Cultura ainda não é acessível

Cultura ainda não é acessível

Deficientes visuais são prejudicados pela falta de estrutura ao visitar museus da capital mineira

A cidade de Belo Horizonte, mesmo depois de ter passado por diversas obras, ainda não é apta para atender deficientes visuais. Em diversas áreas da capital é sempre visto deficientes visuais enfrentando dificuldades e transtornos, já que um ato de educação e solidariedade é algo raro hoje em dia.

Como um dos cartões postais mais visitados de Belo Horizonte, a Praça da Liberdade abriga diversas exposições, peças e eventos ao longo de seu famoso Circuito Cultural que atrai turistas e moradores da capital.

Na região da Av. João Pinheiro e Rua da Bahia é observado um grande fluxo de deficientes visuais, mas será que ao visitar os museus na região eles enfrentam dificuldade? Visando isto, o Jornal Contramão foi em busca de informações sobre a estrutura oferecida nas empresas que fazem parte do Circuito Cultural.

Segundo o Espaço do Conhecimento UFMG, a exposição “Demasiado Humano” possui alguns recursos sonoros e táteis, porém grande parte da exposição ainda é muito visual, mas eles possuem um projeto em andamento para melhorar a acessibilidade para pessoas com deficiência visual. “No futuro esperamos poder oferecer audiodescrição em toda a exposição, além de legendas em braille e mais recursos sonoros, táteis e quem sabe até olfativos”, declara Brunah Schall, responsável pelo Núcleo Educativo e de Acessibilidade. Durante o mês de março houve uma semana de palestras com o tema acessibilidade dentro do Espaço com o objetivo de sensibilizar os mediadores do museu para o atendimento a pessoas com deficiência. Segundo Brunah, o problema é que eles têm uma rotatividade muito grande na equipe e atualmente os novos mediadores não passaram por essa capacitação.

“A estrutura física do museu ainda não atende muito bem os visitantes com deficiência visual, pois há poucos recursos que exploram outros sentidos sem ser a visão. Entretanto, os mediadores podem auxiliar muito o visitante, descrevendo a exposição e guiando-os no espaço. O ideal é que o visitante tenha autonomia para conhecer o espaço, mas enquanto não alcançamos esse ideal estamos procurando soluções com os recursos de que dispomos, sendo o atendimento o nosso maior diferencial”, ressalta Brunah.

As demais empresas que fazem parte do Circuito Cultural Praça da Liberdade não se manifestaram sobre o assunto até o fechamento desta reportagem.

Texto: Bárbara Carvalhaes
Foto: Lúcia Sebe/Imprensa MG

 

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