Manifestação dividida

Manifestação dividida

Manifestantes voltaram às ruas em diversos pontos de Belo Horizonte na tarde de hoje, 19. A concentração aconteceu na Praça Sete, mas não havia um destino certo para seguir a partir dali. A presença de grupos distintos, sem liderança definida, dificultou a tomada de decisões. Alguns membros pretendiam seguir para a Praça da Estação, outros queriam se dirigir até a Prefeitura. Uma certa desorganização foi percebida hoje, sem, no entanto, retirar a validade das manifestações.

 Um grande grupo saiu da Praça Sete e seguiu pela avenida Afonso Pena em direção à Praça da Assembléia. Parou em frente à Prefeitura Municipal e se dirigiu à avenida João Pinheiro, sentido Praça da Liberdade. Neste percurso, o grupo se dividiu duas vezes: na primeira,um pequeno aglomerado de manifestantes ficou na frente da Prefeitura, enquanto a massa seguia em direção à Praça da Liberdade. Neste trajeto, voltaram a se dividir em dois blocos quando passaram pelo Detran, se reencontrando na altura da Rua da Bahia com a Gonçalves Dias, por onde seguiram até a praça da Assembléia.

Por várias vezes o grupo se dispersou, não obedecendo a pedidos de outros manifestantes que davam instruções para seguir por outro caminho. As reivindicações eram também diversas. Várias bandeiras distintas foram erguidas: legalização da maconha, maior assistência governamental em saúde e educação, repúdio às despesas ligadas a Copa das Confederações e Copa do Mundo, defesa da população de rua, preço da passagem.

Não havia policiais fardados próximos à praça Sete. Eles se juntaram ao grupo na subida da avenida João Pinheiro, onde viaturas do tático móvel acompanharam a passeata. O ato foi pacífico. No entanto, ocorreram pequenas confusões pontuais, causadas por dissidentes, que eram expulsos pelos próprios manifestantes. Um grupo que soltou bombas foi reprimido e algumas pessoas foram entregues aos policiais militares. A cada ato de violência a massa de presentes bradava palavras de ordem como: “Sem violência”, “Sem vandalismo”, “Não me representa”, “Vacilão”. O grupo também evitou que um indivíduo subisse as paredes da Prefeitura.

A manifestação realizada hoje não foi organizada pela Comitê Popular de Atingidos pela Copa (COPAC). Via-se cartazes assinados pelo Movimento Câmara Transparênte BH e a Polícia Civil também montou uma tenda para apoiar os manifestantes, mas o movimento não tinha à frente nenhuma organização.

O perfil da COPAC será a responsável por criar eventos, conforme decidido na assembléia popular, que contou com a presença de cerca de 500 pessoas no Viaduto Santa Tereza, na terça-feira, 18. O objetivo é que o coletivo seja referência para os convidados. Até agora estão agendados dois atos, um amanhã, às 17 horas, e outro no sábado, às 10 horas. Em ambos a concentração será na Praça Sete. Além destas manifestações, outra assembléia popular foi marcada para domingo, às 15 horas, debaixo do Viaduto Santa Tereza. A COPAC, em seu perfil no Facebook, emitiu nota a respeito das decisões tomadas na assembléia realizada na terça-feira.

Por Alex Bessas e Fernanda Fonseca

Foto por Alex Bessas

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