Fotografia – a volta ao analógico

Fotografia – a volta ao analógico

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Por Michele Assis 

O poder de congelar o momento e guardá-lo no tempo. Podemos dizer, num primeiro momento, que é isso que a fotografia é capaz de fazer. E atualmente, a maioria de nós carrega esse poder na palma da mão. Atualmente todos os dispositivos celulares estão equipados com câmeras tão desenvolvidas que deixaria os criadores da fotografia impressionados. Mas os meios analógicos não deixaram de existir por causa desses avanços. Pelo contrário, quando voltamos nossa atenção para eles, entendemos melhor os princípios da fotografia e descobrimos um novo jeito de fotografar.

Origem da fotografia

A fotografia, que significa “gravar com luz”, é uma técnica de criação de imagens por meio de exposição luminosa, que fixa a imagem ao capturar luz e contraste. Aquela que é reconhecida como a primeira fotografia foi feita pelo francês Joseph Niépce (1763-1828). Desde 1817 ele estudava as propriedades do cloreto de prata sobre o papel, mas foi em 1826 que conseguiu seu grande feito. 

Primeira foto da história. Foto: Joseph Nicéphore Niepce.

Foi lá no século XIX que a fotografia começou a fazer parte do dia a dia. Mas ter um aparelho não era acessível. Apenas os fotógrafos profissionais, que trabalhavam em estúdios, conseguiam adquirir um aparelho.

Revolução para o mercado

Mas foi no ano de 1901 que a empresa americana Kodak trouxe uma revolução para o mercado com o lançamento da Brownie-KodakI, uma câmera comercial e popular. Trinta anos depois ela lançou a Kodachrome, a primeira na linha de filmes coloridos. E em 1963, a americana Polaroid criou a fotografia instantânea colorida. 

E desde então, a cada dia que passa e com cada avanço da tecnologia, a fotografia está cada vez mais presente na nossa rotina. O educador e fotógrafo Alexandre Lopes ressalta a importância desse fácil acesso à fotografia e da possibilidade de narrar a história a partir de um ponto de vista particular. “Essa virada que a gente está compreendendo agora em pleno século XXI mostra que está na mão das próprias  pessoas dar o próprio recado. Então eu vou contar a minha história. É isso que a fotografia possibilita”, explica.

Registro feito no Passeio Fotográfico Analógico, atividade organizada e realizada por Alexandre Lopes.
“Entender os processos da fotografia analógica ajuda a entender os princípios de fotografar”

Alexandre, que é fotógrafo em Belo Horizonte a mais de trinta anos, conta que tem observado esse movimento de retorno aos métodos analógicos a uns dez anos já. Ele explica que entender os processos da fotografia analógica ajuda a entender os princípios de fotografar e a dominar melhor essa habilidade. Além disso, diferente da fotografia digital, onde você tira várias fotos para escolher uma, na analógica você precisa pensar antes de apertar o botão, pois a cada clique é um frame do filme que não retorna.

Isso leva o fotógrafo a um outro lugar, onde é preciso aprender a valorizar cada processo. Alexandre diz que a fotografia analógica é a fotografia do acaso e fala da relevância desse acaso. “A gente tem que entender e valorizar o acaso como um resultado interessante e positivo e que a gente pode tirar bastante frutos dele”, e completa: “a minha intenção como educador é levar essa informação e fazer com que as pessoas compreendam de uma maneira mais leve que é possível  trabalhar com a linguagem visual e a fotografia como um meio poderoso e que auxilia tanto nas relações pessoais quanto comerciais.”

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