Televisão

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Imagem: Divulgação Channel 4/Netflix

 Por Bruna Valentim

A série originada do canal inglês Channel 4, conhecido por produções como My Mad Fat Diary chegou na última sexta na Netflix e logo virou assunto nas redes sociais. A premissa peculiar segue as desventuras de James (Alex Lawther) um garoto frio de 17 anos que acredita com convicção ser psicopata e decide matar a nova colega de escola Alyssa (Jessica Barden), uma garota rebelde com problemas comportamentais.

No primeiro episódio vemos a primeira interação entre James e Alyssa e com um bem utilizado recurso narrativo conhecemos mais de suas personalidades e intenções. James é apático, não tem sentimentos, não se alegra, tão pouco se entristece, não tem amigos e vive em uma relação unilteral com seu pai que tenta sem sucesso se aproximar do garoto. Alyssa é atrevida e impetuosa, filha de pais divorciados sente falta de seu pai que foi embora quando a garota ainda era criança e não suporta conviver com a mãe e o novo padrasto, um homem com intenções duvidosas.

  Os dois jovens antissociais, solitários e desajustados enxergam um no outro a oportunidade de achar um sentido na vida, embora de maneiras completamente opostas. Alyssa planeja se apaixonar por James encontrando assim uma espécie de escape para seus problemas, James por sua vez deixa a garota acreditar que seus sentimentos são correspondidos pois pretende assassina-la, uma vez que já se cansou de matar animais, a única coisa lhe trazia até então o mínimo de satisfação pessoal. Quando Alyssa resolve fugir de casa em busca de seu pai e chama James para acompanha-la o garoto aceita ir com o propósito de executar seu plano macabro e é então que se dá início uma relação complicada, mas ao menos tempo genuína entre dois adolescentes problemáticos.

 A road trip em que os protagonistas embarcam pelo interior da Inglaterra conta com um carro antigo, um rádio estragado e diálogos afiados, em meio a caronas, paradas em lanchonetes e as situações mais tragicômicas e surreais possíveis. Durante a viagem são surpreendidos por  infortúnios que os levam a cometer uma série de crimes que deixa o espectador incrédulo e ao mesmo tempo fascinado pelas caoticas aventuras do casal disfuncional e fora da lei.

 A série transita entre um humor sombrio, característico de produções inglesas, dramas que arrancam lágrimas dos mais sensíveis, e o horror absoluto pautando situações graves como assédio sexual, suicídio e pedofilia chegando a deixar a audiência desconfortável. A produção da série acertou na escolha do elenco, os coadjuvantes cumprem bem seus pequenos papéis, mas o destaque absoluto é para o casal protagonista interpretado por Jessica Barden e Alex Lawther, a dupla carrega a produção nas costas e está completamente comprometida com suas atuações, os personagens são difíceis  possuem múltiplas nuances, o casal do primeiro episódio em nada lembra o casal das últimas cenas da temporada. Até aproximadamente a metade da série, que contêm 8 episódios de 20 minutos, os dois aparecem em praticamente todas as cenas e conseguem transmitir com segurança as angustias de seus personagens nos deixando imersos em seus problemas, querendo conhecê-los e entender o que os levaram a ser como são. A evolução dos personagens entre o primeiro e o ultimo episódio é perceptível aos olhos, graças ao talento e carisma dos atores que convencem o público a torcer por seus personagens completamente disfuncionais.

 A fotografia é belíssima com tons contrastantes, cores pastéis e o vermelho predominam as imagens. A trilha sonora com baladas indies, canções antigas e artistas independentes fogem do clichê, em séries do gênero que costumam optar por estar diante de uma obra atemporal, o foco é adolescência e as angústias, as certezas e incertezas que permeiam essa fase da vida. A trama  poderia inclusive ter se situado nas décadas passadas, uma vez que os protagonistas são absolutamente contra tecnologia e nem ao menos possuem celulares.

The end of the fucking world não tem nada a ver com profecias, religião, desabamentos, é sobre duas pessoas sufocadas e sem perspectiva dentro de seus próprios mundos. É uma série sobre superação, amadurecimento, e amor. A trama encantou o público e esperamos a continuação da saga de James e Alyssa de preferência com um final dos mais felizes, eles merecem.

