Una

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Projeto de Extensão promove a diversidade e inclusão nos espaços acadêmico e social

*Italo Charles especial para o Contramão

Respeito, liberdade e sobrevivência são alguns aspectos que marcam a vida das pessoas LGBTQAIP+ em todo mundo. Hoje, 17 de maio, é celebrado o Dia Internacional da Luta contra a LGBTfobia.

A data foi criada em 2004, referência ao dia em que Organização das Nações Unidas (ONU), em 1990, retirou a Homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), desde então o termo homossexualismo deixou de ser considerado.

Entretanto, no Brasil, a data só foi incluída no calendário oficial em 2010, através do Decreto Federal de 4 de junho (daquele ano) sancionado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Para a população LGBTQIA+ o dia 17 de maio não é somente para celebração, a data também tem o objetivo de chamar atenção para o combante ao preconceito, discriminação e a violência que sofrem os gays, as lésbicas, bissexuais, as pessoas transexuais, travestis, não binárias entre outras. 

Vale ressaltar que o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIAP+ no mundo, sobretudo trans e travestis. Segundo o boletim de violência da Associação Nacional de Travestis (ANTRA), em 2020 foram registrados 175 assassinatos contra pessoas trans e travestis.

Outro dado importante é a estimativa de vida de pessoas trans e travestis que não passam de 35 anos. Mas claro, para além de todas as estatísticas, a população LGBTQIA+ diariamente enfrenta obstáculos em busca da sobrevivência e respeito.

Una-se contra a LGBTfobia

Há dez anos, iniciava um projeto de extensão com o objetivo de promover uma cultura de respeito aos direitos humanos e à diversidade sexual e de gênero dentro do ambiente universitário.

O Una-se contra a LGBTfobia — Projeto de extensão do Centro Universitário  Una — foi idealizado e coordenado pelo jornalista e professor, Roberto Reis. Segundo Roberto, o intuito era criar um espaço que acolhesse pessoas LGBTQIAP+ e, sobretudo, desenvolvesse formação cidadã em conjunto a formação profissional.

Ao longo dos 10 anos de projeto, várias ações foram realizadas, como palestras, rodas de conversas, cobertura das Paradas LGBTQIAP+ de Belo Horizonte e Contagem. 

Visto que, inicialmente, o Una-se Contra a LGBTfobia tinha o intuito de promover as ações dentro do ambiente acadêmico, o projeto teve grande repercussão e se tornou referência ganhando o Prêmio Direitos Humanos e Cidadania LGBT.

Uma das grandes ações que o Una-se promoveu, foi levar a gestão da universidade a proposta de inclusão do nome social, um grande marco que levou o nome da Una como um dos primeiros Centros Universitários a aderir. 

Para o coordenador, o projeto surgiu como um propósito de vida, uma vez que a pauta LGBTQIAP+ sempre esteve presente na sua vida pessoal e profissional. “O projeto alinha muito com meu propósito de vida, eu sempre quis mudar o mundo, fazer parte de algo que mudaria o mundo. Hoje eu vejo o quanto o Una-se cresceu, conseguimos trazer mais presença, com o tempo obtivemos mais pessoas trans e pessoas com deficiência para explorar a temática LGTBQIAP+ ”, comenta Roberto Reis.

Roberto Reis – Coordenador do Una-se

Depoimentos

Jacson Dias – Cinema e Audiovisual 

“O Una-se  é o projeto que me trouxe a consciência no meu lugar no mundo, tudo que sei e hoje uso no meu trabalho tem um pouco do UNA-Se. Vida longa a esse projeto tão importante para sociedade como um todo!”.

 

Felipe Bueno – Jornalista

“Quando o professor Roberto Reis idealizou o projeto Una-se, em 2011, vivíamos uma expectativa muito grande em relação aos direitos de LGBTQs e equiparação da união homoafetiva ao casamento civil, que se tornou possível a partir do reconhecimento do Supremo Tribunal Federal naquele ano. A partir de então, as temáticas de diversidade sexual ganharam cada vez mais espaço dentro do debate nacional. Paralelo a isso, houve uma crescente reação conservadora, por parte de grupos políticos, aos anseios das minorias. A luta se intensificou para que direitos fossem mantidos e espaços conquistados. Tudo isso só reafirmou a necessidade de nos posicionarmos sempre, de afirmar uma identidade. 

