TBT

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Por Daniela Reis 

No dia 23 de setembro de 1939 morria o criado da Psicanálise, Sigmund Freud. Ele foi um médico neurologista e importante psicanalista austríaco. Nasceu em Freiberg, na Morávia, então pertencente ao Império Austríaco, no dia 6 de maio de 1856. Filho de Jacob Freud, pequeno comerciante e de Amalie Nathanson, de origem judaica, foi o primogênito de sete irmãos.

Vítima de câncer, em 1923, já doente, Freud passou pela primeira cirurgia para retirar um tumor no palato. Passou a ter dificuldades para falar, sentia dores e desconforto. Seus últimos anos de vida coincidiram com a expansão do nazismo na Europa. Em 1938, quando os nazistas tomaram Viena, Freud, de origem judia, teve seus bens confiscados e sua biblioteca queimada. Foi obrigado a se refugiar em Londres, após um pagamento de resgate, onde passou os últimos dias de sua vida.

Sigmund Freud morreu em Londres, Inglaterra.

Formação

Desde pequeno mostrou-se brilhante aluno. Aos 17 anos, ingressou na Universidade de Viena, no curso de Medicina. Durante o período de faculdade, deixou-se fascinar pelas pesquisas realizadas no laboratório de filosofia dirigido pelo Dr. E. W. von Brucke.

De 1876 a 1882, trabalhou com esse especialista e concentrou-se em pesquisas sobre a histologia do sistema nervoso. Já revelava grande interesse pelo estudo das enfermidades mentais, bem como pelos métodos utilizados em seu tratamento.

Atuou também no Instituto de Anatomia sob a orientação de H. Maynert. Concluiu o curso em 1881 e resolveu tornar-se um clínico especializado em neurologia.

Durante alguns anos, Freud trabalhou em uma clínica neurológica para crianças, onde se destacou por ter descoberto um tipo de paralisia cerebral que mais tarde passou a ser conhecida pelo seu nome.

Em 1884 entrou em contato com o médico Josef Breuer que havia curado sintomas graves de histeria através do sono hipnótico, onde o paciente conseguia se recordar das circunstâncias que deram origem à sua moléstia. Chamado de “método catártico” constituiu o ponto de partida da psicanálise.

Em 1885, Freud obteve o mestrado em neuropatologia. Nesse mesmo ano ganhou uma bolsa para um período de especialização em Paris, com o neurologista francês J. M. Charcot. De volta a Viena, continuou suas experiências com Breuer. Publicou, junto com Breuer, Estudos sobre a Histeria (1895), que marcou o início de suas investigações psicanalíticas.

O pai da Psicanálise

Em 1897, Freud passou a estudar a natureza sexual dos traumas infantis causadores das neuroses e começou a delinear a teoria do “Complexo de Édipo”, segundo o qual seria parte da estrutura mental dos homens o amor físico pela mãe. Nesse mesmo ano, já observava a importância dos sonhos na psicanálise. Em 1900 publica A Interpretação dos Sonhos, a primeira obra psicanalítica propriamente dita.

Em pouco tempo, Freud conseguiu dar um passo decisivo e original que abriu perspectivas para o desenvolvimento da psicanálise ao abandonar a hipnose, substituindo-a pelo método das livres associações, passando então a penetrar nas regiões mais obscuras do inconsciente, sendo o primeiro a descobrir o instrumento capaz de atingi-lo e explorá-lo em sua essência.

Durante dez anos, Freud trabalhou sozinho no desenvolvimento da psicanálise. Em 1906, a ele juntou-se Adler, Jung, Jones e Stekel, que em 1908 se reuniram no primeiro Congresso Internacional de Psicanálise, em Salzburg.

O primeiro sinal de aceitação da Psicanálise no meio acadêmico surgiu em 1909, quando foi convidado a dar conferências nos EUA, na Clark University, em Worcester.

Em 1910, por ocasião do segundo congresso internacional de psicanálise, realizado em Nuremberg, o grupo fundou a Associação Psicanalítica Internacional, que consagrou os psicanalistas em vários países.