 

Google/Reprodução

Por Bruna Valentim

Nos últimos meses o produtor de Hollywood Harvey Weinstein foi acusado de assédio sexual por atrizes como Angelina Jolie, Ashley Judd o que surpreendeu e ganhou coro com acusações de personalidades como Courtney Love e Lupita Nyongo. O som de suas vozes ao falarem sobre suas experiências com o diretor deu coragem para outras vítimas se abrirem o assunto, o que ficou conhecido como o “efeito Weinsten”. A atriz mexicana Selma Hayek, de 51 anos foi a estrela mais recente a vir a público, de acordo com o jornal The New York Times, a atriz se referiu ao produtor como “Meu monstro” e deu detalhes de um episódio “As táticas de persuasão dele iam de falar coisas doces a fazer promessas, até uma vez que, em um ataque de raiva, ele disse as palavras mais assustadoras: ‘Vou te matar, não ache que eu não sou capaz” desabafou Selma. O produtor nega as acusações que vão de assédio a estupro, mas foi afastado de sua produtora e está prestes a ter seu nome retirado da Academia do Oscar.

A aluna Priscila Mendes acha que os casos de Hollywood não são casos isolados e que isso acontece em todos os lugares e em todos os meios “Eu achei muito legal, muito bonito ver essa união, dá forças para outras mulheres que não tem tanta influência como Angelina Jolie falarem. Eu gostei muito também de mulheres produtoras, diretores retirarem esses atores, essas pessoas de suas produções. Isso é presente no Brasil também, conheço vários casos, acontece de ter mulheres assediando homens, acontece de ter homens assediando homens, mas a gente sabe que isso acontece mais com homens assediando mulheres e homens poderosos que intimidam porque as pessoas têm medo de perder suas carreiras, quem está no cinema a maioria não é pelo dinheiro porque é muito difícil ganhar muito dinheiro com isso, é pelo amor e isso as intimida, então acho esse movimento muito importante” declara a estudante.

Kevin Spacey ganhou o Oscar duas vezes, protagonizou o clássico dos anos 90, Beleza Americana, e atualmente é a estrela principal de House of Cards, série original Netflix. Spacey foi visto como um bom homem, discreto na sua vida pessoal e excelente em seus papéis, o ator seguia uma trajetória linear e exemplar já alguns anos até que em outubro ele foi acusado pelo ex ator mirim Anthony Raupp, que alegou investidas sexuais de Spacey sobre ele quando o mesmo tinha apenas 14 anos e Spacey 27. Ele se desculpou, mas afirmou não se lembrar do episódio, em posicionamento público acabou se assumindo homossexual, o que foi considerado um desserviço para a comunidade já que pareceu apenas uma tentativa de mascarar a polêmica.

A estagiária de cinema Stefânia Grochowski acredita que as penas devem ser justas, mas acredita na reintegração social dessas pessoas “Acho que cada caso deve ser estudado de forma única. Vejo que essas pessoas erraram, mas o caso do Kevin Spacey eu sinceramente acredito que o que aconteceu não foi pelo ato dele em si, foi pela repercussão do caso. Eu acho que a postura da Netflix, por exemplo, em nada se deve ao talento ator, acho que os produtores deviam ter colocado Kevin para conversar com um especialista e vê a raiz de seu problema e tentar achar uma solução. Excluir esses profissionais para sempre não acho que seja uma atitude justa, acho que as pessoas podem mudar e melhorar.”

Ed Westick é conhecido majoritariamente por dar vida a Chuck Bass, o personagem mais popular da série teen americana Gossip Girl. O ator namorou colegas de elenco e costuma ser simpático, apesar de reservado nas suas entrevistas. Não nega ao falar do papel que o consagrou como astro mundial. Westick estava planejando ficar noivo da modelo Jessica Serfaty quando foi surpreendido pelas acusações de estupro pela atriz Kristina Cohen. O ator simplesmente publicou uma frase negando conhecer a mulher e afirmou que nunca tentou forçar ninguém a nada, o que foi consequentemente questionado ao surgirem mais dois casos de assédio semelhantes vindos de jovens atrizes. Westick foi afastado da série que protagoniza White Gold, da emissora inglesa BBC e retirado do elenco de Ordeal by innocence da mesma emissora.

