Page 406

A declaração já conhecida “quem ama o feio é porque o bonito não aparece” do Barão do Itararé, foi uma das frases citadas na noite de quarta-feira, 31, na Casa UNA de Cultura pelo professor da PUC-Minas, da Fundação Dom Cabral e programador Cultural da Casa UNA, Guaracy Araújo, que ministrou a palestra “o riso contra o poder”.

A ideia geral da palestra foi mostrar como muitas vezes escritores, filósofos, pensadores e humanistas, de um modo geral, usaram o riso como ferramenta para denunciar. “Em muitos momentos da história a gente tem exemplo de situações nas quais o uso do riso foi uma ferramenta para mostrar aquilo que não podia ser dito diretamente”, esclarece. “A ideia foi também lidar com a expectativa de, por meio do riso, mostrar o mundo de cabeça para baixo, pois o riso tem esse poder desestabilizador”, destaca.

O riso tem várias formas, mas a sua forma clássica é a ironia. Por meio dela que se encontra uma maneira de tornar as coisas visíveis e de brincar com as coisas, de usar da linguagem de forma que gere uma impressão de ambiguidade. “A partir da ironia é possível a gente ver como o riso é capaz de suscitar as pessoas numa percepção daquilo que, na realidade, elas não manifestam diretamente ou manifestam às vezes de uma forma sutil”, explica Araújo.

Durante a palestra, Araújo falou sobre personagens de várias fases da história que com poemas, textos e anedotas despertavam muitos risos, dentre eles estão: Diógenes o cão, Alexandre o grande, os bobos da corte, Gregório de Matos, Voltaire, com suas críticas à Igreja e aos poderes políticos. Na Modernidade, foram destaques Swift e Karl Kraus. Já na Antiguidade, o destaque foi Júlio César. Já no século XX, foram citados Oscar Wilde por meio de sua frase: “Quando era jovem achava que o dinheiro era tudo, hoje tenho certeza”; George Bernard Shaw, o jornalista e crítico H.L Mencken, o grande frasista Winston Churchill, Dorothy Parker, Millor Fernandes, com suas piadas sobre o Sarney e o Collor; e Wood Allen. No século XXI, foi destacado o humor involuntário de George W. Bush

“O riso é uma percepção, um momento, uma situação em que todo mundo sabe o que é, todo mundo se reconheci nisso e a partir daí faz com que seja possível usá-lo como um instrumento muito eficaz de crítica política”, destaca Guaracy. “A ironia é a forma mais famosa, mas a sátira, a alegoria e até mesmo a caricatura são maneiras através das quais se pode fazer rir. Rir é fazer as pessoas pensarem também”, conclui.

Guaracy Araújo durante a palestra
Guaracy Araújo durante a palestra

Boa embalagem

O tempo todo se percebe a relação entre o riso e o poder nos jornais. “O riso embala bem as coisas, aquilo que parece muito doloroso, muito difícil e até muito ofensivo, o riso de certa forma atenua isso, além do mais quando as pessoas são capazes de rir de alguma coisa, elas também são capazes de se identificar e se posicionar em relação àquilo”, afirma Araújo.

Ainda segundo Araújo o riso em todas as suas formas “o riso faz com que a gente, ao invés de perceber as coisas de uma forma rotineira, perceba de uma forma transformada. Em muitos momentos da história, essa ferramenta foi usada”, finaliza.

Por: Bárbara de Andrade

Fotos: Jéssica Moreira e Marina Costa

O Festival de Arte Digital, FAD, abriu sua 5ª edição na noite desta quarta-feira, 31, com uma apresentação que rendeu palmas por aproximadamente 2 minutos. A performance LOSS-LAYERS, do grupo francês A.lter S.essio impressionou ao mostrar um jogo de ilusão e realidade. Som, imagem e corpo foram explorados e transpostos ao olhar do espectador. O espetáculo cênico induz ao campo conflitivo das significações, em que a pessoa é conduzida a uma reflexão do tempo e espaço em que se insere. A bailarina vive no palco uma experiência multi-sensorial, resultado de movimentos, luzes, projeção de vídeo e música eletrônica.

