O pequeno ilusionista

O pequeno ilusionista

São seis horas da tarde, hora do rush na Rua da Bahia, vestindo um pequeno smoking, combinando com o sapato e uma calça social, o menino carregava sua maleta e um hamster soltava de dentro do bolso. O pequeno mágico André de Paula Silva,12, trabalha como artista de rua há seis meses. Ele para em frente às mesas dos bares e começa a fazer seus números.

André aprendeu a fazer truques de mágica com um senhor chamado Henrique, que também é mágico e faz seus números na praça sete, em frente ao MC Donald’s da Avenida Afonso Pena, esquina com rua Rio de Janeiro. Ele conta que sonha em ser mágico desde pequeno e um dia, enquanto passeava pelo centro da cidade, viu Henrique fazer mágicas, deixando o menino maravilhado. Ele chegou perto e pediu para que o mágico lhe vendesse um baralho para que pudesse aprender o ofício. Henrique então deu de presente o baralho e o smoking e outro amigo lhe deu um sapato social, montando assim o figurino do pequeno artista.

Em menos de cinco meses André já tinha aprendido inúmeros truques. “Já sei muita coisa, nem sei quantos números eu já aprendi com o mestre Henrique” conta André que chama o professor de “mestre”.

Durante as apresentações ele faz desaparecer pedaços de plástico, faz truques com baralho e uma pequena caixa de fósforos. “O hamster ainda não tenho truque para ele, estou estudando ainda” relata André. No final da apresentação ele recebe uma gorjeta, que segundo André, usa para ajudar em casa.


Morando em Sabará, André vem todo o dia para a Praça da Liberdade e volta para casa sempre perto das nove horas. “É longe a minha casa e não gosto de deixar a minha mãe preocupada”. André já chegou a ganhar 150 reais em um único dia de trabalho e a maior gorjeta que já ganhou, segundo ele, de um homem muito generoso, foram 50 reais. “Eu ajudo em casa com tudo, mas se ganho um dinheiro extra eu gasto com alguma coisinha pra mim” conta com um sorriso no rosto. “Preciso de mais instrumentos, uma bengala, uma cartola, mas é tudo muito caro pra mim ainda” finaliza André.

Perguntamos o que a mãe de André acha do filho ficar na rua, trabalhando com mágica. “Ela acha o máximo eu ser artista de rua, que mãe não gostaria disso pro filho?” conta orgulhoso o pequeno mágico.

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Por Daniella Lages
Fotos e vídeo Ana Paula P.  Sandim
Edição vídeo Marcos Ramos

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