Outro caso surpreendente é o do criador da série One Tree Hill, um hit absoluto entre os jovens, no início dos anos 2000 foi acusado em uma carta aberta assinada por atrizes e pessoas envolvidas no programa. Em seguida foi a vez das mulheres da equipe de The Royals, sua atual produção exibida no Brasil pelo canal fechado E!, se pronunciarem fazendo coro às denúncias das mulheres de One Tree Hill. Alexandra Park a protagonista de The Royals, onde interpreta a Princesa Eleanor postou uma nota em seu twitter sobre a situação “Tenho uma responsabilidade por ter trabalhado com ele em The Royals. Estou devastada de admitir a mim mesma, aos meus colegas e à essa indústria, que eu também fui exposta a esses comportamentos repreensíveis. Estou orgulhosa e grata hoje, que podemos tomar um rumo diferente. O que nos encoraja a denunciar o inaceitável, liderança dolorosa; fé que essa liderança será removida e substituída. Fé que não seremos penalizados pelo comportamento de uma pessoa.”, disse a atriz. Mark foi afastado da produção da série e não se pronunciou a respeito das acusações.

Com artistas tão influentes denunciando crimes como assédio e estupro, a hashtag  #MeToo ganhou força nas redes sociais e a capa da revista TIME, com cinco mulheres que representam a força dessa luta, simbolizam a campanha: a atriz Ashley Judd, primeira a denunciar Weinstein, a cantora Taylor Swift, a lavradora Isabel Pascual (pseudônimo), a lobista Adama Iwu e a ex-engenheira do Uber Susan Fowler. Elas são conhecidas como as voices breakers, as vozes que quebraram o silêncio e simbolizam um movimento de extrema importância na luta feminista.

A estudante de jornalismo Lara Rodrigues acredita que o caso do Kevin Spacey é um exemplo a ser seguido “Acho utópico acreditar que é capaz retirar um abusador da sociedade, porque sempre vão existir pessoas que os apoiam. Mas acho que o abusador, seja quem for, deve ser humilhado e rechaçado quantas vezes necessário, porque se simplesmente deixarmos a pessoa de lado depois de um tempo tudo é esquecido e ele volta como se nada tivesse acontecido. O Kevin ter sua série cancelada e o modo como a sociedade no geral lidou com a situação é realmente o que deve acontecer. Mas é claro que acredito que o fato das vítimas de Spacey serem homens influenciou nas consequências de seus atos”.

Os casos acima são um exemplo claro que a união faz a força e que as mulheres vão seguir lutando contra a cultura do estupro que assombra a sociedade até o fim. O ano de 2017 parece ser o início de uma nova era para Hollywood e mostra que as pessoas não estão mais dispostas a se calarem e pelo visto os machistas não passarão, ganharão prêmios ou qualquer coisa além de uma pena justa por suas condutas.

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Por Daniel Reis 

Alerta: Spoilers!!!!

Uma das maiores surpresas do último ano, Stranger Things retorna com a estreia de sua emocionante segunda temporada, que apresenta evolução de sua mitologia, de seus personagens, e do próprio roteiro que acaba mais acertando do que errando.

Com um primeiro episódio que já define bem como essa temporada vai seguir, a série começa acompanhando a nova vida do garoto Will Byers (Noah Schnapp) que após a pouca presença na primeira temporada, se torna o grande destaque desta. Ele que agora tem que lidar com apelidos como Zumbie Boy (ou Zumbizinho) e a superproteção da família e amigos, tem seu arco aprimorado entre contatos com o Upside Down, e a surpreendente atuação do garoto de 13 anos.

Com o Halloween chegando, mantém-se aquela atmosfera oitentista da primeira temporada, com um plus que é o sétimo episódio desta temporada, chamado “The sister”, que tem ligação direta com a primeira cena do primeiro episódio e funciona quase como um Spin-off. É justamente nesse ponto que a série dá uma derrapada e parece perder um pouco da essência que os fãs tanto gostam. Porém o episódio em questão surpreende por expandir (e muito) a história da Eleven (onze) personagem da nossa queridinha Millie Bobby Brown. Com uma cena incrível, a personagem volta com tudo, sendo dona das melhores cenas da temporada, mas apesar disso o episódio não responde todas as perguntas e deixa pontas soltas para serem desenvolvidas futuramente.

