Em BH existem 70 food trucks, mas atividade aguarda regulamentação

Em BH existem 70 food trucks, mas atividade aguarda regulamentação

De acordo com a Associação Mineira de Food Trucks, existem cerca de 70 restaurantes móveis cadastrados apenas em Belo Horizonte, mas a atividade aguarda uma regulamentação para o setor. “Estamos aguardando o posicionamento do prefeito Márcio Lacerda sobre a regulamentação dos food trucks na capital mineira, como já aconteceu em São Paulo, por exemplo. Já passou pela câmara, estamos muito otimistas e, ao mesmo tempo, ansiosos”, explica Felipe Correa, diretor da associação.

No Brasil, devido à crise econômica e a facilidade de viagens, muitas pessoas viram a possibilidade de empreender e expandir seus negócios ou abrir um primeiro restaurante num modelo que investe num contato direto com o público, de baixo custo, sem a necessidade de adquirir ponto comercial e seus encargos. “Sempre trabalhei com moda, mas com a crise não ficou interessante mantê-la, então resolvi “alimentar” a minha segunda paixão que é a culinária! Acreditei que seu eu misturasse as duas formas de servir o hot dog (SP e Natal) e colocasse mais algumas coisas e produtos diferenciados de qualidade, conseguiria criar um hot dog gourmet”, revela Victor Hugo Damasceno, idealizador da Food Bike Hot Dragon.

Também em Belo Horizonte, Rodrigo de Angelis, o idealizador da Beer-Truck Amarelo, iniciou o empreendimento em 2011, hoje, investe no seguimento das cervejas artesanais. “Foi uma tentativa que deu certo. Montei  um food truck em uma época que não se falava isso no Brasil. O Expresso do Açaí que vendia açaí em eventos esportivos ao ar livre, tipo provas de bike, rallies, corridas e etc.”, declara. Além das dificuldades enfrentadas durante a montagem do negócio, Angelis investe hoje em outro seguimento o das cervejas artesanais. “Pensei em entrar nessa onda das cervejas artesanais, lembrando que alem da Wals, Belo horizonte tem muitos fornecedores, são mais de 25 micro cervejarias. Para vender cerveja, precisei adaptar chopeiras dentro do caminhão.”, afirma.

Regulamentação

Na legislação vigente em Belo Horizonte, não é permitida a comercialização de bebidas alcólicas para food trucks. A regulamentação dos restaurantes sobre rodas, está aguardando a aprovação da PBH. “Isso dificulta quem quer atuar no ramo de maneira legal. Não podemos parar livremente nas ruas. Nós só podemos participar de eventos, onde o evento tem alvará especifico que engloba a venda de bebidas, é grande trabalho para captar eventos e buscar locais privados para podermos parar.”, explica Angelis.

Beer-Truck Amarelo
Foto de Divulgação da Beer-Truck Amarelo

Considerado um modelo de negócio promissor no âmbito de comida de rua, esses veículos adaptados para a comercialização de alimentos vêm crescendo cada vez mais. O termo food trucks surgiu nos Estados Unidos, por volta de 1860. O investimento pode variar entre 50 a 70 mil reais ou a montantes mais altos, ao redor de 200 mil reais, dependendo da tecnologia utilizada, adequações de suspensão e freios para tolerar o peso da cozinha e os equipamentos instalados.

Até o começo dos anos 2000, os food trucks ainda carregavam o estigma de comida barata e de baixa qualidade. Isso começou a mudar na primeira década desse século, principalmente a partir da crise econômica de 2008, nos Estados Unidos, que levou muitos restaurantes a fecharem suas portas. Sem opção, alguns chefes de cozinha investiram na modalidade despojada de fazer comida, oferecendo pratos requintados, de alta gastronomia, a baixo custo.

Há veículos pequenos, médios e grandes. No planejamento de qual comprar, o empresário deverá levar em conta que comida deseja comercializar, que equipamentos serão necessários dentro do veículo para garantir a segurança dos alimentos vendidos, as questões relativas à parte elétrica e hidráulica, material de divulgação da marca, como adesivagem e pintura e, enfim, quanto poderá investir no negócio.

Por Raphael Duarte

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