Entre notas e partituras

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Concurso da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais revela novos talentos da composição

Belo Horizonte está prestes a conhecer o mais novo nome da composição brasileira. Na próxima sexta-feira, dia 10, às 20h30, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais apresenta, no Teatro Oi Futuro Klauss Viana, o vencedor da edição 2011 do Festival Tinta Fresca, idealizado pelo seu regente titular, Fábio Mechetti. A apresentação é gratuita e os convites já estão disponíveis na bilheteria do teatro, localizado na Av. Afonso Pena, 4001.

O concurso, que tem a intenção de revelar novos talentos da música, ocorre anualmente desde 2009. “O nome é ótimo! E significa justamente isso: composições novas, frescas, compostas para orquestra sinfônica”, explica o músico e produtor da Orquestra Filarmônica, Francisco Araújo.

Em seus dois primeiros anos, o festival destinou-se apenas a compositores mineiros. Agora, em sua 3ª edição, abre oportunidades para artistas de todo o país. Ao todo, foram contabilizadas 29 obras inscritas, das quais apenas seis foram escolhidas por uma banca julgadora para uma única apresentação, em que será revelado o grande vencedor. “Sentimos a necessidade de abrir esse festival para outras regiões, pois para o compositor esses concursos são muito importantes. É uma chance que ele tem de ser revelado e receber também uma ajuda para sua carreira, que seja uma bolsa, que seja um prêmio em dinheiro. No Brasil, temos poucos concursos de grande porte”, ressalta Araújo.

O compositor vencedor do Tinta Fresca recebe uma encomenda da Filarmônica. “A orquestra encomenda uma composição inédita, que será executada por ela no ano seguinte à premiação”, conta o vencedor da 2ª edição do concurso, o músico Sérgio Rodrigo, que atualmente prepara a composição a ser tocada pela Filarmônica em agosto deste ano. “O Tinta Fresca acaba sendo uma possibilidade de escutar o que você está imaginado, fazendo”, observa o compositor.

Talento que vem de berço

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Foto: Mariana Zani

De uma família de músicos, Sérgio Rodrigo começou seus estudos ainda menino, primeiramente com um violão. Aos 14 anos, passou a estudar na Fundação de Educação Artística, em Belo Horizonte, onde atualmente, é professor de musicalização. Vencedor da última edição do Festival Tinta Fresca, com uma peça composta inicialmente para um trabalho de conclusão de curso, o músico prepara agora a composição que será executada pela Orquestra Filarmônica em agosto deste ano “Quando se tem um prazo estabelecido, é um pouquinho mais angustiante, pois você está sempre com medo do limite acabar e não conseguir terminar”, revela o compositor.

Para Sérgio Rodrigo, o Tinta Fresca é uma oportunidade para o compositor escutar o que criou e transformou em acordes e notas musicais “Ouvir sua música sendo tocada pela orquestra é bem impactante. Você fica um pouco anestesiado sem saber o que está acontecendo, sem saber se está bom ou ruim. É emocionante”, relata.

Nomes revelados nos últimos dias

Essa semana, o público conheceu, por meio do site da Orquestra Filarmônica, o nome dos 6 finalistas do concurso. Durante as primeiras etapas de seleção do festival, por questão de ética e zelo, os participantes são identificados apenas por pseudônimos “É uma forma de ocultar quem eles são na realidade e de ser um concurso neutro, transparente” explica Francisco Araújo.

A banca julgadora deste ano, foi composta pelos renomados compositores João Guilherme Ripper, Olivier Toni e Silvio Ferraz, que, na próxima sexta-feira, dividem com os músicos da orquestra e o regente Marcos Arakaki, a responsabilidade de definir entre as composições do pernambucano Alfredo Barros, do mineiro Marcus Siqueira, do gaúcho Aurélio Edler-Copes, do paulista Matheus Bitondi e dos cariocas Vicente Alexim e Marcos Lucas.

Temporada 2011

Orquestra entra o ano com o pé direito

Criada em fevereiro de 2008, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais vem marcando a tradição da música mineira com sua programação diversificada. Com as séries Allegro e Vivace, a orquestra inaugura 2011 com agenda cheia, perpassando por concertos no Parque, Didáticos e para a Juventude, além do concurso Tinta Fresca. “Toda Orquestra está dentro de um circuito de criação musical. Quando se cria um concurso e pode-se contribuir para a carreira de um músico e também para a população, a orquestra completa seu papel”, conclui Francisco Araújo.

Por Danielle Gláucia, Débora Gomes e Iara Fonseca


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