Entre 1911 e 1913, Freud foi vítima de hostilidades, principalmente dos próprios cientistas, que, indignados com as novas ideias, tudo fizeram para desmoralizá-lo. Adler, Jung e toda a chamada escola de Zurique separaram-se de Freud.

 

Obras

  • A Interpretação dos Sonhos (1900)
  • Psicopatologia da Vida Cotidiana (1904)
  • Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade (1905)
  • Totem e Tabu (1913)
  • O Mal Estar da Civilização (1930)
  • Moisés e o Monoteísmo (1939)

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Por Daniela Reis 

Na última semana, em meio às comemorações e manifestações do dia 07 de setembro, muito se falou sobre uma nova greve dos caminheiros igual ou maior a que aconteceu em 2018. Vários seriam os motivos, entre eles o preço abusivo dos combustíveis, a gasolina já ultrapassa os R$7 em muitas regiões do país. 

Por esse motivo, o Contramão traz hoje uma matéria para relembrar os impactos causados pela paralisação dos motoristas de carretas e caminhões há três anos. 

 

A greve e seus impactos 

A greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, durou 10 dias e provocou uma brusca interrupção do fornecimento de bens e insumos básicos da economia. Por alguns dias, as cidades esvaziaram, por falta de combustível em postos de gasolina. 

O impacto na economia foi imediato, tanto na inflação quanto no PIB. O rápido equacionamento do problema fez com que o parte do impacto da inflação fosse temporário: a forte alta em junho foi compensada por alguma deflação em agosto daquele ano. 

O impacto da atividade, em particular na indústria de transformação, foi mais permanente: a mediana das projeções de crescimento do PIB antes em abril de 2018 era de 2,8%. O PIB acabou crescendo apenas 1,2% (resultado revisado recentemente para 1,8%). Parte da decepção do crescimento pode estar relacionada às incertezas eleitorais daquele ano. Mas a maior parte da queda das expectativas veio com a greve e a perda não recuperada da produção naquele período 

Durante a greve, o setor da economia que mais sentiu foi a indústria. A falta de entrega de insumos e de bens finais provocou uma queda de 3,4% da indústria de transformação entre abril e junho de 2018. Os setores que mais sentiram foram informática, equipamentos de transportes e bebidas – além da categoria “diversos” (Tabela abaixo). A retomada foi heterogênea, com cerca de metade dos setores voltando (ou superando) o nível pré-greve seis meses depois.

No setor de serviços, o impacto foi muito forte dado o peso dos serviços de transporte. Mas pouco se espalhou para outros setores. A PMS recuou quase 5% em maio, mas em junho já havia superado o patamar pré-crise, com o fim da greve (gráfico abaixo).

Apesar da retomada pós-greve, a perda de produto durante aqueles meses foi permanente. A mediana das projeções de crescimento do PIB antes em abril de 2018 era de 2,8%. No  final do primeiro semestre, a projeção havia recuado para 1,55% (gráfico abaixo). O PIB acabou crescendo apenas 1,2% (resultado revisado recentemente para 1,8%). Ainda que parte desta decepção esteja associada às incertezas eleitorais daquele ano, a greve parece mesmo ter sido a principal responsável pelo crescimento menor.

 

A importância dos caminhoneiros

Essenciais para economia, os caminhoneiros movimentam 60% de toda a carga brasileira, percorrendo 1,7 milhões de quilômetros de estradas que há em nosso país. Essa classe trabalhadora é vital para o funcionamento do país, você deve ter percebido isso nos últimos eventos de greve generalizada.

Praticamente tudo o que utilizamos no nosso dia a dia, seja perecível ou não, é transportado por um caminhão. O transporte de cargas no Brasil é feito em grande parte por estradas, portanto precisamos de políticas públicas que cuidem das estradas para que toda frota possa circular com qualidade e segurança.

