“Efeito Sampaoli” no Atlético-MG: o que pode causar?

“Efeito Sampaoli” no Atlético-MG: o que pode causar?

0 767
Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Por: Raphael Segato

Após a demissão do técnico venezuelano Rafael Dudamel, pelos maus resultados, o Atlético anunciou a chegada do argentino Jorge Sampaoli, de 60 anos, ex-comandante de Santos-SP e das seleções chilena e argentina, que já iniciou os trabalhos na Cidade do Galo. O comandante chega ao Galo cercado de expectativas, tanto por parte da diretoria do clube quanto da torcida e da imprensa mineira.

A grande expectativa da torcida alvinegra se dá pela volta das boas atuações do Atlético. Para tal, Sampaoli terá um trabalho longo pela frente, e, também, um grande desafio: manter-se no cargo durante todo seu contrato – algo que só Cuca, treinador do Atlético entre 2011 a 2013, conseguiu nos últimos anos, já que seis treinadores se sucederam durante a gestão de dois anos e três meses do presidente Sérgio Sette Câmara.

Sampaoli já demonstra dar retorno imediato fora de campo. Esperam-se muitas adesões ao novo sócio torcedor, lançado pelo Atlético no dia 10 de março. Há promessa, também, de casa cheia nos jogos em casa. Isso tudo devido à imagem e à visibilidade que Sampaoli transmite ao clube.

Guilherme Frossard, jornalista do site globoesporte.com, que realiza a cobertura do clube, conta que o Atlético vem de dois anos ruins, com pouca relevância e resultados ruins em campo. “Afinal, o time investiu em um treinador de seleção, com trabalhos sólidos na América do Sul e na Europa. Isso tudo passa um recado aos patrocinadores, a clubes concorrentes, a atletas. Gera maior expectativa, e traz holofotes. Isso tudo, se bem explorado, pode ajudar muito”, comenta.

Twitter da Fifa

Após o anúncio da chegada de Sampaoli, diversos veículos de comunicação noticiaram o grande acerto do treinador com o clube mineiro. A visibilidade foi tão grande que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) mencionou, em sua página oficial, no Twitter, a publicação do anúncio feito pelo presidente do clube. No post, a Fifa cita o retrospecto de Sampaoli, o primeiro título da seleção chilena, a quebra da invencibilidade de 40 jogos do Real Madrid, o vice-campeonato brasileiro do Santos, no ano passado, e o terceiro lugar como melhor técnico do mundo, em 2015, disputado com Luís Henrique e Pep Guardiola.

Fora de campo, este é um dos vários efeitos de Sampaoli no Atlético – e, até mesmo, em Minas Gerais. Dentro de campo, quais resultados o técnico pode trazer ao clube?  Frossard fala do estilo de ataque do time e do jeitão do treinador: “Já é possível ver o estilo Sampaoli no dia a dia. Dentro de campo, viu-se um time mais agressivo, dominante, com posse de bola e jogo mais vertical. A estratégia de controle precisa ser aprimorada, mas já é possível observar uma linha de raciocínio tático”.

No que diz respeito ao comportamento fora de campo, fica claro o perfil “durão” do argentino. “Ele não é muito de papo, nem gosta muito de falar à imprensa. Além disso, fecha praticamente todas as atividades, mas, dentro de campo, entende-se bem com os atletas, desde que estejam comprometidos”.

Quanto à postura da diretoria, cujo pensamento anterior buscava austeridade nas finanças, tudo mudou: agora, pretende-se adotar a busca por reforços. “Sampaoli, cobra um time competitivo, além de reforços. A diretoria já tem se movimentado neste sentido, para buscar reforços e montar um elenco qualificado, com foco nos atletas, para que tenham espaço”.

Na visão do jornalista, tudo isso é consequência natural da pressão implícita com a chegada de Sampaoli ao Atlético. “São elementos que ‘obrigam’ o clube a pensar grande, a vislumbrar objetivos audaciosos”, esclarece, ao ressaltar: “Resumidamente, Sampaoli traz, ao Atlético, um perfil competitivo, determinado a entrar nas competições para disputar título, e não só para participar. Significa que vai dar certo? Não, necessariamente. Mas é um bom começo”.

Certo é que, hoje, o Atlético Mineiro entra em busca do título brasileiro, que não vem há 49 anos. Sem dúvida, trata-se da obsessão de dirigentes, jogadores e torcedores do clube.

 

*A matéria foi produzida sob a supervisão do professor Maurício Guilherme Silva Jr. e da jornalista Daniela Reis

 

SIMILAR ARTICLES

NO COMMENTS

Leave a Reply