A luta é por direitos e não privilégios

A luta é por direitos e não privilégios

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Por Rúbia Cely

No Brasil mais de 20% da sociedade têm algum tipo de deficiência, ou seja, uma média de 45 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade). E foi pensando em tamanha demanda que a Conade foi criada, inserindo assim, esse grupo em partes dos processos que definem os planejamentos e as políticas voltadas para esse coletivo.

Datas como 21 de setembro, Dia da Luta Nacional da Pessoa com Deficiência, 11 outubro, Dia do Deficiente Físico e também 3 de dezembro, Dia Internacional do Portador de Deficiência, servem não só para conscientizar a população de que a participação desse coletivo em todas as atividades do cotidiano, não é favor, é um direito, mas reafirma também a necessidade de ações que permitam acessibilidade à essas pessoas e também que conheçam seus direitos.

Arthur Figueiredo Ramos, 18, deficiente auditivo, explica que grande parte das dificuldades que enfrenta no cotidiano é a socialização. Nas ruas e até dentro da própria sala de aula, o sentimento é de exclusão, confessa o jovem. “Meus colegas de sala também não me incluem nas atividades deles porque não sabem lidar com o fato de eu ser surdo. Mas eu sou um surdo oralizado e sinto que eles podiam tentar me entender, conversar comigo”, expressa.

Já Melina Cattoni, 20 anos, deficiente física por hemiparesia, afirma não ter problemas quando o assunto é interação com a sociedade e é enfática ao dizer que sempre teve ao seu lado pessoas que compreendem e a tratam normalmente. “Os colegas de sala até brincavam, porque às vezes a troca de sala era ruim e ficar em ‘tal’ andar era melhor que outro, aí acabava que eu tinha uma parcela na decisão. Sempre foi muito tranquilo. Mas, claro os primeiros dias em uma escola nova ou até mesmo na faculdade dá um frio na barriga, por que você não conhece ninguém e todo mundo olha com curiosidade, uma curiosidade que vai além de ser novata.”, comenta.

 

Arthur explica que quando sai com alguns amigos, também deficientes auditivos, acaba tendo que se preocupar com eles, por parecerem estar despreparados para lidar com os riscos e as sinalizações. “Quanto a mobilidade urbana eu não tenho problema para andar na rua sozinho porque observo muito os sinais, olho para os lados. Mas eu tive uma mãe que se preocupou em me ensinar a andar na rua sozinho.”, esclarece.

A internet vem tomando providências para tentar incluir quem possui algum tipo de deficiência, seja por meio de plataformas ou até mesmo com o uso das hashtags. Um bom exemplo foi e ainda é o uso da #PraCegoVer, uma iniciativa que se ergueu no facebook e que é usado, principalmente por instituições, para possibilitar que deficientes visuais tomem conhecimento do que circula na web.

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