O transporte feito nas rodovias é um dos mais simples e eficientes. Sua execução depende, como mencionamos, da existência e boas condições das rodovias. Embora a logística seja mais simples, manter as rodovias em boas condições e controlar a criminalidade parece que não tem sido tarefa fácil para os nossos governantes. Dos 1,7 milhões de quilômetros percorridos em território nacional, apenas 12% deles é feito em estrada pavimentada.

Outra questão que precisa ser levada em conta é o preço do diesel. Hoje, quase 30% do preço final do combustível no Brasil são impostos, como o Cide, o ICMS e o PIS/Confins, realidade que vem a ser a maior causa da paralisação dos caminhoneiros em 2018.

Sabe o que resulta um caminhão parado? Resulta no Brasil parado! Sem remédios nas prateleiras, sem comida nos supermercados, sem gasolina para se trafegar.

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Por Daniela Reis 

Esse ano completam-se duas décadas dos atentados terrotistas que derrubaram as torres gêmeas do complexo World Trade Center, em Nova York, causando a morte de cerca de 3 mil pessoas.

Os atentados foram cometidos por 12 homens da rede Al Qaeda, que desviaram quatro aviões comerciais para atirá-los contra os símbolos econômico, militar e político dos Estados Unidos.

Dois aviões foram lançados contra o World Trade Center e um terceiro contra o Pentágono, perto de Washington DC.

O quarto avião provavelmente tinha como alvo o Capitólio, sede do Congresso, ou a Casa Branca, mas após a intervenção dos passageiros, a aeronave acabou caindo na zona rural de Shanksville, na Pensilvânia.

As imagens da colisão das aeronaves nos grandes edifícios foram transmitidas ao vivo para todo mundo, sendo também um marco de cobertura da imprensa internacional.

Quem foram os autores do ataque?

O atentado de 11 de setembro foi realizado pela organização terrorista conhecida como Al-Qaeda. Essa organização surgiu no final da década de 1980, durante a Guerra do Afeganistão, e tinha em Osama bin Laden um de seus fundadores e seu líder.

Outro nome importante na organização do atentado foi o de Khalid Sheikh Mohammed. Ele é considerado o arquiteto do ataque e atualmente está preso à espera de julgamento pelo seu papel no 11 de setembro. Acredita-se que o julgamento de Khalid deverá acontecer em algum momento de 2021.

 

Motivações para o ataque

Podemos considerar que o grande motivo do ataque foi o extremismo de Bin Laden e sua organização. Esse extremismo considerava os Estados Unidos como um grande inimigo por causa da presença de tropas americanas no Oriente Médio. A relação de Osama Bin Laden com os Estados Unidos remonta à década de 1980.

No final da década de 1970, motivados pelo contexto da Guerra Fria, os americanos passaram a investir em forças de oposição no interior do Afeganistão. O objetivo era enfraquecer o governo comunista daquele país e forçar os soviéticos a intervir na situação (a ideia era fazer a União Soviética gastar recursos em uma guerra).

Os americanos passaram a apoiar grupos reacionários do interior do país, que passaram a receber dinheiro e armas dos EUA. Esses grupos, conhecidos como mujahidin, convocaram um jihad contra os soviéticos – depois que o Afeganistão foi invadido pela URSS – e começaram a defender ideias conservadoras, o que resultou em fundamentalismo islâmico. No curso da guerra, Osama Bin Laden foi convocado a aderir à guerra e, por isso, foi para o Afeganistão.

No final da década de 1980, Bin Laden resolveu estender sua luta contra os infiéis para fora do Afeganistão e, por isso, participou da criação da Al-Qaeda. Até aqui, a relação de Bin Laden com os americanos era ótima, mas veio a Guerra do Golfo e tudo mudou.

Em 1990, o Kuwait foi invadido pelo Iraque, e a família real kuwaitiana foi abrigada em Riad, capital da Arábia Saudita. A situação azedou as relações entre sauditas e iraquianos e colocou no ar a possibilidade de invasão do território saudita pelas tropas iraquianas. Bin Laden, aproveitando-se disso, ofertou ao governo saudita as suas tropas (da Al-Qaeda) para proteger o território da Arábia.

