Por Maria Cecília Nepomuceno

Quando sai de casa para vir estudar na capital já imaginava que a nova vida seria difícil e que eu ia passar por muitas coisas, muitos perrengues. Nestes quase 3 anos que estou por aqui nada foi tão louco como entrar em um ônibus e não saber onde fui parar.

No segundo semestre consegui um estágio, sabe tudo como sou, logo pensei, vai ser muito fácil, vou pegar o ônibus e chegar onde quero, simples assim! Mas não foi nada simples. 

Minha prima me orientou direitinho, onde que era o ponto, o horário, tudo que eu devia fazer e lá fui eu…

Ao chegar no ponto me deparei com dois ônibus praticamente iguais e pensei, os dois devem chegar no mesmo lugar, e chegaram, só que não da forma que pensei.
Entrei no ônibus, dei sorte de arrumar um lugar para sentar, peguei o livro e comecei a ler, tranquila, calma, mas sempre de olho para ver se já estava perto de onde ia descer.

Por alguns instantes me distraí com a leitura e percebi que já havia lido bastante, que algo estava errado, olhei para a janela, percebi que não conhecia nada, mas o que eu conhecia na cidade, não é mesmo?! Muito pouca coisa, mas o tanto de volta que o motorista dava me deixou encucada, até que o ônibus parou.

Quando o ônibus parou, olhei para trás e ele estava completamente vazio, o motorista saiu de seu banco e falou comigo:
-Moça, chegamos na estação final, você não vai descer?!

Na minha cabeça, como assim, estação final? Não cheguei ao meu ponto ainda. O que vou fazer agora? Conversei com o motorista e descobri, por fim, que peguei o ônibus errado, um direta em vez do parador.

Logo eu que só pegava ônibus ocasionalmente, pois vivia em uma cidade no qual tem uma rua que liga tudo, como ia saber?

No fim das contas, ele me orientou do que deveria fazer, e deu tudo certo e foi assim que um trajeto que demoraria menos de uma hora, demorou uma manhã inteira, me custando um grande atraso no meu primeiro dia.

Maria Cecília. Foto: arquivo pessoal.

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