Eu participei do projeto de extensão como voluntário em seu surgimento. E, embora o seu propósito fosse contribuir para a minha formação em jornalismo e levantar discussões dentro e fora do ambiente acadêmico, a partir do Una-se eu adquiri autoestima, força, orgulho e me senti, realmente, dentro de uma comunidade, acolhido. Hoje, ao olhar para trás, vejo com orgulho o que foi construído. Eu me sinto grato por tudo que aprendi com os professores envolvidos, em especial o Roberto. E acredito que tenha deixado minha contribuição também. O projeto ainda me acompanha, trouxe sentido à minha carreira e vida. Eu desejo que este importante trabalho cresça e alcance ainda mais pessoas”.

 

Débora Gomes – Jornalista

“Participei do Una-se bem no comecinho. Eu era estudante do curso de jornalismo e o projeto, além de me mostrar na prática o dia a dia da profissão – com reportagens, entrevistas, produção de fotografias e matérias -, também me ensinou muito sobre respeito, diversidade e afeto. Lembro até hoje da primeira vez que filmamos na rua, o receio e a alegria que acompanham os aprendizados andaram juntinhos.  O Roberto Reis, que conduzia o grupo de alunos do Una-se, sempre foi, pra mim, um grande exemplo de pessoa e profissional. Aprendi bastante com ele e tenho muito orgulho em ter feito parte dos primeiros passos do “Una-se”.

 

Bárbara Andrade – Jornalista

“O Una-se é um projeto lindo que prega o respeito, a empatia, luta por direitos e ensina muito. Participar dos primeiros passos do Una-se foi muito engrandecedor!

Projetos como este são capazes de mudar para melhor a vida de muita gente! E, saber que com o passar dos anos, o Una-se ganhou mais força e visibilidade é incrível. Parabéns a todos os envolvidos nesta história tão especial”.

 

Ruth Pires – Psicologia

“O Una-se chegou pra mim em um momento muito importante, logo quando começou a pandemia. E tem um significado muito importante na construção da minha identidade em relação à população LGBTIAP+. Lá eu pude experimentar, debater sobre os diversos temas e me entender melhor enquanto mulher negra lésbica.

 

João Brasil – Psicologia

“Participo do Una-se desde maio de 2020, quando recebi um convite para participar do ‘primeiro evento digital do projeto’. Era uma roda de conversa com relatos e experiências de pessoas que integraram o projeto ao longo da sua existência. Foi amor à primeira vista!

Logo procurei a coordenação para saber como participar e mostrei tanto interesse que uma semana depois, já estava conduzindo uma roda de conversa sobre relacionamentos homoafetivos.

Por muito tempo, a minha orientação sexual não foi tema fácil para mim. Mas, já vinha há alguns anos me desconstruindo e descobrindo como a vida pode ser mais leve quando se é livre.

Considero a minha entrada no Una-se como a “cereja do bolo” nesse processo. Ter este compromisso, poder me conectar com a comunidade, dialogar, estudar, aprender e conviver tem me fortalecido cada vez mais”.

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Por Bianca Morais 

Projeto Cidadania é o nome dado ao projeto de extensão desenvolvido pelos alunos dos cursos de Direito, Gestão & Negócios e Psicologia da Una de Pouso Alegre. O Centro Universitário Una completa em outubro seus 60 anos como uma instituição de ensino com a missão de transformar o país pela educação, por isso, democratizar o acesso das pessoas ao conhecimento da democracia, dos seus direitos como cidadãos, é a principal proposta do programa.

O Projeto Cidadania teve início em setembro de 2020, sendo pensado e estruturado de maneira a ser possível sua implementação diante das restrições ocasionadas pela pandemia do coronavírus. Pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica, procuram a iniciativa pelas redes sociais como o Instagram, Facebook, e também pelo site oficial. Através desse primreiro contato,  são agendados os atendimentos realizados pelo Whatsapp ou outra plataforma online. O atendimento acontece de forma remota, mas a intenção é após esse período de isolamento ele torne-se presencial. 

 

Atendimento online do Projeto Cidadania

Os cidadãos assistidos pelo programa enviam suas dúvidas por qualquer um dos meios disponíveis e ela é analisada pelos grupos multidisciplinares formados pelos alunos que apresentarão soluções, dentre as quais será escolhida uma para atendimento real ao cidadão. O projeto também oferece assistência no campo jurídico com esclarecimentos e orientações sobre questões relacionadas ao conhecimento e acesso dos direitos e garantias. Já na área de gestão, são realizadas consultorias para gestão de pequenos negócios, organização e planejamento financeiro familiar, além do suporte em psicologia.

