Por KEV
Nessa virada de ano, fizemos mil e uma metas para receber 2024 e mudar algumas coisinhas que estão precisando de uma repaginada, não é mesmo?!
Só que para este ano, desejo que você entenda que nem sempre o que você odeia é a roupa.
Sim, não é a r o u p a.
Eu poderia citar cento e um casos que passam por essa mesma conclusão: o que te incomodou não foi a blusa apertada ou o short pequeno demais — pra você.
Se você me acompanha há um tempo, sabe que a roupa ganha um peso (e uma responsa pesada) bem desproporcional quando se fala de gosto. É um tanto de preconceito e insegurança despejada no outro — tudo é amei ou odiei, ficou estilosa ou ficou brega, precisa ser vulgar? Um monte de 8 ou 80 por aí.
Mas pensa comigo:
Se uma cantora de favela usa uma roupa com decote e fica brega nela — mas linda na outra — não é roupa que te desagrada: é uma cantora de favela vestindo.
Agora, se um gay se arruma demais e menospreza um espaço, causando desconforto, o problema não é da roupa que tá demais: é a forma como ele tratou o espaço.
Tudo recai sobre a roupa porque ela é o discurso fácil, que a gente tem liberdade para se posicionar entre o amei e o odiei, sabe?
O estilo do outro existe. Ele é real e sempre irá fazer barulho. Afinal, moda é linguagem que não sobrevive de sussurros.
E se eu pudesse te desejar algo nessa virada, seria dar os verdadeiros nomes e entender — com urgência — a roupa como uma forma de comunicar algo e não como uma escolha que termina no vestir.
O que outro veste é uma escolha válida e que não é sua.