Os sauditas, por sua vez, recusaram o apoio de Bin Laden e aceitaram a ajuda dos norte-americanos. Bin Laden considerou isso uma grande ofensa, afirmando ser um sacrilégio o fato de “infiéis” estarem protegendo o solo sagrado da Arábia Saudita. Ele afirmava que o solo saudita estava sendo profanado. Assim, Bin Laden desenvolveu um ódio profundo pelos EUA.

Essa situação levou Bin Laden a ser expulso da Arábia Saudita e, por isso, refugiou-se no Sudão e, depois, no Afeganistão, local onde a Al-Qaeda organizou o ataque contra os Estados Unidos como forma de vingança.

Bin Laden, líder da Al-Qaeda

Consequências 

O atentado de 11 de setembro gerou uma grande comoção nos Estados Unidos, e a reação do governo norte-americano foi imediata. Em outubro de 2001, o exército americano iniciou a invasão do Afeganistão. O objetivo era derrubar o Talibã, o governo (também de orientação fundamentalista) que havia dado abrigo à Al-Qaeda.

A invasão realizada pelos americanos derrubou o Talibã, mas até hoje não normalizou a situação do país. Atualmente ainda existem combates no Afeganistão contra tropas do Talibã, que procura recuperar o poder. A consequência dessa invasão para o Afeganistão foi que, entre 2001 e 2016, só entre civis, cerca de 31 mil pessoas morreram.

No caso dos Estados Unidos, as normas de segurança de voos comerciais tornaram-se extremamente rígidas, e o país tomou medidas duras para combater o terrorismo. Por essa razão, foi criada uma lei chamada de Ato Patriota, que, posteriormente, foi substituída pelo USA Freedom Act.

Em 2 de maio de 2011, os Estados Unidos (EUA) anunciavam a morte do terrorista Osama Bin Laden. O ex-líder da rede terrorista Al-Qaeda foi morto durante uma operação realizada na cidade de Abbottabad, localizada próxima a Islamabad, capital do Paquistão.

A operação foi realizada sob sigilo pela tropa especializada da Marinha dos EUA. O local em que estava Bin Laden não tinha acessos de comunicação, como telefone e internet. Era uma casa maior que as demais da região, onde moravam mais de 20 pessoas.

A operação levou 40 minutos no total. E a tropa chegou ao lado de fora do complexo em dois helicópteros. Além de Bin Laden, uma mulher e três homens, incluindo um filho, são mortos. O corpo de Bin Laden é identificado por uma de suas esposas e por um teste de DNA. Osama Bin Laden foi sepultado no Mar Arábico, dentro de 24 horas, de acordo com a lei islâmica.

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Por Daniela Reis 

No domingo, dia 02 de setembro de 2018, o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro foi consumido pelas chamas de um grande incêndio. Após muitas suspeitas e investigações, o inquérito concluiu que o fogo teve início em um aparelho de ar condicionado no Auditório Roquette Pinto, no primeiro andar, bem próximo à entrada principal do museu.

Localizado no Rio de Janeiro, o museu é a instituição científica mais antiga do país e uma das mais importantes do mundo. Foi fundado pelo rei Dom João VI em 1818, e seu primeiro acervo surgiu a partir de doações da Família Imperial e de colecionares particulares. Ele tinha o maior acervo da história natural da América Latina, com 20 milhões de itens, um valor incalculável e nunca mais poderá ser visto pessoalmente.

Sobre o museu

O Museu Nacional é a instituição matriz da ciência no Brasil e representava os avanços científicos, o conhecimento e a riqueza cultura do país e do mundo. Com mais de 20 milhões de itens, o museu era especializado nos estudos de paleontologia, antropologia, geologia, zoologia, arqueologia e etnologia biológica.

