Feminismo ?

Feminismo ?

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O filme AS SUFRAGISTAS, lançado em 2015, trouxe à tona o tema  do feminismo e da luta por reconhecimento das mulheres, somando-se a data comemorativa do voto feminino no Brasil.

O que é o feminismo?

Segundo o filosofo e escritor Mario Cortella, o feminismo não é o contrario de machismo. Machismo significa a concepção de que mulheres são subordinadas aos homens e o feminismo não supõe que homens são subordinados, mas que homens e mulheres são iguais.

O Movimento Feminista é responsável por importante acontecimentos no Brasil. Em 1827, como conta Guacira Lopes no livro “História das mulheres no Brasil”, foi quando as mulheres começaram a estudar, no entanto, o ensino para os sexos eram diferentes. As escolas eram fundadas por instituições religiosas e ensinavam a doutrina cristã, mas os meninos tinha aulas sobre geometria e as meninas bordado e costura. Já no final do século XIX, surgiu a necessidade da educação da mulher, para a modernização da sociedade. E, hoje, estamos comemorando 84 anos do direito ao voto da mulher, que foi assegurado em 1932, por Getúlio Vargas, porém, só as mulheres casadas que podiam votar, as viúvas e solteiras só poderiam se tivessem renda própria. Mas o voto da mulher só se tornou obrigatório em 1946.

Por meio de inúmeras lutas e pedidos negados, aos poucos as mulheres foram conquistando mais liberdade, graças as que lutaram no passado, como: Leolinda Daltro, Nísia Floresta Augusta e Maria Lacerda de Moura, que fizeram toda a diferença para o movimento.

Porque o Movimento Feminista existe e porque nos dias de hoje ele está em pauta. Entenda!

Punição para assédios nas ruas:

De acordo com o Art. 216 do Código Penal – Decreto Lei 2848/40, constranger alguém com o intuito de obter vantagens ou favorecimentos sexual, cabe a pena de 1 a 2 anos de prisão, porém essa lei é válida apenas para casos que ocorrem no trabalho. Em setembro de 2013, começou uma discussão para que assédios cometidos nas ruas, entrassem para o art. de assédio sexual. Atualmente existe a punição 3 meses de detenção para casos que ocorrem nas ruas, porém, devem conter gestos obcenos e testemunhas. Pesquisa realizada pela jornalista Karin Hueck, mostra que 99,6% das 7.762 mulheres que realizaram o questionário, dizem ter sofrido algum tipo de assédio sexual ou verbal em local público. No art. 5º, XV da Constituição Federal, diz que todos tem o direito de se locomover em território nacional, então, a partir do momento que uma mulher se sente ameaçada em andar em um determinado lugar, esse código está sendo ferido e por isso que deve existir uma pena mais rigorosa contra esse tipo de crime.

Mas, para que fique claro o que é esses assédios, vamos mostrar a história de Lais S, via ThinkOlga:

“Atualmente tenho 18 anos, mas, desde os 14 anos, um rapaz bem mais velho que mora na minha rua, somente algumas casas depois da minha, começou a soltar piadinhas sempre que eu passava por ele. Além do constrangimento provocado pelas piadas indecentes, estas eram gritadas no meio da rua, na frente de quaisquer pessoas que estivessem por perto, o que me constrangia mais ainda. Por causa de todo esse constrangimento, passei a ficar com medo de sair sozinha de casa, pois, na maioria das vezes, tinha que passar pelo sujeito e ser assediada publicamente. Assim, passei a utilizar um outro caminho para chegar em casa, muito mais longo do que o de costume, perdendo, assim, minha liberdade de locomoção. Hoje em dia ainda sinto medo quando passo por ele na rua, porém, não desvio mais o caminho e ele não diz mais nada quando passo – felizmente acho que se cansou de tanto ignorá-lo.”

Poder sair com a roupa que quiser:

Algumas mulheres gostam de sair de roupas curtas e alguns homens acham que tem o direito de assediar. Não! Eles não tem! O motivo foi explicado  no primeiro tópico e as mulheres tem o direito de se vestir da forma que mais as deixam confortável.

Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2014, revela que 42,7% da sociedade acredita que: – mulheres que estão com roupas inadequadas merecem ser atacadas. Porém, de acordo com a resolução 40/34 da ONU, vítima é uma pessoa ou coletivo que sofreu algum dano material, física ou psicológica.  Então, se elas são vítimas porque elas estão sendo culpadas? Justificar que ela está errada por causa da roupa, é quebrar inúmeros direitos fundamentais que estão na Constituição Federal.

Decidir quando ter um filho:

Mulher não nasceu para ser mãe e muito menos sabendo ser uma. Único instinto que nasce com todo ser humano é o da sobrevivência. Ela deve ter o direito de escolher quando ter um filho, estar preparada financeiramente e psicologicamente.

“Eva acordou com as facadas que o marido desferia contra o corpo dela. Enfiou a faca na vagina, queria alcançar o útero. “Você é uma cobra, que bota filhos no mundo para matá-los”, berrava. […] Mais dois meninos foram assassinados, e o pai acreditou com mais força no pecado original de Eva. “Agora que o último morreu, quero ver quem vai te defender”. (BRUM, Eliane. 2008, p. 207)

Nesse livro conta a história de Eva, uma mulher pobre que mora na periferia, ela sofre agressões do marido e já perdeu dois filhos, ainda adolescentes, por causa do tráfico de drogas. Infelizmente, essa é a realidade da nossa sociedade e isso tudo porque o governo não da assistência para as famílias mais pobres, uma criança de periferia não vai ter a mesmas oportunidades, do que uma que tem condições melhores. Existe diversas Evas espalhadas pelo país e se o aborto fosse legalizado, talvez, elas pensariam duas vezes antes de ter um filho. E se decidissem não ter, nunca deveriam ser condenadas, pois elas não querem ver seus filhos morrendo pelo sistema ou por causa do tráfico.

Essas são algumas das lutas atuais das feministas, mas assim podemos ter noção do porque é importante debatermos esse assunto. Feminismo não é “mimimi” de mulher e não é falta do que fazer, o machismo existe e devemos lutar contra ele, para termos igualdade de gênero.

Por Amanda Eduarda – J.E².D.I.

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