Drugsquare: Internação Compulsória e Alternativas de tratamento

Drugsquare: Internação Compulsória e Alternativas de tratamento

Em janeiro de 2013, o governo de São Paulo deu início a uma nova política relacionada aos dependentes de álcool e drogas, sobretudo o crack. O Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod) auxilia nos processos de internação voluntária e compulsória dos usuários numa iniciativa polêmica e que foi seguida de outra semelhante no Rio de janeiro. As práticas de internação compulsória para dependentes químicos é feita desde que seja comprovado que o usuário não consegue garantir sua integridade física e mental. No entanto, para o presidente do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais Humberto Verona esta prática joga por terra tudo que já foi conquistado. “As pessoas estão vindo com um pensamento antigo e conversador. Com discurso de internação, um discurso inteiramente manicomial, e tudo que agente já conseguiu até hoje está em risco em função de uma política equivocada que está sendo proposta”, analisa.

Já a psicóloga Cristina Abreu Souza coordenadora da Associação Mineira de Pais e Amigos para a prevenção do uso de drogas(AMPARE), entende que em alguns casos a internação compulsória  é necessária. “Quando a pessoa não tem mais condições de responder pelos seus atos, a única opção é fazer uma desintoxicação involuntária para que ela possa voltar a pensar e poder escolher o que ela vai querer”, defende.

No centro de Belo Horizonte, é possível observar pessoas, em situação de rua, em diferentes pontos consumindo drogas à céu aberto e à luz do dia. Alguns setores temem que seja realizado na capital mineira um internação compulsória dessas pessoas. “Entendo a situação de uma família quando o dependente químico está numa situação em que não pode responder por seus atos. Porém, o que percebo é uma justificativa da postura de pessoas que postulam esta ação para higienizar as cidades que receberão os jogos”, argumenta a Coordenadora da Pastoral da Sobriedade, Ir. Ivenila, referindo-se às Copas das Confederações.

Para o Presidente Interino do Conselho Municipal de Política Sobre Drogas Nilton Ferreira Bittencourt Júnior, a internação compulsória é a última opção. “A prefeitura adota o trabalho de conscientização, se o usuário quiser sair existem várias possibilidades, porém, se a pessoa não quiser não adianta nenhum tratamento. Mas é bom deixar claro que a internação compulsória é legal e existe todo o tramite judicial que envolve este tipo de procedimento”, conclui.

Alternativas de Tratamento

Outras opções de tratamento são apresentadas como alternativas para o tratamento. A pastoral da Sobriedade defende a prevenção como principal tratamento.  “A Prevenção para a Pastoral da Sobriedade é uma prioridade. E a eficácia da Prevenção vai depender da boa articulação política de cada Diocese” argumenta.

Segundo a Psicóloga da ampare, além da prevenção cuidar do emocional do paciente também é essencial. “Parar o uso de drogas não é o problema. O problema está nas pessoas e nas diversas dificuldades emocionais que cada um tem. Geralmente a substancia entra quando a pessoa está mais frágil, e a droga ocupa um espaço onde o emocional não está presente”, enfatiza.

Série Drugsquare: Primeira Parte

Por João Vitor Fernandes

Ilustração: Blog Prioridade Absoluta

 

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