Una

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Por Keven Souza

O ato de brincar é um comportamento presente em todas as culturas, cada qual com suas particularidades, trás por meio da brincadeira o desenvolvimento intelectual, afetivo e social da criança, como uma linguagem importante que resulta positivamente na fase infantil. Além de ser um direito dos pequenos, a brincadeira é uma atividade lúdica, em que a criança relaciona ideias, estabelece relações, forma conceitos, reforça as habilidades sociais, desenvolve a expressão oral e corporal, reduz a agressividade, constrói o seu próprio conhecimento e integra-se na sociedade.

A Brinquedoteca da Una Itabira está sendo desenvolvida com reflexo nessas nuances, para compreender, de maneira eficiente, o quão necessário é obter um espaço destinado a facilitar o ato de brincar para estimular a criatividade, imaginação e comunicação dos pequenos através de jogos pedagógicos, brincadeiras populares, brinquedos diversos, leitura de livros de histórias infantis e a produção dos seus próprios brinquedos.

O projeto, com metodologia extensionista, já acontece de modo online e tem por objetivo propiciar um ambiente de aprendizagem multidisciplinar com referência para o desenvolvimento de atividades lúdicas na infância, além de fomentar a pesquisa acadêmica, por meio de estudos e reflexões, direcionado aos alunos que queiram compreender as principais teorias que fundamentam o espaço criativo.

Encontros virtuais da brinquedoteca Una Itabira

 

A importância do ‘cantinho’ lúdico

A primeira ideia do espaço criativo surgiu em Los Angeles, em 1934, com a pretensão de resolver o problema de uma loja de brinquedos que estava sendo furtada por crianças de uma escola pública da vizinhança. Naquela época, a solução foi criar um serviço de empréstimo de brinquedos para toda a comunidade. Hoje, estão espalhadas por todo o mundo. Começaram em espaços educacionais como as escolas, foram modelos padronizados para os centros médicos e, finalmente, chegaram nos espaços residenciais, sendo ponto de encontro das crianças da vizinhança do bairro ou dos condomínios que dispõem dessa infraestrutura, além de estarem no ambiente acadêmico como metodologia de estudo e pesquisa para inúmeras áreas que se interessam pela educação infantil.

Desde então, a brinquedoteca tem sido um dos maiores instrumentos pedagógico educativo na interação e vivência das crianças, que por meio dela, podem explorar um mundo mágico, onde é permitido o “faz de conta” impregnado de criatividade, manifestações de afeto e apreciação pela infância de forma harmoniosa e prazerosa.

Nessa perspectiva, o projeto Brinquedoteca tem o papel fundamental de informar a comunidade local sobre a importância do brincar dos pequenos. Sendo a segunda vez ofertado aos alunos, é hoje liderado pela professora Cristina Garcia, que está a frente da extensão desde seu início em março de 2021, direcionada a orientar e coordenar as diferentes ações propostas na extensão. 

“O projeto tem por objetivo criar um ambiente de aprendizagem de referência para o desenvolvimento de atividades lúdicas na infância, valorizando o ato de brincar e contribuindo na formação de professores e outros profissionais para a atuação na educação infantil”, explica a professora  Cristina Garcia, sobre a idealização do projeto. 

Neste semestre o foco será a organização e montagem do ambiente de fato da brinquedoteca, com acervo de brinquedos, jogos e materiais pedagógicos. Cristina Garcia, afirma que existe uma articulação para promover o espaço efetivo da brinquedoteca e que houve uma expectativa positiva por parte da comunidade. “A partir das atividades desenvolvidas no semestre anterior foi possível perceber a necessidade da criação de um espaço dedicado às atividades lúdicas do brincar. Tivemos um bom retorno da comunidade sobre as ações promovidas no Instagram, isso motivou bastante nossos alunos. Acreditamos conseguir uma participação e envolvimento significativo da comunidade nas ações futuras desse projeto”, explica. 

A partir daí da criação do espaço, no campus da Una Itabira, será oferecido um local estratégico e pensado inerente à aprendizagem infantil, apropriado para professores e acadêmicos planejarem e vivenciarem propostas recreativas com crianças da Educação Infantil, da rede pública e privada da cidade e região. Todas as ações estão ainda em projeção e serão pensadas de maneira a permitir o desenvolvimento cognitivo e intelectual dos menores.

Além da estruturação do espaço criativo, o projeto vem atuando a favor do saber entre a universidade e a comunidade mediante ações desenvolvidas que permitem aos alunos colocarem em prática todo o conhecimento adquirido em sala de aula. Desde seu início, tem operado de forma online, devido a sua inauguração ter acontecido durante a pandemia de Coronavírus, por meio da produção de conteúdo na plataforma do Instagram. Entre as principais atividades dos alunos, estudantes de quaisquer cursos da Una Itabira podem se inscrever e participar, realizando funções de pesquisa, planejamento de atividades infantis, criação de materiais didáticos e divulgação do projeto de modo online. 

O protagonismo dos alunos extensionistas no planejamento e execução das atividades é que o diferencia de outros projetos ativos na instituição. Laércio Francisco de Souza Alves Júnior, que é estudante do quarto período de Pedagogia e extensionista do projeto desde o início do ano, afirma que, a Brinquedoteca trouxe a oportunidade de desenvolver um trabalho educacional diferenciado e significativo, capaz de produzir resultados eficazes na sua formação acadêmica e para a realidade escolar que se tem hoje. “O trabalho do pedagogo remonta à criatividade, como uma maneira de viabilizar processos educacionais. Em vista disso, fica claro que a abordagem desse projeto colabora de modo significativo para a minha formação acadêmica”, diz o aluno. 

Suas ações dentro da extensão eram destinadas a criar e desenvolver a produção de conteúdo online através das redes sociais do projeto, ao lado de seus colegas, em que trabalhava com publicações periódicas acerca da temática infantil, acompanhadas de lives ministradas por profissionais do segmento educacional. Com isso, criava e revisava as postagens e as publicavam, além de convidar profissionais para debates e roda de conversa.

Para o estudante, a satisfação é o sentimento que simplifica sua participação e ressalta o quanto é imprescindível atuar ao lado de uma equipe de educadores proativos. “Digo que esse projeto abarca uma proposta singular. De modo geral, o sentimento que representa a minha participação é a satisfação. Satisfação em integrar uma equipe de educadores que, ainda em formação, já almejam uma educação que caminhe sempre rumo aos melhores cenários”, explica ele.

 

 

*Essa matéria foi produzida sob a supervisão da jornalista Daniela Reis.

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Por Bianca Morais 

 

Itabira é uma cidade do interior de Minas Gerais, muitos a conhecem pelo seu morador mais famoso, Carlos Drummond de Andrade, outros por sua beleza histórica, os casarões antigos, as praças e parques. 

