Psicóloga alerta sobre sintomas físicos da depressão

Psicóloga alerta sobre sintomas físicos da depressão

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Foto: Carla Andrade

A depressão é classificada como um transtorno afetivo mas, além dos sintomas psicológicos que são os mais conhecidos, também podem haver sintomas físicos. Uma intervenção precoce pode ocasionar em remissão dos sintomas depressivos, por meio de psicoterapia ou medicação, ou até a evolução prognóstica de um quadro já diagnosticado. O quadro depressivo também engloba os principais sintomas que contribuem para um diagnóstico conclusivo. A pessoa deprimida pode obter sentimentos de inferioridade, dificuldade para se lembrar de algo e para tomar decisões, culpa e frequentes crises de choro, além da tristeza profunda, perda de interesse, alteração no apetite e dificuldade de concentração.

Psicóloga e especialista em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental, Luciana Nogueira de Vasconcelos, de 26 anos, diz que o sono é uma das principais funções do nosso corpo e que ele é responsável por reestruturar o organismo do ponto de vista neuroquímico, como consolidar a memória aprendizado e repousar o organismo. “Alterações no sono podem implicar em diversas consequências físicas e psicológicas. Irritabilidade, ansiedade, deficit de atenção, dificuldade de aprendizagem e memória, alterações hormonais, hipertensão e maior risco de desenvolver doenças cardíacas e vasculares são alguns exemplos”, afirma.

A serotonina, neurotransmissor mais afetado durante o quadro depressivo, é responsável, entre outras coisas, pelo sistema de fisiologia da dor. Por esse motivo, é comum sentir dores sem motivos aparentes(quedas ou fraturas, por exemplo) durante a depressão. Também está associada a depressão queixas como mal-estar, dores do corpo, no peito e na cabeça, formigamentos, cansaço, tremores, tontura e retardo psicomotor. “Esses sintomas físicos indicam sinais de alerta e precisam ser investigados por um médico capacitado e, não havendo causa orgânica para justificar os sintomas, esses podem levar ao diagnóstico do Transtorno Depressivo”, diz a psicóloga.

Luciana ainda ressalta que, além de todos os sintomas que aparecem, o paciente fica mais vulnerável do ponto de vista psicológico, pois ainda podem aparecer novos transtornos. “As pesquisas têm indicado que transtornos de ansiedade, quadro de dependência química, transtornos alimentares e transtornos dos impulsos são os mais comuns”, alerta a especialista.

O quadro depressivo de Vinícius Pinheiro teve início em 2012, quando ele tinha 17 anos. Hoje com 21, conta que a presença do desânimo era constante e que isso gerava perda de energia e, consequentemente, noites de sono muito curtas. “Aí veio a desidratação devido a escassa alimentação e chegando perto de um quadro de anemia, o que me trouxe constantes dores de cabeça”, relatou. Vinícius ainda conta que sem seu comprimido para dormir, seu sono é picado e que isso gera um cansaço extremo em seu corpo, mesmo sem ter se esforçado de algum modo. “Sem meu antidepressivo minha situação fica crítica no quarto dia, volta toda a irritabilidade sem motivo, dormência e formigamento no corpo todo”, confessou.

Os Transtornos Afetivos podem se apresentar de diversas formas, que são chamadas de subtipos ou formas clínicas da depressão. Depressão maior, depressão melancólica ou endógena, depressão atípica, depressão recorrente, depressão crônica, distimia e transtorno bipolar. Cada subtipo implica na gravidade dos sintomas e requer um tratamento específico. O diagnóstico da depressão se baseia nos critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, que apresenta nove sintomas, mas para um disgnóstico conclusivo de depressão, é necessário que o paciente apresente cinco ou mais sintomas por, no mínimo, duas semanas.

Matéria produzida pela aluna do terceiro período de jornalismo: Tatiana Franciele e Silva, na disciplina de Tidir/JOR2B

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