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No dia 26 de setembro, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti completou 115 anos de fundação.  Na última quinta-feira, uma assembléia pública foi realizada para debater as ações de reestruturação do parque, criando, inclusive, uma área para promoção de eventos. Esta era uma das pautas que a equipe do CONTRAMÃO iria executar, na tarde de sexta-feira, além da montagem de uma galeria de fotos.

Próximo à entrada da Avenida dos Andradas, a equipe foi abordada por um dos seguranças do parque que questionou a razão das fotografias e solicitou para que se apresentasse a autorização da administração. Depois de ter sido abordado, o repórter foi, então, conduzido à administração sendo recebido por uma mulher que se identificou como Maria Lúcia, funcionária do setor.

No momento em que o repórter se identificou, a funcionária se retirou da sala por alguns instantes e voltou alegando que não seria possível autorizar a realização das imagens sem que fosse deixada uma “contribuiçãozinha”, como ela definiu. A alegação dada foi que todas as pessoas que tiram fotos no parque – como debutantes e noivas – deixam algum tipo de material para o parque, como produtos de limpeza, por exemplo.

Mesmo sendo informada de que se tratava de uma matéria jornalística, a funcionária foi enfática, afirmando que esse tipo de divulgação não interessaria para a administração do parque municipal. Como critério para escolha das pessoas que deixam a “contribuiçãozinha”, Maria Lúcia – que se identificou também como responsável por recolher o que é deixado para o parque por fotógrafos e fotografados – explicou, ainda, que somente aquelas que portam máquinas fotográficas “mais potentes” são abordadas.

Por volta das 15h, a equipe na redação entrou em contato, novamente, com a Maria Lúcia para se certificar do pagamento da contribuição e, assim, realizar a matéria sobre os 115 anos do Parque Municipal e a galeria de fotos em homenagem. A resposta dada pela funcionária foi que havia a necessidade de deixar com ela oito rolos de papel higiênico de 60 metros. Em momento algum a funcionária Maria Lúcia informou que a contribuição era espontânea.

Fundação de Parques reconhece a existência da “contribuição espontânea”

Por telefone, o presidente interino da Fundação de Parques, Homero Brasil, empossado na última semana ao cargo, informa que, de fato, as fotografias para fins de reportagem devem ser previamente, autorizadas. “Não pode tirar foto sem autorização. Porque nós temos que ter um controle das fotos que saem”, declara. De acordo com Brasil, essa autorização não está condicionada à “contribuição espontânea”, mas reconhece a existência dessa prática. “O que acontece é a gente pedir um cartucho ou um papel higiênico, porém, esta contribuição tem que ser espontânea”, explica o Homero Brasil.

Lei

Segundo o advogado e membro da Comissão Especial da Advocacia Pública Municipal, Henrique Carvalhais, “pode haver cobrança de taxa para a utilização de bens públicos desde que seja instituída por lei”. Carvalhais, no entanto, afirma desconhecer qualquer lei neste sentido em Belo Horizonte. A equipe de CONTRAMÃO verificou ainda que, nem mesmo na Lei Orgânica do Município, há alguma cláusula que justifique ou corrobore esta prática.

Por:  Hemerson Morais, João Vítor Fernandes e Marcelo Fraga

Foto: João Vitor Fernandes

Ilustrção: Diego Gurgel

Apresentação de Coros nos jardins do Palácio da Liberdade encerra neste domingo a 6° edição da Primavera dos Museus. Desde de o dia 23, vários eventos foram organizados para celebrar a primavera: exposições, oficinas, paletras, projetos, promoções, visitas guiadas, exibições de vídeos entre outros nos principais museus da cidade. No dia 30, além do festival de corais haverá visita guiada à exposição Demasiado Humano, a exibição de filmes no Planetário do Espaço e a Mostra: Artesanato – Obras de artesãos de Belo Horizonte e arredores no Museu das Minas e do Metal (MMM).

Por Paloma Sena

Foto: Hemerson Morais

O Palácio das Artes realiza de 26 de setembro até 3 de outubro, no Cine Humberto Mauro, uma mostra que destaca o trabalho de um dos maiores nomes do cinema mundial, o norte-americano Clint Eastwood. Serão exibidos 11 longas-metragens, todos dirigidos por Eastwood. “A mostra tem o intuito de mostrar o quanto Clint é um diretor clássico, capaz de frequentar os mais diversos gêneros cinematográficos”, afirma o gerente de cinema da Fundação Clóvis Salgado, Rafael Ciccarini.

Apesar de ser conhecido principalmente como ator, Clint Eastwood tem uma longa carreira como diretor. Já dirigiu um total de 35 filmes, e ganhou por quatro vezes o mais importante prêmio do cinema mundial, o Oscar. Ainda de acordo com Ciccarini, os filmes escolhidos para exibição na mostra são da fase mais madura da carreira de Eastwood. “São os filmes mais íntegros dele. Onde ele foi mais capaz de emprestar, de maneira muito vigorosa, a linguagem do cinema à narrativa”, comenta.

O gerente conta que teve também com a idealização da mostra, a intenção de destacar a face política-cinematográfica de Clint Eastwood, uma vez que os Estados Unidos vivem um período de eleições presidenciais e o diretor tem uma forte ligação com a política americana, inclusive recentemente deu uma declaração defendendo o Partido Republicano. “Isso traz uma reflexão entre a posição política do Clint e sua valoração humana. Nos obriga a pensar política de uma maneira mais poética”, analisa Rafael Ciccarini.

