Page 361

O Movimento das pessoas com deficiência começou no Brasil em meados dos anos 1970 e seu marco foi à instituição nos anos 1980 do Ano internacional das pessoas com deficiência. “No Brasil, após a constituição de 1988, podemos celebrar muitas conquistas em relação à garantia de direitos desse segmento da população e principalmente a maior participação das pessoas com deficiência no processo social”, afirma a Coordenadora Especial de Assistência às Pessoas com Deficiência, Ana Lucia Oliveira.

A Lei nº 10.098/2000 garante aos portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida à utilização, com autonomia, dos equipamentos urbanos, do sistema de transporte e comunicação. “A legislação brasileira é bastante avançada em relação à garantia de direitos das pessoas com deficiência. Entretanto, os desafios para a sua efetiva implementação ainda são muitos e requerem o comprometimento do governo, da sociedade civil e especialmente das próprias pessoas com deficiência como sujeitos de sua história”, defende Ana Lucia.

Os deficientes físicos esbaram em outros problemas além das dificuldades que o próprio corpo proporciona. Problemas como a falta de respeito, e politicas de saúde e mobilidade urbana que não atendem suas necessidades básicas. “São muitos  os impedimentos para que as pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida possam exercer o direito de ir e vir. Além das barreiras físicas, as barreiras de atitude, o preconceito, resultado da falta de informação sobre as potencialidades das pessoas com deficiência tem  dificultado a plena participação na sociedade”, conclui a coordenadora da CAADE (Coordenadoria Especial de Apoio e Assistência à Pessoa com Deficiência), órgão ligado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDESE).

Por João Vitor Fernandes e Marcelo Fraga

Falar das dificuldades que pessoas portadoras de alguma necessidade especial encontram ao se locomoverem na capital, é falar de mobilidade urbana. Um dos problemas enfrentados, todos os dias, é o acesso ao transporte coletivo. “Os ônibus com elevador não atrapalham ninguém, mas um sem elevador atrapalha bastante. Já passei 40 minutos à espera de um adaptado, para depois descobrir que eles param de circular às 21h, isso não deveria acontecer”, declara o cadeirante e vendedor Salvador Lourenço.

Mobilidade Urbana é o maior desafio encontrado pelos cadeirantes

Assim como Lourenço, milhares de pessoas com alguma dificuldade de locomoção enfrentam ruas e calçadas esburacadas, paralelepípedos em lugar de rampas, pouca cidadania e muito desrespeito. Até mesmo os cidadãos que não têm necessidades especiais percebem a precariedade das vias e são solidários às dificuldades que eles enfrentam. Ricardo Vieira, comerciário da Savassi, preocupa-se com seus conterrâneos: “As calçadas de Belo Horizonte são horríveis e não têm rampas, os cadeirantes, as pessoas que utilizam muletas, os idosos, todos encontram grandes dificuldades para locomoção”, declara.

Mobilidade Urbana é o maior desafio encontrado pelos cadeirantes

“Eu creio que as pessoas que projetam as calçadas deveriam entender mais sobre as limitações de um cadeirante, porque elas fazem projetos que para elas são bons, mas que pra gente não resolve”, explica Salvador Lourenço. “Na maioria das vezes eu prefiro andar no asfalto do que nos passeios, pois as pedras atrapalham bastante. Se fizessem uma faixa de asfalto nos passeios para os cadeirantes, facilitaria muito”, conclui.

Por Kenia Tinôco, Paloma Sena e Rute de Santa

Fotos: Kenia Tinôco e Rute de Santa

Belo Horizonte é uma cidade que privilegia a visão. Belas paisagens, uma população muito bonita e o cartão postal a Serra do Curral linda e imponente abraçando a cidade e seus cidadãos. A cidade se move com agilidade sob os pés de todos aqueles que passam por ela.

Será?

Ao observar com mais cuidado as ruas de BH vemos que uma gama de seus moradores não é comtemplada por essa beleza e facilidade ao se deslocar. É o caso dos portadores de deficiência visual. As calçadas da cidade oferecem mais dificuldades que mobilidade a essas pessoas, que convivem todos os dias com o descaso e o desrespeito dos cidadãos e do ministério público.

 

 

É impossível pensar que uma das maiores cidades do Brasil, não ofereça uma estrutura descente para pessoas com Deficiência visual, por todos os caminhos se encontram obstáculos. Guias esburacadas, com lixo entulhado as obstruindo, carros estacionados atrapalhando a passagem de quem utiliza as guias para se locomover.