Bailarina na performance LOSS-LAYERS
Bailarina na performance LOSS-LAYERS

Para o videomaker Guilherme Costa, 29, que estava na platéia, o trabalho do A.lterS.essio é “uma síntese de como um ser humano vive num meio urbano e como esse meio interfere na sua vivência. Apesar de ter sentimentos, o meio consegue também deixar mecânico o ser humano”, afirma, referindo-se à dança que apresenta ao mesmo tempo movimentos do corpo semelhantes a de um robô e expressões faciais como o sorriso e o medo.

O festival, que já passou por diversos espaços de Belo Horizonte como Casa do Conde, estação de metrô, o Espaço Cento e Quatro e o Oi Futuro, constrói uma relação entre tecnologia, arte e cinética em um mundo onde é cada vez mais comum a adequação de hábitos ao universo digital.

A cinética e a obra

“A escolha da arte cinética como tema deste ano partiu de uma intenção de proximidade do festival de se relacionar com outras áreas conexas da arte contemporânea. Então a gente lincou [sic] as duas coisas, o que faz com que o festival fomente conceitos mais fortes, mais bem pensados, de forma a não ficar um festival só tecnologia por tecnologia”, explica o curador do FAD Tadeus Mucelli Tee. Assim, é possível enxergar de uma ótica especifica um tema, a cinética, e, um objeto, a tecnologia, de forma integrada. Isso possibilita uma compreensão maior da proposta arte digital.

Na obra do português Void, O Jardim do Tempo, inspirado no texto “O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam”, de Jorge Luís Borges, o mecanismos puramente cinéticos se fazem necessário para que a arte cumpra o seu objetivo, que é apresentar diversas possibilidades de percurso dentro de um labirinto.

A obra O Jardim do Tempo de Void.
A obra O Jardim do Tempo de Void.

Sediado no Museu Inimá de Paula do dia 1º de setembro a dois de outubro, o FAD -Festival de Arte Digital apresenta 21 trabalhos de artistas brasileiros e estrangeiros, entre eles performances, instalações interativas, oficinas, workshops e debates. A entrada é gratuita. Para mais detalhes da programação e os horários entre no site: https://www.festivaldeartedigital.com.br/

Por Felipe Bueno

Fotos: Felipe Bueno

5 mil param o trânsito pela Educação no estado

Por volta das 17h10, cerca de 5 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, sairam em passeata da Praça da Assembléia em direção à Praça da Liberdade, passando pelas principais ruas de acesso ao centro.  Os professores da Rede Pública Estadual de várias regiões de Minas , em greve há quase três meses, receberam o apoio de estudantes do ensino público e privado. Mas algumas pessoas têm outras opiniões, embora reconheçam o direito dos professores a melhores salários.

“Tem que parar tudo senão não passa na Globo”. Esta foi a justificativa de um dos participantes para a maior das manifestações nestes 87 dias de greve dos professores. O manifestante distribuía panfletos para os pedestres e motoristas, explicando os motivos dos transtornos no já complicado trânsito de 18h na capital.

”O congestionamento causado no trânsito, está causando muitos transtornos, devido à manifestação. O governador já era para ter resolvido essa situação”.

taxista Antônio Sérgio Jacinto, 52.

“É um absurdo, porque a gente não tem nada a ver com isso. A gente tem que ter liberdade também. Se os professores não conseguem conversar com os governantes, imagina o que acontece com os trabalhadores. Os professores são pessoas instruídas que têm toda a condição de dialogar, eles estão complicando ao invés de ganhar o apoio dos pais. Os professores estão certos em reivindicar mas não prejudicando os alunos desta forma.”

farmacêutica bioquímica Rosilene, 49.

“O que o governo paga aos professores é um absurdo, sou totalmente a favor mesmo que esteja me prejudicando no trânsito.”

estudante Eduardo, 26.

“A manifestação é válida por parte dos professores, já que eles querem chamar a atenção, reivindicando seus direitos, porém, de outro lado, a população é que está sendo prejudicada, assim como os professores, outras pessoas também precisam de trabalhar” .