Tem o Pico do Amor, localizado na mais elevada região de Itabira, onde pode se ter uma visão panorâmica da cidade que abriga o Memorial Carlos Drummond de Andrade, tem a Praça Arão  tombada como patrimônio histórico cidade, frequentada por cidadãos locais e turistas para piqueniques e atividades esportivas, por lá também se encontra em exposição a “Maria Fumaça”.

 

“Alguns anos vivi em Itabira.

Principalmente nasci em Itabira.

Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.

Noventa por cento de ferro nas calçadas.

Oitenta por cento de ferro nas almas.

E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação”Carlos Drummond de Andrade

 

Apesar de ser uma memória viva do grandioso Drummond, se engana quem pensa que o município é apenas isto, um fato interessante de se mencionar sobre o local, é que em 1975, Itabira foi reconhecida pela UNESCO, como cidade educativa, considerada um dos maiores centros de educação do interior de Minas.

De volta aos dias de hoje, o Centro Universitário Una chegou a cidade de Itabira no ano de 2017, a chegada da instituição no local foi um importante marco, trouxe revitalização para um prédio que estava abandonado no centro e ainda trouxe novos cursos que, até então, não existiam em Itabira e região. Desde então, além de levar educação de qualidade para cerca de 1000 estudantes, ainda leva diversos projetos e melhorias para a comunidade local. 

Prédio da Una Itabira

Eu Amo Itabira

Um desses projetos ficou conhecido como o concurso Eu Amo Itabira, que envolveu alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, sob a coordenação do professor Bruno Oliveira e apoio dos professores Lucas Lima e Daniela Rocha, que conduziram os alunos durante o processo.

O concurso foi uma parceria entre a Prefeitura de Itabira e a faculdade Una, através de um convite exclusivo feito por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo (SMDECTH), com o objetivo de inserir os estudantes de arquitetura no projeto de elaboração de um monumento que fosse referência para a cidade.

O objeto deste concurso foi a elaboração de um artefato urbano presente em várias cidades brasileiras, geralmente na entrada ou no centro, onde convidam visitantes e moradores a tirarem suas fotos e demonstrar o amor pelo local.

Para Bruno Oliveira, coordenador de cursos de Graduação e Pós Graduação da Una Itabira, o concurso foi de grande importância para o reconhecimento do engajamento dos alunos e professores em projetos acadêmicos, ele trouxe mais visibilidade para o curso de Arquitetura e Urbanismo e para a faculdade.

Monumento Eu amo Itabira

“É gratificante poder fazer parte da história de Itabira, como coordenador de cursos na Faculdade Una. Os professores e alunos que participaram do concurso mantiveram uma postura engajadora. É um importante marco para a cidade e para nós enquanto Instituição. Foi uma grande honra ter feito parte desse grandioso projeto”, comenta o coordenador.

A cidade que já conta com diversos pontos turísticos ganhou mais um, o monumento que simboliza o amor pelo lugar, recebeu feedbacks positivos sobre a importância da Una para a cidade, por meio de parcerias com diversas empresas, órgãos e instituições, com foco em inovação, empreendedorismo e sustentabilidade.

 

O concurso

Os estudantes que tiveram interesse em participar do concurso realizaram a inscrição por meio de um formulário anexo ao Edital, as propostas foram elaboradas e enviadas pelos próprios alunos, no total, 15 se inscreveram e a maioria ainda estava no início do curso. Elementos associados à história da cidade, utilizando-se de formas, desenhos ou quaisquer outros elementos que caracterizassem inovação e criatividade foram utilizadas por eles na elaboração.

Lucas Lima foi um dos professores que ajudou os alunos nesse processo, como um monumento, o projeto contempla diversas esferas, desde a arquitetura, o urbanismo e o design, ele os orientou principalmente em questões metodológicas.

“A principal dificuldade foi na adequação dos materiais disponíveis, então tinham várias questões técnicas para o projeto funcionar, principalmente com relação ao peso, a estrutura, a forma de encaixe das peças, ajudei bastante nessa tratativa técnica com a prefeitura”, conta o professor.

O grupo do júri responsável pela avaliação das propostas foi composto por arquitetos convidados da região de Itabira; um representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo; um representante da Faculdade UNA de Itabira. Os critérios de avaliação foram: habilidade em expressar claramente as ideias em conformidade com o projeto; integração com o tema proposto; solução funcional e design.

Os estudantes vencedores do concurso foram Marcos Paulo Gonzaga dos Reis e Luidy Djean Viana Silva. Os alunos tiveram seus nomes expostos na obra.

A professora Daniela Rocha que também acompanhou os discentes nessa trajetória garante que auxiliou os garotos na escolha dos materiais e estudo das formas, mas que o conceito e criatividade presentes no projeto são méritos deles próprios. 

“Na época do concurso, os alunos vencedores estavam iniciando o curso, ainda não tinham conhecimento acerca de materiais e técnicas necessárias para a execução do projeto, eles precisaram pesquisar muito e conversar com nós professores sobre possíveis soluções projetuais. No final, ver eles conquistarem um prêmio tão importante para a cidade é muito gratificante. O esforço em participar e desenvolver o melhor projeto mostra que o conhecimento que passamos faz diferença na formação dos alunos”, compartilha a professora.

Ambos os professores acreditam que concursos como esse são de grande importância para a formação dos alunos e enriquecimento de seus currículos, além de fazer com que eles façam parte da história da cidade.

“É uma grande satisfação. Conheço os alunos desde o primeiro semestre e pude ver a evolução deles ao longo do percurso acadêmico, através das disciplinas e da participação deles nas atividades de extensão, eu acho que isso faz a diferença quando o aluno tem esse engajamento acima das atividades acadêmicas, estão envolvidos nos projeto e a conquista é o resultado de um processo bem feito”, conclui Lucas.

A equipe vencedora foi premiada com seus nomes no monumento, uma visita técnica ao consulado da Eslováquia em BH, uma reunião com o cônsul, certificado de Apoio ao Turismo de Itabira, além das menções honrosas por parte da prefeitura e da Una.

 

Os vencedores

Marcos Paulo Gonzaga dos Reis foi um dos vencedores do concurso, o garoto desde novo gostava de arte e com o tempo a arquitetura foi chamando sua atenção. No começo do ensino médio ele procurou profissões que lhe atraíssem e percebeu que a Arquitetura era um meio onde ele poderia ter contato com as mais variadas pessoas, com a criatividade e concepção de ideias, além de que a Arquitetura e Urbanismo tem um apelo social que muda vidas. 

Com a chegada da Una em Itabira foi possível que ele ingressasse no curso sem necessitar sair da minha cidade natal.

“A minha trajetória tem sido muito enriquecedora para meu conhecimento, embora ainda no meio do curso, já adquiri muitas informações que mudaram algumas concepções que antes eram formadas”, comenta ele.

