Combinação imperfeita, no cotidiano das Ruas

Combinação imperfeita, no cotidiano das Ruas

Desde que a Lei Seca passou a ser rigorosa o motorista que se recusa a soprar o bafômetro pode ser multado, a tolerância é zero ao  consumo mínimo de bebida alcoólica. Treze motoristas que foram aproveitar a noite do ultimo sábado (25) de maio, e descumpriram a Lei Seca, foram multados em R$ 1.915,40 e tiveram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) recolhida.  Na noite anterior de sexta-feira (24), cinco motoristas foram detidos em Belo Horizonte após serem flagrados dirigindo com sinais de embriaguez. Eles foram abordados durante blitz da Lei Seca, na capital. Neste mesmo dia ,ao ir as ruas do bairro de Lourdes e conversar com responsáveis e clientes de principais bares, a equipe do jornal Contramão pôde observar a falta de incentivo ao cumprimento da lei de ambas as partes.

Em um bar da Rua da Bahia com Bernardo Guimarães, conhecido pelos frequentadores como “Postinho”, a gerente Jaqueline Mendes reconhece não ter nenhuma iniciativa para orientar os motoristas ao não consumo de álcool  e que até o momento não há planos para implantação de algo do tipo, porém acha muito importante. A cliente Juliana Fernandes (24), auxiliar de arquivo, habilitada diz que bebe sempre com os amigos, porém volta de táxi.

No quarteirão abaixo, no Western House, a operadora de caixa  Maria Aparecida (43), diz que  o bar não tem nenhuma iniciativa para incentivar o não consumo de álcool, pelos motoristas afirma também que já deu a ideia para o proprietário, e que seria uma boa iniciativa, já que a clientela caiu bastante depois da tolerância zero da lei .

Os clientes,  2 casais de amigos, frequentadores do local: Ismael neto(40), advogado, motorista, diz que Prefere ir em bares próximos a pé, ou  de táxi, porém assumi que já bebeu e dirigiu, sabe dos riscos e procura se virar sempre para fugir deles. Sua esposa Daniele Alvarenga (31), administradora fala que “a lei o faz refletir”, e que de vez em quando faz a gracinha de busca-lo. Ele diz também que pensa em não fazer uma “porcaria” com outras pessoas, não agredi .

Outro integrante do quarteto, Tiago Correia (31), também advogado assume que as vezes tem consciência,mas não segui  “não penso nos outros, só na multa, e no meu carro”, não se preocupa em beber e dirigir, afirma só andar bebo dentro do próprio Bairro. Sua acompanhante Luciana Carneiro (35),Enfermeira também disse que as vezes bebi e dirigi, porém bebi menos quando está dirigindo. Reconheci os riscos, principalmente por ser profissional da saúde, já sofreu um acidente na BR 040, quando uma motorista bêbada atravessa a contramão e bati de frente com seu carro a 7 anos atrás, se viu na condição de paciente e diz que não é fácil.

Com esse levantamento, observamos os riscos que  enfrentamos no dia-a-dia, não só  quem é motorista “por esporte”, mas também pedestres e profissionais  pois estamos sujeitos a falta de responsabilidade alheia. Ser motorista hoje é uma divisão de aguas, porque a consciência tem que ser mutua, os motoristas profissionais na área que dependem da carteira para seu sustento como o Carreteiro Edvaldo Cerqueira (30), relata que “ A lei seca é boa, porém falta a conscientização da população, e que na estrada não há nenhum tipo de iniciativa para a prevenção de acidentes por álcool e direção”.  Afirma “ Você vai na lua e volta, e ninguém te para”. Ele também fala que já bebeu e dirigiu, mas agora prefere seguir a lei, para não sofrer as consequências.

Outro adepto da profissão Marcos Xavier(33), motorista Rodoviário diz que não há nenhuma campanha nas estradas, postos de combustíveis e paradas para alertar os motoristas do perigo da combinação e como os outros assumi que também já bebeu e dirigiu. No Brasil há a lei a ser cumprida, porem sem nenhuma preocupação dos dependentes dela no site há mais informações sobre a posição da lei não afrontar a liberdade dos proprietários de bares.

Em prol de uma iniciativa que ajude na campanha de conscientização dos cervejeiros de plantão a agência RC comunicação, em parceria com outras empresas inova com um produto, uma bolacha magnética, com dois lados “Se beber, não dirija.” e  “Se beber, chame um táxi.” alerta os motoristas como os nossos entrevistados a repensarem seus conceitos. Não podia faltar uma ação simples, divertida e objetiva na tão conhecida capital dos botecos,  Belo Horizonte.

A aceitabilidade da clientela foi muito boa, segundo Igor que é redator da agência e um dos idealizadores do projeto, também afirma que os pedidos de taxi aumentam quando tem o uso da bolacha, já que quem aderi a campanha tem 10% de desconto na conta. Lorena Campolina que faz parte da imprensa da choperia Albanos onde é implantado a campanha, explica que esse desconto contínuo,é quando o cliente vai pagar a conta os garçons oferecem a proposta e se optarem a pegar o táxi os 10% de desconto é passado em dinheiro ao cliente para ajudar na despesa com o meio de transporte.

Até o momento foram realizadas três campanhas sem nenhum projeto de expansão em mente, atualmente o número de bolachas atende a demanda de clientes da casa. Lorena Informa que o uso das bolachas ”Vai muito de acordo com o dia, depende do movimento da casa a intenção é surpreender o cliente, os garçons também são orientados a utilizar a bolacha com os clientes quando vê que a situação é propicia”.

A campanha teve uma ótima repercussão nos meios de comunicação, já que bebida e direção não combinam, e tudo que envolve esse tema  chama a atenção em relação com a lei seca em todo país.

Pesquisa do Ministério da Saúde, sobre o impacto  do álcool e a relação com o trânsito, revela que 21% dos acidentes de trânsito estão relacionados ao consumo de álcool. De acordo com o MS, uma em cada cinco vítimas de acidente de trânsito atendidas nos prontos-socorros do País estava sob efeito de bebida alcoólica, o que causa um forte impacto nos atendimentos de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS) do país. Mais informações no site.  A ultima iniciativa é a Operação Labirinto da Lei Seca que vai tomar conta de BH, já que foi aprovada pela secretaria a megablitz que fecha todos os acessos ao Bairro de Lourdes nos fins de semana. Barreiro, Pampulha e outros bairros da Zona Sul serão próximos alvos de ação quinzenal. Assim todos os caminhos levam à blitz,  na área nobre que também foi aprovado pelos  moradores, mas assustou frequentadores derrubando o movimento

Em relato ao site, o Subsecretário de Integração de Promoção da Qualidade e Integração do Sistema Defesa Social, Daniel de Oliveira Malard, a intenção deste cerco é garantir a eficácia da fiscalização da Lei Seca. “Nós temos que incutir no cidadão o sentimento de que isso (misturar bebida e volante) é inadequado e pode gerar um dano grande ao próximo ou a ele próprio”.

Por: Aline Viana e Juliana Costa

Foto Juliana Costa

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