Além dos destaques para as atuações mirins de Millie e Noah (Eleven e Will) a grande evolução e destaque fica por conta do Xerife Hopper interpretado por David Harbour (Nosso novo Hellboy) e que desponta nos diálogos e nos momentos mais emocionantes da temporada, é evidente o quanto o ator se entregou ao personagem e gera uma química excelente com praticamente todo o elenco da série. Mas de longe a forma com é abordada a relação dele com a Eleven, e de como os criadores conseguiram em tão pouco tempo construir uma relação tão forte, é o maior dos elogios aqui. Enquanto assistia, ficava ansioso esperando passar alguma cena deles contracenando de novo.

No entanto, nem tudo são flores e um fato que pode incomodar quem estava com saudade da trama, é ver em boa parte do tempo os principais núcleos desmembrados, temos alguns personagens seguindo motivações pessoais e outros que parecem estar ali somente para agradar os fãs da série ou servir de escada para algo no roteiro funcionar, isso não incomoda muito mas pode acabar sendo desgastante para o espectador.

Este é o caso da “vingança” pela morte da Bárbara (Shannon Purser), que era algo muito pedido pelos fãs, mas soa desinteressante perto dos outros núcleos apresentados, e faz um desfavor a personagem de Nancy (Natalia Dyer) que havia terminado a última temporada bem Badass tomando a frente em alguns momentos e partindo para luta, já nessa retorna como se não tivesse evoluído em nada, e buscando a tal vingança pela a morte da amiga somente um ano após o ocorrido, depois de cenas dispensáveis e forçadas dela bêbada chorando em uma festa de Halloween que no fim não serve de ponte para vingança mas sim para o fraco triângulo amoroso entre ela Steve (Joe Keery) e Johnatan (Charlie Heaton) bem melhor se tivessem resolvido logo no início deixando a personagem de Nancy livre para a trama que realmente importa.

Elenco mirim de Stranger Things, Premiere segunda temporada/ Foto: Divulgação

As adições também são vagas, sem ganhar tanto destaque, não pela falta de presença, mas pelas histórias serem realmente desinteressantes. Os irmãos Max (Sadie Sink) e Billy (Dacre Montgomery) são o maior exemplo disso, com um passado que é mantido em segredo quase toda a temporada, com cenas e mais cenas de diálogos misteriosos para no fim ser uma história comum de divórcio que não traz humanidade para os personagens, nem faz você gostar mais ou se importar com eles, fazendo com que estes conflitos soem como pura vergonha alheia em alguns momentos.

A parte boa foram as adições de Dr. Owens (Paul Reiser) que por se tratar de um cientista do misterioso laboratório de Hawkins. Aparentando ser bonzinho demais, traz sempre um ar de desconfiança ao espectador quando está na tela, chegando a ser um desafio a parte para quem assiste descobrir suas reais intenções. Além disso temos a chegada de Bob personagem do Sean Astin que não acrescenta muito, mas é indispensável para o arco emocional de Joyce Byers (Winona Ryder), e que possui algumas das melhores referências dessa temporada, com direito a uma piada referenciando a Goonies (filme que ele participou no anos 80 como ator mirim), quando pergunta se o mapa do Will leva a algum tesouro pirata.

Apesar das derrapadas, a série se mostra muito superior em todos os âmbitos, trazendo cenas marcantes, com diálogos e conflitos inteligentes, e um respeito a si mesma ao manter todo o clima da primeira temporada, evoluindo os principais personagens sem desrespeitar a jornada deles. A maioria das principais perguntas deixadas na primeira temporada são resolvidas rapidamente nesta, o que facilita em manter a trama simples e atrativa.

Stranger Things é hoje uma das maiores séries, e tem tudo para se manter neste posto por mais algumas temporadas, poderia facilmente causar um frisson tão grande quanto o de Game of Thrones se fosse lançada semanalmente, mas mesmo assim várias pessoas estarão discutindo a saga de Eleven e companhia. O que nos resta agora são as teorias, que vão surgir sobre o futuro da série, rever esta excelente temporada, e um especial muito interessante que a própria Netflix lançou chamado Beyond Stranger Things.

Com um roteiro em três atos, e uma direção impecável os Irmão Duffer, fizeram de novo um filme de 9 horas que vai fazer você se importar com a trama, não querer parar de assistir, não sair do sofá nem para ir ao banheiro e no fim ainda pedir por mais, reclamando sobre a demora até a próxima temporada.