Marcos e Luidy criaram a placa primeiramente pensando em remeter as principais referências da cidade. A primeira versão do projeto foi inspirada na representação do Drummond arrastando os vagões que levam a frase “Eu amo Itabira”, mostrando o quanto o minério e as poesias estão enraizadas nas terras do lugar. 

Como já dizia o poeta em uma de suas obras, o maior trem do mundo, “O maior trem do mundo transporta a coisa mínima do mundo, meu coração itabirano”, por onde passar este trem junto às poesias, Itabira sempre será lembrada.

“Esse projeto foi o primeiro concurso que participei e ganhei. Ele é a primeira obra que criei e se tornou realidade. Sendo o meu primeiro contato de como ocorre toda a produção de uma obra. Foi uma sensação dotada de alegria, surpresa e superação. Eu e meu amigo Luidy doamos muito do nosso tempo e esforço para a criação desse projeto e ao perceber que todo esse trabalho foi reconhecido começamos a perceber quão grande é nosso potencial”, expressa o futuro arquiteto. 

Assim como Marcos, sua dupla Luidy Djean Viana Silva, também sempre teve esse gênio para a Arquitetura. Quando era criança gostava muito de desenho, buscava passar o tempo desenhando, modelando massinha, e isso começou a despertar nele a criatividade. 

No momento da escolha do ensino superior, pensou muito no que encaixaria em seu perfil, e escolheu o curso de Arquitetura e Urbanismo, por estar diretamente ligado à criatividade, ao bem estar das pessoas, e a construção de um espaço que elas passariam grande parte de suas vidas. 

“Na minha opinião é uma responsabilidade muito grande poder realizar o sonho de uma construção ou da reforma da casa de alguém, pensando nisso fiz minha escolha. Desde então, a Una tem me proporcionado muitas oportunidades de ver na prática tudo aquilo que aprendemos na teoria. Participando de tantos projetos propostos pela instituição, o meu interesse pela área da Arquitetura só tem ampliado, abrangendo meus conhecimentos”, diz ele.

Luidy e seu colega de classe deixaram sua marca no centro de sua cidade natal, o valor daquilo para os jovens ainda no início do curso é inestimável.

“Esse projeto é muito importante para mim, e consequentemente para minha carreira. Uma sensação de privilégio, por poder representar um pouco da história da cidade e fazer parte dela. Meu amigo Marcos e eu desde que nos inscrevemos no concurso, nos entregamos por completo para poder dar nosso melhor e vencer, e ver todo nosso trabalho sendo reconhecido, ver as pessoas visitando, tirando foto, não tem preço, estamos orgulhosos por termos feito esse projeto”, finaliza o rapaz.

 

Por Keven Souza

É quase impossível ir à Praça da Liberdade e não sentir o astral artístico que o local permite. De fato é uma das praças mais atrativas de Belo Horizonte quando se fala em turismo transversal com belos edifícios e jardins, talvez a confluência dos prédios que abrigavam o Poder Mineiro e o Governo de Minas Gerais no final do século 19, que era antes o centro administrativo do Estado, seja a essência para tamanha área histórica e cultural.  

Desde a inauguração da Cidade Administrativa na região Norte da capital e a transferência oficial da sede do governo do Estado em 2010, os diferentes prédios históricos da Praça da Liberdade se encontravam vazios e sem grande utilidade, logo com grande vocação para cultuar a arte, a cultura, o turismo e o patrimônio. Neste panorama, foi criado o projeto que visava maior articulação dos edifícios junto ao espaço urbano, onde antes havia secretarias, hoje estão belas salas de exposições capazes de integrar e reunir um grande complexo cultural:  o Circuito Liberdade.  

A criação o Circuito Liberdade teve enorme aprovação por parte do público frequentador da praça, que se tornou um dos maiores complexos culturais do país e o único de Minas Gerais que reúne espaços com as mais variadas formas de manifestação artística e cultural como teatros, museus, biblioteca, espaço multiuso, palácio e cinema. Hoje, é um reduto de equipamentos culturais que abriga 22 instituições de enorme valor simbólico, histórico e arquitetônico, sendo algumas geridas pelo Governo do Estado e outras por meio de parcerias público-privadas ou parcerias com instituições públicas federais que apoiam a cultura do país. 

Entre as maiores de destaques estão o Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB, o Memorial Minas Gerais, o Museu das Minas e do Metal – MM Gerdau, o Espaço do Conhecimento da UFMG, a Casa FIAT de Cultura, o Centro de Arte Popular, o Museu Mineiro, entre outros. Incluindo a bela arquitetura do Edifício Niemeyer e do Palácio da Liberdade. 

O Circuito está desde outubro de 2020, sob a gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) que ampliou o seu perímetro cultural, para que agregasse, de forma integrada, outros equipamentos culturais de Belo Horizonte e que por meio dele, se tornasse uma rede potente capaz de unificar ações e projetos que representem a todos os municípios de Minas Gerais. Desde então, a Secult-MG se empenha para o fortalecer em aspectos relacionados à cultura e turismo, que além de criar medidas para estimular a experiência e a economia criativa nos seus espaços, tem pensado em mobilizações para potencializar sua comunicação institucional, que em síntese, é abrangente e possui particularidades mediante as instituições que compõem. 

Praça da Liberdade

Nessa circunstância é firmada a parceria do Circuito Liberdade junto ao Centro Universitário Una, a favor de dar o devido suporte em demandas e ações pertinentes ao universo da comunicação, como uma equipe proativa, que compreende as nuances do quão grandioso é o complexo cultural e que vem a somar e construir uma comunicação mais centralizada, além de eficiente. Assim, nasce a sinergia entre a Secult-MG e a faculdade Una neste ano de 2021

“Estávamos em discussão sobre como fortalecer o Circuito Liberdade, em um certo momento, chegamos no nome da Una, primeiro por ela estar dentro do parâmetro territorial do complexo cultural e segundo porque já havia uma interação entre ela e Secult-MG para uma troca de energias e interesses em conjunto”, diz Maurício Canguçu, subsecretário de Cultura da Secult-MG, sobre a ideia de iniciarem a parceria com a Una. 

Segundo Maurício, ao se unirem com a Una, a Secult-MG confia inteiramente no trabalho de qualidade e responsabilidade da instituição. “A Una possui uma comunicação muito forte e é essa expertise que nos interessa. Precisamos de fortalecer também a do complexo cultural, ter o suporte nas redes sociais e na imprensa, e por que não se unir com uma instituição que tenha esse domínio?” explica ele. 

