#CRITICA – Bela e a Fera

#CRITICA – Bela e a Fera

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Nesta última quinta-feira (16/03) o novo filme em live-action da Disney, Bela e a Fera estreou nos cinemas de todo Brasil. O longa, adaptado da animação de 1991 foi um dos filmes mais aguardados do ano e possui um elenco de peso, com Emma Watson, Dan Stevens, Josh Gad, Luke Evans, Ewan McGregor e Ian McKellen. Dirigido por Bill Condon o filme, por mais que seja uma adaptação bem fiel, ainda assim possui bastante novidades.

O longa relata a história de Bela, uma camponesa muito bonita, porém muito esquisita aos olhos dos demais moradores da vila, filha de um inventor, amante de livros e que sonha viver uma aventura, muito além e muito longe do interior. Bela acaba conseguindo viver tal aventura após se oferecer como prisioneira no lugar de seu pai em um castelo mágico, onde objetos tem vida e onde o rei é uma fera horrenda e impiedosa, exatamente como o desenho clássico. Este novo filme trás uma pegada bem próxima à animação, com o objetivo claro de conseguir atingir seu público antigo e sua geração de pessoas que cresceram usando um lindo vestido amarelo e idolatrando rosas. Emma Watson consegue absorver completamente a garota destemida vista nos filmes, deixando-a ainda mais corajosa e relacionável que a anterior, uma vez que esta nova protagonista também atua como uma mente revolucionária em sua aldeia, já que a mesma luta para conseguir ensinar as meninas a ler.

Tudo é muito extremo nessa adaptação, os personagens se tornam mais excessivos e todas as personalidades são demonstradas sem nenhum pudor ou omissão como retratado em 91. Neste temos um LeFou fortemente demonstrado homossexual e um Gaston bem mais macho alfa e agressivo do que o já visto. Além disso e dos seus 45 minutos de duração a mais, o filme trás duas novas e lindas músicas e uma sustentação maior à história pessoal de seus protagonistas. Aqui temos uma Bela que realmente sente falta da mãe e quer saber o que aconteceu com a mesma  e um Fera que teve a infância destruída por um pai bruto, severo e nada compreensivo, o que claramente causa o temperamento mesquinho e mimado do mesmo antes de sua maldição.

As mudanças estão somente aí, nestes acréscimos de cenas para tornar os personagens mais reais, o restante a história flui e caminha como antes, causando uma nostalgia e uma saudade imensa nos fãs do filme mais querido e promissor da Disney, fator que o deixa até mesmo emocionante. Bela e a Fera foi completamente realizado para agradar seus fãs, já que não trás nenhuma inovação espantosa e diferenciada que faria o mesmo ser comentado, amado, julgado ou elevado. Bill Condon opinou por realizar até mesmo planos parcialmente parecidos para que aquela emoção de 26 anos atrás pudesse ser facilmente retomada, fator que funcionou com êxito. Porém, o ponto alto do filme não chegou a ser nenhum desses e sim a escolha para a composição dos protagonistas, Watson se encaixou perfeitamente na sua personagem, sua voz, sua movimentação e sua nítida paixão casaram e fez com que Bela não se tornasse apenas um papel, mas sim uma mulher sólida, uma vida. Já Dan Stevens se superou, a maior carga emocional do filme inteiro e o maior motivo de emoções está claramente na interpretação do ator, que trouxe aspectos diferenciados que fez seu personagem se tornar mais humano, compreensivo, amado e completamente cativante.

Porém nem tudo são flores, apesar do esforço da Disney para fazer um filme impecável, isso ficou um tanto quanto longe de acontecer se dando pelos efeitos especiais. A caracterização dos objetos animados falhou em certas partes, principalmente na movimentação de seus lábios, que muitas vezes fica incômoda ou incompatível com aquilo que se é escutado. Já o Fera, personagem de maior luta do estúdio para se ter um funcional, também falhou em modos parecidos, uma vez que o mesmo, em algumas certas cenas, também ficou fora do ritmo do filme e bem superficial aos olhos de quem vê, sem contar que não aparenta ser nada cruel, ameaçador, horrendo e medonho, e sim uma criatura diferente que assustaria apenas por ser estranha e sem nenhum conhecimento prévio.

Chega a ser difícil avaliar tal obra, uma vez que o mesmo não se passa de mera cópia para agradar fãs e admiradores, não se tornando especial por si só e somente por dar um ponto mais dito como “real” ao já visto e amado anteriormente. Porém, tal fato chega até a ser justificável, uma vez que Bela e a Fera de 1991 foi um marco muito grande para Disney e para toda aquela geração, superá-lo ou até iguala-lo seria até mesmo impossível, pode-se até se dizer que a decisão de fazer um filme tão fiel se deu pelo fato de que assim, falhar não seria tão fácil, por mais que o mesmo deixe a desejar em vários aspectos, principalmente em sua computação gráfica.

 

Por: Isadora Morandi

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