Métodos alternativos para o tratamento da depressão

Métodos alternativos para o tratamento da depressão

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Entender as diferenças entre tristeza e depressão é essencial para um diagnóstico preciso da doença. O portal da Secretaria de Saúde de MG (SES/MG) indica que a tristeza trata-se de um sentimento motivado por uma situação negativa que tenha acontecido, e a depressão é uma doença que se não tratada de forma adequada, pode prejudicar a vida pessoal das pessoas. O tratamento convencional mais utilizado para a cura de transtornos psicológicos, de forma abrangente, trata-se do uso contínuo de medicamentos alopáticos e prescritos por psiquiatras após o diagnóstico. A Dra. Elayne Aparecida Dias, psicóloga de 23 anos, explica que a depressão é uma soma de fatores interligada a humor deprimido. “Podemos entender a depressão como uma queda ou redução de energia, ou seja, um desânimo, dificuldade de concentração, incapacidade de planejar o futuro e, claro, a presença de um humor depressivo e irritável, que por vezes está associado à ansiedade e à angústia, afirma. Além do método mais tradicional de tratamento, a terapia com um psicólogo, ainda há várias maneiras de buscar ajuda para o quadro depressivo.

O uso de antidepressivos

O uso de medicamentos antidepressivos é parte de tratamento de tal patologia. A função destes medicamentos é aumentar a concentração de neurotransmissores na fenda sináptica através da inibição do metabolismo e bloqueio de recaptura neural. A serotonina é um neurotransmissor que está vinculado à regulação do humor, emoções, sono e apetite. O antidepressivo atua de forma a impedir sua retirada da fenda sináptica. Sendo assim, esse neurotransmissor fica disponível por mais tempo, o que reflete diretamente na melhora do humor. “O tratamento para depressão deve ser multidisciplinar, ou seja, para além da utilização de medicamentos, tem-se a necessidade de, por exemplo, frequentar psicoterapia.” ressalta a psicóloga.

O tempo do tratamento varia de acordo com a gravidade da doença e o quadro de melhora do paciente. Algumas pessoas desenvolvem certo tipo de dependência sob o uso dos medicamentos ou não concordam com o método, e assim, procuram meios alternativos para substituição ou amenização das substâncias contidas nos medicamentos alopáticos como o antidepressivo.

A homeopatia e os medicamentos

A homeopatia descoberta por Christian Friedrich Samuel HAHNEMANN (1755 a 1843) é indicada para todas as pessoas, animais e até plantas, mas de preferência durante a gravidez ou iniciadas nos primeiros meses e anos de vida para não ter que se intoxicar com doses massivas de substâncias medicamentosas. O Dr. Ronaldo dos Santos Souza, 59 anos, graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Itajubá-MG com especialidade em homeopatia e psiquiatria, diz que profissional médico homeopata trata o ser, a unidade consubstancial, o todo, o indivíduo, o que não divide, a tríade, em seu pensar sentir e querer e não só com enfermidades. “A homeopatia se dirige a todos aqueles que têm consciência de que a vida não pode ser apreendida de uma maneira puramente mecânica, de que a saúde não é apenas a ausência de doença, mas o desabrochar harmônico no interior de cada um.” Explica Souza.

Os medicamentos homeopáticos são oriundos dos três reinos da natureza, minerais, vegetais e animais. São preparados por uma farmacotecnia homeopática própria com o intuito de diluir e dinamizar as substâncias, determinando as potências medicamentosas, algumas são a Belladona 6CH, Chamilla 30CH, Sulphur 200CH, Lachesis 1000CH, que serão usadas para se elaborar as patogenesias dos medicamentos. “Claro que a homeopatia não cura tudo, mas cura muito, e ela age praticamente sozinha, a partir de uma correta prescrição, na verdade, o medicamento é só um estímulo que será imprimido em sua energia vital, o resto é com o próprio organismo que produzirá uma reação contraria a enfermidade curando-se.” relata Souza.