O Projeto Cidadania nasceu da possibilidade de contribuir de alguma forma na melhoria da vida das pessoas em estado de vulnerabilidade social e econômica junto ao desenvolvimento dos alunos, pois através do programa eles adquirem contato com os problemas reais e ganham experiência para o mercado de trabalho, em atendimento às diretrizes preconizadas pelo Ministério da Educação na tríade ensino-pesquisa-extensão. Na primeira fase do projeto, ele atendeu 11 casos e a expectativa para a segunda é que seja possível atender o dobro.

Para Andrea Bustamante e Pamela Stupp, as responsáveis pelo projeto, a facilitação do acesso a meios capazes de ajudar na resolução de dúvidas e questões coloquiais que muitas vezes dificultam ou até mesmo inviabilizam a melhoria das condições de vida da população mais vulnerável, tem se mostrado de grande importância e um dos principais benefícios do projeto. 

“Quanto mais conhecermos nossos direitos, mais senhores seremos de nossa própria existência. Disseminar o conhecimento é a melhor forma de ajudar na construção de uma sociedade igualitária. De maneira aplicada o conhecimento é inversamente proporcional ao sofrimento. Conheça mais e sofra menos”, completa Andrea.

A Una Pouso Alegre oferece o Projeto Cidadania que possui um caráter puramente didático-pedagógico, sem fins lucrativos, visando somente a vivência prática do curso aliada ao retorno à sociedade dentro dos limites traçados. A iniciativa é apenas mais uma das centenas boas ações que a UNA proporciona como forma de promover o bem comum. 

Todos os interessados que se enquadrem na condição de vulnerabilidade social e econômica podem enviar suas dúvidas ao projeto através de qualquer dos meios disponíveis. Todas as formas de contato estão no site: https://projeto-cidadania6.webnode.com.

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Hoje comemoramos o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa e para marcar essa data deixamos aqui o manifesto do curso de Jornalismo da Una, escrito pela professora Carla Maia. O texto também se transformou em vídeo gravado por alunos e ex-alunos, confira no link.

Manifesto 

“Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”

Liberdade, essa palavra com a qual levantamos nossa bandeira. Ainda que tardia, ainda que árdua, ainda que arda, ainda que soe como ameaça para os senhores que nos querem escravos, é a liberdade que buscamos, é por ela que trabalhamos.
Trabalhamos pelo direito à liberdade de expressão, de informação, de ir e vir. Liberdade para emitir opinião e – por que não? – para mudar de opinião. Pois é livre aquele que sabe confrontar as ideias falsas com as palavras justas.

Liberdade para buscar os fatos e comunicá-los com senso de justiça. Liberdade para ir contra tudo e todos que ameaçam o direito à vida, à dignidade e à equidade.
Liberdade para investigar o passado, mapear nossos erros e assim projetar outro futuro. Liberdade para assumir responsabilidade e arcar com as consequências de nossas escolhas.
Assumimos, nesse dia que celebra a profissão que escolhemos, o compromisso de usar nossa liberdade a favor de uma sociedade menos fundada em equívocos e, por isso, com chance maior de acertos.

Mobilizamos a força de nossa ação contra tudo que limita nosso direito de pensar em voz alta, nosso direito de ser livres ao exercer nossa capacidade crítica e reflexiva.
Selamos um pacto com todos que resistem à ignorância e à alienação, todos que não desistem de pensar e de criar, livre e coletivamente.

Porque é isso, ser jornalista: um exercício de honra aos direitos humanos fundamentais.
Liberdade é a nossa praça, é nossa praia. É nosso território afetivo e inventivo. É onde podemos nos encontrar para celebrar nossa existência em comum.
Somos jornalistas pela Liberdade e cá estamos para desejar, a todos que nos acompanham, dias melhores.

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Por Bianca Morais 

Hoje, 23 de abril, é Dia Nacional da Educação de Surdos. A data especial foi criada para celebrar as lutas e conquistas da comunidade surda na área da educação. No Brasil, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) é referência na área da surdez, desde o ensino a surdos até a sua atuação com ações de inclusão social. 

Conhecida como Libras, a Língua Brasileira de Sinais, é a forma utilizada por pessoas surdas e ouvintes, e está diretamente ligada a movimentos e expressões faciais para ser entendida. 

A Libras foi reconhecida como língua em 2002. Ela possui suas regras, é um conjunto organizado de sons e gestos que um grupo usa para se comunicar, um sistema que tem estruturas, sintaxe, semântica e pragmática próprias e bem definidas. Os sinais substituem as palavras de uma língua de modalidade oral auditiva.

