Una

Por Bianca Morais 

O Centro Universitário Una sempre foi palco para palestras e bate-papos com temas de suma importância, buscando levar aos alunos um pensamento crítico, muito além do aprendizado tradicional.

Em 2019, na cidade de Brumadinho (MG), aconteceu uma das maiores tragédias ambientais que já se viu em toda a história: o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. O desastre chocou o mundo e ocasionou a morte de 271 pessoas, incluindo 9 desaparecidos e a devastação do rio Paraopeba e de todo o ecossistema a sua volta. 

Durante aquele primeiro semestre de 2019, a Una promoveu diversas discussões sobre o assunto, inclusive, foram realizados diversos projetos interdisciplinares envolvendo diferentes cursos. 

 

Os eventos do curso de jornalismo

O curso de jornalismo, no período coordenado pela professora Márcia Maria Cruz, realizou grandes iniciativas. Segundo a jornalista, que acompanhou de perto ação da imprensa frente o rompimento da barragem de Brumadinho,  essa foi uma das principais coberturas jornalísticas do Brasil, comparável até ao 11 de Setembro nos Estados Unidos, em termos mundiais, com desdobramentos gigantescos.

“Em função disso, eu considerei que era importante fazer uma reflexão sobre a cobertura convidando jornalistas que participaram dela e docentes do nosso curso que pudessem fazer uma discussão sobre esse processo para os alunos”, conta ela. 

Na época, o Jornal Contramão ficou responsável pela parte da produção executiva do evento, com objetivo de fazer uma conexão entre a academia e o mercado de trabalho, os profissionais que atuam nas redações e que fazem a cobertura jornalística no dia a dia.  

A organização trouxe ao Contramão uma importante visibilidade.Os debates contaram com um público bem expressivo, alunos da Una e de várias outras instituições, interessados em cursar o curso de Jornalismo, além da presença de diretores de redação de vários jornais, como por exemplo, o diretor de redação do Jornal Estado de Minas, Carlos Marcelo de Carvalho, representantes de outros veículos, como da rádio CBN, Itatiaia, todos para assistirem ao debate. 

“Foi um grande encontro com a presença de estudantes, professores e profissionais de jornalismo, tanto os que foram convidados a fim de compor as mesas e os debates como os que foram com intuito de assistir. Esses encontros são extremamente ricos e importantes tanto para a formação dos nossos alunos, como também para os jornalistas profissionais que têm esse tipo espaço como uma possibilidade de refletir sobre o trabalho que eles realizam no cotidiano”, comenta Márcia.

 

A mostra de fotografias

Inicialmente, foi elaborada uma mostra onde foram apresentadas 30 capas e 20 fotos produzidas por profissionais de diferentes veículos de comunicação de Minas durante a cobertura da tragédia.

Com grande repercussão, a curadoria da exposição ficou a cargo dos professores: Aurélio Silva, Magda Santiago, Leonardo Drummond Vilaça, e o jornalista do Estado de Minas, Fred Bottrel, que foi um dos autores da reportagem em 360 graus realizada em Brumadinho, uma verdadeira inovação na cobertura jornalística. A expografia foi produzida pela professora dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores, Janaína Scaramussa, e a montagem pelos alunos do curso.

As imagens presentes na mostra eram de uma autenticidade fora do comum, realistas e mostravam a verdade, mesmo que chocante daquela calamidade. Aquelas fotos precisavam ser expostas, vistas e provocar atenção, com intuito que a morte de centenas de pessoas não passasse em vão, para que o público cobrasse respostas e que as vidas perdidas não caíssem no esquecimento.

A professora Maria Magda compartilha que participar da curadoria da exposição sobre a tragédia de Brumadinho foi um trabalho em que ela precisou olhar de frente o aniquilamento humano e a dor das pessoas. 

“Olhar, sem poder desviar a vista, para a destruição ambiental, o martírio do rio, a agonia dos animais. Ainda sem fôlego, ver a exaustão e o assombro nas expressões dos bombeiros e voluntários”, conta ela.

Para ela era difícil incluir, naquela contemplação angustiante, a observação da linguagem fotográfica, o “ver” de cada fotógrafo, as questões de enquadramento, o trabalho com a luz. 

“O sofrimento exposto nas imagens fazia com que tudo ficasse pequeno – problemas ínfimos, preocupações tolas, chateações fúteis, só pensava que essa exposição poderia ajudar a sensibilizar a comunidade, os nossos alunos, a aumentar as doações. Mas não dava para fugir da consciência do que é perdido, daquele desamparo na paisagem de lama. Por mais ajuda que tivesse, o que olhávamos era irreversível”, conclui a curadora. 

Entre as fotografias expostas apareceram as dos fotógrafos Alex De Jesus, Alexandre Guzanshe, Cristiane Mattos, Douglas Magno, Flávio Tavares, Gladyston Rodrigues, Isis Medeiros, Lucas Prates, Moisés Silva e Uarlen Valério. A reportagem 360 de Fred Bottrel e Renan Damasceno. A primeira página dos jornais Estado de Minas, O Tempo, Hoje em Dia, Super Notícias e Metro BH.

 

As mesas de debate

Além da exposição, também foram organizadas mesas de debates com o tema: “Desafio da reportagem: Cobertura Jornalística de Tragédias”. O bate papo foi dividido em dois momentos, um primeiro com “A produção de imagens em tragédias”, onde foram convidados para contar suas experiências os jornalistas Daniel de Cerqueira (O Tempo), Carlos Eduardo Alvim (Globo Minas), Gladyston Rodrigues (Estado de Minas) e Isis Medeiros (jornalista independente).

Na sequência, era a vez das “Narrativas da Tragédia”, que trouxe Edilene Lopes (Rádio Itatiaia), Márcia Maria Cruz (Estado de Minas) e Pedro Aihara, tenente do corpo de bombeiros de Minas Gerais.

Os convidados que participaram dos debates foram escolhidos de forma que fosse possível uma ampla representação dos veículos que fizeram a cobertura, dessa maneira estiveram presentes repórteres e jornalistas de várias mídias, de jornal impresso, portal, televisão e rádio. 

 

A relevância do evento para o jornalismo mineiro

Todos os eventos contaram com participação massiva dos alunos da instituição, principalmente, do curso de Jornalismo. Com a tragédia ainda fresca na memória de todos, era impossível não prestar atenção a cada fala e depoimento.

O evento foi sem dúvidas um dos maiores realizados em Minas Gerais para tratar da cobertura jornalística de uma tragédia, o assunto é de grande importância, sobretudo com a dimensão que foi o rompimento da barragem da Vale, todas as implicações das vidas perdidas, da destruição ambiental, os danos ao turismo danos e aos rios e bacias hidrográficas, dos pagamentos à comunidades, entre outros.

“E como o jornalismo faz a cobertura de um acontecimento desta dimensão, é fundamental trazer isso à formação de futuros jornalistas, ao curso de jornalismo é importante porque permite mostrar qual é a preocupação e qual é o entendimento que o curso tem com relação ao jornalismo, o que se considera como prioridade”, comenta a professora.