Todos medicamentos homeopáticos só podem ser aviados com receitas médicas, veterinários e odontólogos, existem as contraindicações específicas quando usados de forma inadequadas, possuem rótulos e respeita a legislação do país e é regulamentada pela ANVISA.

Como a homeopatia pode ajudar

Conforme o Portal do SES-MG a homeopatia atua em várias áreas clínicas, como doenças crônicas não transmissíveis, doenças respiratórias e alérgicas e transtornos psicossomáticos reduzindo a demanda por intervenções hospitalares emergenciais. Qualquer pessoa independentemente da idade pode procurar o tratamento homeopático para a doença.

Transtornos psicológicos demandam uma avaliação categórica e exaustiva feita pelo profissional homeopata. “É feita avaliação de seu estado de saúde, prescrever os medicamentos homeopáticos, inicialmente permitindo que se continue com todos os medicamentos que vinha tomando, e depois de uns 15 dias fazer nova avaliação para ver a que ponto está, e, se pode ou não, diminuir ou retirar os outros medicamentos.” Souza explica o processo. Quanto ao tempo de tratamento, é relativo, para ele o tratamento cura rápido, uma vez que todas as recomendações e requisitos necessários sejam cumpridos de forma coesa.

A experiência conta como válvula de confiança na hora de procurar um profissional homeopata, os resultados são garantidos pelo Dr. Ronaldo. “É como um time de futebol que compra o juiz, portanto não dá para ter um jogo honesto assim. Já trabalho há mais de 30 anos com a homeopatia, e tenho obtido bons resultados com pacientes em depressão, pânicos, ansiedade, dentre outras.” Diz Souza. Ele não só acredita no método de HAHNEMANN como segue assiduamente “Fazem mais de 50 anos que não tomo medicamentos algum da medicina dita oficial, meus filhos de 19 e 26 anos nunca tomaram nenhum medicamento que não seja homeopático.” finaliza ele.

 

Através da alimentação e exercícios

 

O cérebro humano produz uma série de substâncias químicas, os neurotransmissores, que são responsáveis por controlar inúmeras funções em nosso organismo. A depressão ocorre quando uma dessas substâncias, a serotonina, está com deficiência. Ela é capaz de fornecer ao cérebro a sensação de bem-estar, regulando o humor e também dando a sensação de “saciedade”. A alimentação pode ajudar diretamente na produção da serotonina, o que ajuda a aumentar o bom humor e combater os sintomas da depressão.

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A Nutricionista Dra. Taynara Torres Cândido, 30 anos, diz que escolher entre os alimentos para aliviar a depressão não é nada complicado, existe de todo tipo, cor e para todos os gostos. “Lácteos, ovo, frutos secos como nozes, amêndoas e avelãs e frutas como a banana, abacate, abacaxi e cereja, são ricos em triptofano, que é conhecido como o aminoácido do bom humor”, afirma. Ela ainda ressalta sobre a importância das sementes de girassol, ajudam a regular os níveis de serotonina no seu organismo. Taynara alerta que é importante acompanhamento mensal com o nutricionista para que este paciente mantenha seguindo o plano alimentar e para que suas dúvidas sejam tiradas no momento da consulta. Patrícia Christina de Freitas Santos, farmacêutica de 40 anos diz que tem constantes desde os seus 18 anos, mas que nunca duram mais que quatro meses. “A prática de exercícios físicos e alimentação saudável diminuíram significativamente o meu mal-estar mensal”, relata. Patrícia ainda conta que medicamentos não foram eficazes para ela e que mesmo com uma alimentação equilibrada, Patrícia insiste que sem os esportes, ela ficaria paralisada, não conseguiria seguir adiante.