Nessa parceria a função do Centro Universitário Una é voltada a atuação prática da Fábrica – coletivo dos laboratórios de Economia Criativa – que por meio de seus núcleos e agências como a Una 360, Fábrica AV e Jornal Contramão irá desenvolver ações direcionadas às demandas de comunicação do Circuito, ligadas diretamente às áreas de cinema e audiovisual, jornalismo e relações públicas. Entre as funções estão em projeção a produção de podcasts quinzenais, produção de clippings, produção de vídeos e fotografias institucionais para museu e biblioteca, consultorias de transmissão ao vivo, além de releases e matérias com foco na produção de conteúdos online divulgados no portal oficial do Circuito Liberdade. 

Pedro Neves, diretor da Una Liberdade, explica que a parceira ser ligada diretamente à atuação da Fábrica, é para colocá-la em uma vitrine de exposição que irá permitir mostrar o seu trabalho e torná-la uma estrutura reconhecida com valor determinado. “Digo que essa parceria dialoga muito bem com Una. É um evento importante para chamar atenção e ‘vender’ a Fábrica enquanto componente que dinamiza as áreas da criatividade, comunicação e produção de conteúdo. Quanto mais ações externas fizermos, mais ela se tornará um precursor de oportunidades para os alunos e alunas, e irá nos permitir abrir novos caminhos”, afirma Pedro. 

A faculdade pretende também tencionar o ensino-prático dos alunos da Una campus Liberdade junto às inúmeras atividades relacionadas à disseminação da cultura, como maneira de demasiar uma formação mais ávida indo além da sala de aula. Para o coordenador dos cursos da área de Comunicação Social e Arte da Una campus Liberdade, Antônio Terra, a parceria é de grande valia para o repertório profissional dos alunos, pelo fato de ligá-los a experiências únicas junto à sociedade e ao mercado. 

“Sem dúvidas é de extrema importância para os cursos da área de comunicação social, uma oportunidade rica de vivenciarem experiências ainda na universidade acompanhada de mentores e professores. Digo que, tudo que iremos produzir para o Circuito Liberdade, reverberar pela a cidade, todos não só irão saber como também ganharão com isso e aos alunos essa divulgação é essencial para um portfólio brilhante”, explica o coordenador.

Terra ressalta ainda que, por mais que a colaboração seja recente e neste primeiro momento as ações estejam direcionadas a projetos extensionistas e projetos ligados à Fábrica, há um campo alastro que propicia desenvolver inúmeras ações ao longo do tempo, que existe planejamento para ampliar novos horizontes direcionados à formação universitária, como por exemplo usar a parceria para compor uma UC Dual futuramente – Unidade Curricular voltada ao ambiente profissional de empresas e companhias parceiras da instituição.

Para além disso, a expectativa é de que haja um trabalho em conjunto, envolto de uma sintonia para melhorar a comunicação, como um todo, do Circuito Liberdade. Para que a colaboração venha ser de sucesso, engajada a todo vapor, com a história e o simbólico, que o complexo cultural abrange e representa. 

 

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Por Bianca Morais 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, o número de idosos no Brasil chegou a 32,9 milhões, estima-se que a tendência do envelhecimento das pessoas irá crescer  ainda mais nos próximos anos. Frente a este cenário, se faz necessário a ampliação de ações dirigidas a essa camada, como uma forma de reinserir essas pessoas na sociedade. É necessário que eles sejam incluídos nas mídias digitais, sejam estimulados a manusear tecnologias, se tornem protagonistas de si, conhecedores e munidos de conhecimento, sendo uma parte ativa e pensante na sociedade. 

Envelhecer não é o fim, pelo contrário, é na terceira idade que muitas pessoas buscam realizar objetivos que não fizeram durante a juventude. Muitos idosos não tiveram a oportunidade de cursar nem mesmo o ensino fundamental, muitos se quer cogitaram o ensino superior durante a vida,  e outros começaram a trabalhar cedo. Pensando na busca de um envelhecimento saudável aos idosos, surge a Universidade Aberta.

Ao redor do país, centenas de instituições de ensino oferecem um serviço que vai muito além de educacional às pessoas da terceira idade, mas também cultural e social. Além da troca de conhecimento entre gerações, não são apenas os idosos que ganham conhecimento acadêmico, mas os jovens, que adquirem uma das experiências mais importantes para alguém, a de vida. 

O Centro Universitário Una, e seu lema de Transformar a Vida Pela Educação, proporciona aos idosos a partir de 60 anos, uma oportunidade para aprenderem assuntos novos, estarem inseridos em algo, conhecer pessoas, viver experiências, tudo isso, contribuindo para uma qualidade de vida, são esses vários benefícios tanto para a mente quanto para o corpo.

O programa Universidade Aberta à Pessoa Idosa Una, teve início na Una Contagem no segundo semestre de 2013, surgiu com um Projeto de Extensão coordenado pelo então professor Cleber Jovino da Silva, com o principal objetivo de atender às diversas demandas do público idoso da cidade, bem como de instituições prestadoras de serviços, e também a política pública voltada para os maiores de 60 anos.  O projeto teve uma natureza multidisciplinar e contava com a participação de outros campus da Una.

Atualmente, dentro da Rede de Apoio ao Envelhecimento Ativo, coordenado pela professora Érica Oliveira, existem três projetos, Escola da Maturidade Núcleo de Atenção contra Violência e Plenitude 60+ , hoje o Jornal Contramão apresenta a Escola de Maturidade..

 

Escola da Maturidade

A Escola da Maturidade, como é conhecida a parte do programa responsável por cursos e oficinas oferece:

  • Prevenção contra Acidentes Domésticos: com duração de 3 semanas, este curso discute os acidentes domésticos mais comuns entre o público 60+, ensina como preveni-los e o que fazer caso ocorram. É um curso com informações essenciais para toda a família.

 

  • Nutrição para Idosos: com duração de 3 semanas, este curso traz de forma prática informações importantes para a nutrição do idoso, tira dúvidas sobre diversos tipos de alimentos, dá dicas de como ter uma alimentação saudável e de custo acessível, entre outros assuntos.

 

  • Espanhol: com 4 semanas de duração, traz o básico do idioma buscando ajudar o idoso a se apresentar, lidar com vocabulário em viagens e restaurantes, entre outros.

 

  • Cultura e Arte: com duração de 4 semanas, trabalha com vários aspectos da arte, com foco na música. Neste curso os idosos são estimulados a criar sua própria contribuição artística.

 

  • Memória e História: com duração de 4 semanas, faz uma viagem entre memória individual e coletiva através da história da mídia, com foco em rádio e TV.

 

As aulas são lecionadas por um professor especializado na área de atuação em parceria com um bolsista.

Prevenção Contra Acidentes Domésticos

No curso de Prevenção Contra Acidentes Domésticos, é ensinado ao idoso ser o protagonista do autocuidado, prevenindo os temidos acidentes domésticos. São passados exercícios práticos de fortalecimento muscular, tem o controle adequado da medicação de uso contínuo através de um “Check list medicamentoso”, além de dicas como a importância de se atentar aos calçados utilizados no cotidiano, como fator fundamental na prevenção de quedas. São apresentadas estratégias para manter uma casa segura, como reagir a uma situação de queda ou em caso de urgências. 

