Por Keven Souza 

Consumo consciente, esse é um conceito que se tornou uma tendência comportamental e se fixou tanto na realidade social das pessoas que saiu do posto de efemeridade e hoje é assunto sério, corriqueiro e mais do que necessário.

Ao falarmos do universo fashion, a ideia de usar tecidos pensando no impacto ambiental ganha ainda mais força. A indústria da moda é uma das mais rentáveis do mundo, ao mesmo tempo em que é a terceira no ranking de poluição.

Partindo dessa premissa é fácil concluir que, atrelado ao consumo consciente, a sustentabilidade também está no foco da atualidade à medida que a indústria têxtil se desenvolve e corrobora para mais poluição e estragos deixados para o planeta. Dito isso, acredito que a maneira mais responsável de se fazer roupa na hoje em dia é não fazendo.

Se pararmos para pensar no volume de peças já existente em todo o mundo e nas que ainda estão por serem produzidas, a certeza disso logo chega. É lógico que parar a indústria têxtil por completo ainda é uma utopia, mas existem algumas medidas que, enquanto consumidores, podemos adotar a fim de fazer desse modo de produção algo mais justo e sustentável. 

Uma dessas medidas é optar por comprar peças que já circulam por aí a mais tempo, tal qual como as peças que encontramos em brechós. Os brechós vêm ganhando espaço entre os consumidores do fast fashion – modo de fabricar roupas em grande escala – por proporcionarem uma experiência de compra diferente. 

Numa loja convencional, como C&A, Renner e Youcom, por exemplo, temos a dimensão do que encontraremos ao entrar: peças feitas de acordo com as tendências, separadas por sessão de gênero ou tamanho de corpo, estilo e por aí vai. Já no brechó, ao comprar uma roupa de reuso você se permite dar à uma peça uma visão atualizada (ou não), construir um olhar apurado para garimpar – prática de achar peças novas e em bom estado de uso – , e consumir de maneira mais consciente, que é um trabalho processual e delicioso.

Hoje, não é muito difícil encontrar brechós nas ruas, em feiras locais de moda, além de nas redes sociais, que é onde muitas delas se encontram na atualidade. O burburinho das redes é um dos fatores que têm ajudado os brechós a reconquistarem um lugar no coração dos consumidores. 

Se quer uma prova de que ser um consumidor de brechó é, quase, uma tendência comportamental, a geração Z, que hoje é o grupo consumidor mais estimado pela indústria, é a prova de que ser um consumidor de brechó é, quase, uma tendência comportamental. Isso porque, eles vêm trazendo esse novo olhar para as compras e têm se mostrado uma parcela exigente quando o assunto é consumo consciente ou sustentabilidade. 

Dito isso, utilizar o que já foi do outro não cabe mais a ideia sobre o que é velho. Ser consumidor de brechós é, no entanto, uma forma encantadora de levantar a bandeira de uma moda mais sustentável e também de dar continuidade a histórias e narrativas através das peças. Por isso, se permita ser também um percursos disso e venha fazer parte de uma sociedade mais responsável. 

NO COMMENTS

Leave a Reply