A exposição e as mesas de discussões tiveram grande repercussão e reconhecimento dentro da imprensa mineira, sendo anunciado por diversos veículos, com matérias publicadas falando tanto da programação dos debates como da exposição que foi realizada.

“Entendo que acontecimentos dessa natureza tem uma contribuição para qualificar a cobertura jornalística, para fazer com que ela seja pensada, refletida, e que com isso, possam ganhar em termos técnicos e éticos, termos de tratar um tema de tamanho interesse público”, conclui Márcia. 

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Por Bianca Morais 

Todos que pretendem ingressar no mercado, idealizam trabalhar em um local onde encontrem um ambiente de trabalho justo, agradável e que valorize seu colaborador, com uma boa e humanizada gestão de pessoas e oportunidades de se desenvolver e crescer internamente. 

Em uma empresa que busca se destacar no mercado, ter o apoio de indicadores, como o de satisfação dos funcionários é essencial. Aquele que está feliz com o seu trabalho certamente indicará sua companhia para outras pessoas, falando bem de onde trabalha e, ainda por cima, prestando um serviço de qualidade.

O ENPS

Sendo assim, o Centro Universitário Una, conta hoje com o ENPS (Employee Net Promoter Score), uma ferramenta que classifica a empresa como um bom local de trabalho, além de avaliar a liderança do grupo e a visão de toda equipe.

A iniciativa de implementar o ENPS na Una foi tomada pela Vice-presidência de Gente, Cultura e Gestão da Anima Educação, aplicado em outubro de 2020, com seus primeiros resultados divulgados em março de 2021.

Segundo Sarah de Faria Pimenta, uma das responsáveis pela implantação, foi estabelecido um cronograma considerando de 3 a 4 ciclos de aplicação do ano, a continuidade do programa em 2021 ainda está sendo avaliada.

“O projeto está em revisão, porém o planejado inicialmente é que ocorram em 2 ciclos de aplicação em 2021”, completa.

A métrica do ENPS é baseada na do NPS (Net Promoter Score), aquela usada pelo Marketing para medir a satisfação dos clientes, dessa forma, adaptou-se com objetivo de descobrir a satisfação do interno, ajudando a identificar os acertos e erros que cometem e buscando sempre melhorias. 

Em geral, o ENPS é composto por duas perguntas, sendo:

 

1) Em uma escala de 0 a 10, qual a probabilidade de você recomendar a empresa como uma boa empresa para se trabalhar? (Pergunta fechada de escala de 0 a 10)

2) Justifique a sua resposta anterior. (Pergunta aberta de texto)

 

Dentro da metodologia, os funcionários são divididos em três tipos: 

 

  •       Detratores (nota 0-6): Podem influenciar negativamente a satisfação de outros colaboradores, a marca empregadora e a experiência do clientes;
  •       Neutros (nota 7-8): Não estão investidos emocionalmente no trabalho, mas também não estão ativamente engajados;
  •       Promotores (nota 9-10): São leais à empresa, influenciando positivamente outros colaboradores e fortalecendo o Employer Branding.

 

O score do ENPS é calculado a partir da subtração entre a porcentagem de Promotores e a porcentagem de Detratores. 

ENPS= % Promotores – % Detratores 

Por serem considerados neutros, quem responde 7 e 8 não são incluídos no cálculo final. Um bom ENPS é aquele que classifica sua nota dentro das Zonas de Qualidade. No Brasil, de forma ampla, consideramos que:

Zona crítica: abaixo de +10

Zona positiva: entre +10 e +50

Zona excelente: acima de +50

“No ciclo de 2020 utilizamos o formulário de aplicação em sistema interno para acesso de todos os colaboradores, nesse primeiro ciclo, nosso resultado (seguindo score e zonas) foi de 83%, os aspectos melhores avaliados foram: Valores/Propósito;  Oportunidade de crescimento e Clima organizacional”, explica Sarah.

A pesquisa é sigilosa, por tanto as tratativas passam por planos de ação com cada escola e vice-presidência com intuito de reforçar as práticas e trazer alternativas de melhorias, dessa forma ninguém precisa se sentir inseguro, metodologias como essas funcionam exatamente para proporcionar um ambiente de qualidade.

Desde a implementação, o ENPS tem recebido um retorno positivo, foram realizadas divulgações e planos de ação por escolas da Anima, sendo assim, todos os gestores tiveram acesso aos resultados para proposta de plano de ação.

Os principais benefícios do ENPS são:

  •     Avaliar satisfação, lealdade e incômodos dos colaboradores;
  •     Rápido e simples (composto por apenas 2 perguntas), pode ser aplicado em maior frequência;
  •     Não gera expectativas em relação a planos de ação específicos;
  •     Abordagem quantitativa (score) e qualitativa (por meio de comentários abertos).

Proporciona:

  •     Agilidade das ações –  Avaliação curta e rápida que traz insights instantâneos, podendo rapidamente se transformarem em planos de ação. Essa praticidade e agilidade permitem a coleta frequente de feedback sobre a experiência para conseguir trabalhar melhorias contínuas.
  •     ‍Anonimato dos colaboradores –  Pode (e deve) acontecer de maneira anônima. Desse modo, além de preservar o colaborador, é criado condições para feedbacks sinceros e maior abertura por parte do colaborador.
  •     ‍Auxilia na tomada de decisão – Os resultados mostram rapidamente onde está o problema, criando senso de urgência nas iniciativas. ‍
  •     Empoderamento das pessoas –  Oferece ao RH um bom entendimento dos sentimentos e percepções dos colaboradores, além de canal de acolhimento e escuta dos colaboradores.

Antes já éramos avaliados pelo GPTW

É buscando sempre excelência de mercado, que o Centro Universitário Una, foi durante anos classificado pelo selo GPTW, como um dos melhores lugares para se trabalhar. Em 2012, o Centro Universitário Una foi a primeira instituição de ensino superior brasileira a ser eleita pelo GPTW, no último ano, ela ganhou em 3º lugar no ranking das Melhores Empresas para Trabalhar em Minas Gerais.

Mas o que é o GPTW?

O GPTW foi idealizado por um jornalista, Robert Levering, que sempre esteve muito ligado a questões de trabalho e conflitos trabalhistas. Na época, Levering, foi convidado para escrever um livro sobre as melhores empresas para se trabalhar nos Estados Unidos, convite ao qual recusou, pois segundo ele, era impossível encontrar uma boa empresa para se trabalhar no ponto de vista dos funcionários, o jornalista inclusive sugeriu escrever sobre as piores, mas essa ideia foi cancelada pela editora.

Por fim, Robert aceitou escrever o livro, mas como bom jornalista, foi entrevistar trabalhadores de forma confidencial. Durante sua trajetória, encontrou muitos que detestavam suas empresas, em contrapartida, para sua surpresa, descobriu muitos felizes dentro de seu ambiente de trabalho. 