A instituição tinha uma das mais completas coleções de fósseis de dinossauros do mundo, múmias andinas e egípicias e artefatos importantes da arqueologia brasileira. Outra perda foi a biblioteca Francisco Keller, com um amplo acervo de 537 mil livros. O único objeto que resistiu às altas temperaturas foi o Meteorito Bendegó, que ficou intacto em meio aos escombros do edifício.

O edifício também foi palco de importantes acontecimentos históricos. O museu ocupa um prédio histórico na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio de Janeiro. O palácio foi doado por um comerciante e depois se tornou a residência oficial da família real no Brasil, entre 1816 e 1821. Foi nesse palácio que a princesa Leopoldina (esposa de Dom Pedro I) assinou a Declaração de Independência do Brasil (1822) e foi realizada a primeira Assembleia Constituinte (1824), para elaborar a primeira Constituição brasileira.

A seção de Paleontologia exibia os fósseis e a réplica do Maxakalisaurs topai, o maior dinossauro já montado no país. Tratava-se de um animal herbívoro com cerca de 13 metros de comprimento e 9 toneladas. Em outra sala ficava Luzia, nome dado ao fóssil humano mais antigo encontrado nas Américas, com cerca de 11 mil anos. Sua descoberta é um marco da ciência e ajuda a remontar a história da humanidade. Luzia também representava a “brasileira” mais antiga do nosso território.

A seção de Antropologia era riquíssima, com mais de 40 mil objetos. Representando mais de 300 povos indígenas, o acervo trazia artefatos que remontam ao século 19.  O incêndio destruiu toda a coleção de etnologia indígena exposta, inclusive de vários povos desaparecidos. Na parte regional, o museu trazia um acervo de Folclore e Cultura Popular, que representava os diversos tipos humanos do Brasil como a vida sertaneja, objetos dos pampas gaúchos, objetos musicais tradicionais, remos de ribeirinhos e rendas do Nordeste.

O acervo de Botânica também se perdeu. Em 1831, o botânico alemão Ludwig Riedel criou o Herbário do Museu Nacional, o primeiro do país. Ela guardava vários exemplares da flora brasileira, coletados em expedições científicas de naturalistas daquele século. O herbário do museu chegou a ter 550 mil espécimes de todos os biomas brasileiros, que refletiam a riqueza da fauna e flora brasileira. Muitas espécies estão extintas.

Além disso, contava com acervo egípicio e africano, ou seja, o que se queimou ali jamais será recuperado.

Tragédia anunciada 

O que aconteceu poderia ter sido evitado, mas a falta de investimento e má gestão, fez com que parte da nossa história virasse cinza. Além de problemas na estrutura, o edifício histórico não tinha um plano de proteção e combate a incêndios, o que o deixava em situação irregular. Os bombeiros relatam que na hora do fogo, os hidrantes estavam descarregados. Boa parte da estrutura do prédio era de madeira, e o acervo tinha muito material inflamável – o que fez o fogo se espalhar rapidamente.

Em 2018, o museu não recebeu integralmente a verba de R$ 520 mil por ano para sua manutenção cotidiana. Segundo o reitor, em 2015 foi apresentado um projeto do BNDES para instalação de um novo sistema de prevenção de incêndios, mas o dinheiro atrasou e só foi liberado após a tragédia.

 

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Por Daniela Reis 

O TBT de hoje relembra a construção do Muro de Berlim que iniciou no mês de agosto de 1961. A estrutura foi um dos grandes símbolos da Guerra Fria e rodeava os limites de Berlim Ocidental, capital da Alemanha Ocidental.

O Muro de Berlim existiu ao longo de quase três décadas e foi responsável por conter o fluxo de pessoas que se mudavam da Alemanha Oriental para a Alemanha Ocidental. Estima-se que, durante a existência do muro, mais de 100 pessoas tenham morrido tentando cruzá-lo. O Muro de Berlim foi abaixo em 1989, quando o bloco comunista começou a ruir no leste europeu.