Adriano dos Santos Coelho, 33.

No mês de agosto o tema da Casa UNA de Cultura é “O riso”, e mesmo com o mês acabando os eventos artísticos e culturais não param.

A exposição “Riso em cena”, de Daniel Protzner, continua em cartaz até o dia 31 de agosto, de segunda a sexta das 14h às 22h e aos sábados de 10h às 13h. Para saber mais sobre o artista e a exposição confira a matéria no site do “Contramão”:

https://contramao.una.br/?p=6029

E, para fechar o mês, no dia 31 o professor da PUC-MG, da Fundação Dom Cabral e programador Cultural da Casa UNA, Guaracy Araújo vai ministrar a palestra “O riso contra o poder”. “A idéia é fazer uma palestra bem divertida e engraçada”, adianta Araújo. A palestra tem limite de 50 vagas e a entrada é franca.

Para mais informações sobre a programação do mês na Casa UNA de Cultura acesse: https://www.casauna.com.br/

Por: Bárbara de Andrade

Foto:Jéssica Moreira

Quem passa pela rua Bernardo Guimarães, altura do número 1600, tem a surpresa de se deparar com esculturas gigantes em frente a um edifício. Trata-se de uma mostra cultural. De acordo com o crítico de artes visuais e responsável pelo evento, Morgan da Motta, a exposição conta com 16 artistas renomados de arte contemporânea.

Motta afirma que são mais de 30 propostas como objetos, esculturas de porte médio-grande e apropriações. O material utilizado nos trabalhos variam como gesso, metais, chapas de aço entre outros.
A estudante de direito, Rachel Oliveira, 24, ficou impressionada com a beleza das obras colocadas em exposição na rua. “Me chamou atenção quando passei aqui na porta, são diferentes de tudo que já vi, além de rústicas tem um formato chamativo”, afirma.
De acordo com Morgan, a inauguração da mostra “O Tridimensional na Arte Contemporânea” será no dia 1º de setembro, quinta-feira, de 19 às 22 horas. Na rua Bernardo Guimarães e as visitas à exposição duram do dia 2 a 30 de setembro, de 10 às 18 horas no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

Texto e Foto: Henrique Muzzi

0 973

Belo Horizonte começa a ter um serviço de táxi diferenciado, que seguirá as novas regras estabelecidas pela BHTrans. Os passageiros terão um serviço mais confortável pelos mesmos valores das tarifas cobradas nos táxis comuns. O táxi especial pretende melhorar a qualidade do atendimento aos clientes.

“A opção pelo serviço de táxi especial, específico para pessoas com mobilidade reduzida, auxilia na locomoção de pessoas portadoras de necessidades especiais. No vidro traseiro, deverá ser afixado o selo de identificação de acessibilidade” informa a assessora de imprensa da BHTrans, Gabriela Fiuza.

O novo modelo de transporte será feito por carros pretos, modelo sedan, com fabricação inferior a três anos. As características principais dos veículos serão vidro elétrico nas quatro portas, porta-malas com capacidade mínima de 400 litros, ar condicionado, bom estado de conservação, rádio AM/FM e CD player, blue tooth e entrada para USB.

Além dos itens de conforto, o carro terá equipamentos de segurança que são de grande importância, como air-bag duplo e freio ABS.

dsc_36531


Cláudio César de Oliveira, 43, taxista há 18 anos afirma que “o atendimento ao usuário será melhor, terá um número maior de veículos atendendo às necessidades da população.”

O taxista lembra ainda que haverá melhorias no sistema das cooperativas e na prestação de serviço, facilitando a ida e vinda das pessoas.

A tarifa cobrada atualmente é de R$ 3,40, bandeira 1 R$ 2,10 e bandeira 2 R$ 2,52. “Os carros serão diferenciados por um adesivo colocado nos veículos novos e serão na cor preta, os modelos preferenciais serão Fusion, Honda Civic e Toyota Corolla”, conclui o taxista.

Por Anelisa Ribeiro

Foto Felipe Bueno