A descoberta levou a criação do Great Place to Work, ele se aprofundou melhor no assunto, descobriu excelentes empresas para se trabalhar e passou a prestar consultorias para aquelas que não se encaixavam no perfil, mas poderiam se tornar com dedicação. A instituição do jornalista foi a primeira a conduzir essa pesquisa mundial sobre o tema.

Atualmente o GPTW, reconhece anualmente, as melhores empresas para se trabalhar no mundo, em âmbito nacional, a avaliação é feita através de seus funcionários, não existem pré requisitos para se inscrever no programa, apenas a vontade da empresa em se tornar cada dia melhor. O ranking, divulgado pela Época Negócios, apresenta as seguintes categorias:

  • Multinacional (Médio Porte);
  • Nacional (Grande, médio, pequeno porte);
  • Regional (Estadual);
  • Setorial (Setor de atuação da empresa);
  • Temático (LGBT+, Étnico Racial, Gênero);

Os diagnósticos são feitos online, de forma confidencial, e avaliam diversos aspectos como, clima organizacional, infraestrutura, transparência na gestão, entre outros, por isso, o clima empresarial influencia diretamente no resultado, funcionários motivados entregam melhores números, e é com muito orgulho que o Centro Universitário Una, com seus 60 anos de eficiência, estampa anos consecutivos sendo reconhecido. 

Com a palavra, os funcionários

Jeferson Silva Chaves, líder Infraestrutura dos campus Aimores, Liberdade e João Pinheiro II

“Trabalhar na Una para mim é prazeroso, eu acordo e não tenho aquele medo da segunda-feira como todo mundo tem, ‘ah eu tenho que trabalhar’, eu não tenho isso, eu tenho prazer de ver as pessoas que trabalham aqui.

Entrar na Una para mim foi um divisor de águas muito grande, como eu vim do interior, uma cidadezinha de 4 mil habitantes, muito pequena do interior da Bahia, a questão da mudança foi muito importante, porque quando eu comecei a trabalhar na Una eu vi as mudanças acontecendo na minha vida.

Eu vim da limpeza, depois portaria, biblioteca, estou em uma liderança hoje, e essas inovações essas mudanças, para um cara que saiu com 16 anos de sua terra, me trouxe muito.

E assim trabalhar na Una para mim é demais, entender como funciona cada processo, e mudança que ela proporciona no nosso dia-dia. Ver a instituição, o tamanho que ela é agora é uma coisa absurda, e fazer parte disso é incrível, eu costumo dizer que eu não visto a camisa da empresa, eu participo dos negócios da empresa, eu me sinto assim”.

 

Maria Isabel Bernardes Câmara, líder de relacionamento da Central de Atendimento ao Candidato

Na Una eu cresci como pessoa e profissional, tive de aprender com todes que passaram pelo meu caminho, me apaixonei pela área de atendimento e tive muitas oportunidades de crescer dentro da empresa. 

Aqui eu descobri minha vocação para Relações Públicas, cuidei de eventos, me tornei Analista Júnior e hoje estou líder de relacionamento na CAC da Cidade Universitária. A responsabilidade é grande e o amor pelo que faço, maior ainda.

Na posição que estou hoje, tenho a chance de participar desde o começo da trajetória de nossos calouros e sei que eu e meu time contribuímos para a realização de sonhos desde a porta de entrada da nossa Instituição. Poder contribuir no desenvolvimento e potencialização das habilidades humanas e técnicas de cada um, me faz ter a certeza de que estou na empresa certa: afinal, aqui a gente se prepara para a vida e para o trabalho.

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Por Italo Charles (especial para Contramão)

Escrever histórias, narrar acontecimentos e acompanhar as transformações do mundo, mantendo o compromisso com a verdade faz parte do dia a dia dos profissionais jornalistas. Ao longo das últimas décadas a comunicação passou por vários processos de adaptação devido a evolução tecnológica e a partir de então as mídias tiveram que se reinventar e adequar seus conteúdos para novos formatos.

Durante esse período, instituições de ensino superior e grandes universidades também moldaram os seus cursos de jornalismo para atenderem a nova era, a digital.  Em 2007, logo após o curso de jornalismo, do Centro Universitário Una, ser transferido do antigo campus do bairro Buritis para o atual campus Praça da Liberdade, o jornal laboratório Contramão foi criado. 

Contramão, de acordo com o dicionário significa ‘do lado contrário’, mas para a história do curso de jornalismo da Liberdade – como é chamado o campus atualmente -, significa contrapor-se aos veículos tradicionais de comunicação.

Ao longo dos quase 15 anos de vida, o Jornal Contramão acompanhou a evolução dos canais digitais e ganhou grande repercussão ao dar furos de notícias e competir com grandes veículos da capital mineira.

Nesse período vários estudantes, estagiários, professores e coordenadores contribuíram para o crescimento e fortalecimento do Jornal que cumpre sua função de transmitir a informação, e entregar conteúdos de qualidade para o público que acompanha.

 

Primeiros passos

Natália Oliveira

“Eu entrei no Contramão logo no início dele, pouco depois da mudança do campus do Buritis para a Praça da Liberdade. Nesse período éramos eu e mais um estagiário e o Reynaldo Maximiano como coordenador e o professor Aurélio Silva.

O tempo que estive lá, considero como uma grande experiência de vida. Foi lá que eu aprendi como era fazer jornalismo na prática. Nessa época o jornal era como se fosse local, produzíamos reportagens com os recortes voltados para cidade de BH. Escrevíamos um pouco sobre tudo, como cultura, cidades, economia, esporte e muito mais.  

Me lembro que eu gostava muito de escrever sobre personagem. Uma vez, produzi uma matéria com um pipoqueiro, contando a história dele. Pra mim o Contramão foi uma escola, eu aprendi um pouco sobre edição de vídeos, fiz podcast, lá eu realmente aprendi a fazer jornalismo”. 

Natália Oliveira, jornalista.

 

 

Escrita Afetuosa

Débora Gomes

“Em 2010 eu fui estagiária do jornal laboratório. Como foi meu primeiro estágio, foi também minha primeira experiência com o jornalismo. E é bem diferente daquilo que a gente imagina, né? Era desafiador produzir um jornal impresso inteiro e ter sempre assuntos legais para as coberturas hiperlocais. Penso que os desafios andam do lado dos aprendizados. E no Contramão eu tive a oportunidade de aprender (errando) um pouco de tudo: aprimorar a escrita, perguntas certas para entrevistas, diagramar o jornal impresso (eu adorava!). Foi um período muito feliz da minha vida. 