Por Glaudson Junior – Start – Parceiros Contramão HUB

Falando sobre o Aftershow The Walking Dead The Talking Dead, o ator de Rick Grimes observou que, como ele nunca teve um papel nas franquias de Harry Potter ou O Senhor dos Anéis, ele sente como se ele pudesse ter um papel em Star Wars:

 

“Eu posso ter sido um fabricante de queijos. Ou um fazendeiro de porcos, mas [o ator do governador] Dave Morrissey e eu … Nós costumávamos a falar que éramos os únicos atores da British Equity que não estavam na franquia de Harry Potter, então talvez eu tivesse estado brincando sobre Hogwarts ou hobbit-ing sobre a Terra do meio, e eu sempre achei a ideia de colocar minhas mãos em torno de um sabre de luz.

 

The Walking Dead vai ao ar as noites de domingo. A série estrela Andrew Lincoln, Norman Reedus, Lauren Cohan, Chandler Riggs, Danai Gurira, Melissa McBride, Lennie James, Sonequa Martin-Green, Alanna Masterson, Christian Serratos, Josh McDermitt, Seth Gilliam, Ross Marquand, Austin Nichols, Jeffrey Dean Morgan Tom Payne, Austin Amelio, Xander Berkeley, Pollyanna McIntosh, Steven Ogg e Katelyn Nacon.

 

Fonte:  The Talking Dead (via ComicBook.com)

Por: Hellen Santos

Hoje a televisão é um dos meios de comunicação mais usados de todos os tempos. No dia 11 de agosto, no Brasil, é comemorado o dia da TV em homenagem à sua padroeira, Santa Clara de Assis, que nasceu nesta data. No Brasil, este aparelho só chegou em 18 de setembro de 1950, quando foi inaugurada a primeira emissora brasileira: a TV Tupi, a 67 anos atrás.

O grande comunicador dos anos 50 era o nordestino Assis Chateaubriand, um dos homens mais poderosos do Brasil. Trabalhou em vários jornais até fundar o Diário Associados, fundando também a primeira emissora PRF3 TV difusora ou popularmente falando, Tv Tupi.

A Tv era um artigo de luxo, no Brasil nos anos 60 só existiam 200 mil exemplares. Nessa época as produções eram todas feitas no improviso, sem técnicas específicas, só com base no que era produzido pela rádio e o teatro.

Programas de Auditório e Novelas

Os programas de auditório e as novelas foram e ainda são um dos produtos mais visados e feitos pela tv brasileira, unindo diariamente diversos telespectadores diante do que conhecemos como um dos equipamentos mais populares da atualidade.

O primeiro beijo demorou cerca um ano para ocorrer na Tv. Em 1951, a jovem atriz Vida Alves, chegou para marcar seu nome na história da televisão brasileira. Ficou conhecida por dar o primeiro beijo exibido na tv em Walter Forster, na novela “Sua vida me pertence”, primeira telenovela a ser exibida na tv Tupi. Foi um pequeno selinho, mas marcante para uma geração cercada pela censura. Em 1963, ela marcou novamente, desta vez dando o primeiro beijo lésbico na atriz Geórgia Gomide, no teleteatro “A calunia”.

Em 1955 “ O céu é o limite” foi primeiro programa de perguntas e respostas com premiação que foi exibido na tv. A Tv Paulista, ainda em 1955, estreava “O mundo é das mulheres”, primeiro programa feminino exibido e apresentado por Hebe Camargo, considerada grande figura na história da tv até hoje. A emissora também foi responsável pelo aparecimento do ícone Silvio Santos em 1965.

Depois da Tv Tupi, as emissoras não pararam de aparecer. No final da década 60 já existiam cerca de 6 emissoras na ativa. Nessa época também apareceu a publicidade, representando a época em que as emissoras começaram a disputar por audiência. Os programas tinham o nome dos patrocinadores, um exemplo era “Grande Gincana Kibon”, programa de sucesso da TV Record, com programação infantil de maior sucesso que durou mais de 16 anos.

A Record foi a pioneira em exibir programas musicais, que revelaram grandes nomes como Roberto Carlos, Elis Regina e Jair Rodrigues, nomes fortes na música popular Brasileira.

No dia a dia dos brasileiros, nenhum outro meio de comunicação foi mais presente ou influente do que a televisão. Mesmo famílias que vivem em casas simples, sem acesso à infraestrutura básica, costumam ter pelo menos um aparelho de televisão em sua residência.