Todo esse aprendizado é oferecido com o uso de metodologias didáticas, com a finalidade de proporcionar mais acesso e compreensão para os idosos. Dentre elas, infográficos, mapas mentais, leitura interativa, vídeos explicativos legendados e encontros síncronos. 

Aline leciona no curso e em suas aulas os alunos têm a oportunidade de compartilhar suas experiências em turma. A professora que sempre foi apaixonada pela área da gerontologia acredita que a maior dificuldade que alguns apresentam é com relação à tecnologia, tal como abrir um material, mas ela e a bolsista Vitória que a acompanha, fazem de tudo para tornar a experiência mais fácil para eles.

Poucos são aqueles que tiveram a oportunidade do ensino superior, apesar disso estão em constante disposição para aprender, sempre tiram suas dúvidas, inclusive, ajudando Aline a  implementar novos recursos nas suas aulas.

“O curso prevenção, por exemplo, a gente tinha as principais causas que poderiam gerar acidentes domésticos, só que não tínhamos algo relacionado a acidentes com animais peçonhentos, na última turma uma idosa falou que trocando sua plantinha de lugar uma centopeia foi no pé dela, então pensamos vamos tentar incluir também no curso”, conta Aline.

Para ela dar aula a idosos é uma constante troca, ela aprende com eles da mesma forma que ensina, a professora sabe que nem sempre os idosos vão conseguir absorver 100% do que ela passa, mas já é um sucesso a tentativa.

“A sensação de dar aulas a eles é muito boa, e eu falo que dinheiro nenhum paga quando você ajuda pelo menos um deles, uma dica que você dá que às vezes muda a rotina deles, é incrível”, completa ela. 

Os estudantes extensionistas participantes do projeto, têm a oportunidade de aplicar os conhecimentos já adquiridos, aprender novos conhecimentos, e desenvolver a formação humana e a cidadania.

Vitória de Sousa Freitas, tem 21 anos, está no 8º período do curso de enfermagem na Una e iniciou no projeto em maio deste ano. Ao lado de Aline ela participa como bolsista do curso ‘Prevenção de Acidentes Domésticos”, para ela a sensação é de “quero mais”. 

“Ter a honra de participar e contribuir com este projeto é indescritível, os idosos são extremamente sábios, e ao mesmo tempo que ensinamos, aprendemos muito com eles. Contribuir mesmo que minimamente em proporcionar um envelhecimento saudável a eles é muito gratificante. Há de se considerar também o contexto pandêmico em que estamos inseridos, e que esta população é um grupo de alto risco, certamente ficaram afastados de familiares e entes queridos, na tentativa de seguir o isolamento social, e com isso a sensação de ter contribuído com eles para manutenção da saúde mental e física, mesmo que pelo Whatsapp é única e emocionante”, compartilha a jovem. 

Vitória ainda relata como a sua participação no projeto é fundamental em sua formação universitária, nos currículos acadêmicos os estudantes são contemplados com disciplinas teóricas e práticas, mas o Prevenção de Acidentes Domésticos permitiu a ela presenciar a prática real desta população, tendo a oportunidade de intervir em seu contexto de vida. 

“Com o projeto criei senso crítico em analisar todos os fatores que contribuem para a saúde do idoso, sua avaliação multidimensional, e preparar assim as melhores metodologias, estratégias para alcançar nosso objetivo, que é promover uma terceira idade ativa e com pensamento crítico, sendo capazes de promover seu próprio autocuidado, como por exemplo, para prevenir os Acidentes Domésticos. É uma experiência riquíssima, eu aprendo todos os dias alguma coisa nova com os idosos, é uma troca imensa ”, completa a futura enfermeira. 

 

As aulas

Antes da pandemia, as aulas eram presenciais nos campus da Una em BH e Contagem, sempre no turno da tarde. Atualmente, o programa teve que se adaptar para os ambientes virtuais, e os cursos agora são ministrados pelo WhatsApp, com encontros síncronos via Meet. 

Tânia Alves, é coordenadora da Escola, e acredita que um programa como esse tem grande importância tanto para os idosos quanto para os alunos, para a terceira idade ele traz novos conteúdos, proporcionam interação entre eles e é um ambiente de acolhimento e troca de experiência intergeracional.

Já para os alunos, eles têm oportunidade de aprender novos conteúdos com os professores que os orientam e com os idosos, além de poder ser uma oportunidade acadêmica para desenvolvimento de artigos científicos, entre outras produções. 

“É uma experiência enriquecedora. Acolhemos e somos acolhidos. Os idosos são muito ativos, participativos e interessados, o que torna os cursos dinâmicos e produtivos. A relação é de respeito, paciência e admiração entre idosos, coordenação, professores e bolsistas. É gratificante estar envolvida nesse projeto”, compartilha a coordenadora.

Como participar

Para participar da Escola da Maturidade, a pessoa precisa ter 60 anos ou mais, as vagas são oferecidas preferencialmente para moradores de Belo Horizonte, sendo as remanescentes destinadas para aqueles que residam em outras localidades. 

É seguida a ordem de inscrições para montagem das turmas que são abertas sucessivamente. Para cada turma são 30 vagas.

As inscrições podem ser feitas pelo link.

 

Bate-papo com Thais Morais Trindade

Thais Morais Trindade, é uma pessoa curiosa e atenta, principalmente aos ruídos “fico de olhos e ouvidos abertos, dispostos, entusiasmados e sempre prontos”, conta ela.

A senhora é repleta de amigos que assim como ela pensam que “educação e conhecimento é tudo de bom”, e que o convívio os aproximam e impulsionam. Com toda essa vontade de viver, ela e sua turma começaram na Universidade Aberta da FUMEC, que oferecia, às pessoas acima de 55 anos, um projeto com um formato interessante de educação.

“Nos chamou a atenção, foi gratificante, enriquecedor e inesquecível, ganhei mais alguns amigos, que conservo até hoje, porém, devido a não continuidade do projeto, migramos para a PUC, que também oferecia projeto semelhante, mas com formato diferenciado, menos diversificado e com menos conteúdo”, relembra Thais

Foi então que depois de outra procura Thais aterrissou na Una, aceitando um novo desafio. “É sempre bom trocar experiências. As provocações despertam ações e possibilidades”, pontua a aluna super participativa dos cursos da Rede de Apoio ao Envelhecimento Ativo e ressalta: não pretendo sair tão cedo!

Em entrevista ao Jornal, Thais relata um pouco de sua experiência com os cursos.