Cada dia era um aprendizado novo. Então, cada experiência me marcou de um jeito. Eu adorava sair pra fazer as coberturas hiperlocais. E gostava de conhecer novas pessoas/personagens pras matérias. Sempre gostei de ouvir histórias, sabe? Então essas duas possibilidades me encantavam. Mas acho que o mais legal foi quando o jornal me enviou para cobrir uma edição do Festival de Cinema de Tiradentes. Viajamos de ônibus, ficamos em uma pousada linda, com um café da manhã delicioso! rsrs. E fiz várias fotografias, conversei e estive bem pertinho de artistas, fizemos várias matérias especiais pro jornal on-line. Foi uma experiência muito bonita. 

O Contramão foi minha oportunidade de colocar em prática algumas coisas que eu via em sala de aula. Então, certamente isso foi importante para que eu conduzisse toda a graduação de uma forma mais completa, sabe? Nem só com teorias. Hoje trabalho com escrita. E muito da visão que tenho e da forma como conduzo as palavras, veio da liberdade que a gente tinha pra produzir no Contramão. A Escrita Afetuosa que me acompanha hoje, certamente veio um pouco das chances que tive de colocar minhas ideias e vê-las acolhidas pelo Reynaldo, que era o coordenador na minha época. Ele foi um grande incentivador da minha escrita. E aprendi ali o quanto a escrita é infinita. Já na vida pessoal, acho que os amigos que fiz lá vão ser sempre minha maior referência. Alguns seguem comigo até hoje”.

Débora Gomes, jornalista e escritora.

 

Manifestações e coberturas bombásticas

Elias Santos

 

“Eu cheguei na Una em 2013, e o que me chamou muita atenção foi uma série de reportagens sobre as manifestações e ocupação das ruas de Belo Horizonte, aquela coisa que até hoje a gente não consegue entender muito bem. Lembro que a Praça da Liberdade e as ruas foram invadidas pelos manifestantes. Então o que eu senti ali naquele momento foi um espírito de liberdade.

Quando tivemos a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, em vários momentos Contramão se contrapôs a  isso, questionando se realmente era importante. Eu lembro muito disso, eu achei muito bacana a movimentação e a audácia do jornal nesse período”.

Elias Santos, professor.

Minha Carreira Jornalística

Moisés Martins

“Entrei no Contramão no segundo período de faculdade, com pouca experiência na área. Desde o início comecei a dar o meu melhor, produzindo matérias, realizando a cobertura dos eventos para procurar ser destaque no que eu fazia.  Permaneci por dois anos no jornal e foram os melhores anos da minha vida.

Nesse período eu aprendi, construí amizades, fiz contatos e a partir dali tudo mudou na minha vida. Eu saí de lá praticamente formado e mesmo assim devido ao fim do meu contrato, se não fosse isso teria ficado até o final (risos). Mas depois dali, comecei outro estágio indicado pelos meus ex-chefes do Contramão. Hoje eu devo a minha carreira jornalística e tudo que aprendi naquele período aos meus líderes”.

Moisés Martins, jornalista.

 

História e muito aprendizado

Bianca Morais

“Desde quando entrei na Una sempre achei o Contramão um lugar incrível, via alguns colegas de sala estagiando lá e sempre tive vontade.  Foi em abril de 2019, que em minha terceira tentativa de processo seletivo, passei. O estágio no Contramão foi um sonho realizado, até então eu não tinha feito nenhum outro na minha área e lá eu tive a liberdade de produzir os conteúdos, apoio do meu técnico Felipe e da minha líder a Marcia, eu saia do laboratório, ia para as ruas atrás de reportagens. Eu escrevia as reportagens, eles me apontavam os erros e acertos, onde podia melhorar. Além é claro, das amizades que construí ao longo do estágio.

No final daquele ano entrou uma das pessoas que mais me apoiaram nessa trajetória do jornalismo, a Dani Reis, ela assumiu a liderança do laboratório e ali nascia muito além de um cargo de chefe e funcionária, mas uma amizade que me inspirava. Sempre disposta a me ajudar tanto nas matérias para o Contramão quanto em trabalhos da faculdade.

Me formei no ano meio de 2020 e sabia que ali acabaria um ciclo de aprendizagem, mas como o destino sempre nos prepara uma surpresa dois meses depois apareceu uma vaga para técnica de laboratório e logo me inscrevi, e passei. Agora o lugar onde havia estagiado e aprendido tanto, era meu primeiro local de emprego como jornalista.

Ali comecei a escrever meu futuro, e literalmente escrever, hoje alimento o nosso Jornal Contramão com notícias diárias, aqui crio meu portfólio com inúmeras matérias, tanto institucionais, quanto aquelas de assuntos diversos e relevantes que me permitem conhecer diariamente pessoas e histórias incríveis que elas têm a contar.

O Contramão é e sempre foi aquele jornal que caminha no sentido oposto, contrário àqueles veículos de comunicação que vemos diariamente na nossa cidade. Isso me lembro até hoje das primeiras aulas que tive com meu professor Reynaldo, lá no primeiro período de curso, onde ele nos apresentava o mestre Gay Talese, o chamado Novo Jornalismo, e como o Contramão trazia aquilo. A gente conta a história, mas não contamos por alto, nós entramos nela, exploramos ao máximo o que nossos personagens têm a nos mostrar. E o Jornal Contramão é tudo isso, nos permite criar, e sou eternamente grata por fazer parte dessa equipe”.

 Bianca Morais, jornalista e técnica do Contramão.

 

A Fábrica

Participei ativamente da criação da Fábrica que o objetivo era  a gente trabalhar de forma transdisciplinar de modo que a gente pudesse pensar economia criativa como um todo. E é muito interessante a gente pensar que o Jornalismo está inserido nesse meio. 

Eu fiz questão de preservar o nome, havia uma possibilidade de mudança, mas eu achei que não era conveniente essa mudança., porque o nome é muito importante entre Contramão ainda, pode ser que mais adiante neste momento crítico sobre a coordenação e eu achei que o nome da rua é importantíssimo porque ele significa um contraponto, algo diferente, algo que se coloca nesse sentido como um todo.

Para a Fábrica como todo, o Contramão é tão importante, porque ele é a válvula de atividades da Gastronomia, da Moda, da Arquitetura que se transforma em reportagem e por aí vai… O Contramão é um veículo onde a instituição pode falar, não se trata de um espaço  institucional, mas por meio dele e a partir dos critérios jornalísticos a instituição ganha voz. 

Ele é um complemento na formação dos estudantes, ele se torna muito importante nesse sentido porque dentro da própria universidade ele serve como um espaço de experimentação e prática para todos os estudantes de jornalismo. Por se tratar de um veículo de comunicação de uma universidade, o Contramão precisa experimentar, nele é possível criar modelos de narrativas diferentes por se tratar de um jornal diferente dos meios tradicionais”.

Elias Santos, professor e ex-coordenador da Fábrica.

