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Já dizia o filósofo Nietzsche, “o homem é o único animal que ri”, e é justamente o riso o tema do mês de agosto na Casa UNA de Cultura. Um dos destaques da programação é a mostra “Riso em cena” que destaca o trabalho de artistas brasieliros e estrangeiros. A exposição leva a assinatura do fotógrafo Daniel Protzner que reuniu 20 imagens enaltecem o riso.

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Protzner trabalha, há 11 anos, na cobertura de espetáculos e eventos ligados às artes cênicas, entre eles o Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte (FIT-BH), o Feto – Festival Estudantil de Teatro, o Aporta – Encontro Estudantil de Artes Cênicas e o Festival de Artes Cênicas de João Monlevade.

A exposição “Riso em cena” fica em cartaz até o dia 31 de agosto e pode ser vista de de segunda a sexta, das 14h às 22h, e aos sábados, das 10h às 13h. Entrada é franca. A Casa UNA fica na Rua Aimóres, 1451, Lourdes e para mais informações acesse o site www.casauna.com.br

Por: Bárbara de Andrade

Fotos: Jéssica Moreira


Equipe do Jornal Contramão foi até as ruas para saber a opinião dos motoboys sobre a nova lei que regulamenta a profissão. Confira a reportagem completa em:https://contramao.una.br/
Edição e imagens: Vanessa COG
Reportagem: Thaline Araujo
Produção: Thaline Araujo e Vanessa COG
Foto: Felipe Bueno

As obras de reivintalização da Praça da Savassi têm sido vistas por muitos como transtorno absoluto, mas a expectativa de término das obras é grande. Para muitos, o resultado vai ser muito bom.

Assista ao vídeo:

As obras começaram em março deste ano e fazem parte do Programa Centro Vivo, que visa a recuperação de áreas da região central de Belo Horizonte. Do Programa, estão em andamento os projetos de requalificação da região do entorno do Mercado Central e a revitalização da avenida Amazonas, no trecho entre o Boulevard Arrudas e a rua Espírito Santo.

Os investimentos previstos são superiores a R$ 8 milhões. As obras da praça Raul Soares, escolhidas pela população no Orçamento Participativo Digital, estão adiantadas. Diversas áreas da cidade já foram revitalizadas, como trechos das ruas Rio de Janeiro e Caetés e as praças Sete e da Estação. Também integrou o programa o remanejamento dos trabalhadores informais para os shoppings populares.

Requalificação

Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, a requalificação da Praça da Savassi é uma antiga reivindicação dos comerciantes e moradores da região e tem como objetivo resgatar a unidade visual da praça e melhorar a qualidade das calçadas.

Ainda de acordo com a Prefeitura, o empreendimento prevê o alargamento e elevação das travessias, novo desenho de piso no cruzamento,  extensão da praça nos calçadões e colocação de quatro fontes idênticas nas quatro pontas centrais da praça.

Abaixo a simulação do término das obras:

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As medidas adotadas pela Prefeitura para amenizar os impactos para a população foram: a obra está sendo feita de forma que garanta o acesso ao comércio, trânsito local para acesso às garagens e passagem de pedestres. “Tudo devidamente discutido e analisado com a comunidade local, como é praxe da Prefeitura de Belo Horizonte de 1993 até os dias atuais”, garante Fabiana Rabelo, da Gerência de Comunicação e Mobilização Social.

“Além disso, a administração municipal tem uma equipe especialmente dedicada ao bom andamento das obras na Savassi. Com um número de telefone à disposição (3277.8139) e um e-mail [email protected] para receber críticas ou sugestões”, informa Fabiana Rabelo.

A PBH defende, por meio da Gerência de Comunicação e Mobilização Social, que as obras agregam em ganhos financeiros e culturais para a cidade. “Após a requalificação, o local terá valorizado a diversidade de suas atividades e se consolidado como um espaço para encontro de todos”, explica Rabelo.