Cada país possui sua própria língua de sinais, em todo o mundo existem mais de 200 línguas de sinais e cada uma tem suas específicas normas.

A história da educação para surdos

A comunicação com as mãos é uma realidade bem antiga, desde o tempo da pré-história, nossos ancestrais utilizavam-se delas para se comunicar. Com a evolução, as mãos passaram a ficar ocupadas com o manuseio de ferramentas para produção de ofícios, e por isso, a conversação passou a ser feita de forma oral, o que acabou por excluir aqueles que não conseguiam escutar.  

Por não conseguirem ouvir também não aprenderam a falar, dessa forma os surdos foram excluídos em vários momentos da história. Na Grécia Antiga, Roma Antiga e na Idade Média, eles perdiam seus direitos, eram considerados seres humanos incompetentes e sem conhecimento. Para a Igreja Católica a alma deles não era imortal, pois não podiam falar os sacramentos. 

Foi apenas na Idade Moderna que apareceu o primeiro professor de surdos, Pedro Ponce de León, um monge beneditino, nascido na Espanha, foi um dos pioneiros na educação dos surdos e mostrou ao mundo que eles eram capazes sim de aprender. 

Anos mais tarde aparece Charles Michel de l’Epée, conhecido como o pai dos surdos, mostrou que os deficientes auditivos eram cidadãos com pleno direitos na sociedade. O francês se dedicou à educação deles com o principal objetivo de poder ensiná-los princípios do cristianismo. Especialistas no assunto, afirmam que ele foi o primeiro a criar um alfabeto de sinais para alfabetizar os surdos e o utilizou para ensinar seus alunos em uma escola criada por ele em 1755.

A língua de sinais francesa, desenvolvida por l’Epée, teve grande influência na criação da brasileira, a libra foi criada por outro francês com base no método de Charles. Ernest Huet, nasceu em uma família nobre na França e teve acesso a uma excelente educação. Aos 12 anos teve sarampo e como consequência da doença perdeu sua audição e entrou para o Instituto Nacional de Surdos de Paris, após anos de envolvimento com os estudos, Huet se tornou professor.

Por seu admirável trabalho na educação de surdos, em 1855, a convite de Dom Pedro II, Ernest Huet veio para o Brasil e trouxe consigo o sistema francês de educação que ajudou a criar a primeira escola para surdos do país. O nomeado Imperial Instituto Nacional de Surdos Mudos, foi fundado no Rio de Janeiro em 1857, e com Huet a frente, educou milhares de surdos. Atualmente a escola criada por Huet, é o conhecido Instituto Nacional de Educação dos Surdos. 

A língua de sinais, desde sua criação, sofreu muitas retaliações, uma vez que antigamente se acreditava na cura da surdez. Para muitos a educação dos surdos deveria ser por meio da oralização, por isso, em 1880, uma conferência internacional de educadores, o Congresso de Milão, determinou a proibição do uso de sinais na educação de surdos na Europa. Em 1911, a escola criada por Huet, decidiu adotar a determinação do Congresso e estabeleceu que o “oralismo puro” deveria ser a única forma de educação dos surdos no país.  

O Congresso de Milão foi considerado uma grande opressão sofrida mundialmente pela comunidade surda, ali eles perderam o direito de se comunicar da forma que desejavam com o uso das línguas gestuais. Aquele congresso foi organizado por um grupo de pessoas que eram contra o uso da língua de sinais e todos ali presentes foram selecionados para garantir que o oralismo vencesse. Esse episódio foi apenas mais um na incansável luta dos surdos contra os preconceitos e a opressão. 

A educação hoje é um direito de todos, porém isso apenas ficou estabelecido na Constituição de 1988. Foi através de muita batalha e ao longo de anos usando a língua de sinais de forma clandestina, que a comunidade surda alcançou essa primeira conquista de inclusão por parte do governo. Posteriormente outros avanços aconteceram por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 e de 2000. A Libra, no entanto, só foi reconhecida como língua em 2002 pela Lei n°10.436 que determinou que:

Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados.

Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais – Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

A lei também coloca como dever do governo e órgãos públicos apoiar e difundir a libra.

A regulamentação ocorreu em 2005, quando um decreto presidencial incluiu a inserção de Libras como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício dos magistérios médio e superior. 

Segundo o IBGE, no Brasil, existem cerca de 10 milhões de pessoas com surdez. Vale lembrar que a surdez tem graus diferentes sendo eles: leve, moderado, severo e profundo. 