 

Vida longa ao Contramão

Daniela Reis

“Há dois anos assumi a liderança do Núcleo de Conteúdo da Una, e uma das minhas funções é ser editora do Contramão. Aqui, temos a oportunidade de abordar temas variados com visão crítica e bem diferente da grande mídia, o que para a formação dos nossos alunos é espetacular. Nesse tempo em que estou à frente do Contramão, o vi crescer de forma extraordinária, passando a ter publicações diárias com pautas bem elaboradas e que  ultrapassam os limites da instituição. Como é gratificante presenciar o crescimento dos  estagiários no dia a dia, e principalmente, acompanhar as conquistas dos mesmos no mercado de trabalho, saindo da nossa pequena redação para veículos de comunicação renomados. 

Nossa equipe trabalha diariamente para produzir conteúdos relevantes e aprimorar a qualidade dos nossos textos. Vida longa ao Contramão!”.

Dani Reis, líder do Núcleo de Conteúdo e editora do Contramão.

 

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Por Bianca Morais 

Todos os semestres, o Centro Universitário Una, promove o Conecta, um evento destinado às áreas de Arquitetura e Urbanismo, Design de Interiores, Design Gráfico e Moda, especialistas e profissionais do meio são convidados para palestrar aos alunos sobre assuntos relevantes relacionados ao mercado de trabalho, tendências e muito mais.

A primeira edição do Conecta aconteceu em 2018, e desde então, acontece com o apoio dos coordenadores, líderes de laboratórios, professores e também alunos e estagiários dos núcleos. 

Dando continuidade a série de reportagens dos 60 anos da instituição, o Jornal Contramão, apresenta hoje esse grande evento, confira.

 

O Conecta 

Assim como o próprio nome diz, Conecta é a conexão de cursos. Durante muito tempo, cada curso mantinha seus próprios eventos, cada um com sua semana, título, temática, movimentando individualmente o nicho em que estavam inseridos e muitas vezes não ofereciam a possibilidade da interdisciplinaridade. O Conecta surgiu então como a junção dos eventos da Economia Criativa concentrados em uma única semana. Com o principal objetivo de conectar pessoas, trazer o mercado de trabalho para sala de aula e aproximar estudantes da prática, através de conteúdos inovadores e inéditos. A cada edição o projeto traz para palestrar profissionais de cada área, atendendo muitas vezes a sugestões e pedidos dos próprios alunos por temáticas que achem interessantes de serem abordadas. Os professores também palpitam na hora de indicar especialistas. 

Desde o seu surgimento, o evento acontecia de forma presencial, no entanto, com a pandemia, ele passou a para versão online. Para Karolina Oliveira, líder do Núcleo de Arquitetura e Urbanismo da Fábrica Una e coordenadora do Conecta, dois pontos marcaram esse novo formato. 

“Sinto falta do prédio cheio, do calor humano e da correria que era produzi-lo presencialmente. Sempre cheio de surpresas, perrengues, o que não falta é perrengue, palestrantes que não aparecem, alguns iam em salas erradas, correria total, porém valia a pena cada segundo, cada lembrança. Mas, em contrapartida, no online alcançamos um número inédito de participantes, antes contávamos com salas para 50 alunos, com o ZOOM já lotamos uma sala virtual com 300 pessoas. O evento chegou em muitas cidades e ficou conhecido nacionalmente”, conta Karolina.

Em sua última edição, ele teve mais de 2,5 mil participações, com mais de 30 cidades presentes virtualmente, isso é a representação de como o evento tem crescido e se desenvolvido de forma assertiva durante os anos. 

“A cada edição uma palestra vira o centro das atenções, em uma das edições online, uma palestra chegou a 300 participantes e pessoas pediam o tempo todo para poder participar também, o que já não era possível devido ao limite de participantes em uma sala, o tema era neuroarquitetura. Na última edição, com apenas 3 dias de evento, a Palestra de Prática da Iluminação já não possuía ingressos disponíveis”, relata a líder do Nau.

 

A evolução

O Conecta amadureceu, a princípio como uma iniciativa entre alunos e coordenação, com pouco planejamento mas muita vontade e atualmente tem uma linha programática complexa, com planilhas e datas, relatórios de resultado e principalmente pilares bem definidos. 

Antes de estar a frente do Conecta como atual líder do Nau, Karolina participou ativamente enquanto estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo. A arquiteta já participou como aluna, palestrou e hoje coordena toda a logística do evento. 

 “Ali como discente do curso de arquitetura, tive a oportunidade de fazer parte de algo grande e inovador. Nem de longe eu poderia imaginar que hoje, como profissional, estaria à frente do evento que nasceu enquanto eu ainda estava aprendendo”, comenta ela.

O Conecta é isso, um evento que possibilita o contato com diversas áreas de cada profissão, é uma oportunidade dos docentes experimentarem e tirarem dúvidas, entenderem como o mercado está e até mesmo começar a sua rede de contatos.

“Networking é muito importante, e com certeza, o Conecta traz essa possibilidade para todos que participam. Também é um momento de respirar da sala de aula convencional, a cada palestra uma didática diferente é vivenciada, com temas tão diversos, sinto que é uma oportunidade de recarregar as baterias para continuar o período letivo com tudo”, completa a coordenadora.

Conecta é um evento de grande proporção e que transforma a Una, especialmente, a Cidade Universitária em um ambiente de inclusão, acesso e empregabilidade. Independente de ser uma iniciativa da Una, ele é aberto ao público geral de forma gratuita, levando conhecimento e informação sobre diferentes temas, sobretudo,  os relacionados a qualquer prática profissional e as novas tecnologias, a todos que tiverem interesse em crescer. 

Com o tempo o Conecta evoluiu e avançou um degrau, na próxima edição ele irá contar com mais um curso, a participação é inédita das Engenharias e promete temáticas inovadoras que vão vir como principal atração. 

Conecta, berço de grandes profissionais

O curso de Arquitetura e Urbanismo é sempre o mais presente. Mais de 50% das participações são compostas por ele, logo em seguida o Design Gráfico e a Moda. É importante ressaltar que a presença dos estudantes é importante não apenas para o evento, mas para si próprio. Todo conteúdo apresentado nas palestras só tem a somar em seus currículos, além claro, do certificado de horas complementares. O Conecta ajuda a abrir portas para o universo do trabalho.

O Conecta me ajudou para que eu estivesse aqui e tenho certeza que vai fazer o mesmo por muitos outros estudantes. Ele tem um poder transformador, quem participa e vive o evento sabe que nunca vamos sair da mesma forma que entramos. 

Novas conexões, vontades, rumos e olhares, isso são sentimentos que o Conecta desperta. Um evento empoderado, onde um dos princípios é a inclusão de todos. Acredito que o Conecta é reflexo dos alunos, afinal eles são co-construtores ativos, e nossos alunos são incríveis, inovadores e criativos. 

Como resultado da combinação de tantos fatores, entregamos para a comunidade, um evento rico em diversidade, profundidade e dinamismo. A instituição ganha espaço e a cada Conecta mais pessoas conhecem o jeito Una de ser”, conclui Karolina.