Explicação

A construção está relacionada com a fuga de população da Alemanha Oriental para a Alemanha Ocidental durante toda a década de 1950 e começo da de 1960. A disputa na Guerra Fria refletia diretamente em uma competição entre as duas Alemanhas, embora a vantagem da Alemanha Ocidental fosse notória.

Essa recebeu pesados investimentos dos Estados Unidos via Plano Marshall, e, por isso, su0a economia prosperou rapidamente. Os números da economia da Alemanha Ocidental eram substancialmente melhores em comparação aos da Alemanha Oriental. Além dos investimentos, essa situação era explicada porque a Alemanha Ocidental dispunha de mais população e mais recursos.

Além da economia, havia uma questão fundamental que separava as duas Alemanhas: a liberdade. A repressão imposta na Alemanha Oriental era coordenada pela polícia secreta, a Stasi, que tinha milhares de informantes espalhados pelo território da RFA. A repressão não era uma exclusividade de Alemanha Oriental, mas de todo bloco sob influência soviética.

Esses fatores levaram a um enorme êxodo populacional na Alemanha Oriental, e, de 1948 a 1961, 2,7 milhões de pessoas mudaram-se da Alemanha Oriental para Alemanha Ocidental, segundo levantamento do sociólogo e jornalista Jayme Brener. Entre esses milhões de pessoas, havia um número elevado de professores, médicos e engenheiros.

A situação era emergencial para a Alemanha Oriental, pois a perda de mão de obra, sobretudo da mão de obra qualificada, representava um risco para o desenvolvimento econômico do país. Essa situação chamava a atenção das autoridades da RDA, principalmente, a partir de 1958. Assim, para impedir que esse fluxo de pessoas aumentasse, a Stasi foi mobilizada.

Essa fuga de população ficou conhecida entre as autoridades da RDA como Republikflucht, e o uso da Stasi não foi suficiente para conter a situação. Foi essa polícia que sugeriu o fechamento físico das fronteiras como a única maneira eficaz de reduzir a fuga de cidadãos. Levando esse conselho em consideração, Walter Ulbricht, líder da RDA, pediu autorização a Moscou para fechar a fronteira.

A construção

A construção do Muro de Berlim foi resultado de deliberações e negociações que se arrastaram por meses entre as autoridades alemãs (da RDA) e soviéticas. O pedido de Ulbricht foi realizado em maio, a autorização soviética foi dada em junho, e a construção do muro só foi iniciada em agosto de 1961. Esta fez parte da Operação Rosa.

A operação para construir o muro foi conduzida de maneira extremamente secreta, uma vez que se temia uma reação das nações ocidentais, bem como temia-se que, caso a informação vazasse, um número gigantesco de pessoas fugisse de última hora. O historiador Patrick Major fala que, na RDA, somente 60 pessoas sabiam de sua existência.|2|

Os soviéticos então deram início aos preparativos silenciosos da Operação Rosa, e o comando desta foi entregue a Erich Honecker (presidente da Alemanha Oriental entre 1976 e 1989). Os serviços de inteligência das nações ocidentais tinham evidências de que a RDA poderia fazer alguma ação para fechar as fronteiras. Entretanto, não houve nenhuma mobilização para impedir que isso acontecesse, até porque não se sabia quando seria.

Os soviéticos e alemães determinaram que a operação aconteceria na passagem do dia 12 de agosto para o dia 13. Naquela madrugada, milhares de tanques russos tomavam conta das ruas de Berlim e, pela manhã, os soldados da RDA já haviam se posicionado nos limites entre Berlim Oriental e Berlim Ocidental, com milhares de metros de arame farpado que fechavam a fronteira entre as duas cidades.

Ao longo dos meses seguintes é que foram realizadas as ações necessárias que implantaram vários quilômetros de muro de concreto, torres de segurança, cercas eletrificadas, e colocaram no local equipes monitorando o muro 24 horas por dia. O monitoramento era realizado por soldados do exército da Alemanha Oriental que, além de armamento pesado, tinham, à sua disposição, cães de guarda.

