Por Pedro Soares

– Tá doendo, mano? 

– Minha mãe vai me matar! – ele exclamou.

Repeti a pergunta, mas ainda não conseguia parar de rir. 

– Mano, tá doendo? 

Incansavelmente ele repetia o metaforico “minha mãe vai me matar”. Mas, em um determinado momento ele completou a frase dizendo: “minha mãe vai me matar… quebrei o meu braço”. 

No auge dos meus dez anos, não pude entender o que aquilo significava, hoje, mais velho, volto à aquela cena e percebo que a visão que tínhamos dos nossos pais era um tanto quanto amedrontadora. Seria isso pelo “pulso firme” que eles direcionavam a nós? Ou apenas uma má interpretação da nossa parte? 

Um fato é que, naquele momento, pareceu mais fácil lidar com um braço quebrado e a dor iminente do que contar para a mãe algo que poderia ter acontecido com qualquer criança comum. 

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