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Dentro da sala de projeção, todos se acomodam em suas poltronas. O filme Casamento ou luxo começa e não havia ninguém conversando durante a exibição, algo raro nos dias de hoje. O cinema mudo exige de sua plateia uma atenção maior. Nos filmes falados, os diálogos nos fazem compreender o que se passa em uma cena, mesmo sem olhar para tela, pois quando ouvimos podemos imaginar, mas no cinema mudo, não. Cada gesto e expressão facial das personagens pedem para serem vistos, interpretados, sentidos.

No cinema mudo de Chaplin, a plateia reage a cada gesto da personagem. Como na cena do susto da plateia no momento em que o personagem Jean  pega um revolver de dentro de uma gaveta, a reação do público é um “óóó”, em coro. As pessoas podem prever o que acontecerá na cena seguinte. Cenários e objetos andam carregados de significados e a ausência de cor não faz falta. Diante de um filme de Chaplin, nós mesmo conseguimos dar à historia a suas próprias cores.

Casamento ou luxo é o primeiro mergulho de Chaplin no drama e traz o próprio Charles Chaplin como um simples papel de funcionário de ferrovia, mas a ausência do cineasta como personagem principal não diminui o filme. Chaplin, eternizado não só pelo cinema mas também por ser autor de frases marcantes finaliza o filme com uma lição: “O tempo cura as feridas, o segredo da felicidade é ajudar os outros.”

Por Perla Gomes

foto: Marcelo Fraga

 

A sigla CCCP, para um olhar mais apressado, pode fazer uma conexão com a antiga União Soviética. Mas, nesse caso, o significado é outro. Essa mesma sigla é a abreviatura do Cult Club Cibe Pub, espaço cultural que funciona onde era o antigo Cine Clube Savassi. O espaço vai manter a programação de filmes e agregar outras manifestações culturais. “Vamos manter algumas características do espaço, a intenção é jamais abandonar algo que foi tão marcante quanto o Cine Clube Savassi”, explica Frederico Garzon, um dos sócios do espaço.

O Cine Clube Savassi encerrou suas atividades em janeiro de 2012, por problemas com patrocinadores, e a falta de frequentadores. Segundo Garzon com uma grande variedade cultural atrair o público é uma consequência. “Vamos abordar diferentes vertentes culturais. O espaço vai ser aberto a manifestações artísticas sem muita formalidade” comenta.

O novo espaço irá contar com apresentações de jazz, festas culturais, além de produções cinematográficas independentes.

– A programação vai ser variada: Nas terças haverá eventos culturais, Quarta será Jazz. Na quinta teremos a noite dos parceiros iniciando com um lançamento da historia em quadrinhos Grafite, Sexta e sábado: boate com DJ´S da capital e de fora e domingo filmes independentes- informa Garzon.

Por João Vitor Fernandes e Rute de Santa

Foto: Divulgação do espaço

No saguão do Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, uma enorme fila de pessoas é reorganizada por um funcionário. Jovens e idosos engrossam a fila que começa na bilheteria e avança até o pátio. A sessão das 17h, do 13° dia da mostra de filmes de Charles Chaplin, apresenta o filme Casamento ou Luxo (1923).

 Um aposentado identificado apenas por Hélio, 78, se confessa como um grande admirador do cineasta britânico. “Não importa o filme que vai passar, desde que seja do Chaplin.” O ex-funcionário público federal está entusiasmado com a mostra. “Eu já vim em outros festivais aqui [Cine Humberto Mauro]. Com filmes de Chaplin é a primeira vez, eu fico muito feliz de ter esta chance e fico sempre esperando que haja outras, a cidade tem condições pra isso, tem público para isso”, garante.

 Apoiada em uma bengala a uma senhora alterna entre ficar na fila e se sentar nos bancos. Ela é a cantora e compositora Biga Maia, 55. “Eu já assisti pelo menos uns 12 filmes, gosto muito de cinema, principalmente do Chaplin. Eu tenho vindo assistir muitos filmes aqui [Cine Humberto Mauro]. Belo horizonte abraçou as mostras, desde Buñuel que lotou, até a do Chaplin que já está lotando. O Chaplin me desperta muita ternura”, revela emocionada.

“Já é segunda vez que venho à mostra, é a primeira vez que venho a um festival de tão grande porte”, afirma a estudante de Cinema de Animação Daniela, 19.