 

1. Dentro do programa, com quem você já teve aula e quais foram os cursos feitos?

Antes de fazer parte do Instituto Ânima, foi na UNA Linha Verde que tive o privilégio de conhecer a Érica Oliveira e tê-la como professora de informática. Pessoa com muitas virtudes, energia positiva, dedicada e atenciosa que me cativou e logo entrei em sintonia, pois me senti acolhida e segura. Desde então, não parei mais. 

Recentemente participei de três cursos: Espanhol , Nutrição e Memória e História.

2. O que você aprendeu nestes cursos?

No Espanhol aprendi que ainda tenho tempo para sonhar e viver grandes aventuras e diversidades culturais. 

A Nutrição me fez priorizar a saúde com decisões assertivas para uma boa qualidade de vida. Ficar atenta às armadilhas e estereótipos. 

Em Memória e História me permiti, através da tecnologia, fazer viagens virtuais, e reviver fases da vida, com emoção e superação. Refletir sobre as escolhas. Valorizar as oportunidades, esforço e desempenho pessoal e coletivo. 

Aprendi também sobre a importância da inclusão. Me adaptar a uma nova linguagem e novo formato de aprendizado, me aproximando do “Mundo das Novas Tecnologias”. E como o desafio bateu na minha porta, resolvi abrir e superar o “Receio”, sair da zona de conforto, me conectar, explorar, aprimorar e expandir.

3. Você teve alguma dificuldade? Se sim, qual?

Um pouco com a tecnologia. Confesso não ter tanta habilidade com máquinas, não são a minha preferência. Gosto de calor humano, olho no olho. Sinto falta do presencial. Mas me convenci que seria inevitável. A resiliência me salvou! 

4. Qual a importância que a Universidade Aberta à Pessoa Idosa teve para você?

Foi uma virada de chave. A Una estava de portas abertas à minha disposição, então eu não poderia perder a oportunidade de entrar e usufruir de toda estrutura física, tecnológica e humana, com profissionais prontos para me receber de braços abertos, ouvir minhas dores, aumentar minha autoestima, me carregar no colo e acreditar em mim, além de poder dividir tudo isso com amigos e colegas.

5. Além do aprendizado do curso, o que essa experiência levou para você?

O pulo do gato. Ser simples e ter sempre Deus por perto, priorizar a natureza e a sustentabilidade. 

Para reflexão:

“As respostas encontramos nos livros, mas as soluções, só na natureza”. 

Viver um dia de cada vez, sabendo que tudo é transitório. Somos eternos mutantes. Não deixar a página em branco, continuar escrevendo e “Ser Protagonista da própria história”.

Compreender e encarar com dignidade, calma e otimismo o caos e as adversidades, assumindo falhas e responsabilidades, sem julgar que “só o outro é culpado”. Parar e observar pessoas que, com emoção, tomam decisões assertivas, que respeitam, prezam e entendem que a qualidade de vida faz toda a diferença na saúde física e mental de uma nação.

Ter argumentos que justifiquem que ainda vale a pena acreditar que cada um possa fazer a sua parte e contribuir de alguma forma. Que existem pessoas dispostas a encontrar soluções e se unir a elas. 

A minha experiência de vida e profissional me leva a crer que bons profissionais (empregados ou patrões, públicos ou privados), são agentes catalisadores, intermediários e facilitadores, com o propósito de servir e apresentar a qualquer cidadão, em qualquer situação a melhor ferramenta e o melhor caminho para potencializar a eficácia do resultado.

6. Qual a sensação de saber que tem pessoas que se importam com o bem estar de vocês?

Gratidão. Tenho acompanhado a trajetória da UNA/Instituto Ânima, através da mídia, internet e ações. Novas parcerias, novos e audaciosos projetos, e com isso, “Nós 60 +”, somos privilegiados e beneficiados com a ampliação das opções de cursos e eventos.

Me sinto orgulhosa de ser colaboradora e fazer parte deste universo de possibilidades, podendo contribuir com ações e divulgações que possam agregar, despertar interesse e motivar pessoas a não desistir e continuar investindo em educação e conhecimento.

Não se esqueçam: 

” Pessoas que ajudam pessoas, se ajudam e ajudam pessoas como você e eu”.

Simples assim!

 

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Por Keven Souza

A cinematografia sempre foi uma área vulnerável no Brasil. As repressões políticas e sociais que marcam a história do cinema nacional são intimidantes e tem afetado, ao longo dos anos, a forma de documentar e expor com contundência a realidade social no país. O Cine Belas Artes ou Belas, como é carinhosamente conhecido, é um dos últimos cinemas de rua em Belo Horizonte, que veio a enfrentar desafios financeiros e problemas internos que dificultaram, por um longo período de tempo, a função de levar arte aos amantes do universo audiovisual.

Neste ano de 2021, o Centro Universitário Una entrou com ordem de patrocínio ao Belas com intuito de proporcionar melhorias no local e permitir a reabertura do espaço para o público. A parceria tem conectado o cinema aos diversos aparelhos culturais do Circuito Liberdade, ao trazer esperança e alívio de continuar as atividades relacionadas à disseminação da cultura pela capital mineira, além de estender o local às atividades de extensão relacionadas à Una. Por isso, de vizinhos a parceiros, o Cine Belas Artes agora é Una Cine Belas Artes!

 

O Una Cine Belas Artes 

Localizado no coração do bairro de Lourdes, na região centro-sul de Belo Horizonte, o cinema possui um público diverso e fiel, que encanta frequentadores há mais de 29 anos, com seu espaço de café e livraria, além de três salas de cinema, como ponto de encontro para prosear ou manter uma conversa casual. Seu prédio, que abrigou alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já foi a sede do Diretório Central dos Estudantes, e se tornou no ano de 1992, a referência cinematográfica da cidade: o Una Cine Belas Artes. 

Ao partir do pressuposto que o cinema que é de fato, hoje, constituído a sétima arte do mundo mais atrativa e passiva de entretenimento, o Belas é um espaço comprometido com grupos, eventos e movimentos estruturados, como um modelo de cinema alternativo que possui papel imprescindível na disseminação da cultura, como repertório artístico, ao usar de um reduto de filmes independentes, de arte, para propagar o que há de mais importante na cinematografia brasileira e mundial. Sua grande tela é um dos estilos de arte mais importante para humanidade, capaz de comunicar histórias ou pensamentos e opiniões, que podem criticar a sociedade ou até moldar comportamentos.

Em sua essência é característica a democratização do acesso à cultura, que por ser um cinema de rua, oferece ingressos com preços acessíveis e uma variedade de filmes de baixa circulação que o permite ecoar nas diferentes camadas sociais e econômicas ao proporcionar entradas que variam de 12$ a 25$, sendo menos excludente e mais inclusivo comparado aos cinemas constituídos nos complexos comerciais, como os shopping centers, que os ingressos podem chegar até 40$. 