 

Com a palavra, o coordenador 

Antônio Terra, coordena os cursos de Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Jornalismo, Cinema e Audiovisual, Gastronomia, Moda, Design Gráfico e Design de Interiores

“A universidade é por natureza um ambiente para troca e conexão. A universidade não acontece em uma sala fechada, ela acontece quando a gente consegue congregar todas as energias que compõem uma cadeia de valor de uma área de conhecimento. E o Conecta nos possibilita isso. 

É aquele momento que de olho nas transformações do mundo, do homem, das questões tecnológicas que vão surgindo em cada área, convidamos especialistas, referências de mercado, pessoas que estão vivendo histórias, construindo legados em suas competências e especialidades, para estarem conosco e abrir diálogo com nossos alunos e professores.

Tem sido também um espaço para que o aluno ganhe mais protagonismo, nas últimas edições tivemos algumas oficinas e cursos, oferecidos por nossos alunos que são especialistas em outras áreas, algumas vezes complementares à própria formação deles.

Então o Conecta é para a gente um espaço de crescimento e de engrandecimento desta jornada acadêmica”.

 

Esse semestre o Conecta acontece nos dias 05, 06 e 07 de outubro. Fique ligado na programação!

 

 

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Por Bianca Morais 

O Conselho Regional de Economia da 10ª Região/MG existe há 56 anos e tem como principal objetivo impedir a atuação de leigos e garantir o mercado de trabalho aos verdadeiros profissionais, fiscalizando o exercício da profissão de economista.

Como extensão a ele, foi criado oficialmente no dia 8 de agosto de 2019, o Conselho Regional de Economia Acadêmico de Minas Gerais – Corecon Acadêmico-MG, através da Portaria Nº 138 e regulamentado por estatuto próprio. Possui representação pelos estudantes graduandos em Ciências Econômicas e Relações Econômicas Internacionais do Estado de Minas Gerais.

O Conselho faz com que os alunos dos cursos de Ciências Econômicas estejam mais próximos do Corecon, e consequentemente, possam atuar juntos às Universidades buscando melhor formação acadêmica, profissional e humana. O Conselho apoia os alunos em sua trajetória acadêmica e os prepara para o mercado, além de oferecer preparação com cursos, eventos e seminários com temas diversos. 

Luan Felipe Goulart Reis, tem 21 anos e atualmente cursa o 6º período de Ciências Econômicas do Centro Universitário Una. O estudante ingressou no Conselho logo no seu início e já soma atualmente dois anos de participação. O processo seletivo é feito por meio de uma entrevista e dinâmica com o propósito de buscar os mais interessados, estudantes que tenham disposição para aprender e inovar, Luan é esse sujeito, e recentemente foi escolhido para assumir a presidência do Conselho.

“Para virar presidente é feita uma sabatina e votação pelos membros envolvidos no processos, eu me candidatei espontaneamente, hoje eu represento a nossa marca, defendo os interesses da organização e estudantes de Ciências Econômicas e REI, além de coordenar toda a nossa equipe de diretores” conta ele.

Luan é um jovem que sempre se interessou por Ciências Sociais, como história, sociologia, filosofia, além de ser apaixonado por matemática, foi quando ele analisou os cursos que entravam em seu perfil e a economia caiu como uma luva. O fato do estudante ter assumido o cargo de presidente entre diversos outros alunos de diferentes instituições privadas e públicas, é além de um merecimento, uma representatividade para a Una.

“Do ponto de vista dos nossos alunos, eles têm no Luan uma motivação para estreitar ainda mais os laços com o Conselho, ele traz essa representatividade tanto interna quanto externa, pois quando pensamos em um relacionamento com as outras universidades, é muito importante pensar que ele está atuando na tomada de decisão dos conselhos de uma forma geral, atuando com esse objetivo de fomentar a aprendizagem acadêmica humano e profissional dos alunos”, comenta Raphael Paulino, professor do curso de Ciências Econômicas da Una. 

O aluno se sobressaiu entre estudantes de diversas universidades tanto públicas quanto particulares, se tornou uma ferramenta ativa na propositura de sugestões, na organização de eventos e nos pensamentos acerca da matriz curricular dos cursos de ciências econômicas. 

“É muito interessante essa situação dele, ele já tem feito atuação nesse sentido e é imprescindível que essas universidades que ofertam o curso Ciências Econômicas estejam próximas do Conselho profissional da área, no caso do Corecon, e nesse sentido o Luan acaba sendo um elemento de interlocução mais direta e mais fácil”, completa o professor.

Sem dúvidas, o Centro Universitário tem formado profissionais excelentes, e um representante como Luan dentro do Corecon é edificante, afinal, é um aluno que ajuda a construir positivamente a imagem institucional em termos de robustez acadêmica. 

“Nós conseguimos formar alunos que estão atuando na liderança de outros alunos do mesmo segmento e do mesmo curso para além dos muros da Universidade, isso é fantástico”, pontua Raphael. 

Para o jovem ter em suas mãos a oportunidade de transformar o Corecon Acadêmico em uma referência para os estudantes de Ciências Econômicas e Relações Econômicas Internacionais no estado de Minas Gerais, sempre buscando a excelência e representação, é incrível. 

Para seus colegas de curso, Luan deixa um conselho sobre a importância de entrar para o Corecon:

“O ser humano é um Homo Socius, com isso um Homo Politicus, o Corecon traz para a frente a oportunidade de jovens se transformarem em referência em suas universidades, transformando-os em líderes”.

 

Por Keven Souza

Pertencer à área urbana é estar suscetível, a todo tempo, a constantes mudanças e transformações que como em qualquer outro lugar há sempre adeptos e críticos com o ritmo acelerado. Porventura, iniciar um estilo de vida saudável com o objetivo de diminuir o sedentarismo causado pela rotina agitada, não só garante o bem-estar, como também torna popular a integração branda da natureza nos centros urbanos. 

Pensando nesses hábitos salutares, o Laboratório Ecossistêmico Interdisciplinar de Aprendizagem (LEIA) foi um projeto de extensão sediado pelo Centro Universitário Una, que reteve o objetivo de inserir o “verde” da natureza em ambientes constituídos majoritariamente por concretos. A iniciativa focada na agricultura coletiva e em contraposição a áreas ociosas, promoveu saúde alimentar e qualidade de vida por meio de hortas urbanas sustentáveis desenvolvidas como um modelo funcional e compacto em espaços do cotidiano que, em suma, não possuíssem utilidade.     

O projeto LEIA se propôs a engajar na saúde da comunidade através da gestão coletiva de técnicas agroecológicas e inovadoras ao lado de parceiros e alunos, se tornou um projeto de sucesso que reverbera, até hoje, além da instituição com ações que não só obedecem aos cuidados de preservação do meio ambiente, como também fomenta o contato com a natureza. 

 

O início

O laboratório nasceu a partir de uma pesquisa de mestrado sobre sustentabilidade gastronômica, via projeto de extensão, liderada pela professora de gastronomia da Una, Rosilene de Lima Campolina, também idealizadora da mostra acadêmica “GastroUna”, como fruto de estudos científicos e desenvolvimento local. 