Passagem para pedestres
Passagem para pedestres

Mais informações sobre o Programa Centro Vivo, acesse o site:

https://portalpbh.pbh.gov.br

Os comerciantes não estão satisfeitos

Na manhã do dia 4 de agosto, entre 11h e meio-dia, os comerciantes próximos ao local das obras da Savassi fecharam as portas e, juntamente, com o Sindilojas-BH, fizeram uma manifestação para protestar contra a lentidão das obras. Houve discurso sobre trio elétrico, charanga e distribuição de panfletos para os pedestres.

De acordo com Fabiana Rabelo, a Secretária de obras reitera que a obra está dentro do cronograma e segue rigorosamente todas as normas técnicas relativas a um empreendimento dentro da área urbana.

A previsão de término das obras é março de 2012.

Por: Bárbara de Andrade

Fotos: Felipe Bueno

Edição e Imagens: Vanessa COG

Lacarmélio Alfeo de Araújo, 52, escritor, desenhista, vendedor, é um quadrinista de rua, da capital, também conhecido pelo nome do seu personagem mais famoso, Celton.

Visto frequentemente pelos sinais de trânsito da cidade, com sua moto e sua grande placa amarela com os dizeres: “Leia Celton.”

Lacarmélio afirma: “a ideia de mexer com quadrinhos surgiu quando eu tinha 6 anos de idade, mas eu publico as revistas desde 1981. A recepção do público é ótima, hoje em dia é melhor do que eu esperava. É uma conquista que a gente vai conseguindo através dos anos”. Lacarmélio é um personagem hoje em Belo Horizonte. Já expôs seu trabalho na primeira edição da Mostra Mineira de Zines em 2005.

Sua principal obra é a revista Celton, com personagem principal de mesmo nome, produzida desde 1998. As histórias da revista se passam em Belo Horizonte ou região metropolitana, com riqueza de detalhes e ênfase característica típica da região.

Lendas regionais, como a Loira do Bonfim ou o Capeta do Vilarinho compõem, junto com temas atuais, os roteiros de Celton.

Desde 1998, o autor, que já foi assunto do Globo Repórter, já lançou 15 edições, que totalizam cerca mais de um milhão exemplares vendidos.

A revista foi criada, desenhada e produzida por Lacarmélio. O próprio Lacarmélio é às vezes chamado de Celton pelos passantes e leitores, que confundem o autor, a revista e o personagem.

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Celton, no trânsito vendendo suas revistas

Figurando histórias, paisagens e lendas típicas de Belo Horizonte, Celton é hoje uma das mais conhecidas revistas em quadrinhos da capital mineira. A produção caseira é feita inteiramente pelo próprio Lacarmélio, o que torna o trabalho ainda mais interessante e pitoresco. Tanto a revista quanto o autor já são parte do folclore de Belo Horizonte.

Lacarmélio diz que lida com as revistas através da lógica e que tem os mesmos anseios de um profissional, seja qual for a área. Busca um crescimento à medida que as oportunidades vão surgindo, ocupando os espaços conquistados e partindo para outras oportunidades.

“Eu vendo revista no trânsito, porque é lá que eu vi possibilidades de venda. Já experimentei várias formas diferentes de vendas e a que deu mais certo foi a no trânsito. Todos os caminhos em que eu vi oportunidade eu experimentei”, conclui Lacarmélio.

Por Anelisa Ribeiro

Foto Duda Gonzalez

Com a presença de fãs, da impressa e com direito à apresentação musical de Tadeu Franco, o jornalista da TV Globo, Maurício Kubrusly, lançou na noite desta terça-feira, 02, o livro “Me leva Brasil”, na Acâdemia Mineira de Letras (AML). A obra reúne histórias que revelam a diversidade cultural de diferentes regiões do país, ao todos foram 150 cidades visitadas, em cinco anos.

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Maurício Kubrusly em sessão de autógrafos, clique na foto para conferir a galeria

O livro surge a partir da experiência do quadro homônimo apresentado no Fantástico. “É uma coisa meio natural depois de estar viajando, há tanto tempo, resgistrar as histórias mais interessantes”, explica Kubrusly. O “Me leva Brasil” começou a ser exibido no primeiro domingo de 2000, a ideia era de sair pelo país conhecendo pessaos e lugares e, segundo Kubrusly, surgiu de uma curiosidade pessoal. “Andavamos muito só por São Paulo e Rio de Janeiro”, revela.

