Corrupção nossa de cada dia

Corrupção nossa de cada dia

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Em época de campanha eleitoral o que não sai da cabeça dos cidadãos é a corrupção. Nas redes sociais ou nas próprias propagandas políticas vemos menções aos escândalos de desvios de verbas públicas, os mensalões ou casos como da Petrobras. Entretanto, corrupto não é só aquele que rouba de uma nação, um povo. Isso só intensifica e dimensiona o ato.

De acordo com o dicionário Houaiss da língua portuguesa, a palavra em si, significa “ato ou efeito de subornar uma ou mais pessoas em causa própria ou alheia […]”. Em outras palavras, corrupção é adquirir benefícios de formas inapropriadas ou fora da lei. Nessa linha de raciocínio, conseguimos ver diversos atos que são corruptos e que acontecem no nosso dia a dia como, coisas corriqueiras e comuns. Furar filas, estacionar em vagas para deficientes físicos sem ser um, por exemplo. Há ainda coisas mais graves, como falsificar carteiras de identidade ou de estudante, não declarar imposto de renda, entre outros.

A pedido da BBC Brasil, o promotor de Justiça Jairo Cruz Moreira listou o que seriam os 10 principais atos corruptos do dia a dia do brasileiro, veja a lista:

– Não dar nota fiscal;
– Não declarar Imposto de Renda;
– Tentar subornar o guarda para evitar multas;
– Falsificar carteirinha de estudante;
– Dar/aceitar troco errado;
– Roubar TV a cabo;
– Furar fila;
– Comprar produtos falsificados;
– No trabalho, bater ponto pelo colega;
– Falsificar assinaturas.

A relação entre a corrupção e a política estreita o entendimento da ação. O uso da palavra relacionada aos governantes gera uma associação quase involuntária, mas há quem consiga compreender que vai além dos atos contra o povo. “Corrupção para mim é quando há um abuso de poder para ter vantagens”, afirmou Clara Reis, 20, estudante de publicidade e propaganda. Aline Andrade, 24, estudante de jornalismo, disse que o uso de determinadas situações para ganhar maior proveito para si também fazem parte da corrupção diária.

Entretanto, há também aqueles que praticavam atos corruptos no dia a dia, mesmo que sem intenção. Como caso de Izabella Lopes, 20, também estudante de publicidade e propaganda, que assumiu já ter comprado produtos falsificados ou de origem dúbia. “Não mais, mas já fiz”, explicou a estudante.

Visando uma necessidade de mudança, o promotor de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, Affonso Ghizzo Neto, idealizou a campanha “O que você tem a ver com a corrupção?” que foi lançada em 27 de agosto de 2004. A campanha tem como objetivo conscientizar a sociedade a partir do incentivo à honestidade e à transparência das atitudes do cidadão comum. Reduzir a impunidade nacional, educar e estimular as novas gerações através da construção em longo prazo de um país mais justo, aproveitar momentos cotidianos para colocar jovens em contato com esses princípios e divulgar a ideia em locais e eventos informais são outros pontos de específicos da iniciativa.

Texto e foto: Umberto Nunes

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