Comida di Buteco: histórias além do prato  

Comida di Buteco: histórias além do prato  

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Por Bianca Morais

Belo Horizonte é conhecida internacionalmente como a capital dos bares, são aproximadamente 14 mil estabelecimentos espalhados pela cidade. Mineiro gosta de sentar em uma mesa de boteco, pedir uma cerveja gelada, com aquele petisco gostoso para acompanhar. 

Foi pensando nisso que em 1999, o produtor do programa Momento Gourmet da extinta Rádio Gerais, Eduardo Maya, junto ao João Guimarães, proprietário da emissora e Maria Eulália Araújo, gerente de marketing e comercial, resolveram criar um concurso entre os botecos da capital. 

Assim nasceu o “Comida di Buteco”, boteco com “u”, pois é o jeitinho mineiro de se referir a sua segunda casa. Logo em sua primeira edição no ano 2000, com somente 10 bares participantes, o evento foi um sucesso, com cerca de 5 mil votos e 30 mil pessoas que visitaram os bares participantes.  

Tido como o principal concurso do gênero no Brasil, o Comida di Buteco, além de ser uma experiência gastronômica para quem visita os bares e se delicia, é também um incentivador ao crescimento de pequenos negócios, levando a eles visibilidade.  

Em 2005, a Rádio Geraes chegou ao seu fim e o Comida di Buteco se transformou em uma empresa independente. Em 2008, o concurso passou a se expandir por todo o país, inicialmente no Rio de Janeiro, Goiânia e Salvador. Em 2010, já era um fenômeno que alcança mais cidades, no interior de minas em Ipatinga, Montes Claros, Poços de Caldas e Uberlândia, tomou também o estado de São Paulo em Campinas, Ribeirão Preto e Rio Preto.  

Atualmente, o concurso está presente em mais de 20 cidades brasileiras, depois de 2011 o evento chegou em Belém, Fortaleza, Juiz de fora, Manaus, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Vale do Aço, Aparecida de Goiânia e Florianópolis.  

Superação, Garra e Força 

Cantim Noir é um estabelecimento localizado na Avenida do Contorno, no Santa Efigênia, porém muito mais que um restaurante o Cantim D’or Nois é uma família. Ione Romualdo da Silva e o marido Israel Inácio Junior, criaram o lugar em abril de 2012, um bar que prometia ser muito além disso, seria um cantinho de aconchego, descontração, a casa do mineiro que remete a simplicidade. 

Vencedores do 3°lugar do Comida di Buteco em 2017 e 2021, o bar tem atrativos para vários públicos, conhecidos pelo melhor nhoque de Belo Horizonte, ganhou o concurso com seus deliciosos petiscos que atendem desde os carnívoros aos vegetarianos. 

Vegetariana há 32 anos, Ione, concorre com pratos compostos parte deles com carne e outra sem, tendo destaque pela criatividade e inclusão. Além disso, outro carro chefe do lugar são as massas italianas, os donos inclusive começaram na área gastronômica fabricando massas, na época, em 2011 eles buscaram os melhores processos e receitas, venderam muito no groupon e peixe urbano, no entanto, acabaram ganhando pouco e foi quando resolveram abrir o boteco. 

“O Cantim Noir nasceu do desemprego do meu marido, mas ao mesmo tempo nós buscamos talentos internos, toda garra, talento, fé e amor, sempre querendo oferecer o melhor”, conta Ione. 

O boteco começou na casa do casal, uma varanda grande com vista da cidade, um espaço rústico, onde se podia comer petiscos, beber uma cerveja gelada, um vinho, um chopp e comer uma massa italiana de primeira, com receitas de família. 

“É como se recebêssemos as pessoas na nossa casa. Tanto no antigo endereço, como no atual, queremos oferecer o melhor, uma boa experiência, que as pessoas saiam felizes, tudo isso supera o ganhar dinheiro”.  

Participar do Comida di Buteco sempre foi um sonho para o casal, que o perseguiu em 2014 e 2015 e quando venceram pela primeira vez em 2017 foi um marco em suas vidas.  

Durante a pandemia o Comida di Buteco apoiou os bares participantes, segundo Ione, os organizadores nunca deixaram de ligar e dar sugestões de como funcionar no isolamento, como trabalhar com o bar fechado e o funcionamento com delivery.  

“Mudamos para o novo ponto justamente na pandemia, pela distância do centro não teríamos chances, a gente já ficava escondido. Não foi fácil, nosso forte nunca foi delivery, mas contamos com o apoio da organização do concurso e também da dona do estabelecimento que nos poupou alguns aluguéis”, conta.   

O Comida di Buteco de 2021 foi uma redenção, o movimento voltou e o Cantim ainda garantiu o terceiro lugar. O Cantim Noir se nomeia gastrobar, porque não é apenas mesas postas em um restaurante, é uma energia descontraída, um local onde os clientes podem ir de bermuda e chinelo para tomar uma, ou de vestido para um jantar especial de dia dos namorados a luz de vela. 

“Somos versáteis, atendemos todos os públicos e qualquer pessoa que chegue na casa é bem-vinda. Nosso público é aquele que gosta de comida de qualidade, de sentar-se sem muvuca, independente da classe social”.  

Esse ano, o estabelicimento está concorrendo com o prato Solstício Mineiro do Cantim D’or Noir que é: Parte carne – mandioca na manteiga de garrafa com carne de sol e muçarela grelhadas ao forno. Parte vegetariana – mandioca na manteiga de garrafa e muçarela grelhadas ao forno.

Endereço:
Avenida do Contorno, 3588 | Santa Efigênia, Belo Horizonte – MG

Telefone:
(31) 9707-8090
(31) 98813-4760

Horário:
Terças, das 17h30 às 24h
Quartas, das 17h30 às 24h
Quintas, das 17h30 às 24h
Sextas, das 17h30 às 24h
Sábados, das 17h30 às 24h

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