As pessoas portadores deste e de qualquer outro tipo de deficiência são cidadãos como todos os outros indivíduos, mas os órgãos públicos não tratam estas pessoas de maneira respeitável. Além das dificuldades de se locomover que é algo visível nas ruas da capital mineira. Não se importar com os riscos de acidentes e a frustação com a falta de mobilidade dos portadores de deficiência visual, não parece coisa de um povo tão acolhedor como o mineiro, parece mais coisa de quem não enxerga o próximo e vive olhando para o próprio umbigo.

 

Por: Ana Carolina Nazareno e Hemerson Morais.

Foto: Hemerson Morais.

Em homenagem ao Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, celebrado no próximo dia 21 de setembro, uma comissão especial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), exibe de hoje, 17, até a próxima sexta feira, uma exposição com 21 obras por artistas que tem algum tipo de deficiência. “Esta exposição é uma forma de incentivo ao nosso trabalho. Participar deste evento abre as portas para a gente mostrar nosso produto”, comenta o Artista Plástico Ronaldo Pio.

O Presidente da ALMG, Deputado Dinis Pinheiro, também destaca a importância de mostrar o trabalho dos artistas. “Os visitantes terão a oportunidade de comprovar a qualidade dos trabalhos e o espírito dos artistas. Eles exercem plenamente sua cidadania em todas as áreas, inclusive artísticas”, comenta.

Na Sexta-feira será realizada uma audiência pública com representantes da comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e entidades especializadas no trato de pessoas portadoras de necessidades especiais. O objetivo é debater o histórico de luta destas pessoas.

Para o artista plástico Ronaldo Pio “a dificuldade de locomoção é a principal luta. Para quem anda de cadeira de rodas a cidade é muito difícil”, conclui.

Por João Vitor Fernandes e Marcelo Fraga

Foto: Joao Vitor Fernandes

Na próxima segunda feira, 17, a Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), através da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, apresenta uma exposição com 21 obras feitas por artistas que apresentam algum tipo de necessidade especial. A exposição comemora o Dia de Luta da pessoa com Deficiência. “É uma possibilidade de retratar a luta das pessoas com deficiência, além de ser uma oportunidade de eles mostrarem seu trabalho,” comenta o deputado Marques Abreu, idealizador do projeto.

As obras serão dividas em dois espaços. Doze pinturas e três esculturas vão ficar no hall do Palácio da Inconfidência e outras seis pinturas no andar SE, onde ficam o Plenarinho e o auditório da Assembleia.

A exposição ficará aberta ao público, das 10 às 18hs até o dia 21 de setembro. Neste dia, será realizada uma audiência pública para debater o histórico de luta das pessoas com deficiência.

Por João Vitor Fernandes e Marcelo Fraga

Foto: Marcelo Fraga

Com informações da Assessoria de Imprensa da ALMG

Os agentes da polícia federal fizeram na tarde desta quinta feira, um protesto contra a atual situação de trabalho. De acordo com o comando de greve, o modelo de gerenciamento está ultrapassado. “Nós temos uma polícia federal que foi herdada da ditadura militar. O quadro de pessoal foi sendo reciclado com advento de concurso público com a constituição de 1988. Mas o modelo de gestão é de quarenta anos atrás. Então, é altamente improdutiva.”, explica o agente Wladmir Brito, integrante do comando de greve.

Ainda segundo o agente Brito, os processos internos de trabalho estão defasados. “No caso de uma pesquisa sobre inquérito policial, em nosso site, cerca de 4% é utilizado pela denúncia na fase processual pelo ministério público federal. O restante se perde ou é arquivado”, elucida.

Para o agente, é necessária, ainda, uma  política de reconhecimento de profissionais com curso superior na Polícia Federal. “Temos diversos profissionais com nível superior que contribuem, decisivamente, com as grandes atividades da Polícia Federal, eles não tem o reconhecimento por parte do governo e do órgão”, avalia o agente Wladimir Brito.

Manifestação na Praça da Liberdade

Reivindicações

Na pauta de reivindicações, os policiais federais enfatizam a necessidade de abrir para sociedade o debate sobre “qual é o modelo de polícia que se deseja?”. “Não se trata de uma questão de salário. Trata-se de mudanças para termos mais reconhecimento e um melhoramento na ação para a população. As nossas demandas são: reestruturação das carreiras para que as de nível superior tenham mais reconhecimento por parte do governo; meritocracia dentro das funções internas, para que as posições de chefia sejam distribuídas pelo perfil profissional e não pelo cargo, pela função que a pessoa ocupa. Nós defendemos a modernização dos instrumentos de investigação, mais eficácia e eficiência desses modelos, repensar os processos de trabalho dentro do órgão, auditoria por parte do governo nos grandes projetos tecnológicos”, explica o agente Wladimir Brito.

Os manifestantes seguiram em passeata em direção a Savassi por volta das 15:30hs.

Por Hemerson Morais, Paloma Sena e Heberth Zschaber

Foto João Vitor Fernandes