O fechamento da fronteira e a construção do Muro de Berlim conseguiram praticamente acabar com o êxodo de cidadãos para a Alemanha Ocidental. Estima-se que, depois do muro, somente cerca de cinco mil alemães orientais conseguiram fugir do país, e, entre 1961 e 1989.

Parte do Muro de Berlim, que separava os dois lados da cidade, em imagem de 1962.

 

A queda

O Muro de Berlim foi derrubado em novembro de 1989, e isso foi resultado do colapso do bloco comunista na Europa. Ao longo da década de 1980, a situação do bloco agravou-se como um todo. No caso da RDA, a crise econômica fomentou manifestações de populares que desejavam uma economia melhor e mais liberdade.

Em 9 de novembro, o governo da RDA anunciou equivocadamente a abertura das fronteiras do país e milhares de pessoas aglomeraram-se nos locais de travessia. Para evitar um desastre de grandes proporções, a medida foi confirmada e a população, em festa, reuniu-se para derrubar o muro na passagem do dia 9 para o dia 10 de novembro de 1989. Isso deu início ao processo de reunificação da Alemanha.

Queda do Muro de Berlim

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Por Bianca Morais 

O TBT do Jornal Contramão de hoje presta uma homenagem a partida de um dos maiores atores que a população brasileira já teve o prazer de assistir

Tarcísio Pereira de Magalhães Sobrinho, eternamente conhecido como Tarcísio Meira, nasceu no dia 5 de outubro de 1935 e faleceu nesta quinta-feira, aos 85 anos. Deixa para trás sua companheira de vida, a atriz Glória Menezes e o filho, também ator, Tarcísio Filho.

Tarcísio Pereira e Glória Menezes se conheceram no início de suas carreiras no teatro, os fãs do casal lamentam não apenas a morte de Tarcísio como a internação de Glória no hospital, ambos contraíram o doloroso coronavírus.

Na televisão Tarcísio estreou em Noites Brancas, no ano de 1959, na TV Tupi. Em outro teleteatro, contracenou pela primeira vez ao lado de sua amada em Uma Pires Camargo, em 1961. 

Tarcísio era galã em sua primeira telenovela diária, 2-5499 Ocupado (1963), na Tv Excelsior, também com Glória Menezes e em várias outras da época, foram mais de sete telenovelas antes de ir para a Globo com a esposa onde estrearam em Sangue e Areia (1967). 

Esse foi só o começo de uma grande carreira onde participou de mais de 50 trabalhos, entre novelas, minisséries e seriados de televisão, exemplo: ​​Irmãos Coragem (1970), Cavalo de Aço (1973), O Semideus (1973), Guerra dos Sexos (1983), O Tempo e o Vento (1985), Desejo (1990), Rei do Gado (1996), Torre de Babel (1998), Hilda Furacão (1998), A Muralha (2000), O Beijo do Vampiro (2002), Senhora do Destino (2004), Páginas da Vida (2006), A Favorita (2008), A Lei do Amor (2016), Orgulho e Paixão (2018).

No cinema, Tarcísio Meira ainda se destacou no cinema, principalmente nos anos 70 e 80, o primeiro filme em que atuou foi Casinha Pequenina (1963), ao lado de Mazzaropi, e outros, como Máscara de Traição, As Confissões de Frei Abóbora, Independência ou Morte, A Idade da Terra e Eu. 

No dia de ontem perdemos também outro brilhante artista aos 84 anos, Paulo José, em decorrência a um quadro de pneumonia. O ator colecionou grandes papéis ao longo da carreira, como o mecânico Shazan no seriado Shazan, Xerife e Cia. No total somaram-se 20 novelas e minisséries, como Por Amor, Explode Coração, Senhora do Destino, Caminho das Índias e Em Família.

No cinema interpretou o emocionante papel no filme “O Palhaço” e em “Macunaíma”. Paulo José deixou esposa e quatro filhos.

Semana de luto para a cultura brasileira. Grandes talentos jamais são esquecidos.