A sala é aberta e todos com o bilhete nas mãos começam a entrar. Eu me perco no meio do caminho e tenho que voltar ao final da fila. Passado alguns minutos e estou lá na sala de projeção com todos os lugares ocupados e algumas pessoas atrasadas ainda chegam. Do lado de fora, a todo instante chegava alguém que se dirigia ao porteiro:

– Eu queria assistir o filme do Chaplin.

–   Sessão lotada. Agora, só na próxima.

 CONTINUA…

Por Perla Gomes

Foto: Marcelo Fraga

Há 100 anos nascia aquele que é considerado um dos mais geniais jornalistas brasileiros: Nelson Rodrigues.  O pernambucano também está no hall dos maiores escritores e dramaturgos do país.

Conhecido principalmente por suas crônicas sempre polêmicas e com tons marcantes de erotismo, o autor ainda escrevia sobre o futebol, esporte pelo qual era apaixonado.

Dada a importância deste personagem para a cultura brasileira, a equipe do Contramão foi às ruas para saber o que os estudantes de Belo Horizonte têm a dizer sobre Nelson Rodrigues.

Texto: Marcelo Fraga e Rute de Santa

Entrevistas: Marcelo Fraga e Rute de Santa

Foto: Google

 

Belo Horizonte é um lugar de contrastes. De onde menos se espera pode surgir uma história incrível ou um personagem surpreendente. Para os olhares e ouvidos desatentos, o semáforo é só um lugar para controle do fluxo de trânsito. Mas os olhares e ouvidos mais atentos, podem descobrir um relato fascinante, em pessoas capazes de transformar a rua em picadeiro.

Nosso personagem de hoje, estava trabalhando no cruzamento das ruas da Bahia e Gonçalves Dias, apitando e fazendo malabares. Seu nome, Juan Gomeza, o Palhaço Amadeu Pipovich. Vamos conhecê-lo?

Sua iniciação artística foi na escola ainda criança. “Desde os quatros anos, na escola, tenho o contato com a arte, a professora nos pedia que representássemos os mitos gregos, então a gente memorizava. Apresentávamos poesia também.” lembra.

Juan Gomeza, vem de uma linha familiar voltada para as artes. “Tenho um irmão, que é artista de circo, tem poetas e cineastas também.” Relata Juan.

Há dois anos ele vive no Brasil, e há um mês em Belo Horizonte. “Eu venho para Belo Horizonte arranjar uma graninha. Venho pra cá por que aqui é uma cidade grande, senão eu ficava lá na roça, em Furnas. Lá eu cuido das plantas, das galinhas e dos cavalos. E faço Permacultura, reciclando os recursos da natureza que o homem não aproveita, dá pra fazer casa, viveiro de plantas e casinha para os porcos.” explica Gomeza.

Ao falar do Brasil, ele diz que é o país mais moderno que conhece, ele já morou na Argentina, na Bolívia. “O Brasil é um país muito desenvolvido, tem muita informação, muita comunicação, com um modelo mais europeu. E o aqui também, tem a alegria, tem samba que se não tivesse já estaríamos afogados, em uma arte vazia.” avalia.

Em relação a família, ele é bem abrangente. “Minha família são, meus amigos, meu cachorro, meu pai, minha mãe, minha mulher, minha filha, meus irmãos, as árvores, as plantas o circo.”, e aproveita para brincar. – “A cerveja…” declara Gomeza.

Por: Hemerson Morais e Ana Carolina Nazareno

Foto: Hemerson Morais

Vivo Minas e Sada Cruzeiro fizeram ontem no Ginásio do Minas Tênis Clube o clássico do voleibol mineiro. A partida terminou com a vitória dos visitantes por 3 x 0 em um jogo sem muita emoção. O Sada Cruzeiro, que havia vencido o jogo de ida no ginásio poliesportivo de Contagem, repetiu a dose e garantiu o primeiro lugar da fase de classificação.

A primeira cobertura

O primeiro amor, a primeira desilusão, o primeiro chefe chato. Estas são vivências que a gente nunca esquece. Para o repórter, pode-se acrescentar mais uma nesta lista de vivências inesquecíveis. A primeira cobertura jornalística é algo que sempre fica marcado. Tá certo que foi um jogo de vôlei sem muita emoção com o ginásio vazio, porem  O importante é que estávamos com a credencial e éramos de fato, parte da imprensa.

A atividade de um repórter por vezes requer do profissional jogo de cintura. Algumas vezes somos obrigados a tirar conteúdos interessantes de assuntos que não são tão interessantes assim.

Por João Vitor Fernandes

Fotos: Hemerson Morais e Heberth Zschaber

Video: Heberth Zschaber e João Vitor Fernandes