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Em meio à correria do dia a dia, várias pessoas passam pela Rua da Bahia, e não percebem a presença do artesão capixaba Larilson Jesus, 40, o Jesus, como é conhecido na região. Os brincos, colares e correntes são produzidos a partir de fio de ouro e materiais como penas e sementes. Ele chega a produzir 80 pares de brincos por dia e tudo é vendido.

Jesus está em BH há dois anos em BH e é fácil identificá-lo, pois ele tem tatuado na testa uma coroa de espinhos. A cruz que Jesus carrega todos os dias é a fiscalização da Prefeitura Municipal, que costuma apreender todo o material produzido e, até mesmo, a matéria-prima. Jesus não tem licença da Prefeitura por preferir não ter local de trabalho fixo. “Hoje estou aqui, mas amanha não sei, posso estar em outro lugar, em outro estado”, salienta.

Apesar de tudo Larilson garante que tem uma vida tranqüila com o seu trabalho. “Dá para viver do jeito que eu gosto, não preciso de luxo. Com os meus artesanatos consigo pagar o aluguel, a pensão a minha filha e, ainda, cuidar dos meus dois cachorros”, afirma. “Se tiver um trabalho você não se perde, tem que ganhar o sustento com o próprio suor”, ensina.

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Jesus, artesão da Rua da Bahia

O Jesus da Rua da Bahia não tem conhecimentos provenientes do estudo, só cursou até a sexta série, o resto foi com a vida e com as às diversas viagens que ele fez. “Já estive no Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo. Acredito que aprendi muito mais com as minhas viagens do que se estivesse em uma escola, pois conheci diversas culturas”, revela. “Escolhi Minas Gerais porque as pessoas aqui valorizam a cultura”, explica.

Há outra razão que motivou o artesão Jesus a ficar em Minas Gerais: a filha que mora em Ribeirão das Neves. “Quero que minha filha, tenha o melhor, tenha o que eu não tive”, conclui.

Por Anelisa Ribeiro/Bárbara de Andrade

Fotos: Andressa Silva

O tema do mês de maio na Casa UNA de Cultura é “A poesia em todos os lugares – Zona de Invenção Poesia & (ZIP)” e conta com a presença do artista Chico de Paula que sustenta que as experimentações poéticas da ZIP tem como conceito a poieses. “O termos vem do grego arcaico e está ligado ao fazer, ao criar”, esclarece, “a gente trabalha com a poesia no sentido da criação, da imaginação, da invenção”, explica.

A tônica das criações da ZIP alia poesia e tecnologia em sentidos ampliados. “A gente não faz a distinção entre um computador e o corpo. Tudo é tecnologia e linguagem para manifestação da poesia, o computador não é uma ferramenta, ele determina uma linguagem”, explica. “O pincel é uma ferramenta tecnológica, inventada num determinado momento para pintura, mas não é uma ferramenta é um recurso de linguagem assim como é o cinema que nasce junto com a câmera e o vídeo que nasce junto com os aparelhos portáteis de vídeo”, exemplifica. “A tecnologia e a linguagem caminham juntas, não podem ser vistas separadas, toda arte nasce com sua tecnologia e vai demandando novas tecnologias,” finaliza.

Para o artista um exemplo dessa possibilidade vem desde o primeiro grande poema que se tem notícia, segundo ele, “A odisséia”, de Homero, um poema oral, extenso, com origem na forma tradicional oral grega de contar histórias. “Era mais feito para ser cantado do que falado, então a poesia de certa maneira já nasce multimídia, já nasce para ser encenada”, explica Chico de Paula. “A gente costuma dizer que o ato de dizer poesia é muito mais vocalizar do que declamar. Declamar é muito enquadrado, parece mais leitura com interpretação, a gente trabalha mais com vocalizar, reforçar um som, às vezes, alterar a voz; às vezes, usar efeito da voz para a leitura e trabalhar isso conceitualmente”, detalha.

Em 03 de maio, Chico de Paula, em mostra de vídeos, destacou o seu objetivo de recuperar a história do audiovisual e relembrar as origens da poesia e do audiovisual. Durante a exposição, o artista traçou um panorama dos primeiros registros poético no Brasil desde 1.500 até os dias de hoje, passando pelo cinema, pela vídeoarte e pela performance, destacando as iniciativas mineiras nesse campo.

Chico de Paula nos conta mais sobre a produção poética mineira:

Natural de Ouro Preto, Chico de Paula em 1999 juntamente com um grupo de autores criaram o “Projeto Feito a Mãos”, cujo objetivo era investigação da autoria coletiva, interfaces digitais e formas de realização deste trabalho.

O evento sobre poesia na Casa UNA de Cultura vai até o dia dois de junho, para mais informações acesse o site www.casauna.com.br

Por: Bárbara de Andrade

Foto: Felipe Bueno


Mesmo com a chuva que teimou em cair por Belo Horizonte, a tarde na redação do Jornal Contramão foi animada. Recebemos a visita inesperada do Sr. Wildes de Souza, o compositor de uma canção de despedida para o José Alencar, postada no nosso site no dia 31/03/2011.