“A produtora foi até as afiliadas da Globo meses antes do programa ir ao ar, e pediu que mandassem histórias interessantes para o programa, depois que o primeiro programa foi ao ar, começou a chover cartas”, explica. A ideia inicial, de acordo com Maurício Kubrusly era comprar um ônibus, sair de São Paulo e do Rio e ir para o Brasil.

O assessor da AML Petrônio Souza, Maurício Kubrusly, o cantor Tadeu Franco e o produtor musical Branco Monteiro
O assessor da AML Petrônio Souza, Maurício Kubrusly, o cantor Tadeu Franco e o produtor musical Branco Monteiro

Ô povo bom…”

O jornalista apresentou para o público algumas das histórias vividas durante sua passagem por 150 cidades brasileiras, dentre essas a primeira foi do Galinha Tonta, um morador de São Francisco, Minas Gerais. O apelido veio de uma brincadeira na infância, o garoto era pobre e negro, quando foi humilhado por uma mulher, ficou muito triste e não queria mais viver.

O Galinha Tonta conta que dormiu e sonhou com com um japonês, um alemão e um inglês conversando com ele em sua respectivas línguas e que quando acordou sabia falar e escrever nas três linguas. O mais curioso é que isso aconteceu quando o personagem tinha sete anos, e ele só aprendeu a escrever em português aos 11. “É um caso totalmente incompreensível para mim, levei a história ao hospital das Clínicas e ninguém soube explicar”, revela Kubrusly.

Maurício Kubrusly informa que o Estado que mais aparece no livro é Minas Gerais. “Ô povo bom pra contar história! Andando pelo interior de Minas, percebi que o mineiro tem um jeito particular de contar histórias, fico fascinado”. Kubrusly revelou também uma certa atração pelas mineiras. “Fico derretido pelas mineiras de Belo Horizonte”.

Outra história que chamou atenção do jornalista e escritor foi a a briga de duas mulheres pelos mortos da cidade, ambas tinham uma funerária e disputavam para saber quem iria cuidar do velório. “Houve uma briga entre as duas na rua e a Câmara Muncipal decidiu, dia par uma cuida do velório, em dia impar a outra cuida”, conta.

Kubrusly registra que de todas as regiões do país que ele conheceu a a que mais o entristece é a Norte. “É muita pobreza”, lamenta.

Kubrusly e a narrativa popular

A forma como Maurício Kubrusly vivencia e faz jornalismo perpassa por uma nova ótica de abordagem, há no seu trabalho uma tendência de uma linguagem literária, um jeito mais solto e que se propõe viver uma experiência antropológica. “É só uma postura minha de achar nessas reportagens que a estrela é o entrevistado e não o entrevistador”, explica, “você tem que ser o menos invasivo possível, e tentar desesperadamente o impossível, que é a pessoa fique do jeito que ela é, tendo na frente dela uma câmera de televisão”.

Maurício Kubrusly garante que não segue um modelo de jornalismo, ele não pensa em um projeto, simplesmente explora aspectos culturais nunca vistos antes, na opinião dele. “Eu gosto muito de caminhar nas pequenas cidades que ficam longe dos grandes centros. Por que ali, as pessoas têm um outro tipo de verdade, ou seja, elas são do jeito que elas são, o fato de uma emissora chegar no lugar, ele não vai se alterar”, explica.

Apesar de não ser o pioneiro nesse tipo de abordagem de em que o repórter extrapola os limites da objetividade, Kubrusly considera que a partir do “Me leva, Brasil”, outras emissoras de televisão começaram a investir nesse tipo de reportagem. “Quanto mais a gente se voltar para esse Brasil, que é o Brasil da maioria, mas que tá longe das grandes cidades, melhor para nós brasileiros. Porque a gente vai valorizar cada vez mais a diversidade do país”, avalia.

Por: Bárbara de Andrade e Felipe Bueno

Fotos: Felipe Bueno