Por Millena Vieira

Para além da diversão, manifestação. Assim, o bloco Angola Janga surge para resgatar a história da periferia. A dança, as cores e as canções que falam sobre o povo negro e sua cultura são usadas nas performances durante o Carnaval para representar aqueles que sustentam o movimento artístico nas ruas.

O bloco afro surgiu em 2015, devido à falta de conexão com a nova onda de blocos que estavam surgindo em Belo Horizonte naquela época. São pelo menos 200 integrantes desfilando todo ano. Bailarinos, artesãos, ritmistas, todos trabalhando em conjunto pela manutenção e preservação da cultura afro-brasileira. 

O coletivo preza pelo respeito à diversidade e a convivência harmônica, e é formado majoritariamente por mulheres, LGBTQIA+, negros, indígenas e quilombolas. O peso da importância de Angola Janga começa pela escolha do nome que faz referência ao Quilombo dos Palmares, espaço de refúgio, luta e resistência para pessoas escravizadas no período colonial brasileiro. Angola é a lembrança de casa, de um lugar seguro.

Para eles, o carnaval representa o parto, é quando o bloco nasce na rua com toda sua percussão e ritmo para celebrar. No entanto, não pode ser reduzido a um só momento, ao longo de todo ano o bloco segue fazendo grandes iniciativas para suas comunidades. Não se acomodam, tomam a linha de frente na criação de projetos que prezam pela emancipação do povo negro, chamando a atenção do poder público para ações em diversas áreas como educação, cultura, afetividade e cidadania. Seguem sem esquecer o ontem, para a construção de um futuro melhor. 

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