André Flausino de Oliveira, professor de língua portuguesa e frequentador há mais de 20 anos do Belas, diz que o fato do cinema de rua ser acessível a camadas menos favorecidas da população é de vital importância para a perpetuação da cultura cinematográfica, sobretudo no que se refere aos filmes de arte. “O Belas é sem dúvida um marco de resistência em relação a tantos cinemas de rua maravilhosos que devido à crise e especulação financeira tiveram suas portas fechadas e que hoje existem apenas na memória de seus espectadores”, ressalta. 

Segundo ele, sua relação com o cinema é intrínseca, possui inúmeras lembranças relacionadas ao seus encontros no espaço. Uma delas aconteceu em 2019, quando ao lado de sua colega de trabalho Fernanda Mayrink, que é professora de física, pôde levar os alunos do terceiro ano do Instituto de Educação de Minas Gerais para assistir um documentário inspirado em uma crônica de Caio Fernando Abreu. “Foi sem dúvida uma alegria poder proporcionar esse momento privilegiado aos nossos alunos”, diz André.

Professor André com seus alunos na entrada do Belas

E, afirma que, os filmes apresentados geraram reflexões e impactos positivos na sua forma de ver o mundo. “Tenho um carinho imenso por esse cinema. Já assisti inúmeras produções impactantes e que me marcaram para sempre! É um espaço fundamental na vida cultural dessa cidade”, desabafa o professor.

 

Percalços imposto pela pandemia

Ao longo da história o cinema foi um dos meios artísticos que mais usufruiu da criatividade em tempos de tecnologias esparsas e hoje, mais uma vez, encontra-se obrigado a ser criativo e se reinventar diante o cenário pandêmico nestes dois últimos anos. 

A prática de ir ao cinema, que antes era um dos programas de lazer mais tradicionais, foi afetada pela pandemia que estimulou o fechamento de inúmeras salas dos mais variados cinemas do país para coibir as sessões pela pequena distância entre as poltronas e a pouca ventilação no ambiente, o que trouxe como resultado o desfalque de rotatividade e permitiu ao setor de cinema, ficar escasso e sem alternativas para voltar a faturar. 

No caso do Belas – fechado desde março de 2020 e que vinha enfrentando momentos difíceis mesmo antes deste período sensível, criou-se em setembro uma campanha de financiamento coletivo para poder arcar com dívidas, impostos e outros custos, mas com desafios econômicos para se manter aberto e continuar as exibições, ao se somar com os impasses envolvidos por ser um cinema de rua, formou-se um cenário ainda mais complicado que permitiu a situação se agravar durante a pandemia. “Infelizmente vivemos em um país cujos governantes não valorizam a cultura de modo geral e com o cinema não seria diferente”, diz André Flausino, em relação às dificuldades do Belas durante a pandemia.  

 

De vizinhos a parceiros 

Apesar de estarem próximos, este é o primeiro passo em conjunto entre o Centro Universitário Una e o Belas, a parceria, em formato de patrocínio, foi noticiada logo no início deste ano de 2021, mas a princípio aconteceu entre outubro e novembro de 2020, quando o cinema, fechado a alguns meses, começou a comunicar ao público algumas dificuldades financeiras e resolveu desenvolver algumas campanhas de financiamento coletivo. 

O que chamou a atenção da faculdade e desencadeou a proposta do patrocínio promovido pelo Grupo Ânima, que é responsável pelo Centro Universitário Una, que hoje, além de dar o devido suporte para o cinema permanecer aberto e continuar suas atividades, vem para custear melhorias no espaço nas salas em relação a substituição de poltronas, adequação da fachada e banheiros, pintura de mural, entre outros. Além disso, o apoio é também de grande valia para a comunidade escolar ao aproximar todo o complexo acadêmico envolvido na Cidade Universitária da Una, em prol de estreitar os laços entre a faculdade e o cinema como um movimento orgânico e único. 

Em frente ao Belas, com afinidade geográfica, a Una Liberdade é o campus destinado a ser vizinho do cinema e que tem partilhado, muito antes da parceria, de aspectos concepcionais e culturais ao ser constituído pelos cursos relacionados a área da Cultura, Comunicação Social e Artes. Pedro Neves, que é diretor do campus Liberdade, diz que a colaboração entre ambas organizações é uma oportunidade ávida para os alunos e frequentadores do campus explorarem na essência, as ideias, como uma forma de conhecer a parte parte business da cultura. 

“A parceria é revigorante, para o campus da Liberdade é uma tela em branco para se explorar, indo além de uma ação comercial relacionada ao financeiro e a sustentabilidade própria do cinema, ao abrir um leque de diálogo entre o acadêmico e o mundo real”, diz Pedro sobre a importância da parceria para o campus da Una Liberdade.

Neves afirma que estão por vir inúmeras ações e atividades como resultado do patrocínio e que todas elas estarão associadas ao posicionamento da Una, para que de o ensejo a Belo Horizonte de compreender de forma clara e objetiva a função dos pilares da instituição e a importância desses valores para qualquer instituição de ensino. “Digo que os pilares da Una – a empregabilidade, a diversidade e inclusão e o acesso, precisam estar mobilizados, não necessariamente em todos os projetos, mas tocados para mostrar que o espaço em que a Una está inserido envolve ações que reforcem o nosso posicionamento”, explica o diretor. 

A parceria também faz parte das ações relacionadas aos 60 anos da Una comemorados neste ano e permitirá aos alunos, a partir de agora, usufruírem do espaço do Belas para atuarem, além da sala de aula, como uma injeção de ânimo para as práticas extensionistas. O que reforça os elementos do pilar da empregabilidade, ao dar abertura aos estudantes de participarem de forma direta, especificamente aqueles que são da área de Comunicação Social ou da Arte, e utilizar do espaço como meio de exibição dos trabalhos envoltos a produção de filmes de curta a longa-metragem, mostra culturais, entre outros eventos. 

Para a estudante Milena Prado Bárbaro, que cursa Cinema e Audiovisual na Una, por meio da parceria haverá a oportunidade dos alunos se aproximarem, na íntegra, com o hábito de ir ao cinema e vivenciarem algo diferente do que se é fornecido nas plataformas de streaming hoje em dia. Além disso, está ansiosa para o retorno presencial para que o cinema possa fomentar um espaço de encontro, de ideias e projetos institucionais. “Os projetos nesse espaço podem ser bem interessantes para quem está estudando Cinema e Audiovisual e estou ansiosa para ter acesso a essas possibilidades”, diz a universitária. 

A estudante acredita que o Belas é um dos locais de maior relevância no quesito de espaço cultural em Belo Horizonte, que estaria a perder sua essência artística se não fosse através do patrocínio fornecido pelo Grupo Ânima. “Durante os últimos meses acompanhei as dificuldades do Belas para manter as portas abertas em meio a pandemia e seria uma enorme perda para a cidade encerrar as atividades de mais um cinema de rua”, explica Milena. 