Pensando sempre no lema de transformar o país pela educação, que o Centro Universitário Una, instituição reconhecida por seus projetos de inserção social, conta com Núcleo de Apoio Psicopedagógico e Inclusão – NAPI, entre os suportes que ele oferece está a inclusão de deficientes auditivos. Conheça o projeto

O NAPI

Em funcionamento desde 2011, o NAPI (Núcleo de Apoio Psicopedagógico e Inclusão) tem como base o compromisso da Una com a formação integral e humanista de seus estudantes, pautada na visão institucional de acolhimento das pessoas.

O núcleo é um espaço que oferece suporte psicopedagógico de intervenção e prevenção nos processos cognitivos, emocionais, sociais, culturais e pedagógicos do aluno, e atuam sobre os múltiplos fatores que possam intervir em seu desenvolvimento integral e nas questões ligadas à aprendizagem. O NAPI também é o apoio às pessoas com deficiência e/ou com transtornos que afetam o conhecimento, nestes casos, são realizados acompanhamentos periódicos, articulações com setores, professores e coordenadores, que promovem de forma individual de acordo com as necessidades de cada sujeito.

Através de estudos, os membros do NAPI entendem as demandas e necessidades por parte dos alunos e oferecem suporte para a superação dessas dificuldades para que o estudante possa ter um melhor aproveitamento acadêmico e equidade no quesito ensino-aprendizagem, tudo isso leva em consideração o histórico do estudante e as variáveis pessoais, curriculares e organizacionais. 

Em busca de uma inclusão para os alunos com deficiência auditiva, o núcleo fornece o AEE – Atendimento Educacional Especializado, com acompanhamento de intérpretes diretamente aos alunos em sala de aula. Como vimos até aqui, durante toda sua trajetória dentro do sistema de educação, os surdos sempre sofreram um abandono, a Una então cumpre seu papel como instituição de ensino ao inserir esse público, disponibilizando o profissional tradutor intérprete nas aulas, palestras, vídeos institucionais e em qualquer outro espaço que o aluno demandar dentro da instituição, como biblioteca, coordenação de cursos e áreas de atendimento ao aluno.

Além disso, a Una oferece a disciplina de LIBRAS em cursos de licenciatura e de forma optativa nos cursos de bacharelado e tecnólogos, e o NAPI oferta cursos de extensão de LIBRAS para colaboradores, estudantes e comunidade em geral.

Welder Rodrigo, é líder do Núcleo de Apoio Psicopedagógico e Inclusão e acredita muito no compromisso que o lugar promove. “O NAPI já proporcionou a inúmeros alunos a alcançar seus projetos de vida, o grande sonho de uma graduação ou uma nova profissão, por meio dos acolhimentos, oficinas e os atendimentos educacionais especializados a estudantes com ou não deficiência”, diz ele. 

Fora o núcleo, o NAPI possui um projeto mensal chamado “NAPI Olhares Múltiplos” que tem como objetivo discutir, em forma de seminário, assuntos tanto relacionados à UNA como presentes na sociedade. Normalmente esses eventos são amplamente divulgados dentro da universidade e abertos à comunidade. Nos últimos dois seminários foram discutidos os temas “O protagonismo do estudante Autista, Down e Surdo no ensino superior” e “Discriminação Racial”, ambos com bastante engajamento.

Recentemente o núcleo também passou a oferecer oficinas com o objetivo de aprimorar os conhecimentos dos alunos. Essas oficinas são discussões abertas sobre métodos de estudos, como gerenciar o tempo, oratória e estilos de aprendizagem, é uma troca de conhecimentos e técnicas entre os próprios alunos e o NAPI. 

Os atendimentos do NAPI são realizados com hora marcada individualmente ou em grupos. Durante a  pandemia, porém, esses encontros presenciais foram suspensos, o recurso das aulas online fez com que o núcleo precisasse se adaptar e desenvolver novos métodos de atendimentos para que mesmo de longe pudessem oferecer uma assistência de qualidade. Durante as aulas, os acompanhamentos continuam, mesmo que através de mensagens para a compreensão do aluno. Os demais auxílios, como organização de cronograma, é marcado um horário na semana para uma conversa e fazer o acompanhamento psicopedagógico. O núcleo entra em contato com alguns desses alunos após algum tempo de ajuda para acompanhar como foi para eles essa experiência.

O NAPI oferece ao estudante da Una um espaço de escuta e acolhimento, ele ajuda a promover a elevação da autoestima, da autoconfiança e maturidade do aluno, necessárias ao seu desenvolvimento acadêmico, buscando despertar o potencial motivacional, criativo e cooperativo dos mesmos.

