Patrimônio Cultural de Minas Gerais enfrenta barreiras para ser comercializado
O queijo canastra é um patrimônio histórico de Minas Gerais e está no centro de uma polêmica sobre a sua produção e comercialização. Um artigo da legislação federal criada em 1952, proíbe a comercialização de produtos feitos com leite cru e restringe a distribuição do produto fora dos limites do estado. “O queijo feito com leite vem desde a época do império romano e todos os países que fabricam bons queijos, como França e Itália, utilizam esta técnica. Acredito que padronizar a produção com outro tipo de leite é acabar com a tradição”, explica o feirante do Mercado Central de Belo Horizonte, Expedito Camilo.
Outro comerciante que preferiu não se identificar disse a nossa reportagem que o queijo Canastra já superou várias barreiras. “Eles tratam nossa produção como clandestina. Chegam aqui e multam a gente. Acredito que isso é para privilegiar as indústrias de queijo”, comenta.

No estado são ao todo 480 famílias que vivem da venda da produção artesanal do Canastra. Essas famílias aliadas aos chefes de cozinha e gastrônomos organizam um abaixo assinado que será entregue a ANVISA e ao Ministério da Agricultura com o objetivo de derrubar as barreiras que atrapalham a comercialização do produto nacionalmente.
Por João Vitor Fernandes, Marcelo Fraga e Heberth Zschaber
Fotos: João Vitor Fernandes