versos musiciais. Mineiro, nasceu no dia 03 de março de 1966, em Belo Horizonte. Filho do meio entre os sete irmãos, foi criado no bairro Olhos D’água, que fica situado próximo ao encontro da BR 262 com 040.  Cursou primário na escola da Mannesmman, ginasial na Escola Estadual Paula Frassinetti (Sion) e segundo grau (inconcluso) no colégio Padre Machado, situado na região da Savassi.

O cantor e compositor começou a trabalhar ainda criança, aos 12 anos, como gandula de jogos de tênis, ali permaneceu por três anos. Também atuou como faxineiro, office-boy, entregador, auxiliar de jardinagem, almoxarife e vendedor ambulante. A paixão pela música começou em casa, pois o pai tocava violão e tinha o instrumento como seu companheiro de lazer nas horas vagas de trabalho, Vander Lee, acompanhava atento o som saindo das cordas e se encantou.

O jovem buscou aprender música, começou pela flauta doce, depois a tocar escondido o violão do pai. A MPB veio a partir daí, através do FM, das revistas com cifras e das visitas que ele fazia aos amigos que tinham uma discoteca variada. Se encantou pela música de Minas, o Clube da Esquina, da geração que vinha do Vale do Jequitinhonha, a Black Music brasileira de Tim Maia Cassiano, o samba popular do Bezerra da Silva, Beth Carvalho e Alcione nesse período.

Foi aí que resolveu montar uma “banda de final de semana” que se chamava Natural, que tocava covers do 14 Bis e outros sucessos do rock nacional, como Lulu Santos, Cazuza, Renato Russo, Paralamas, Lobão, passando pela MPB de Djavan, Caetano, Gil, Milton, Beto Guedes, Luiz Melodia. A primeira apresentação foi no auditório do Lar dos Meninos São Vicente de Paula e foi um sucesso. Eles não tinham bons instrumentos, mas aos poucos, Vander Lee comprou sua primeira guitarra. A banda se desfez quando ele serviu a o Serviço Militar.

Em 1986, quando saiu do exército, seus ex-companheiros já haviam formado outra banda e ele não se adaptou na nova formação. Começou aí, a investida na carreira solo, ele e seu violão (amigos inseparáveis) compunham as primeiras notas e letras de canções que seriam sucesso.

Primeiros passos

Passou a se apresentar em outros bares da noite belo-horizontina saiu da casa dos pais, o emprego e a escola para viver da música, no início, contando com o grande apoio de Tizumba.

Em 1987, participou do projeto Segunda Musical, no Teatro Francisco Nunes e fez a primeira apresentação baseada em composições próprias. No mesmo ano, participou do festival de música “Canta Minas” e ficou em segundo lugar com a música Gente não é cor. A premiação impulsionou Vander Lee a gravar o primeiro disco independente.

Nesta época, a assinatura do cantor ainda era Vanderly, mas o engano de um locutor de rádio, que o chamou de Vanderley, o fez repensar o nome artístico.

Em novembro de 1998, Vander Lee soube do lançamento de um livro de Elza Soares, no Cozinha de Minas. O mineiro superou a timidez e levou o disco até a cantora. Duas semanas depois, Elza o ligou e pediu para incluir a música Subindo a Ladeira nos shows dela. Vander Lee dividiu o palco com ela em uma apresentação, em BH e logo depois em vários espetáculos em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A partir daí viu seu nome projetado para todo o país.

Em 1999, o produtor Mário Aratanha ouviu músicas inéditas de Vander Lee e o convidou a gravar um CD pelo selo Kuarup. No balanço do balaio rendeu boas críticas e teve participações do gaitista e produtor Rildo Hora e de alguns companheiros mineiros como Maurício Tizumba, Tambolelê, Raquel Coutinho e do pai, José Delfino.

Vander Lee foi chamado para fazer vários shows, quando foi morar na capital carioca e conheceu o poeta Sérgio Natureza. O escritor fez a ponte até Luiz Melodia, que apadrinhou o projeto Novo Canto, naquele ano, com apresentações em Copacabana, São João do Meriti, e, pouco depois, outras performances conjuntas em BH e São Paulo.

Em 2003, Vander Lee conquistou o terceiro lugar no 6º Prêmio Visa, entre três mil concorrentes. A premiação deu fôlego para o primeiro disco ao vivo, que trouxe participações especiais de Elza Soares e Rogério Delayon.

A gravadora Indie Records distribuiu o disco e, em 2004, viabilizou o lançamento do álbum Naquele Verbo Agora, que trouxe os hits Brêu, Meu Jardim e Iluminado. As faixas do disco foram muito executadas nas rádios e o fizeram finalista do Prêmio Tim de Música, nas categorias “Melhor Disco” e “Melhor Cantor” da Canção Popular.

Em 2006, gravou o CD e DVD Pensei que fosse o céu, mostrando versatilidade entre a MPB, o samba e o funk. Com o registro, conquistou o Prêmio TIM na categoria “Melhor Disco de Canção Popular”.

Fez shows internacionais, se apresentando em Turim, na Itália, em 2008, além do Festival SXSW, nos Estados Unidos e do Festival Romerias de Mayo, em Cuba, ambos em 2009. Em 2010, votlou ao SXSW e em 2013 se apresentou em Lisboa, na programação do “Ano do Brasil em Portugal”.

Em 2009, Vande Lee lançou o disco Faro, com dez canções novas e duas regravações, Obscuridade, de Cartola e Ninguém vai tirar você de mim, de Edson Ribeiro e Helio Justo que virou sucesso na voz de Roberto Carlos.

O trabalho seguinte foi Loa, em 2014, disco romântico de MPB com arranjos delicados de piano, violões, sax e flauta. Em, Vander Lee lançou seu nono disco, com 12 faixas, todas assinadas por ele, exceto Idos janeiros, feita com Flávio Venturini. Confira matéria do Estado de Minas sobre o disco.

Em julho de 2016 Vander Lee esteve no Rio de Janeiro, e gravou um DVD no Teatro Tom Jobim, um mês antes de sua partida.

Morte precoce

O músico morreu em 5 de agosto de 2016, após um processo cirúrgico proveniente de um Infarto, na tarde do dia anterior, enquanto fazia hidroginástica. O cantor morreu as 8h da manhã na UTI do Hospital Madre Tereza, em Belo Horizonte, após a cirurgia para a correção do infarto, sofrendo arritmia cardíaca e parada cardiaca. Vander Lee deu entrada com o quadro clínico de dissecção aguda da aorta com ruptura de coronária direita, válvula aórtica e aorta descendente.

Ele completaria 30 anos de carreira no ano de 2017.