Na pauta, tropeiro e Copa do Mundo

Na pauta, tropeiro e Copa do Mundo

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O Tropeirão da Rússia, evento que reuniu jornalistas que fizeram a cobertura da Copa do Mundo 2018 para um bate-papo, no último sábado (25), no Mercado Central, foi um sucesso 

Por Patrick Ferreira

O Tropeirão da Rússia, evento promovido pelo curso de jornalismo do Centro Universitário UNA, no último sábado, dia 25, no Espaço Cultura II do Mercado Central de Belo Horizonte, reuniu profissionais do jornalismo, estudantes e ainda amantes do futebol para um papo sobre a cobertura dos jogos da Copa do Mundo na Rússia. Entre uma rodada e outra do bate-papo, o público teve a oportunidade de saborear um delicioso tropeiro preparado pelo chef Edson Puiati.

A coordenadora do curso de jornalismo, Marcia Maria Cruz, deu o ponta pé inicial e agradeceu a presença de todos: “Este é um momento de celebrar o jornalismo, ninguém faz jornalismo para ser milionário. Faz por vocação de comunicar”, ressaltou.

A programação, que foi dividida em dois blocos, iniciou com a mesa Mulheres na Copa do Mundo. Na primeira etapa da conversa, foram convidadas as jornalistas Soraya Belusi, editora do caderno Super FC do jornal O Tempo, e Isabelly Morais, da rádio Inconfidência e primeira mulher brasileira a narrar um jogo de Copa do Mundo pela Fox Sports. O bloco contou com a mediação de Kelen Cristina, subeditora do caderno Super Esportes jornal Estado de Minas.

Foto: Marcelo Duarte

Além de contarem sobre os desafios inerentes de uma cobertura jornalística em um evento como a Copa do Mundo na Rússia, elas também falaram sobre os desafios da mulher em um ambiente predominante masculino.

A narradora Isabelly Morais, que recebeu diversos comentários negativos ao seu trabalho nas redes sociais, disse que não deixou se abalar pelas críticas. Ela atribuiu um certo machismo a esses comentários, pois a desqualificam enquanto profissional pelo fato de ser mulher, em uma profissão onde os homens, até então, vêm dominando. Raramente as críticas se referem ao trabalho, revela a jornalista. Contudo, ela destacou que recebeu apoio e carinho de várias pessoas e se tornou uma referência para várias mulheres jovens. Ao todo, na Copa, 25 jogos foram narrados pelas mulheres.

A jornalista Soraya Belusi levou seu bom humor, ao contar histórias do mundial e principalmente ao relatar o episódio com o então técnico da seleção mexicana, Juan Carlos Osório, durante uma coletiva de imprensa na Copa da Rússia. No vídeo, que chegou a viralizar na internet, Soraya contesta o discurso do treinador de que o brasileiro Neymar Júnior teria simulado um lance, enquanto as imagens mostravam que o jogador mexicano tinha feito uma falta dura. Ele a responde com uma evasiva. O caso foi um dos tantos de machismo durante o mundial.

Pausa para o tropeiro

Na pausa para o almoço, o Chef Edison Puiati falou sobre como seria um tropeiro russo. “Nesse aqui, usei cachaça para flambar as carnes, a gente poderia usar uma vodca para fazer à moda da Rússia, seria um ingrediente bem emblemático e ficaria muito bacana”, garantiu.

Foto: Marcelo Duarte

Segundo tempo

Na segunda rodada do bate-papo, foi a vez dos jornalistas Josias Pereira, repórter do caderno Super FC do jornal O Tempo, Renan Damasceno, repórter do caderno Super Esportes do jornal Estado de Minas, e Paulo Galvão, também repórter do caderno Super Esportes do jornal Estado de Minas, comporem a mesa.

Na etapa mediada pela aluna de jornalismo do Centro Universitário UNA, Helen Oliveira, os três repórteres esportivos falaram sobre assuntos diversos, incluindo a rotina dos jornalistas na cobertura dos clubes de futebol. Damasceno lembrou o fato de ser a primeira Copa do Mundo com árbitro de vídeo e que a tecnologia fez com que as coberturas ficassem muito mais dinâmicas. “O torcedor queria ver o ao vivo do que o jornalista estava vivendo na Rússia”, comentou.

Foto: Marcelo Duarte

Balanço sobre o evento

Alunos do Centro Universitário UNA e jovens interessados em cursar jornalismo prestigiaram o evento. Helmut Esser, estudante de jornalismo, elogiou a iniciativa do curso de promover esse encontro entre profissionais e alunos. “Sendo sincero, gosto bastante do curso porque sabe equilibrar a prática e teoria. Noto que os professores são muito flexíveis. Se você tem dúvidas, eles explicam tranquilamente”, contou. Thaís Gonçalves, também estudante de jornalismo, falou sobre o encontro com jornalistas já experientes. “Esse evento trouxe a oportunidade de ouvir as experiências deles frente ao jornalismo”, disse.

Convidada do bate-papo, Soraya Belusi fez um balanço positivo do evento e se disse contente com a participação do público presente. “Eu fiquei surpresa, porque muitos acreditam que a juventude é muito desfocada, fica no celular, acha chato, e o que eu vi aqui hoje foi o contrário. Todo mundo atento, interessado. Isso é muito gratificante, saber que a gente pode passar o que já experimentou”, exaltou.

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