Desde sua estreia em 2016, foi pensado como um grande “guarda-chuva” de saberes plurais que abrangesse tanto um laboratório social, quanto um espaço experimental com foco educativo e ecológico. O LEIA foi o primeiro projeto a implementar uma horta urbana sustentável em Belo Horizonte, sendo idealizado pelas educadoras Rosilene Campolina, Luíza Franco, Edimeia Ribeiro e Gabriela Schott

Como público-alvo integrou alunos e funcionários da Una, e de forma brilhante chegou a conquistar a comunidade local, além de estudantes de outras universidades, que com atuação mútua, totalizaram cerca de trezentos participantes ativos no projeto situados na Cidade Universitária, no terraço da Una campus João Pinheiro II. 

Canteiros do LEIA no terraço do JP II a partir do reaproveitamento de caixas e embalagens de bacalhau.

O laboratório partia da premissa de não se restringir somente ao ambiente acadêmico. As oficinas e ações giravam em torno dos pilares da educação – ensino, pesquisa e extensão. Nesta perspectiva, um dos objetivo era orientar a comunidade sobre práticas sustentáveis por meio da gestão de resíduos orgânicos e inorgânicos com eixo na educação alimentar e no combate ao desperdício, oferecendo técnicas e métodos sobre cultivo, construção e manutenção de canteiros e plantas através das hortas implantadas.

Dentre as principais atividades desenvolvidas, as oficinas “mãos na massa” com construção de canteiros e o “mãos na terra” com a manutenção do espaço LEIA da Una, duravam há cerca de uma e meia com ensino sobre conceitos de arquitetura urbana, agroecologia, compostagem, agricultura familiar, soberania alimentar, aspectos nutricionais dos alimentos e dicas para elaboração de receitas culinárias. Além disso, cada participante possuía seu próprio vaso de tempero, legume ou hortaliça disponibilizados para as atividades. 

Na visão de Rosilene Campolina, que é mestra em Sustentabilidade Gastronômica e foi capitã do projeto, a proposta de usar espaços ociosos em locais otimizados pela sustentabilidade é excepcional para o estudo e desenvolvimento de novas tecnologias que viabilizem reduzir o lançamento de resíduos inorgânicos no meio ambiente. “O Projeto de extensão demonstra o potencial de se tornar um modelo de sustentabilidade para a educação e a integração, o que permite ser exemplo para comunidade por meio do incentivo social”, explica. 

A missão de implementar as hortas era exclusivamente para qualificar a comunidade em relação à manutenção e autogestão de hábitos sustentáveis. O incentivo da criação de feiras de orgânicos e espaços verdes de convivência, gerou transformação social e auxiliou na saúde alimentar de inúmeras pessoas por meio da arquitetura familiar com foco no Slow Food e na produção coletiva. “Foram muitas conexões que, até hoje, reverberam pela cidade em ações que ‘beberam’ na fonte do laboratório. Uma ação incrível que propôs a sistematização sustentável em áreas disponíveis no contexto urbano, tais como os terraços, quintais, parques, jardins públicos, entre outros” ressalta Rosilene, sobre a importância das ações.  

Em seu escopo, a interdisciplinaridade é um dos pilares pensados para desenvolver atividades educativas que estimulavam a participação de diferentes cursos da academia no mesmo propósito – a otimização de espaços ociosos em processo da biodiversidade – que por meio de oficinas e workshops sobre tecnologia sustentável, construtiva e inovadora funcionava com colaboração de alunos dos cursos de gastronomia, arquitetura, nutrição, comunicação, moda e biologia.

Gabriel Benzaquen Magalhães, que está no décimo período de arquitetura e urbanismo e envolveu-se na extensão no ano de 2017, diz que sua participação ativa e engajada, há cerca de um ano na extensão foi imprescindível para ampliar seus conhecimentos sobre a ecoarquitetura. Uma ciência que procura fortalecer cada vez mais projetos arquitetônicos que minimizem o impacto ambiental e prospectam a sustentabilidade. Participar e aprender foi bastante enriquecedor, foi fundamental para entender o que funciona e às vezes não, é ter uma noção real do quão importante é a construção dos mobiliários de forma ecológica. De fato, fica a lição de que, com um pouco de dedicação e pesquisa, é possível se fazer muita coisa de forma sustentável e econômica”, afirma ele. 

Suas ações eram destinadas a desenvolver projetos e layouts que fossem práticos para quem frequentava o espaço do LEIA. O processo era estudar e desenhar os projetos a serem construídos, planejar os insumos e materiais a serem utilizados ou reutilizados, arrecadar materiais em uma articulação voltada à gestão de resíduos, mapear as espécies a serem cultivadas, aleḿ de pensar nas formas de replicar os projetos em outras áreas. Porventura, sua equipe ficou encarregada de elaborar um móvel para o armazenamento de mochilas com materiais recicláveis para a execução. 

Ele explica que, observa a colaboração coletiva como um instrumento poderoso que transforma os meios e as diferentes realidades sociais que existem na área urbana. “Quando várias pessoas se unem em prol de um mesmo objetivo, tudo se torna mais possível de se realizar. E esse é o legado do projeto para mim. É saber que existem iniciativas que vão além da sala de aula e minha trajetória foi ótima, pude fazer amizades, aprender coisas diferentes, ajudar pessoas e construir uma visão mais ampla de tudo que a arquitetura e o trabalho em equipe podem construir”, ressalta Gabriel.

Aula de Ecogastronomia com os alunos colhendo ora-pro-nóbis nas hortas do LEIA no terraço Una JP II para aula de Cozinha Brasileira.

A ascensão da sustentabilidade nos espaços urbanos se tornou um modelo viável para atrair atenção dos jovens a espaços verdes e como resultado positivo, por causa do LEIA, existe a contínua conexão entre todos que acreditam na transformação do meio em que se vive por meio de uma postura ambientalmente sustentável. Para Hemanuel S. De Carvalho e Tomás, gastrônomo formado pela Una e mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local, o projeto, no ano de 2016, foi objeto de estudo para sua pesquisa que tinha o propósito de compreender a capacidade dos discentes em despertar e potencializar ações sustentáveis nos meios produtivos agrícolas, o que significa que observou o desenvolvimento profissional dos estudantes de gastronomia através do LEIA.

“O projeto foi o instrumento pelo qual pude compreender que a alimentação não é o ato de comer. Através dele entendi que alimentação é um ciclo, que começa no campo, e que não termina na mesa do comensal, uma fase produtiva de caráter agrícola que é o início, para que possamos nos tornar cidadãos conscientes e acima de tudo questionadores. Visto que a alimentação é um dos mais importantes traços culturais de todos os seres”, explica. 

