Por Gustavo Meira

Dia 27 de setembro é comemorado o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos e a intenção é conscientizar sobre a importância de ser um doador.

Estamos em setembro, mês de conscientização para doação de órgãos. A campanha Setembro Verde busca incentivar ações onde o único objetivo é que a família diga sim para este ato tão nobre que salva vidas. 

Dados de transplante em Minas

Em 2022 foram realizados 2.003 transplantes de órgãos e tecidos em Minas Gerais. O número anual é o maior desde o início da pandemia. Em 2021, foram 1.733, um aumento de cerca de 13% no ano passado. Os números também são maiores na comparação com 2020, primeiro ano de pandemia, quando foram feitos 1.573. Ainda assim, é necessário um aumento de 28% em relação às operações do ano passado para chegar à marca dos 2.512 transplantes registrados em 2019

De acordo com o coordenador do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado, um dos principais motivos para a alta recusa de doações é a falta de informação ‘’As campanhas são de extrema importância, isso ajuda para que, caso a pessoa tenha um familiar que seja um potencial doador de órgãos”, afirma.

A lista de espera por órgãos e tecidos para transplantes em Minas somava, até julho deste ano, 5.949 pessoas. Para a doação ocorrer, basta apenas a resposta positiva dos familiares – não é preciso deixar nenhum registro sobre esse desejo em vida. 

Procedimento de um transplante de órgão. Foto: FreePik.

Omar ressalta também que ‘’As pessoas precisam conversar mais, principalmente dentro de casa, e expor suas ideias a respeito da doação de órgãos. Levar informação à população faz com que o público dialogue mais’’, conclui.

Faustão na fila do transplante de coração

Fausto Silva estava internado desde o dia 5 de agosto, no Hospital Israelista Albert Einstein com insuficiência cardíaca, condição desconhecida que mata 350 mil pessoas por ano no Brasil. O apresentador apresentou uma piora no quadro e precisou entrar na fila de transplante de coração do Sistema Único de Saúde (SUS). 

O procedimento foi feito no dia 27 de agosto, seguindo a ordem prioritária, ele era o segundo da fila e só conseguiu o novo órgão após a recusa do primeiro. O doador era um jogador de futebol de 35 anos, que faleceu após um Acidente Vascular Cerebral (AVC). As estatísticas brasileiras e mundiais indicam uma taxa de sucesso no transplante cardíaco na ordem de 50-70% dos casos, com possibilidade de sobrevida pós-transplante de 10 a 20 anos.

Faustão se pronunciou nas redes sociais dias após o procedimento (31/08), no vídeo ele diz  emocionado ‘’Não sinto nada, nenhuma dor. Estou completamente recuperado; Eternamente grato ao José Pereira da Silva. Um homem simples. Eu fico emocionado, porque ele deixou que eu vivesse de novo. Agora é motivar todo mundo a fazer do país o primeiro doador de órgãos do mundo. Temos que conscientizar, não tem que ser obrigatório”, alega.

Fausto Silva no hospital, quatro dias após o transplante de coração. Foto: divulgação.
Família de Faustão entrou na campanha

A família do apresentador Fausto Silva participou da campanha Setembro Verde, do Ministério da Saúde, sobre a conscientização de doação de órgãos e tecidos no Brasil. No vídeo, a família agradece as orações para a recuperação do apresentador. “Órgãos não vão para o céu. Eles têm uma segunda missão na terra, que é ajudar a quem precisa”, afirmou João Guilherme Silva.

Filhos e esposa de Faustão em vídeo publicado nas redes sociais. Foto: divulgação.

O Sistema Único de Saúde (SUS), tem o maior programa público de transplante do mundo, no qual cerca de 87% dos transplantes de órgãos são feitos com recursos públicos, permitindo que cada vez mais pessoas tenham uma vida melhor.

A vida pode continuar, seja você um doador

Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o seu desejo. No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar. Existem dois tipos de doadores:

O primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só serão doadores com autorização judicial.

O segundo tipo é o doador falecido. São pacientes com diagnóstico de morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Deixe sua família ciente de que você quer ser um doador de órgãos. Foto: internet.

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