Inadimplência cai em BH em meses de impostos

Inadimplência cai em BH em meses de impostos

Mais belo-horizontinos estão regularizando as dívidas e limpando o nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), em comparação ao mesmo período de 2012, houve um aumento de 7,58% no número de cancelamentos junto ao SPC.

O presidente da CDL/BH, Bruno Falci, associa essa redução a oferta de crédito e a queda dos juros. “Com a taxa de juros em patamares menores o consumidor tem mais facilidade em quitar suas pendências financeiras”, explica. Já o economista Ofir Viana, acredita o aumento na oferta de crédito pode acentuar o número de inadimplências. “As pesquisas são realizadas de forma pontual. Porque você acumulou compras de fim de ano e, também, vai acumular despesas de início de ano como, impostos, volta às aulas e dívidas pendentes. Então, ainda que pontualmente haja uma queda, a tendência é que essa inadimplência volte a crescer”, analisa.

O prédio da CDL, localizado na Avenida João Pinheiro 495, tem um setor específico para a consulta ao SPC, onde o fluxo de pessoas é intenso. O administrador de uma empresa de gesso, Claudiano Inácio, foi conferir se seu nome estava negativado e acabou recebendo uma má notícia. “Eu fiz uma um empréstimo, justamente para pagar algumas outras dividas. Mas tivemos um problema de saúde na família e o meu gasto foi maior, e eu não tive condições de pagar. Vim saber qual o valor total da dívida para efetuar o pagamento ou entrar em acordo com o banco”, esclarece.  O administrador ainda relata que é a segunda vez que isso acontece. “Quando eu tinha 18 anos meu nome também estava no SPC, mas eu morava no interior e quando eu voltei pra Belo Horizonte, já tinha saído. Acho que pelo tempo. Dessa vez eu não vou esperar, vou tirar o mais rápido possível”.

Outro caso é o do operador de empilhadeira, Hilton de Oliveira, que contraiu a dívida através do cartão de crédito. “Vou usar o que recebi das férias para tentar pagar algumas à vista e as outras vou parcelar.” Ele ainda admite que precisa ter mais cuidado na hora das compras. “Tem que pesquisar bastante e fazer o mínimo de dívidas possível. Não comprometer mais do que 30% do salário”.

O economista Ofir Viana, que ministra um curso de Finanças Pessoais, alerta sobre a postura do consumidor. “O dinheiro tem poder, ele causa inebriamento das pessoas, fazendo com que elas se esqueçam de sua realidade. Quando as pessoas realizam despesas, elas realizam olhando o que ganham e não o que sobra de seu orçamento, e isso está errado. Quando o consumidor tem a consciência do ponto em que ele está em termos de seu orçamento, em termos do que ele recebe e do que ele gasta, há uma disciplina e, assim, reduz o número de inadimplência”, finaliza.

Por Ana Carolina Vitorino

Foto: Marcelo Fraga

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