Por definição, o Una Cine Belas Artes é o ponto de encontro entre a essência das duas organizações, é o alto comprometimento com a cultura e a solene responsabilidade de dialogar com práticas de resistência, vivência e liberdade. É em síntese, a cooperação fomentada pelo acreditar, de ambas, no poder do cinema de rua como instrumento influente que ecoa nas diferentes camadas sociais para construção de identidades e valores, que transforma as distintas realidades que se pode encontrar no ambiente urbano por meio da arte. 

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Por Bianca Morais 

No dia 12 de agosto foi inaugurado o primeiro Centro Médico Veterinário do município de Contagem, no Centro Universitário Una. O local é uma conquista para o curso de Medicina Veterinária, que já existe há quatro anos no campus localizado na região metropolitana de BH. 

Atualmente, com aproximadamente 500 alunos ingressos no curso, a primeira turma chega ao oitavo período de um total de dez, os alunos que antes contavam com os laboratórios e a fazenda escola para realizarem suas práticas, ganharam o Centro Médico Veterinário para somar em seu aprendizado, principalmente na prática de clínica de pequenos animais, conteúdo o qual eles só chegaram neste semestre.

“O Centro Médico Veterinário trouxe uma nova vida ao curso de Medicina Veterinária, com a oportunidade dos alunos acompanharem nas aulas e fora delas atendimentos clínicos e saírem do curso preparados para atuar na clínica de pequenos animais com teoria aliada a experiência prática. Todas as pessoas que vêm ao nosso Centro Médico ficam encantadas com a qualidade da estrutura e qualidade dos nossos profissionais”, conta Gabriel Costa, coordenador do curso.

Prefeita de Contagem, Marília Campos, inaugura Centro Veterinário na Una Contagem

A infraestrutura

O local conta com infraestrutura de última geração, três consultórios e um centro cirúrgico. Dois dos consultórios modelos com vidro reflexivo, onde o aluno pode ser monitorado pelo professor de fora do ambiente, uma sala de diagnóstico por imagem equipado com raio x computadorizado e aparelho de ultrassonografia.

A clínica ainda tem o setor de internação de animais, setor de cirurgia, com pré e pós operatório, sala de esterilização e paramentação e bloco cirúrgico amplo, com capacidade para múltiplas cirurgias simultâneas e transmissão ao vivo para uma televisão dentro do bloco. 

Por último, o Centro tem um setor de grandes animais com tronco de contenção, duas baias e 3 animais para atividades em aula (1 bovino, 1 caprino e 1 equino). 

“Hoje temos um cão que foi resgatado com cinomose, foi tratado e adotado pelo campus, temos uma égua e um bezerro que vieram de doação de fazendas parceiras e uma cabra que foi doada pelo UniBH, e estamos com um projeto em andamento para a construção de um aviário”, comenta o coordenador.

Bloco Cirúrgico – Centro Veterinário Una Contagem

 

Os atendimentos

O Centro Veterinário promete realizar cerca de 250 atendimentos por mês, em animais de grande e pequeno porte, dentro da iniciativa privada e através de cunho social. Inclusive, uma parceria foi realizada entre a Una e a prefeitura do município, onde irão dispor de uma cota mensal de consultas direcionadas a animais encaminhados por ela. 

No Centro serão realizados atendimentos e clínicas, cirurgia e internação de pequenos animais, para os grandes animais, o serviço pode ser realizado no setor próprio para eles, ou os alunos podem ir até o curral da prefeitura para realizar ações de atendimento. Dentro do CMV trabalham médicas veterinárias selecionadas por concurso, e também são oferecidos o serviço de atendimento com especialistas terceirizados.

“Nossas consultas são cobradas com valores comerciais. Entendemos que se fizermos procedimentos a baixo custo desestabilizamos o mercado e competiremos com os nossos alunos quando formarem, prejudicando o futuro profissional deles. Queremos competir com qualidade, não com preço”, esclarece o coordenador.

O CMV funcionará para atendimento externo de segunda à sexta, das 13h às 18h, e em dias esporádicos das 18 às 21h com marcação de consultas e cirurgias pelo link: http://Bit.ly/2UfdCOc.

Segundo o coordenador, existe uma expectativa para ampliar o horário de atendimento nos próximos meses, tornando o atendimento 24h com a possibilidade de plantões e atividades noturnas.

 

A conquista do Centro Médico Veterinário

O Centro Médico Veterinário é uma grande conquista do curso de Medicina Veterinária, para os alunos ele representa a possibilidade de poder fazer estágios e praticar o que aprenderam na teoria dentro da própria instituição, sem precisar se deslocar para outros locais.

“A sensação é de dever cumprido e satisfação por ter a certeza de estar fazendo o melhor para nossos alunos, contribuindo para a melhor oportunidade de capacitação, aprendizado e poder contribuir com a comunidade com nossas ações sociais”, conclui o coordenador. 

Animal utilizado para aprendizagem dos alunos

Prestígio aos alunos

Na inauguração do Centro Médico Veterinário, uma placa foi posta com o nome de todos os discentes e docentes, como uma forma de homenageá-los por terem acreditado na Una para sua formação superior. 

Ana Clara, é aluna do 6º período do curso, e para ela que pretende seguir a área de medicina felina, o Centro apareceu na melhor hora para que ela possa adquirir experiências com as práticas.

“Acredito que vai me ajudar muito, pois vou conseguir adquirir mais experiência e ainda pode me dar oportunidade de conhecer mais profissionais nessa área de atuação”, compartilha Ana.

Já para Davidson, aluno do 3º período e que deseja ingressar na área de dermatologia, oftalmologia e cirurgia, o Centro é essencial, é o lugar onde ele irá exercitar na prática aquilo que aprende na teoria.

“Ele vai servir como centro de treinamento pré-clínico, é nele que eu vou aprender e praticar as técnicas da medicina veterinária, posso aprender puncionar uma veia, fazer um exame radiográfico, um diagnóstico de imagem e clínico, além de treinar rotina hospitalar, ele é importante para nos ajudar nesses pontos essenciais para a nossa prática”, diz o estudante.

Davidson ainda ressalta que o Centro Médico Veterinário da Una é a única unidade hospitalar vinculada a uma Universidade na região de Contagem e entorno, o que possibilita aos discentes um grande acesso a uma variada gama de casos clínicos e um contato mais próximo com a realidade do local.

Para o aluno que está no terceiro período e tem muito a desenvolver dentro do curso e do centro, a esperança de poder exercer seu estágio supervisionado com os professores, explorar as diversas oportunidades que ele tem a oferecer, farão dele um excelente profissional no futuro.

lunos do curso de Veterinária com a prefeita de Contagem, Marília Campos