Os intérpretes 

 

maria Evaristo – interprete de libras

Marina Evaristo dos Santos, 30 anos, é intérprete no NAPI – Núcleo de Apoio Psicopedagógico e Inclusão, em entrevista ao Jornal Contramão compartilhou um pouco de sua experiência e vivência na área. 

  • Qual o papel de um intérprete na educação dos surdos?

O papel do intérprete na educação dos estudantes surdos é mediar a informação entre o professor e o aluno. Auxiliar na tradução dos textos na língua portuguesa para LIBRAS. A primeira língua dos surdos é a língua de sinais e a segunda língua é o português em sua modalidade escrita.

  •  Quais as principais dificuldades da inclusão de pessoas surdas nas universidades? 

 – A ausência de materiais adaptados para os estudantes surdos,

 – Escrita acadêmica ( a primeira língua do sujeito surdo é a Libras e o português em sua modalidade escrita como segunda língua. O letramento acadêmico que envolve os gêneros secundários (trabalhos de conclusão de curso, relatórios, provas, livros didáticos) são mais difíceis para os surdos por não possuir uma adaptação em Libras,pensando o intérprete como tecnologia assistiva.

 – Normalmente os TILS ( Tradutor/intérprete de Língua de Sinais) não são formados na área em que o estudante surdo estuda.

  • Qual o maior desafio para a educação de surdos?

 O maior desafio na educação dos estudantes surdos é a inclusão linguística dentro da sala de aula, na maioria das vezes os estudante surdo necessita do intérprete para ser incluído. É preciso que as instituições de ensino promovam cursos de Libras para os funcionários ouvintes, para que os estudantes surdos sejam incluídos linguísticamente.

  •  Qual a importância que você como intérprete enxerga na educação de surdos?

O profissional intérprete de Libras é importante para a inclusão linguística dos estudantes surdos, ele é o mediador entre o estudante surdo, os professores e também os colegas de sala.  

  • Quais medidas você acha que poderiam ser tomadas para uma maior inclusão dos surdos no meio acadêmico?

– Poderiam ampliar a acessibilidade em Libras dos materiais didáticos

– Promover cursos de Libras para o público interno e externo da faculdade

– Aulas com recursos visuais para facilitar a compreensão dos conteúdos

  • Sobre o NAPI – Núcleo de Apoio Psicopedagógico e Inclusão, qual a importância de um núcleo como esse em uma faculdade para o público com deficiência auditiva?

O NAPI é muito importante na inclusão dos estudantes surdos, porque  o NAPI oferece o intérprete de Libras para estudantes surdos que são usuários da língua de sinais e também o intérprete repetidor para estudantes surdos que são usuários da leitura labial.O NAPI oferece cursos de Libras para alunos, professores e os demais funcionários, promovendo assim a inclusão linguística para estudantes e funcionários surdos.     

Nesse dia tão importante de reconhecimento pelos surdos que ao longo da história correram atrás de reconhecimento e aceitação pelo direito de ensinar e aprender, é relevante ressaltar que muitos surdos ainda não têm acesso à educação, muitos até pelo medo do desconhecido. Muitos pais deixam de levar seus filhos com deficiência auditiva à escola, por se sentirem inseguros sobre a inserção dos seus filhos nelas, e muitas vezes até porque essas escolas não oferecem a estrutura adequada para os receberem. 

São muitos anos de luta que ainda não acabaram, é necessário mudança e é indispensável que seja para agora, a inclusão educacional de pessoas com surdez pede pressa, pois essas pessoas não podem mais esperar. Educação para todos, e para agora.

 

*Edição: Daniela Reis

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Por Bianca Morais

Desde o ano passado, o mundo enfrenta dias muito difíceis com a pandemia do coronavírus. Isolamento social, desemprego, dificuldades financeiras, são apenas alguns dos vários problemas que atingem a população. O fechamento de espaços de convívio público como parques, praças e shoppings, com o objetivo de evitar aglomerações, que é uma das principais formas de contágio do vírus, tem afetado e muito a saúde mental das pessoas. 

O Centro Universitário Una, além de ser uma instituição de ensino, carrega também certas responsabilidades sociais como a de promover ações para a cidade onde se localiza o campus. Levando em conta esse momento que passamos e como uma forma de levar um pouco de alegria e diversão a população, a Una Itumbiara criou o Cine Drive. Um evento gratuito para os moradores da cidade e arredores, que promoveu não apenas divertimento, como saúde e bem-estar, nesse período tão complicado.