Através da escrita

 

Escrever pode funcionar como terapia Outra forma que pode ajudar a combater a depressão é através da escrita. A psicóloga Viviane Andrade Pinheiro, 41, especialista em Saúde pública e dependência Química, afirma que o ato de escrever pode ajudar no quadro depressivo. “Escrever é sempre terapêutico, é uma forma de desabafo”, afirma especialista. O quadro depressivo de Cristina Malta, de 51 anos, começou em 2008, quando seu pai faleceu após ser diagnosticado com câncer no9 estômago, 3 anos atrás, em 2005. Cristina conta que uma faz formas que a ajudou a lidar com a situação, foi por meio da escrita. “Escrever me fez entender melhor o fato de me expor para um estranho. Até que entendi, que me expunha para mim mesma, trazendo à tona, a luz da minha própria consciência, o que estava tão obscuro dentro de mim”, conta.

Pet Terapia

Um método que vem sendo muito utilizado e que consiste na participação de animais (cachorros, gatos, coelhos, cavalos, etc.) como se fossem uma espécie de co-terapeuta, que auxiliar na realização do que foi proposto ao paciente pelo profissional responsável. A Pet Terapia, que também é conhecida como TAA –Terapia Assistida por Animais, é comprovado cientificamente que o tratamento gera resultados muito positivos, pois o contato com o animal faz com que o paciente libere a endorfina, uma substância química que é transportada pelo sangue e tida como o hormônio do bem-estar e, consequentemente, o paciente obtém uma melhora.

A pergunta mais recorrente sobre esse tipo de terapia é sobre qual é o animal mais indicado e quais os requisitos e o que ele precisa ter para auxiliar um paciente durante o tratamento tão delicado. O Dr. Felipe Muniz, médico veterinário do Hospital Veterinário Santo Agostinho, explica que o cachorro é o mais indicado por profissionais e requisitado pelos pacientes para este tipo de tratamento, pois é o mais fácil de se domesticar. “O cachorro, a meu ver, tem a maior ligação com o ser humano, ele consegue interagir facilmente e responder a estímulos dados pelo próprio paciente, e sem contar que o cachorro é um animal muito alegre e isso faz toda a diferença em um tratamento de depressão, ele consegue transmitir essa alegria e fazer com que o paciente retribua da mesma forma”, disse. Felipe considera esta uma das melhores formas de tratamento, pois quando o animal é lavado para dentro uma Clínica Terapêutica, por exemplo, ele faz com que o paciente esqueça aquele ambiente que, muitas vezes, pode ser monótono e se entregar totalmente ao animal de estimação.

Estética

 

Outro método utilizado por pessoas que sofrem de distúrbio afetivo, são os tratamentos estéticos. Edmilson Pereira Silva 42, terapeuta do Instituto Bem Estar BH conta que, em média, 10 pessoas por dia procuram a clínica para realizar algum tipo de tratamento para combater o estresse provocado pelo dia a dia. “O tratamento mais indicado para uma pessoa que sofre de estresse excessivo e a reflexologia podal. É um tratamento realizado exclusivamente nos pés e trabalha pontos de reflexo. Cada área corresponde aos órgãos, nervos, glândulas e partes do corpo inteiro”, afirma o especialista. Segundo Edmilson a procura por esse tratamento(que dura cerca de 1 hora e é realizado uma vez por semana) é mais frequente entre os homens e é recomendado em média de dez a vinte sessões. Pedro Henrique, 28, realiza a reflexologia podal há um ano e garante estar muito satisfeito com os resultados. “Depois que comecei a fazer o tratamento, percebi uma melhora na minha autoestima, tive mais disposição para o trabalho e consegui controlar melhor as minhas emoções” conta.

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O psicólogo Júlio Eduardo, de 34 anos, atende em média três pacientes por dia que realizam tratamentos estéticos como Massoterapia, acupuntura, Reflexologia podal e Shiatus. Júlio afirma que a melhora no tratamento desses pacientes acontece de forma rápida e tranquila. “Os tratamentos estéticos auxiliam muito no combate a depressão, os pacientes que realizam esse tipo de método, apresentam uma melhora significante” afirma.

Matéria produzida pelas alunas do quarto período de jornalismo, Aline Lima, Carla Andrade, Davidson Ramos, Janaina Tavares, Lorrayne Chacon e Tatiana Franciele, na disciplina de TIDIR/JOR2B.

 

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