Segundo ele, ingressar como extensionista trouxe momentos marcantes, um específico aconteceu na oficina de “mãos na terra”, em que pôde participar ao lado de uma senhora de idade, também extensionista, que por um acaso lhe ensinou muito sobre as plantas que têm potencial alimentícias não convencionais (PANCs), afinal desconhecia esse cultivo de desenvolvimento espontâneo. E a partir deste episódio compreendeu o projeto como um lugar feito de conexões e totalmente transversal. “Naquele momento percebi que o LEIA proporcionava um ensino horizontal, aprendemos uns com os outros, trocamos saberes e construímos conhecimentos coletivos baseados em nossas realidades, valorizando uma pedagogia freiriana”, desabafa Hemanuel.

 

Parcerias e ações externas

As parcerias do LEIA intituladas como “marketing verde”, foram sediadas em colaboração com empresas e entidades que, assim como o projeto, possuíssem uma preocupação inerente ao futuro em relação à sustentabilidade nas próximas gerações. As ações em conjunto vieram com o intuito de desvincular o atual modelo planetário de desenvolvimento que compromete a manutenção das diversas formas de vida. Neste contexto, a Una através do curso de gastronomia projectava e ansiava contribuir para o bem-estar social ao lado da sociedade, por isso vieram a acontecer inúmeras colaborações voltadas a ações sustentáveis.

Ao longo dos anos houveram diversas parcerias marcantes que foram benéficas a todos envolvidos na extensão, como a parceria com EMATER, SENAC, ABRASEL, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Fazenda Engenho D’água, Frente da Gastronomia Mineira (FGM), Eja do Colégio Imaculada, Circuito Aproxima, grupo Skank com o fornecimento do Bioneem do Henrique Portugal e dentre outras, que ajudaram não só nas oficinas, mas em diferentes atividades externas desempenhadas pelo projeto. 

Uma das parcerias significativas ocorreu a partir da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), através da professora Rosângela Míriam Lemos Oliveira Mendonça, que é pesquisadora e coordenadora do curso de design gráfico da presente universidade mineira. 

No ano de 2016, Rosilene Campolina e a professora de design gráfico, fizeram o primeiro contato para pleitear ações interdisciplinares que prezavam a sustentabilidade econômica, social e ambiental por meio de hortas e jardins urbanos. A partir disso, após as atividades e ações promovidas pelo LEIA, a parceria surgiu com o propósito de atuar com mutirões para ampliação e a manutenção da horta no terraço JP II, através dos recursos didáticos baseados em design sistêmico.  

Rosângela afirma que atuou em parceria com o projeto para fortalecer o potencial das hortas urbanas, comunitárias e agroecológicas, sendo significativo para que unisse forças no projeto. Explica também que a partir das ações desempenhadas, houve-se a motivação para atuarem juntas e que por meio dos valores pessoais e profissionais que ambas possuem, tornaram-se amigas para além do projeto. 

“Nossa parceria é a prática coerente dos nossos valores. Visamos a importância de relacionamentos duradouros com apoio mútuo para o crescimento conjunto, e para contribuir para a melhoria da qualidade de vida da nossa sociedade”, define Rosângela, sobre a parceria com o LEIA através de Rosilene Campolina.  

 

Visibilidade e alcance social 

Em sua trajetória, o laboratório veio a conquistar relevância social para se tornar um dos projetos de maior destaque dentre outros da intuição com uma grande visibilidade mútua, sua história de desafios e lutas, mas de sucesso, trouxe reconhecimentos nacionais e diversas premiações eminentes. Atualmente, o LEIA faz parte Relatório de Sustentabilidade (RS) do Grupo Ânima, criado para estimular e parabenizar projetos de desenvolvimento social/sustentável de inovação nos modelos de ensino-aprendizagem; além de ter tido reconhecimento internacional com participação em pesquisa na Universidade de Hamburgo na Alemanha, como um grande instrumento para cooperação na implantação e difusão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para Agenda 2030.

Indicado ao Relatório de Sustentabilidade do Grupo Ânima
Indicação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para Agenda 2030.

Recebeu ainda certificados da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (EMATER-MG) como parceiro pelas metas favoráveis aos Objetivos do Milênio (ODM) que se referem a um conjunto de ações a serem alcançadas até 2030 para a redução da fome e da pobreza, por meio da soberania alimentar e da proteção ao meio ambiente.

Por definição, é um projeto de sucesso, vigoroso e totalmente complexo. Realizado através do esforço e engajamento dos envolvidos que acreditam na sustentabilidade como uma filosofia de vida. O LEIA, em síntese, tem como legado a proliferação de hortas urbanas e periurbanas na sequência de habituar práticas saudáveis no cotidiano das pessoas, e é uma extensão que repercute nos dias atuais para além do espaço da Una. Sendo capaz de ecoar luz a temáticas importantes e ajudar aqueles que procuram por novos modelos de vida, mais próximos da natureza e mais engajados com as causas sociais. 

 

Depoimentos dos participantes 

“O LEIA concretizou, na prática, a interdisciplinaridade das disciplinas na grade curricular da graduação de Arquitetura. Além do olhar social urbano, os alunos tiraram, literalmente, do papel os projetos que orientava em sala e em outras disciplinas. Participamos de ações fora da universidade, levando-os para as comunidades como a Vila Estrela na Barragem Santa Lúcia. Estas ações geraram muitas trocas e contribuições de saberes, necessidades e desafios reais para desenvolvimento de tecnologias para a sustentabilidade urbana, incluindo métodos alternativos de agricultura urbana e gestão de resíduos entre comunidade acadêmica e sociedade civil”, diz Luiza Carvalho Franco, que é Especialista em Sustentabilidade e foi uma das idealizadoras do projeto, sobre sua participação como coordenadora na parte de Arquitetura. 

“Fui criada em uma cidade do interior que desde muito nova já sabia de cultivo, manejo e manutenção de hortas e o LEIA, só me fez aumentar meu prazer pelas plantas. Carrego até hoje as lembranças do início do projeto, passamos pelo processo de implantação, onde participei desde a escolha do nome e foram várias reuniões. Formamos tudo e começamos a plantar as primeiras sementes e mudas, a partir daí várias pessoas e equipes começaram a se formar. Lembro também das primeiras flores comestíveis que a professora Rosilene Campolina colheu e enfeitou um prato com hortaliças e temperos colhidas pela horta do projeto e no terraço comemos eu, ela e outros colegas”, relembra Maria Galdina da Conceição de Menezes, formada em Gastronomia pela Una e ex-extensionista da extensão.

“O LEIA me fez valorizar muito mais o alimento, me ensinou a utilizar os insumos de todas as formas possíveis e a dar devida importância aos produtores. Um projeto que não se resumiu apenas a uma universidade, pois ele sempre envolveu todas as camadas da sociedade e todas as áreas de estudo. Nunca foi direcionado apenas aos alunos, seu propósito era estimular o consumo consciente dos alimentos e sempre esteve de portas abertas para aqueles que estivessem dispostos a trabalhar para a disseminação desse conhecimento sobre hortas”, diz Maria José Avelino Victória, professora de gastronomia da Una.

 

Edição: Daniela Reis