Será que as discussões são realizadas apenas nas redes sociais?

Será que as discussões são realizadas apenas nas redes sociais?

Um tapume entre as Ruas da Bahia e Antônio Aleixo, localizadas no bairro Funcionários, na região Centro-Sul da capital mineira, chama a atenção de todas as pessoas que passam pelo local e levantam o seguinte questionamento: Será que as discussões sobre a situação política e econômica que o país está vivenciando, são realizadas apenas nas redes sociais?

Podemos notar que as pessoas estão interagindo fora das redes sociais em um local de grande circulação, com montagens de jornais e revistas, com críticas ao governo da atual presidente Dilma Rousseff e ao Partido dos Trabalhadores (PT).

A estudante Ana Carolina Rodrigues, 20, acredita que esse tipo de manifestação política é interessante, mas tem a visibilidade muito pequena: “acho importante expor a situação do país, mas que existe maneiras melhores e mais eficazes, não que a iniciativa não tenha sido boa, realmente foi, só que infelizmente em um espaço onde as pessoas não dão atenção”, atualmente a estudante prefere não entrar nas discussões pelas redes sociais “não discuto, pois evito esse tipo de desgaste por meio virtual, se possuo um problema ou um desentendimento com uma pessoa, procuro resolver pessoalmente”, complementa Rodrigues.

Para a historiadora Mariana Xavier, muitos movimentos históricos tem manifestações em muros da cidade como meio de divulgação de ideias, “como é o caso, por exemplo o caso da Comuna de Paris e de movimentos anti-ditatoriais do século XX na América do Sul, frequente nas universidades brasileiras entre os anos 1960 e 1980, além de todo o embate entre republicanos e monarquistas na transição de Império para República no Brasil”, explica.

A historiadora explica que é preciso se analisar a essência da mensagem a ser transmitida, “Os movimentos citados acima eram bem estruturados, e os cartazes nos muros eram frequentemente documentos que divulgavam e aprofundavam os princípios políticos destes movimentos. O que se vê nestas imagens são embates ofensivos com pouco aprofundamento de argumento, apesar do trabalho em recortar, colar e escrever levar mais tempo do que “digitar e enviar” nas redes sociais – tempo esse que poderia ser reflexivo. Há uma imagem em especial que demonstra duas características que retratam o atual momento de embate político brasileiro: a reprodução do ódio (em sua face escondida) e o sexismo, sem uma análise reflexiva adequada anterior”, esclarece Xavier.

Polêmica

O Deputado Federal, Jean Wyllys, do PSOL, já foi vítima de vários ataques agressivos em suas redes sociais, por fazer diversos projetos de lei que causam polêmica, entre eles a PEC 4.211/2012, conhecida como Lei Gabriela Leite, que tem como objetivo regulamentar a profissão das prostitutas em todo o Brasil.

Por Raphael Duarte

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