Nascido na cidade de Itanhomi, perto de Governador Valadares, Sr. Wildes se mudou para Contagem há 25 anos. Com um cartão contendo o endereço da redação, chegou com suas histórias e esbanjando simpatia. Entre um papo e outro, sempre saía uma composição. “A inspiração vem com a ajuda de Deus, Senhor Jesus e seus auxiliares”, explica com modéstia.

O vídeo com a composição, gravado na Praça da Liberdade no dia do velório do ex-vice-presidente José Alencar teve quase 100 acessos desde a postagem. Quando perguntamos a ele uma nota para o vídeo, Sr. Wildes não deixou de surpreender “Vamos falar 9,5 porque quando vocês terminarem a faculdade vocês vão atingir 10”.

Ouça ainda uma composição do artista:

Por: Débora Gomes

Áudio: Marcos Oliveira

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Em comemoração ao Dia Internacional do Trabalho, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais apresentou, ontem, sob regência do maestro Marcos Arakaki, composições de Strauss e Tchaikovsky. O concerto integra a série “Clássicos no Parque”. Dentre músicas interpretadas destaca-se O Guarani: abertura, de Carlos Gomes.

A apresentação reuniu pessoas de diversas idades. A costureira Vicentina de Paula, 51, aprecia a apresentação a Orquestra acompanhada do sobrinho, Miguel, de aproximadamente oito meses. “Gosto de estar presente, gosto de ouvir”, garante, “também vou quando é realizado no Parque Municipal e levo sempre o Miguel, para acostumar desde cedo a ouvir música de boa qualidade”, conclui.

Vicentina de Paula acompanhada do sobrinho Miguel
Vicentina de Paula acompanhada do sobrinho Miguel

Os amigos Daniel, 16, Heron, 17, e Lucas, 17, são fãs de rock, mas também apreciam música clássica. “Estudo violoncelo há dois anos”, informa Daniel se referindo a um dos instrumentos usados na orquestra. Estudo violoncelo e gosto bastante, eu acompanho esse tipo de evento sempre”, garante Lucas. “Não esperava que o evento tivesse essa dimensão, ainda mais na Praça da Liberdade, não achava que a praça teria acústica para isso”, avalia Heron.

Os amigos Daniel, Heron e Lucas
Os amigos Daniel, Heron e Lucas

Próxima apresentação “Clássicos no Parque” será 05 de junho, às 11horas, em Betim – Praça Milton Campos

Texto: Anelisa Ribeiro e Marina Costa

Foto: Marina Costa

A Praça da Liberdade foi, novamente, local de protestos, nesta tarde de sexta-feira. Agentes da Polícia Civil se reuniram em frente ao Palácio do Governador para reivindicar melhorias salariais e de condições de trabalho.

Funcionários do governo se infiltraram, discretamente, no movimento tentando impedir a paralisação. Mas ao serem identificados pelos manifestantes, os funcionários infiltrados se retiraram do local.

De acordo com os agentes da Polícia Civil, o governo estadual não apresentou nenhuma solução e descumpriu o acordo feito após a última paralisação. Segundo lideranças da categoria, caso o governo não disponha a negociar, haverá greve geral convocada para a terça-feira, 3 de maio.

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Policias alegam, que até no momento da manifestação de hoje, eles trabalharam sem folga.

Fãs da Xuxa tumultuam Memorial de Minas

Do outro lado da Praça da Liberdade, a apresentadora Xuxa Meneghel visitou o Museu Memorial de Minas acompanhada por representantes do Sistema Voluntário de Assistência Social (SERVAS). “A apresentadora global está com projetos sociais para serem realizados em Belo Horizonte”, informou a assessoria de imprensa do museu. Um grupo de fãs se reuniu em frente ao Museu para ver a apresentadora causando tumulto. Os seguranças do museu conseguiram conter os ânimos dos fãs mais empolgados. A pedagoga Luciana Torquette, a atendente de lanchonete Rosângela Cristina e a advogada Adriana Fernandes (foto) estavam nesse grupo e saíram satisfeitas por ganharem fotos autografadas pela Xuxa.

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Texto: Anelisa Ribeiro e Marina Costa

Foto: Marina Costa


O Museu das Minas e do Metal (MMM) vai promover, o dia 5 de maio, duas palestras que garantem discutir temas relevantes para a humanidade. A primeira palestra será sobre terremotos e tsunamis, das 19h às 20h, e a segunda fará um paralelo sobre as usinas nucleares e a contaminação radioativa, das 20h15 às 21h15.

As palestras serão realizadas no auditório Bateia do Museu. O evento faz parte do cronograma de atividades do Museu de Minas e do Metal para comemorar o Ano Internacional da Química 2011.

A estudante Tereza Maria, que passeava pela Praça da Liberdade, disse que fará o possível para estar presente. “Acho legal as pessoas discutirem sobre os fenômenos naturais que vem acontecendo”, afirmou.

As palestras têm entrada franca, mas com vagas limitadas. Para fazer a sua inscrição ou saber mais informações é só acessar o site www.mmm.org.br ou ligar (31) 3515-7200.

Por: Raphael Jota

Foto: Raphael Jota