“Operação Sete de Setembro” pretende levar milhares às ruas no feriado da...

“Operação Sete de Setembro” pretende levar milhares às ruas no feriado da independência

Após um hiato de 2 meses, no próximo sábado, 7, a praça Sete de Setembro será, novamente, palco de uma manifestação idealizada nos moldes das jornadas de junho, com convocação pelas redes sociais. A realização do evento intitulado “Operação Sete de Setembro” em Belo Horizonte coloca a capital mineira em sincronia com mais de cem cidades nos 27 estados do país, em que acontecerão protestos simultâneos. Juntos, eles prometem realizar “o maior protesto da história do Brasil”.

O evento nacional criado no Facebook para divulgação já conta com quase 400 mil confirmações. No evento de BH o número de pessoas confirmadas está em torno de 12 mil. Além de Belo Horizonte, outras 16 cidades mineiras também organizam atos. “Acredito que não será como foi no ápice de junho, mas a expectativa é boa. Já são mais de 12 mil pessoas confirmadas, o que representa um valor considerável para uma manifestação”, diz Lucas Veloso, 25, estudante de engenharia civil.

De acordo com a organização do evento, o horário agendado para a concentração foi definido por votação e está marcado para as 10h na praça Sete de Setembro. A marcha seguirá para a Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a partir das 12h e o percurso será definido durante a passeata.

As pautas das reivindicações também foram escolhidas em uma enquete no site oficial da “operação”, que aconteceu entre os dias 28 de julho a 11 de agosto e recebeu mais de 26 mil votos. Os seis temas mais votados foram a prisão imediata dos mensaleiros, o fim do voto obrigatório (PEC 159/2012), a aprovação e o cumprimento do PNE (Plano Nacional de Educação), a redução de deputados e representantes (PEC 280/2008), a reforma tributária (PEC 233/2008) e a aprovação e o cumprimento da Lei de Combate à Corrupção (PL 7368/2006).

 Baile de máscaras

Ciente da polêmica decisão da Justiça do Rio de Janeiro divulgada na terça-feira, 3, que obriga a identificação de mascarados durante protestos, Lucas Veloso acredita que a PM mineira não agirá da mesma forma que a carioca. Na noite de ontem, a PM/RJ encaminhou à Delegacia quatro mascarados que não quiseram se identificar. “A atuação da polícia para esse detalhe é exagerada e desnecessária”, afirma Veloso. O estudante, que é um dos criadores do evento no Facebook, se diz aberto a todo tipo de identificação. “Não utilizo conta fake e sempre estou disposto a dialogar. A máscara é mais uma maneira de mostrar que todos somos um só. Não vejo motivos para reprimir”, acrescenta.

Ainda em relação à postura adota pela Justiça do Rio de Janeiro, na avaliação do advogado Tiago Machado “o que o Estado do Rio de Janeiro está querendo fazer é ampliar as hipóteses previstas na Lei 12.037/09, que trata da identificação criminal do civilmente identificado, sob o pretexto de que a Constituição Federal veda o anonimato nos casos de livre manifestação do pensamento”. De acordo com o criminalista, “o que está ocorrendo no Rio é abuso de autoridade, submetendo os cidadãos à persecução penal desnecessária”.

Mobilização

Além da Operação Sete de Setembro, outros dois eventos estão marcados para a mesma data: a Marcha da Independência, realizada pelo Exército, e o Grito dos Excluídos. “Estamos de acordo com o Grito dos Excluídos e vamos nos encontrar hoje, 4, para avaliar a possibilidade de nos unirmos”, explica Lucas Veloso. Apesar da intensa movimentação no feriado, o ativista acredita que não haverá problemas.

Por: Fernanda Fonseca

Foto: João Alves

1 COMMENT

Leave a Reply