O Cine Drive aconteceu no dia 26 de agosto de 2020 e exibiu duas sessões de filmes, uma infantil com o Rei Leão, e outra adulta com Minha Mãe é Uma Peça 3. A ideia do evento partiu da liderança comercial da Una Itumbiara, Mariella Alves, junto com o coordenador e professor do curso de engenharias, Gesmar Junior, que desenharam a ação e levaram até a gerente do campus Erika Costa e juntos criaram estratégias para fazer o Cine Drive.  

Segundo a gerente da unidade, Erika Costa, a Una chegou a cidade de Itumbiara com o propósito de transformar a vida pela educação, mas também com propostas de ações para a comunidade. “Seja de entretenimento, voltada para a área da saúde, para a parte de agrárias, e outras áreas as quais tem curso na cidade, a gente está sempre promovendo ações que favoreçam nossa comunidade de alguma forma.”, diz ela. 

A instituição conseguiu movimentar a cidade de Itumbiara, a prefeitura local aceitou a parceria e concedeu o estacionamento onde foi feita a exibição dos filmes. O lugar foi todo demarcado com um propósito de distanciamento entre os veículos, ainda com o apoio da prefeitura, foi proibido ambulantes e vendas fora dos automóveis para evitar aglomeração fora dos veículos. 

Os ingressos foram adquiridos de forma online e retirados dias antes do evento, com horário marcado. Os patrocinadores do Cine Drive se uniram e criaram um kit cinema que continha um balde de pipoca e squeeze, para chegarem equipados ao evento, e o mais importante, sem precisar sair do carro. 

Os cidadãos de Itumbiara ficaram muito felizes com o evento que proporcionou uma experiência incrível, diversão e a quebra da rotina do isolamento. O Cine Drive, conseguiu reunir com todas as medidas de cuidado e segurança divulgadas pela OMS, 450 carros e cerca de 1500 pessoas em um único dia.

A prática do cine drive-in, muito famosa antigamente, principalmente na década de 70, e com a pandemia e a necessidade de distanciamento social retornou ao Brasil. Ao cinema muita gente já foi, agora a experiência de drive in para muitos ali presentes deu-se pela primeira vez. Dentro do carro o áudio dos filmes eram sintonizados pela rádio via FM, os espectadores viam o longa na tela gigante e vivenciava o som dentro do veículo, com certeza uma experiência única para quem esteve presente.

A iniciativa da faculdade Una cumpriu seu papel social como instituição de ensino e levou à comunidade uma oportunidade de lazer com segurança, em um período que muitos anseiam por isso de distrair a cabeça, bem-estar físico e mental. 

*Edição: Daniela Reis

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Por Bianca Morais 

O Lumiar, Festival Interamericano de Cinema Universitário, é uma atividade de extensão realizada pelos professores e alunos do curso de Cinema e Audiovisual do Centro Universitário Una e recebe produções cinematográficas de todos os países da América. 

O evento começou em 2014, idealizado pela coordenação do curso e realizado pelos alunos. A primeira professora a produzir o Lumiar foi a Úrsula Rosele, que participou ativamente na curadoria de todas as sete edições do evento. 

O Lumiar sempre aconteceu de forma aberta ao público amante do cinema, no Cine Humberto Mauro (Palácio das Artes), sendo uma parceria do curso com o espaço. Em sua última edição, no entanto,  devido à pandemia do Covid-19, o evento aconteceu pela sua primeira vez de forma online. Apesar do festival ser produzido pela Una, ele não é focado apenas nos estudantes. Desde o seu início, em 2014, ele cresceu de maneira enriquecedora e hoje alcança o grande público.

O festival conta com uma premiação, sendo assim, estudantes de toda a América podem concorrer enviando seus filmes. O edital do evento, geralmente, permite o envio de um curta metragem com qualquer gênero, formato e temática, esses curtas são avaliados por uma comissão formada por professores e alunos que selecionam os finalistas que serão exibidos na mostra competitiva.

Antes da pandemia, quando o evento acontecia de forma presencial, os filmes finalistas eram analisados pelo Júri Oficial e pelo público presente que também recebia cédulas para votar, infelizmente com o formato online o voto popular acabou sendo extinguido. 

Além da mostra competitiva, o Lumiar também apresenta uma programação extensa que inclui palestras, oficinas, cursos, bate-papos, shows, entre outros. Conheça a seguir um pouco das edições anteriores do festival.