O Cine Humberto Mauro fica no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 – Centro), a entrada para os filmes da mostra é gratuita, e os ingressos devem ser retirados na bilheteria do cinema meia-hora antes do início de cada sessão. A programação completa está disponível no site da Fundação Clóvis Salgado (www.fcs.mg.gov.br).

Por Marcelo Fraga

Imagem: Menina de Ouro (Clint Eastwood) / Fundação Clóvis Salgado – Divulgação

 

O Passeio Ciclístico “Vá ao museu de bike”, faz parte da 6° Primavera de Museus e será realizado no próximo sábado 29, pela Secretaria de Estado de Cultura através da Superintendência de Museus e Artes Visuais (Sumav).  “A ideia surgiu do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) como uma forma de atrair as pessoas aos museus”, declara a assessora de comunicação Angelina Gonçalves.

O objetivo é “fazer com que as pessoas deixem o carro em casa, saiam de bicicleta e tenham um local para deixa-las enquanto visitam os museus. Que elas vejam em uma maneira sustentável de se locomoverem, uma forma diferente de verem a cidade e pedalarem buscando a cultura”, ressalta Angelina Gonçalves.

Para facilitar, os ciclistas serão divididos em grupos para irem até os museus do Circuito Cultural da Praça da Liberdade. Logo após irão para o Museu Histórico Abílio Barreto e serão recebidos para uma visita, então retornarão para a Praça.

A concentração do passeio será no Museu Mineiro a partir das 13h e a saída está marcada para as 14h em direção à Praça da Liberdade.

Por Paloma Sena

As visitas a museus é uma prática comum entre os apreciadores das artes plásticas. Porém, já imaginou fazer uma visita a algum museu com os olhos vendados? Esta é a experiência que o Museu de Artes e Ofícios (MAO) tem proporcionado aos seus visitantes. “A ideia é oferecer ao público vidente um momento de reflexão sobre a acessibilidade do público não vidente a espaços culturais”, explica a coordenadora do setor educativo do MAO, Naiala Garcia Mourthé.

A experiência, uma parceria do museu com o Instituto São Rafael, pretende despertar a curiosidade do público. “É uma nova forma de perceber e descobrir o acervo do museu através da estimulação de diferentes sentidos que não o olhar, estimulando a uma reflexão sobre a acessibilidade aos museus por públicos portadores de deficiência”, ressalta Naila Garcia.

Visita vendada no MAO

Segundo a coordenadora, a atividade tem agradado ao público e gerado novas demandas de discussão sobre a acessibilidade de deficientes aos museus. O auxiliar administrativo Antônio Rodrigues aprovou a ideia. “Foi interessante visitar o museu com os olhos vendados. Agora entendi um pouco do universo das pessoas que não enxergam, espero que tenha mais iniciativas como esta”, conclui.

Por João Vitor Fernandes e Rute de Santa

Foto: Divulgação MAO

Após a série de acidentes graves que ocorreram na capital mineira, é bom que os motoristas fiquem atentos às penalidades previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB – Lei nº 9.503/97) principalmente em Minas Gerais onde o DETRAN tem funções de polícia judiciaria, podendo exercer maior controle e fiscalização sobre os infratores. “Aquela pessoa que se envolveu em um acidente de natureza grave, principalmente com vítimas e que teve um agravante, por exemplo, a embriaguez, essa pessoa é trazida de imediato ao DETRAN pela Polícia Militar ou Rodoviária e presa em flagrante delito”, declara o chefe da Divisão de Habilitação e Controle do Condutor (DHCC), Anderson França Meneses.

Anderson França Meneses, chefe da Divisão de Habilitação e Controle do Condutor (DHCC).

Dentre as penalidades previstas no código estão à suspensão e a cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O Código de Trânsito Brasileiro é regulamentado pela Comissão Nacional de Trânsito (CONTRAN) e os procedimentos variam de acordo com a gravidade e reincidência das infrações.

A suspensão da carteira de habilitação é uma situação de infração grave. “Toda vez que alguém se envolve em um acidente de natureza grave, abre-se um processo administrativo, em um acidente na categoria “D”, e ele dirigia um ônibus ou van, e fará o exame em um ônibus caso aprovado, aquela carteira que foi apreendida é devolvida, ele é submetido a novos exames num órgão de trânsito”, esclarece Meneses.

O processo de cassação envolve uma falta grave reincidente. Nesse caso, o condutor tem a sua habilitação cassada por um período determinado. “Se você reincidir em uma infração grave no período de doze meses, por exemplo, se você foi surpreendido numa blitz embriagado, e no período de doze meses for surpreendido novamente embriagado, a sua habilitação é cassada. Na cassação, a pessoa fica dois anos sem habilitação”, explica Meneses.

Infração de responsabilidade solidária

Há ainda os casos de infração de responsabilidade solidária, aonde uma pessoa ou instituição se envolve indiretamente em um acidente ou infração. Se um veículo é flagrado em  uma infração, seja por má conservação, documentos vencidos e até mesmo pneu careca,  o proprietário é penalizado, “A responsabilidade é solidária, por que todo condutor ao sair com o veículo, tem que verificar as condições do veículo inclusive o combustível, ele responde por estar envolvido no acidente e o dono do veículo responde por estar com o veículo em mal estado de conservação”, relata Meneses.

Foto: Hemerson Morais