A ETERNIZAÇÃO DA ARTE

A ETERNIZAÇÃO DA ARTE

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 A paixão pode ser representada de várias formas, por um beijo, um abraço, um sorriso no canto da boca e até simples lembranças. O modo como esses sentimentos são representados, muitas das vezes, podem chegar a questões extremas e audaciosas, de tal modo que algumas atitudes sejam eternizadas em nossas vidas.

Estamos falando do poder que uma imagem trás, em forma de desenho ou composta na pele, pode ser tão importante para uma pessoa. Não basta desfrutar do talento do artista, ter discos, pôster ou ir aos shows, a paixão acima de tudo, é uma admiração enorme que os fãs demonstram para um artista ou banda. A paixão faz com que os fãs eternizem em suas peles, tatuagens, com versos de música, logos da banda, capas de CDs ou até mesmo o rosto do seu ídolo, a eternização da arte.

Renato Russo, um ex-professor de inglês, franzino e meio problemático, que ao longo da sua carreira com a banda Legião Urbana, encantou milhares de brasileiros, com suas lindas canções. Nos anos 80 e 90, Renato Russo foi porta voz da juventude, o Brasil vivia uma fase de redemocratização, e nesse período, a banda expressava em letras o que o que os jovens queriam realmente aclamar. Renato falava de amor, paz, guerra, revolução, histórias de vida e também discorria duras criticas a sociedade, os fãs viviam a Legião, idolatravam a Legião, a admiração era tanta, que muitos colocavam o grupo como uma crença, mas o cantor sempre discordava desta descrição. Ele dizia que a banda apenas falava em suas letras o que sentiam e com essa liberdade de ideias nas letras. Os jovens da época se abraçaram nas palavras do gênio do Rock nacional, chegando a atitudes que marcariam a vida deles para sempre, as tatuagens foram o modo com que os fãs demonstraram a banda e ao compositor, era uma forma de homenagear o seus ídolos, eternizando a Legião Urbana em suas peles, que por vez é uma expressão de paixão, eternizada na vida dos apaixonados por Renato Russo e Legião Urbana.

Abaixo infográfico com os fãs espalhados pelo país e as respectivas histórias.

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Infográfico: Laryssa Xavier

 

Ricardo Pippen, 35, fã da banda há mais de 20 anos, conta que sua tatuagem significa muito mais que uma imagem, e, sim, a representação da sua identidade, mostrar os seus sentimentos, seus pensamentos diários. “A banda me representa, eu represento a banda, a banda é uma geração, eu sou essa geração, geração que gostaria de ver o mundo melhor, pessoas, seres humanos melhores, um país melhor, uma política melhor, um vizinho melhor, um pai melhor, um filho melhor”

Foto: Ricardo Pippen
Foto: Ricardo Pippen

A carioca Karine Salles, 37, cresceu ouvindo Beatles, por influências dos seus pais, na sua casa só tocava rock n roll. Karine se identificou e foi ficando mais apaixonados pelo gênero, mais tarde foi conhecendo outras bandas que a deixou mais fascinada pelo estilo musical.  “Meus pais ouviam The who, Dire Straits, Pink Floyd, The doors e led Zeppelin, e eu acompanhava”. Seus pais eram jovens e universitários, apaixonados por rock, sua mãe era fascinada com Paralamas e RPM. Foi então que aos sete anos Karine teve seu primeiro contato com a música, a Legião Urbana não entrou apenas em sua casa, mas também em sua vida. Karine conta que a primeira música que aprendeu foi Eduardo e Monica. “Na minha turma da primeira série do ensino fundamental tinha uma menina chamada Mônica e um menino chamado Eduardo, eu tinha uns 7 anos, me amarrei.” Mas o que fez Karine se prender e amar a banda, foi em 1990, aos dez anos, quando a música “meninos e meninas” virou trilha sonora da novela Rainha da Sucata.

“As tatoos fazem parte do que a Legião é na minha vida, meu despertador toca legião, meu toque de celular, meu carro tem adesivo, legião faz parte da minha vida”

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Foto: Karine Salles
Foto: Karine Salles
Foto: Karine Salles

Joseane Freitas, 22, moradora de Salvador, conta que começou a ouvir Legião Urbana há três anos. “Escutei Faroeste Caboclo e fiquei interessada em saber mais sobre a banda, uma música de 9 minutos e não tem refrão. Comecei a ouvir outras músicas e me apaixonei”. Joseane tem uma frase da música, Há tempos, (Ter bondade é ter coragem) e a logo da banda, o violão.

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Foto: Joseane Freitas

Após a morte de Renato Russo, muitos tatuaram algumas imagens ligadas a ele, ou a Legião, sinal que Renato sim, foi, e é uns dos maiores compositores do Brasil, e com a Legião Urbana deixou seu legado no cenário nacional deixando aqui milhares de fãs, e, em troca desta herança, os seguidores deixaram suas palavras, seu rosto, representado em tatuagens, isso prova que Renato Russo e a Legião Urbana são gigante na música brasileira.

Obrigado Renato Russo!

Matéria produzida pelos alunos do quarto período de jornalismo, Vanderlan Ornelas e Marcos Martins, na disciplina de TIDIR/JOR2B

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