Lumiar 2014

Em sua primeira edição, o festival aconteceu entre os dias 3 a 8 de novembro e recebeu filmes de 6 países diferentes: Brasil, Cuba, Argentina, Colômbia, Uruguai e Estados Unidos.

Os filmes foram exibidos no Cine Humberto Mauro e a programação teve uma palestra sobre o Cinema Universitário brasileiro, ministrada pelo assessor internacional da Ancine, Eduardo Valente, debate sobre Os desafios do ensino de cinema e três oficinas.

 

Lumiar 2015

Na segunda edição, que aconteceu entre os dias 6 e 12 de novembro, o festival contou com um total de 148 inscrições de filmes universitários vindos de instituições da Argentina, Canadá, Colômbia, Equador e Estados Unidos. Do Brasil tiveram curtas de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Sergipe e do Distrito Federal. A programação mais uma vez incluiu palestras, debates e oficinas. 

 

Lumiar 2016

A terceira edição do evento abordou o tema “Mulheres no Cinema”. Organizado pelas professoras Mariana Mól e Ursula Rosele, o evento discutiu questões importantes como os espaços, as preocupações e as perspectivas das mulheres no cinema. Ao todo, 248 curtas-metragens foram inscritos para a Mostra Competitiva Interamericana e 37 selecionados para a final. 

 

Lumiar 2017

O quarto Lumiar teve início com todos os ingressos para a primeira sessão esgotados. O filme exibido foi “Esfera Máxima”, de Marcos Assunção, vencedor do 3°edital Lumiar de Apoio à produção de curta-metragem, promovido pelo curso de Cinema e Audiovisual da Una. Após a exibição teve um bate-papo com a equipe de direção do filme. Neste ano, o festival homenageou o produtor executivo João Vieira Jr.

 

Lumiar 2018

Em 2018, a quinta edição do Lumiar teve o tema “Verbo Político”. O assunto abriu uma discussão sobre as diversas formas de atuação política que envolvem nosso cotidiano e discutiu como o cinema e audiovisual tem respondido à conjuntura política dos últimos anos e quais serão as possibilidades de atuação e efetividade dessas ações. A programação envolvendo conversas, mostras, debates e sessões de filmes aconteceu no Cine Humberto Mauro e no Campus Liberdade, a festa de encerramento aconteceu no Zona Last.

 

Lumiar 2019

A sexta edição do festival apresentou a temática “Cinema e Teatro: Diálogos Contemporaneos”. A ideia foi refletir sobre as relações contemporâneas entre o cinema e o teatro, tanto do ponto das obras, quanto em relação aos processos criativos. Durante toda a semana do Lumiar, houve convergências entre cinema e teatro, tanto nas exibições de filmes, como nos debates e bate papos.

 

Lumiar 2020

A última edição do Lumiar aconteceu pela primeira vez de forma online por conta da pandemia. O tema foi “Estado de contingência” relacionado a esse momento de incertezas. A Mostra Competitiva contou com 23 curtas vindos do Brasil, México, Peru, Colômbia, Cuba e Argentina. A programação foi bem diversificada com debates, mesas de bate papo e lançamento de livro. 

A sétima edição do Lumiar teve também uma sessão de Filmes no Isolamento, que foram produzidos exclusivamente pelos alunos do curso de Cinema e Audiovisual da Una. Inicialmente o evento aconteceria no mês de maio de 2020, porém a programação foi interrompida por conta da pandemia. Todos os filmes que participaram da Mostra Competitiva eram de 2019 e 2020 e foram recebidos pelo Júri até fevereiro, por isso, eles não retratam a situação de isolamento.

Quando a produção do Lumiar voltou em agosto, sentiu-se a necessidade de falar desse momento em que vivemos. Um edital especial foi aberto para os alunos enviarem suas produções feitas nesse tempo. Foram selecionados seis filmes para a exibição.

Desde que começou em 2014, o Lumiar vem sendo um grande incentivo aos alunos de Cinema e Audiovisual, não apenas do Centro Universitário Una, como de toda a América, a colocar a mão na massa e produzir seus filmes. A Una sempre motivou seus estudantes a produzirem, a estrutura do Campus Liberdade, onde é ministrado o curso, disponibiliza para eles todo o equipamento necessário para a criação, eles ainda contam com o apoio da produtora Dígito Zero, do estúdio e dos professores sempre dispostos a ajudar. Não é para menos que atualmente o Lumiar é um festival de cinema conhecido muito além do Brasil, tudo isso é graças ao esforço e bom trabalho de toda equipe docente e discente que levaram seu nome e popularidade para fora do país.