Por Júlia Garcia

Celebrado em 08 de março, o “Dia Internacional da Mulher” ficou marcado pelos protestos e manifestações, que operárias realizavam em Nova York. Lutavam para melhores condições de trabalho, como aumento salarial, redução da jornada e direito ao voto.  Mas ainda as mulheres enfrentam preconceito e desigualdade.

Lorena Tárcia. (Acervo Pessoal)
Lorena Tárcia. (Acervo Pessoal)

Lorena Tárcia, jornalista há mais de 35 anos, diferente das operárias, não enfrentou problemas por ser mulher na sua profissão. Desde os 13 anos escrevia colunas em um jornal local. Realizou duas graduações, Jornalismo e Direito, e tinha em mente ser diplomata. Mas, Tárcia se encantou pelo jornalismo. “Acabei me apaixonando […] e pela oportunidade de contar histórias e trazer luz a questões importantes”, relembra. 

 

O machismo presente em todas as profissões

Basta ser mulher para sentir o machismo em inúmeras situações. Seja no dia a dia ou no ambiente de trabalho, o preconceito é presente e a opinião feminina pode ser invalidada pela figura masculina. 

A mulher inserida no jornalismo pode ocupar diferentes cargos nos múltiplos veículos de comunicação. Porém, mesmo com um alto número de mulheres ocupando lugares importantes (ainda sim menores do que homens), é comum se deparar com o machismo.

Lorena afirma que nunca lidou com essas dificuldades, mas em uma de suas experiências profissionais sofreu ameaças. “Sofri ameaças relacionadas a apurações que não eram de interesse de um delegado da Polícia Civil. Apesar disso, não tive medo, pois a empresa sempre apoiou seus profissionais e tínhamos suporte de outras alas da polícia”, diz. 

Futebol e mulheres, qual o problema?

Você, mulher, já foi interrogada por homens ao expor sua opinião sobre esporte? Essa situação é frequente e está presente no jornalismo esportivo. Quantas repórteres foram e são assediadas por torcedores e jogadores durante seu expediente? Ou quantas apresentadoras e comentaristas são questionadas pelas suas opiniões? 

Um exemplo recente é o caso da repórter Jéssica Dias. Enquanto a vítima cobria o pré-jogo de Flamengo x Vélez, ao arredores do Maracanã, foi beijada à força pelo torcedor Marcelo Benevides Silva. Além de Jéssica, outras profissionais também já sofreram e sofrem com o assédio durante o trabalho.

Ícones femininos no jornalismo

Mesmo que seja preciso enfrentar o machismo, a misoginia e todo o preconceito, mulheres jornalistas não desistem. Vão à luta todos os dias quando decidem exercer a profissão. Lorena Tárcia é um dos ícones e lista algumas mulheres parceiras de profissão que admira muito. 

Os ícones citados por Tárcia, são:

Fonte: CNN US.
Fonte: CNN US.

 

Christiane Amanpour, uma das mais renomadas correspondentes de guerra do mundo, que tem se destacado por sua coragem e dedicação em relatar conflitos em todo o mundo.

 

Fonte: El País/Lilo clareto.
Fonte: El País/Lilo clareto.

Eliane Brum. Escritora, jornalista e documentarista que tem se dedicado a contar histórias de pessoas marginalizadas e invisíveis na sociedade brasileira, com profundidade e sensibilidade.

 

Fonte: Instagram/@gloriamariareal
Fonte: Instagram/@gloriamariareal

 

Glória Maria. “Uma das mais icônicas jornalistas de TV do Brasil que se destacou por sua coragem e dedicação em relatar notícias em todo o mundo, além de sua habilidade em entrevistar personalidades importantes.

 

 

 

 Fonte: Britannica/Aaron Favila.

Fonte: Britannica/Aaron Favila.

 

Maria Ressa. Jornalista filipina que fundou a plataforma de notícias Rappler e que tem sido alvo de ataques e intimidação por parte do governo filipino por sua cobertura crítica.

 

 

 

Quero ser jornalista, e agora?

Tivemos a sorte de assistir Glória Maria no Fantástico. Tivemos o prazer de receber notícias de Fátima Bernardes no Jornal Nacional, e nos informar sobre esportes através da competente Fernanda Gentil, no Globo Esporte. 

Milhares de mulheres se inspiram e seguem o caminho do jornalismo por meio do profissionalismo e persistência desses ícones. Lorena afirma que pode ser um campo competitivo e desafiador, mas que é importante acreditar em si mesma. “O jornalismo está em constante evolução e é importante estar aberta a mudanças e adaptações. Muitas vezes pode ser exigente e desgastante, mas também pode ser extremamente gratificante. Certifique-se de que está seguindo uma carreira que ama e que está comprometida em contar histórias importantes e impactantes”, finaliza Tárcia.

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