Guarda Municipal vigia as atitudes do prefeito

Guarda Municipal vigia as atitudes do prefeito

Os Guardas municipais belo-horizontinos e os Sindicatos da categoria reuniram-se ontem, 22, e decretaram fim à greve iniciada na quarta-feira, 21. Foi decidido pela maioria que o período não é propício à paralisação dos serviços, e decidiram apenas por fazer o acompanhamento das ações prometidas pelo prefeito. As observações serão feitas até meados de março, onde uma avaliação será feita sobre o desenvolvimento das promessas, caso não estejam sendo cumpridas a greve será retomada.

Os profissionais exigem que as solicitações previstas na Lei n°13.022 sejam atendidas e requerem: o porte de arma, maior fiscalização em relação aos coletes vencidos que ainda não obtiveram liberação para troca e que membros da corporação passem a ocupar cargos de comando.

As reivindicações da categoria são antigas, mas ganhou força após a guarda municipal Lilian de Oliveira, 28, ter sido atingida no rosto por uma bala de borracha, durante um conflito com um policia militar, no dia 15 desse mês. Após a briga cerca de 700 agentes fecharam a av. Afonso Pena e a Amazonas, como forma de reforçar e reivindicar os pedidos.

De acordo com nota do Diário Oficial do Munícipio (DOM), a Prefeitura se comprometeu “em relação aos avanços e melhorias na carreira da Guarda Municipal e ao constante esforço empenhado pela administração em atender as demandas apresentadas pela categoria”.

Em fala durante o evento, o presidente do Sindicato do Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Israel Arimar, disse que “vamos fazer a greve no momento propício pra nós, e não no momento propício para o prefeito”. A fala se deve ao fato de nessa temporada de férias o trabalho dos guardas é reduzido, porque escolas e grande parte dos moradores da capital estão de férias.

Pedro Bueno, 31, presidente do Sindicato dos Guardas Municipais do Estado de Minas Gerais (SINDGUARDAS) afirma que “se a prefeitura não cumprir o que foi proposto e acatado pelos manifestantes, nós vamos imediatamente assumir o movimento grevista, em meados desse semestre, que é o tempo que a gente vai fazer uma avaliação pra ver se a proposta teve andamento”.

Segundo Felipe Coelho, 39, guarda municipal da 1º classe, que faz ronda na região Centro-sul da capital, “depois de uma discussão ampla, como uma negociação é uma via de mão dupla, nós cedemos nesse sentido, demonstrando que estamos interessados em negociar e que não queremos partir pra greve, mas se for preciso nós vamos fazer, como forma de reivindicação”.

Quanto às escolhas dos cargos em comissão, o prefeito afirma que será feita seguindo o princípio da meritocracia. Durante a assembleia os presentes discordaram da decisão e decidiram por ficar a cargo da Sindibel e SINDGUARDAS selecionar nomes dentro da corporação e mandar para a prefeitura, mesmo que eles não sejam obrigados a aceitar as sugestões.

PORTE DE ARMA

Em relação ao treinamento de portes de armas a ser realizado, em nota a PBH, informou que “as negociações para o convênio com a polícia militar estão em estágio avançado”. Novamente os sindicatos discordam. Para Israel, deve ser avaliado qual convênio vai ser mais barato para o município, optando por avaliar também acordos com a polícia civil e o exército.

Leia também: https://contramao.una.br/desmilitarizacao-nao-deveria-ser-a-principal-bandeira/

Ouça o áudio completo da entrevista com o presidente da SINDGUARDAS:

Por: Ítalo Lopes

 

NO COMMENTS

Leave a Reply